IASD recebe doações de narcotraficante, mas não o cita sequer como “interessado” ou “colaborador”

https://www.youtube.com/watch?v=flH91Zbr8vk

Esta placa em metal, filmada por uma equipe de reportagem “na cela vip” de Jarvis Pavão, na cadeia Tacumbu, no Paraguai, é mais uma prova do relacionamento inegável, que havia entre o narco traficante e a Igreja Adventista do Paraguai. Alguém poderia argumentar que se trata de uma homenagem de iniciativa particular, decidida pelo pastor distrital, sem qualquer consulta à liderança siul-americana. Contudo, o próprio presidente da DSA (Divisão Sul-Americana) da IASD, Erton Kohler, esteve em Assunção por ocasião da inauguração da igreja e outras reformas conduzidas pelo traficante, que aprecia viver confortavelmente, ainda que o preço seja deixasse usar por uma organização religiosa interessada unicamente em seu dinheiro.

[LOGOMARCA DA IASD]

En Reconocimiento ao Sr. Jarvis Chimenes Pavão

Por su fé, compromiso y apoyo permaniente a la predicación del Evangelio y la Palabra de Dios Con el proposito de salvar y restaurar personas.

Con gratitud y amor cristiano
Pastor Carlos Parra Diaz de la Iglesia Adventista del 7º Dia y capellan de los 11 mineros rescatados de Chile.

Asunción, Paraguay, 2015

[Bandeiras do Chile, Paraguai e Brasil]

CLIPPING

Portanto, irmãos, quando publicamos a denúncia de que “Pastores adventistas confessam que recebem dízimo de prostitutas e traficantes”, sabíamos muito bem o que estávamos dizendo e comprovamos isso.

Do mesmo modo, o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão está falando sério quando fala de sua predileção e colaboração com a Igreja Adventista do Sétimo Dia, da qual chegou a ser registrado como funcionário durante o período em que esteve no presídio de Tacumbu no Paraguai, conforme declarou em 2011 em entrevista para a revista Época e em audiência recente na Justiça brasileira depois de extraditado. Afinal, além de receber essa placa da liderança da IASD, seu segundo casamento foi realizado por pastores adventistas nesse presídio paraguaio e seu time de futebol — Pavão FC — teve o patrocínio oficial da IASD estampado na camiseta.

Para confirmar o que estamos dizendo, veja estas notícias recolhidas e parciakmente traduzidas de jornas locais:

EVENTOS
Acusado de narcotráfico, Jarvis se casa em Tacumbú

23 DE ABRIL DE 2011

Na manhã de quinta-feira, na prisão de Tacumbú, o suposto narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavao se casou com sua concubina, de nome Sáleva, de nacionalidade brasileira, perante os representantes do Registro Civil de Assunção. Mais tarde, ele contraiu núpcias com a bênção dos pastores de sua congregação adventista.

A cerimônia aconteceu em um dos salões da referida penitenciária, onde cumpre pena pelos supostos crimes de tráfico de drogas e de associação criminosa.

O ato contou com a presença de vários amigos que vieram da área de Pedro Juan Caballero e Ponta Porá.

Sáleva e Jarvis têm quatro filhos, segundo o que foi divulgado na penitenciária, e periodicamente ela vem visitá-lo.

Para este casamento, a prisão foi reforçada tanto dentro como fora, para evitar qualquer problema que pudesse surgir, de acordo com o que se soube antes do casamento.

Por outro lado, deve-se notar que Jarvis foi preso na madrugada de 26 de dezembro de 2009 em sua propriedade chamada 4 Filhos, na área de Yby Yaú.

O procedimento foi realizado por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas e pelo procurador Francisco De Vargas. O mesmo, na ocasião, estava na companhia de Carlos Antonio Caballero, conhecido como Capilo.

O brasileiro, supostamente ligada à facção que seu compatriota Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, comanda de dentro da prisão, foi capturado ainda praticamente na cama, uma vez que os policiais se aproveitaram do tempo carrancudo, da tempestade severa destaq madrugada, de acordo com fontes da Senad.

Jarvis está sendo requerido pela Justiça brasileira, mas até agora este pedido não pôde ser formalizada porque há algumas etapas nos Tribunais de Asunción que estão atrasando uma definição.

