De quem é a frase: “Por alguns segundos pensei em fechar o Congresso. E ter-me-iam bastado um cabo e dois soldados,” dita em Agosto de 1985?

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Era o Dia do Soldado em 25 de agosto de 1961, num Brasil em que Michel Temer era apenas um estudante universitário. Os brasileiros acordavam vendo Jânio Quadros se preparando para assistir, em Brasília, ao desfile em homenagem ao referido dia. Muitos mal estavam se digerindo do café da manhã, quando veio a notícia da renúncia.

Embora oficialmente não se saiba o motivo da renúncia, duas hipóteses podem ter sido prováveis, e talvez ambas, e não uma ou outra: Jânio renunciou pela falta de apoio parlamentar e pela ilusão de que, renunciando, causasse comoção nacional que fizesse o povo apelar pela volta de Jânio, que retornaria ao poder mais fortalecido. Só que isso não ocorreu.

Em 1960, em entrevista exclusiva, após o episódio da renúncia, quando era candidato a candidato à Presidência da República, pela UDN, Jânio disse: “Quando renunciei, tinha o firme propósito de voltar à vida privada, isto é, à advocacia, ao magistério e à família” (renunciou por duas vezes em 1960).

Em 25 de agosto de 1961, o estilo da carta renúncia. Diz o texto: “Retorno agora ao meu trabalho de advogado e de professor.”

O que planejava Jânio Quadros?

Ele planejava, com a renúncia divulgada em Brasília, aterrissar no aeroporto de Congonhas, onde o Viscount presidencial seria cercado pelas “massas” –- o que seria um pretexto para voltar ao poder “nos braços do povo”.

Por alguns segundos pensei em fechar o Congresso. E ter-me-iam bastado um cabo e dois soldados,” disse o ex-presidente em Agosto de 1985.

Jânio Quadros não queria sob nenhuma hipótese fechar o Congresso Nacional, pois, poderia faze-lo com um cabo e três soldados. Ele pretendia o respaldo político e parlamentar mais amplo para suas reformas; Jânio Quadros nunca perdeu a chance de amaldiçoar os partidos políticos e o Congresso, e de tanto faze-lo, acreditava piamente no que dizia.

Jânio sempre demonstrou desprezo pelos partidos e pelo Poder Legislativo. Ao longo de sua carreira trocou de legenda sucessivamente. Renunciando a todos e no mesmo estilo de carta que imprimiu sua marca pessoal.

Jânio Quadros, provavelmente se sentiu portador de um mandato extraordinário. Na França, a quinta República começava com De Gaulle a repor o país nos trilhos.

Em Brasília, Jânio caminhava para sete meses de governo, com medidas que variavam desde corajosas eliminações de subsídios até pequenas intromissões no cotidiano para demonstrar preocupação com a moralidade pública.

O estilo agressivo e independente de Jânio reverberava como algo bem mais poderoso que uma vassoura: era a alavanca, o bisturi gigantesco e destemido de que o País precisava.

“A renúncia foi mais um gesto teatral, a que ele (Jânio Quadros) se habituara. Contava, certamente, repetir a cena que fizera quando da sua renúncia à sua candidatura à Presidência da República, aliás, por duas vezes e no mesmo estilo. Jânio era o golpe.” Afirma marechal Teixeira Lott.

Fonte: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_28786/artigo_sobre_a_vida_de_janio_em_quadros

2 comentários em “De quem é a frase: “Por alguns segundos pensei em fechar o Congresso. E ter-me-iam bastado um cabo e dois soldados,” dita em Agosto de 1985?”

  1. O que é surpreendente é que a frase acima tem sido plagiada ao longo do tempo e diversas autoridades tem utilizado sua base para , com intenção ou não, ameaçar as instituições e nunca se viu a reação de autoridades como se viu agora, quando a mesma foi utilizada por Eduardo Bolsonaro, num contexto absolutamente hipotético, e que de má fé foi gravada e publicada. Ainda bem que o Presidente Ministro do STJ Joao Otávio de Noronha, sabiamente e oportunamente, minimizou o fato, assegurando que isto não coloca a democracia ou as instituições em risco.

  2. Os que tem sede de poder, poder mandar, poder decidir, poder controlar, poder saber o que irá acontecer no dia seguinte, poder saber o que os outros irão pensar ou decidir, estão sendo alimentados e direcionados pelo mesmo que um dia, no céu, também quis o mesmo.
    E, muitos dos seus pares que o seguiram, ainda acreditaram por muito tempo, até que, aqui na terra, estava instigando a mesma sede nos seres humanos; e, outros seres, filhos de Deus, que periodicamente se reúnem na presença de Deus pensavam que seria possível se ter conhecimento de tudo.
    Então Deus faz a pergunta (certamente na presença de todos, para que soubessem que ninguém tem o poder de todo conhecimento): … observaste o meu servo Jó ?!
    Os que pensam que sabem o que irá acontecer no dia seguinte, ou que irá acontecer tal coisa, se fizer de tal forma, estão como aquele que um dia iniciou a rebelião.
    Embora algumas profecias indiquem que o mundo irá de mal a pior, e a perseguição irá ocorrer contra os que confiam no Senhor, devemos estar nos preparando, pois, os que tem sede de poder e fazem apologia ao ódio, estão a serviço daquele que instigou o ódio lá no céu.

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