Fonte: https://www.ultimahora.com/presunto-narco-jarvis-se-caso-tacumbu-n422715.html

https://www.youtube.com/watch?v=Em8SFMzaZnE

Estrelas de futebol jogam com presos em Tacumbú

DATA: 2015-12-23

Figuras bem conhecidas do futebol paraguaio participaram ontem à tarde de uma partida na penitenciária de Tacumbú. Jogadores ativos como zagueiro Pedro “Ganso” Benítez, a frente do Cerro Porteno, Guillermo “Memo” Beltran e outros exrreferentes como Angel Ortiz, Richart Báez e amado Salvador Cabanas, juntou-se ontem uma equipe de detentos da Penitenciária Nacional, que estão agrupados em uma liga esportiva.

O “Chava” e companhia enfrentaram a equipe do Pavão FC, cujo capitão é o conhecido Jarvis Chimenes Pavão, além de outras equipes que fizeram parte do encontro.

Esta atividade foi organizada como parte de um programa de reinserção social dos presos, e no fim de despedida do ano, sendo conduzidos pelo Ministério Carcerário da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Após a partida de futebol, também foi realizado um jantar de confraternização, que envolveu também os jogadores acima mencionados.

O “CHAVA”

Salvador Cabañas era o mais requisitado entre todos os internos e funcionários da penitenciária.

FONTE: http://www.cronica.com.py/
Publicaedo em: http://amambay570.com.py/noticias_mas.php?id=3723

Note que em 2011, Jarvis Pavbão já era apontado pela revista Época como o segundo narcotraficante mais operante, mas ainda em ligação com o PCC:

Os novos donos do tráfico

Quem são os homens que, fora ou dentro da cadeia, controlam o crescente comércio de drogas no Brasil – e imprimem gestão empresarial a seus negócios ilícitos

Cabeça Branca e outros grandes traficantes investigados pela PF – Jarvis Chimenez Pavão, Lourival Máximo da Fonseca, Maximiliano Dourado Munhoz Filho, José Paulo Vieira de Melo e Irineu Domingo Soligo – representam uma nova geração do narcotráfico. Num estilo diferente de traficantes do passado, como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, conhecidos por atos de violência e afronta escancarada às autoridades públicas, os novos donos do tráfico atuam de modo mais discreto. Eles não deixam de ser violentos. Quando julgam necessário, mandam matar. Mas não integram facções criminosas nem mantêm “exércitos” armados que desafiam a polícia.

O NÚMERO DOIS

Jarvis Pavão, na penitenciária de Tacumbu, em Assunção. Ele diz que o Paraguai virou território livre para o narcotráfico (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

Preferem atuar como homens de negócios e comandam, foragidos ou dentro da cadeia, verdadeiras redes empresariais da droga. Eles cruzaram as fronteiras de nações vizinhas, se instalaram por lá e, com a proteção de autoridades locais corruptas e diante da leniência do Estado brasileiro, inundam as cidades do país todos os anos com toneladas de cocaína e pasta-base de coca, a matéria-prima para a produção do crack – o entorpecente que mais mata hoje no Brasil. De suas bases montadas no Paraguai, na Bolívia, na Colômbia e até mesmo na Venezuela, terceirizam boa parte dos serviços, como o refino da coca, a remessa e a distribuição da droga no Brasil.

“O tráfico de drogas nunca vai acabar. Podem prender dez Fernandinhos (Beira-Mar). Dez não sei quem. Dez Pavão. Não adianta”, disse a ÉPOCA Jarvis Chimenez Pavão, apontado pela PF como o segundo maior traficante do país. “O Paraguai todo é território do tráfico.” Pavão recebeu a reportagem na penitenciária de Tacumbu, em Assunção, a maior do Paraguai, de onde, segundo a PF, continua a controlar o comércio de drogas para o Brasil. Durante três meses, ÉPOCA realizou um extenso levantamento sobre a vida desses grandes traficantes. Consultou processos judiciais, entrevistou policiais e advogados, visitou cidades dos dois lados da fronteira e constatou que as palavras de Pavão não são uma mera bravata.

Esse esquema empresarial montado pelos novos barões da droga permite que eles comandem o tráfico mesmo presos. É o caso de Jarvis Chimenez Pavão, de 43 anos. Depois de Cabeça Branca, ele é considerado o traficante mais poderoso. Preso em Assunção desde 2009, Pavão continuou a comandar o envio de aviões carregados com cocaína para o Brasil, segundo relatório da Operação Matriz, da Polícia Federal, a que ÉPOCA teve acesso. Ele usava um celular para se comunicar com traficantes no Brasil, diz a PF, que captou as conversas por meio de escutas autorizadas pela Justiça.

Da cadeia em Assunção, o número dois do tráfico mandou matar, por R$ 50 mil, um de seus gerentes que desviava dinheiro da quadrilha, de acordo com a investigação. “Esse cara é um sem-vergonha. Onde já se viu mexer em dinheiro meu?”, disse Pavão, durante conversa com um comparsa que estava no Brasil, captada no dia 9 de abril de 2010. Fazia pouco mais de três meses que o traficante estava no presídio Tucumbu. A conversa prosseguiu. “A parada é o seguinte: 50 contos. 50 contos aí a cabeça desse sem-vergonha”, disse Pavão. Três meses depois, o gerente foi morto a tiros no Rio Grande do Sul.

Mesmo atrás das grades, Pavão conseguia a façanha, segundo a PF, de enviar todo mês meia tonelada de pasta-base de cocaína para o Brasil, carga avaliada em R$ 5,5 milhões. Em comum, Pavão e Paulo Seco têm o mesmo advogado, João Manoel Armoa. Ele afirma que não há provas de que os dois sejam traficantes. “Nunca pegaram um avião do Paulo. Ele não tem patrimônio para ter movimentado esse volume, 1 tonelada de cocaína”, diz. “A condenação de 18 anos de Pavão foi à revelia pela Justiça em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Ele é um pecuarista no Paraguai e planta soja. Não tem prova de que esteja envolvido nos crimes relatados na Operação Matriz.” Uma importante vitória judicial de Pavão ocorreu em setembro de 2010. A Justiça paraguaia absolveu seu filho, José Martinez Mendi Pavão, acusado de traficar 120 quilos de cocaína. Os três juízes que deram a sentença renunciaram ao cargo em maio passado, depois de ter sido acusados pela Justiça paraguaia de favorecer o filho de Pavão.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2011/09/os-novos-donos-do-trafico.html

Pavão inaugura obras em Tacumbú três anos após seu confinamento

A construção do Pavilhão Adventista sobre a biblioteca e almoxarifado na seção VIP da prisão Tacumbú foram realizados pelo narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão logo após sua admissão na prisão em dezembro de 2009. Obras que, segundo o Procurador Geral do Estado, Javier Díaz Verón, não constituiriam crime, foram inaugurados em novembro de 2013.

O escritório de reuniões que o preso brasileiro tinha na prisão de Tacumbú era finamente decorado e tinha computadores com acesso à internet e impressora. /

Jarvis Chimenes Pavão ingressou no setor VIP desde o primeiro dia em que entrou na penitenciária de Tacumbú, em dezembro de 2009, após ser capturado em uma fazenda de gado em Concepción. Naquela época, Blas Llano era o ministro da Justiça, enquanto Julio Acevedo era o chefe da prisão de Tacumbú, conforme confirmado por alguns funcionários da prisão.

Imediatamente Pavão iniciou as reformas das quatro dependências que ocupava no último andar da prisão, acima dos escritórios administrativos.

Dois dos quartos foram decorados e convertidos em dormitórios, enquanto outro foi usado como banheiro e o último foi a sala de reuniões, onde o narco lidou com todos os seus negócios graças aos seus colaboradores.

Quase simultaneamente renovou um salão localizado no mesmo sector da prisão, que mais tarde tornou-se uma biblioteca, e começou a construir o pavilhão Adventista, com capacidade para 120 detentos. Os edifícios eram feitos com profissionais e materiais trazidos de fora, que todos os dias entravam na prisão pelo portão principal.

Todas essas obras foram inauguradas em 18 de novembro de 2013, com a presença da então ministra da Justiça, Sheila Abed; seu vice-ministro Ever Martínez e todas as autoridades penitenciárias.

De 2009 a 2013, quatro ministros da justiça e dois diretores da prisão passaram, e nenhum deles questionou as construções e o luxo em que o narcotraficante Pavão se mudou, explicaram as autoridades ontem.

Não é um crime

Por sua parte, o procurador-geral do Estado, Javier Díaz Verón, disse em uma entrevista de rádio que o luxo em que viveu Pavão não representa nenhum crime.

Díaz Verón também ressaltou que a opulência dos narcotraficantes brasileiros é escandalosa em relação à extrema pobreza em que vivem os demais detentos, muitos dos quais nem sequer têm colchão ou cobertor.

Fonte: http://www.abc.com.py/edicion-impresa/judiciales-y-policiales/pavo-inauguro-obras-en-tacumbu-tres-anos-despues-de-su-encierro-1504645.html

Apesar de tudo isso, a IASD fez questão de noticiar a conclusão dessas obras feitas por Jarvis como resultado de seus próprios esforços, sem sequer mencioná-lo como principal doador, interessado nas Doutrinas da IASD ou mesmo, assumidamente, o patrocinador exclusivo dessas reformas:

Inauguração do templo adventista na prisão de Tacumbú

Um templo adventista foi inaugurado nas instalações da prisão de Tacumbú, no Paraguai

24 de dezembro de 2013

Assunção, Paraguai. Sabendo da importância do evangelismo na prisão de 7 anos tem vindo a implementar a realização de estudos bíblicos na principal prisão do Paraguai Tacumbú, especificamente no Hall 4, sob a direção do pastor do Distrito Central Carlos Parra. Neste lugar há mais de 4000 prisioneiros que buscam a liberdade através da esperança em Cristo.

A Igreja Adventista no Paraguai tomou a iniciativa de construir um templo neste pavilhão com o objetivo de satisfazer a necessidade espiritual dessas pessoas, por isso, no final de novembro, um templo moderno foi inaugurado nas instalações da prisão, sendo um sonho tornado realidade para muitos.

Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades nacionais, como a ministra da Justiça e do Trabalho, Sheila Abed, o vice-ministro da Justiça e do Trabalho, Eber Martinez, e as autoridades denominacionais da Associação Geral, da Divisão Sul-Americana (foto) e da União Paraguaia. (Team ASN, Sofia Galeano).

8 DE SETEMBRO DE 2016
Brasil considera Pavão o contato mais importante do PCC no Paraguai

Ainda que Jarvis Chimenes Pavão diga que não faça parte dos líderes históricos do esquema da perigosa facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), para o país vizinho ele é considerado o maior e mais importante contato do PCC em nosso país e o maior revendedor deste lado a fronteira. “Para o PCC, Jarvis não é um dos líderes mais conhecidos, mas é importante”, disse o jornalista brasileiro Felipe Frazao ao ABC Cardinal.

A primeira notícia de que Jarvis tinha e suas ligações com o tráfico de drogas ocorreu em 1994. A Polícia Federal brasileira prendeu na cidade de Itajaí, estado de Santa Catarina, com um carregamento de 25 quilos de cocaína. Quase duas décadas depois de seu nome começar a ser ligado ao narcotráfico, Pavão foi condenado pelo juiz Odilon Reis a 17 anos e 8 meses de prisão por acusações de porte de drogas no Brasil.

De acordo com o juiz Reis, o narcotraficante Brasiguayo diversificou sua operação após se mudar para o Paraguai, onde foi preso em dezembro de 2009 durante um procedimento conjunto entre as agências norte-americanas, brasileiras e antidrogas.

Jarvis Chimenes Pavão, conhecido como “barão da droga” no Brasil, nasceu na cidade de Ponta Pora, uma cidade no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul e na fronteira com Pedro Juan Caballero, capital de Amambay. Foi da fronteira seca entre os dois países que este homem de quase 50 anos construiu seu império de tráfego.

De acordo com a justiça brasileira, Jarvis comanda o tráfico de maconha, cocaína e pasta base desde o início dos anos 90  e foi centrando operações de Pedro Juan Caballero e outros distritos do departamento de Amambay. Pavão comprou maconha de intermediários distribuídos por Amambay e cocaína para distribuidores bolivianos em Santa Cruz de la Sierra. Sua organização é tão poderosa que possui aeronaves próprias e faz entregas para a região Sul do Brasil, no interior de São Paulo, e para pequenas organizações no interior do estado de Minas Gerais.

Como qualquer pessoa que decidiu incorrer no submundo do submundo da fronteira na província de Amambay, Pavão obteve no momento a bênção do “padrinho” que fazia e desfazia nessa área do país: Fahd Jamil Georges.

O nome do Pavão estava ligado em diferentes oportunidades com o poder político. Não havia distinção de cores ou partes, o importante sempre era ter um aliado a quem recorrer em tempos de necessidade.

Membros de seu ambiente imediato mantinham constante contato com alguns dos deputados que dirigiram um par de anos atrás, um projeto de lei que impediria a sua extradição para o Brasil, embora Pavão diga que suas contas no país vizinho estão praticamente resolvidas.

Atualmente, Jarvis tem um processo aberto perante a justiça paraguaia para um caso de alegado desfalque, uma causa importante cuja expectativa de punição seria de no máximo cinco anos. Isso não seria mais do que uma jogada para impedi-lo de ser extraditado para o Brasil quando estiver cumprindo a sentença pela qual está sendo preso e se preparando em pouco mais de um ano.

Pavão atualmente tem uma sentença de quase 18 anos no país vizinho. Seus advogados asseguram que ele voltaria em pouco tempo se sua extradição fosse dada, já que ele já estava isento de culpa em dois outros casos que haviam sido abertos contra ele: um por lavagem de dinheiro e outro por homicídio.

No entanto, segundo o site do Supremo Tribunal Federal do Brasil, existem pelo menos outros três processos judiciais abertos contra o Pavão no país vizinho, onde ele é considerado um dos maiores traficantes de drogas.

“Eu não acho que os processos que ele tem no Brasil estão chegando ao fim. Nunca na história foi dado que eles pediram a extradição de alguém para liberar rapidamente “, disse Frazao às 730 AM.

Rota livre

Frazao disse ainda que as autoridades brasileiras não acreditam muito na versão da suposta amizade entre Pavão e Jorge Rafaat Toumani, chefe mafioso assassinado em junho passado em Pedro Juan Caballero.

“Rafaat se tornou um obstáculo para os negócios do PCC e do comando do Vermelho. Com sua morte, as autoridades consideram que o esquema do qual Jarvis faz parte tem rotas livres “, disse ele.

Sala de star montada em “cela vip” onde Jarvis Pavão estava preso, no Paraguai (Foto: ABC Color)

Para disfarçar a entrada de materiais de construção, eletrodomésticos e utensílios que colocaria em sua “cela vip”, e também para contar com as vistas grossas da direção, o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão fez uma reforma no setor administrativo do presídio de Tacumbú, localizado em Assunção, capital do Paraguai.

Simultaneamente à reforma de quatro salas no piso superior do setor administrativo, onde se instalou com seus seguranças – também presidiários – Pavão bancou a reforma da biblioteca do presídio e da sala do diretor e ainda financiou a construção do “pavilhão adventista”, com capacidade para 120 detentos.

De acordo com o jornal ABC Color, a reforma do setor vip de Pavão foi feita por operários contratados para as obras oficiais no presídio e o material entrou na prisão todos os dias, pelo portão principal.

Preso desde dezembro de 2009 no Paraguai acusado de narcotráfico e lavagem de dinheiro, Jarvis Gimenes Pavão, que é natural de Ponta Porã, cumpria pena de oito anos no presídio de Tacumbú até a semana passada, quando foi levado para o quartel de um grupo especial da Polícia Nacional, também na capital paraguaia.

A transferência, determinada diretamente pelo presidente da República Horácio Cartes após descoberta de um plano de fuga, causou uma crise política no governo e derrubou a então ministra da Justiça, Carla Bacigalupo, demitida após descumprir a ordem presidencial.

Quando agentes especiais da polícia chegaram ao presídio para a transferência, na noite de 26 de julho deste ano, encontraram seguranças vigiando a “cela vip” de Pavão – um espaço com acabamento de alto padrão, bem diferente da pobreza extrema e abandono das demais dependências da penitenciária.

Pavão também é acusado de ser o mandante da execução de outro narcotraficante da fronteira, Jorge Rafaat Toumani, ocorrida no dia 15 de junho, em Pedro Juan Caballero.

Ministra inaugurou – De acordo com o ABC Color, a reforma oficial do presídio, financiada por Pavão, foi inaugurada no dia 18 de novembro de 2013, com a presença da então ministra da Justiça Sheila Abed e autoridades prisionais do país.

Jarvis Pavão chegou ao presídio em dezembro de 2009 após ser preso em uma fazenda em Concepción, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul. Logo em seguida começou a reformar o setor de quatro salas, no piso superior dos escritórios administrativos.

Dois cômodos foram decorados e convertidos em quartos, outro foi usado como “casa de banho” e o último foi transformado em um escritório, de onde, segundo fontes ouvidas pelo jornal ABC Color, Jarvis Pavão gerenciava os negócios e recebia políticos e cúmplices do crime.

Não é crime – Apesar do escândalo político que a cela vip de Pavão provocou no Paraguai, o procurador-geral do Estado, Javier Diaz Veron, disse em entrevista a uma rádio de Assunção que o fato não representa qualquer crime.

Diaz Veron criticou a “opulência ultrajante” em que o brasileiro vivia em contraste à pobreza extrema em que os outros presos se encontram. Muitos não têm sequer um colchão ou cobertor.

Apesar da interpretação da Procuradoria do governo, o Ministério Público do Paraguai escalou dois promotores de Justiça para investigar o caso.

Fonte: https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/por-regalias-brasileiro-fez-reforma-em-presidio-e-construiu-ala-adventista

Traficante brasileiro é acusado de tramar morte de presidente do Paraguai

Jornal de Assunção publicou hoje que Jarvis Gimenes Pavão ofereceu 5 milhões de dólares pela morte de Horácio Cartes ou algum de seus familiares por perder regalias em presídio paraguaio

O traficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, acusado de mandar matar o ex-sócio e concorrente Jorge Rafaat para assumir o controle do crime organizado na fronteira seca do Brasil com o Paraguai, voltou às manchetes da imprensa paraguaia nesta sexta-feira (2).

O Jornal Hoy, um dos mais influentes do país vizinho, revelou que Pavão ofereceu 5 milhões de dólares pela cabeça do presidente do Paraguai, Horácio Cartes.

De acordo com o jornal, pistoleiros brasileiros estão em território paraguaio para cumprir as ordens de Pavão, que teria determinado a execução de Cartes ou de um de seus familiares como represália por perder regalias após a transferência do presídio de Tacumbú para um quartel do grupo especializado da Polícia Nacional, onde está recolhido há 40 dias.

Dinamite – Em julho, Horácio Cartes determinou a transferência de Jarvis Pavão após a descoberta de um plano de fuga que incluía o uso de dinamite para explodir o muro do presídio. O episódio causou uma crise política e a então ministra da Justiça Carla Bacigalupo foi demitida por não cumprir a ordem presidencial.

Após a transferência, o governo paraguaio descobriu que Pavão vivia no luxo dentro do presídio e ocupava um espaço vip com cinco salas luxuosas, construídas e decoradas por ele com a conveniência de funcionários da cadeia. As celas foram demolidas em agosto.

Prejuízo aos negócios – Citando fontes próximas ao presidente Cartes, o Hoy revela que a ordem de Jarvis Pavão seria uma reação também às ações desencadeadas pelo governo paraguaio contra o narcotráfico, afetando diretamente os negócios da organização criminosa.

A imprensa paraguaia revelou, após a descoberta do “espaço 5 estrelas” no presídio, que Jarvis Pavão tinha inclusive uma sala de reuniões, onde recebia políticos, empresários e comparsas do narcotráfico.

Segundo o jornal Hoy, a ofensiva ao narcotráfico no Departamento de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, é a maior da história do país vizinho e Horácio Cartes se tornou o presidente que mais reprimiu o crime organizado, o que afeta em cheio os negócios do novo chefão da fronteira.

A história de Pavão – Natural de Ponta Porã, onde tem familiares inclusive com influência na política local, Jarvis Pavão se tornou traficante internacional depois que se instalou em Balneário Camboriú (SC) na década de 90 e assumiu a distribuição de drogas na região sul do país.

Condenado a 17 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Santa Catarina, Pavão se refugiou no Paraguai, onde se tornou ainda mais poderoso e se aliou até às Farc (Forças Revolucionárias da Colômbia).

Também se aliou a Jorge Rafaat e foi preso no final de 2008 em uma fazenda na região de fronteira com o Brasil. Em junho deste ano foi acusado de tramar a execução de Rafaat, ocorrida no centro de Pedro Juan Caballero.

Atualmente Jarvis Pavão cumpre pena de oito anos no Paraguai e existe um pedido do governo do Brasil para a extradição dele para o território brasileiro. O processo está em andamento na Suprema Corte do Paraguai.

https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/traficante-brasileiro-e-acusado-de-tramar-morte-de-presidente-do-paraguai

A história de Jarvis Chimenes Pavão, o barão da droga em Santa Catarina

A história do brasileiro que se refugiou no Paraguai revela o caminho de bandidos que conquistam poder, desprezam leis e, mesmo a distância, mantém o domínio sobre criminosos envolvidos com a distribuição e o consumo de entorpecentes

Foto: Andrés Cristaldo, EFE

Um narcotraficante no Paraguai. Um fornecedor de drogas para Santa Catarina. Jarvis Chimenes Pavão, o barão da droga preso no domingo, desafiou a polícia em mais de 15 anos de atuação no tráfico internacional. A história do brasileiro que se refugiou no Paraguai revela o caminho de bandidos que conquistam poder, desprezam leis e, mesmo a distância, mantém o domínio sobre criminosos envolvidos com a distribuição e o consumo de entorpecentes.

Pavão é brasileiro de Ponta Porã, cidade do Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e uma das principais rotas de tráfico de drogas para Santa Catarina. Lá, tinha revenda de carros e empresa de turismo. Mudou-se para Santa Catarina nos anos 1990. Instalou-se em Balneário Camboriú, onde atuaria no comércio de veículos e no tráfico.

Foi quando as polícias Civil e Federal passaram a suspeitar do seu envolvimento com atividades ilícitas e a ligação com o crime organizado do Paraguai. Em 1994, chegou a ser preso em Balneário Camboriú com 25 quilos de cocaína.

Pavão ganhou a liberdade. O cerco policial continuou. A investigação da Polícia Federal apontou que seria responsável por 80% do tráfico de drogas em Balneário Camboriú e Itajaí. De 1994 a 2000, policiais federais reuniram provas do envolvimento de Pavão com o tráfico de drogas e crimes de lavagem de dinheiro.

Com a prisão preventiva decretada pela Justiça catarinense, Pavão figurava como um dos principais traficantes do Estado, segundo policiais. Mas ele fugiu pela mesma rota de onde mandava vir a droga: o Paraguai.

Além de ser um dos grandes produtores de drogas para o Brasil, o Paraguai tem cidades que costumam abrigar foragidos do Brasil. Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi um deles. Assim como Beira-Mar, Pavão escolheu Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã e conhecida como o paraíso da maconha por abastecer bocas de fumo das cidades do Sul e Sudeste do país. Por essa região também passa a cocaína produzida na Colômbia e Bolívia em direção ao Brasil.

— Ele é um dos cabeças no tráfico da região — disse, na época, o delegado da PF em Itajaí, Jorge Nazário.

A polícia descobriu que Pavão criou uma empresa de importação e exportação de cervejas. Mas a operação seria fachada para o tráfico. Em Pedro Juan Caballero, suspeitou-se que fez parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no esquema de troca de armas por cocaína.

O envio de drogas para Santa Catarina

Mesmo no Paraguai, Pavão era apontado por policiais catarinenses como o principal responsável pelo envio de remessas de drogas ao Estado. Um de seus gerentes seria Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, considerado pela polícia como o grande traficante de drogas de Santa Catarina.

De 2000 a 2008, os dois ganharam importância na lista dos mais procurados por policiais. Ameaçado por dois mandados de prisão da Justiça catarinense, Pavão contratou advogados caros. Mesmo com habeas-corpus que lhe deu o direito de responder ao processo em liberdade, não se entregou e passou a ser procurado também pela polícia do Paraguai e a Interpol (Polícia Internacional).

Polícia quer apurar outros crimes

A transferência de Pavão para Santa Catarina depende da Justiça paraguaia. A Polícia Federal, em Brasília, manifestou o pedido de remoção ao Brasil. Policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) enviaram os mandados de prisão do Estado para as autoridades do Paraguai.

Para o delegado Alexandre Kale, da Deic, a prisão de Pavão rompe uma das principais frentes de envio de drogas para Santa Catarina. O delegado afirma que a polícia tem interesse em interrogá-lo para a apuração de uma série de crimes como lavagem de dinheiro, associação ao tráfico, roubos e clonagens de veículos e até assassinatos.

No Paraguai, Pavão declarou que tinha planos de se entregar as autoridades brasileiras em 2010. Segundo publicou o site Campo Grande News, o narcotraficante desconversou sobre as acusações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios.

— Não sou santo, mas tampouco mandei matar alguém. Sou evangélico, há quatro anos leio a Bíblia — teria dito.

Ele teria intenção de ser extraditado para o Brasil por não confiar na Justiça paraguaia. O motivo seria a prisão de seu filho, há dois anos, e que ele afirma ser inocente. Pavão disse que se mudou mais de 60 vezes nos últimos anos para garantir sua segurança e despistar os agentes.

Sobre as acusações em Santa Catarina, o seu advogado nomeado pelo Estado na época, José Álvaro Machado, declarou que Pavão se dizia inocente e que foi condenado mais por “fama”. O traficante deverá cumprir 12 anos e dois meses de prisão por associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Agora, um outro barão da droga segue procurado pela polícia. Trata-se do gaúcho Erineu Domingo Soligo, o Pingo, condenado no Brasil a 40 anos de prisão.

Fonte: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2010/01/a-historia-de-jarvis-chimenes-pavao-o-barao-da-droga-em-santa-catarina-2765383.html

Justiça do Paraguai confisca fazendas ligadas ao traficante brasileiro Jarvis Pavão

Imóveis rurais estariam registrados em nome da irmã dele

A justiça do Paraguai confiscou fazendas do narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Chimenes Pavão, condenado por lavagem de dinheiro naquele país e atualmente recluso por outras condenações no Brasil, no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Conforme decisão da juíza Ana Maria Llanes, publicada pelo jornal paraguaio ABC Color, as propriedades estão em nome da irmã dele, Nair Chimenes Pavão, e ficam nas regiões de Concepción, Pedro Juan Caballero, Horqueta e Yby Yaú.

Pavão foi extraditado para o Brasil em 27 de dezembro do ano passado, sob forte esquema de segurança. Em julho, ele que é um dos pioneiros do Narcosul, esquema de distribuição de entorpecentes que opera em toda a América do Sul, foi condenado a 13 anos e seis meses de reclusão. Segundo sentença da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS), ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Suçuarana, há quatro anos, pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico.

De acordo com o MPF, Pavão atuava na fronteira com o Paraguai, entre as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, investindo na importação de cocaína da Bolívia. A droga era armazenada em fazendas localizadas em solo paraguaio e, em momentos oportunos, era despachada a traficantes brasileiros pelo território de Mato Grosso do Sul. Na ocasião da denúncia do MPF, Jarvis estava preso no Paraguai, aguardando sua extradição para o Brasil e, por isso, acabou sendo julgado em separado dos demais denunciados pela operação.

A investigação consumiu um ano de trabalho. As apreensões de drogas feitas a partir das investigações ultrapassaram a marca de uma tonelada de cocaína. Em julho de 2015, a Justiça Federal condenou outras onze pessoas que participavam da organização que usava caminhões de uma empresa de transportes especialmente preparados para traficar a droga do Mato Grosso do Sul para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Pavão, já havia sido condenado em maio deste ano pela 5ª Vara Federal de Caxias do Sul (RS) por tráfico internacional de drogas em outra denúncia.

Fonte: https://www.correiodoestado.com.br/cidades/justica-do-paraguai-confisca-fazendas-ligadas-ao-traficante-pavao/337734/

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