@paulo X @apolo: Quem seria o maior Bible Digital Influencer hoje?

Os conflitos demonstram falta de espiritualidade e distanciamento de Cristo

Menos eu e mais Cristo, menos mundo e mais espírito. As palavras de Paulo nunca ressoaram tanto no meu ouvido quanto nos últimos dias. Não sei se pela proposta de estudo da escola sabatina deste período ou se pelo momento em que passamos na igreja, no país e no mundo. Aliás nunca ví assunto tão apropriado, qual seja: Unidade em Cristo. Quem o propôs certamente é uma das poucas pessoas na igreja que acredito estar mesmo em sintonia com Cristo. Sim, porque vejo pouquíssimos vestígios de Cristo nas pessoas, nos cultos, encontros, posturas, sermões, … nada, nada. Talvez porque eu mesmo não esteja em sintonia também! Vai saber.

Confesso que sou fã do apóstolo Paulo e me alegrei quanto fizemos o estudo sobre sua vida, obra, suas reflexões e seu sofrimento. Toda vez que me vem a passagem de Gálatas 2:20 me emociono por ver a minha pequenez e o quanto estou distante …. muitíssimo distante da sua comunhão “[…] logo, já não sou eu que vive, mas Cristo vive em mim […]” .

Me pergunto hoje se alguém teria a grandeza e sua humildade demonstrada tantas vezes na bíblia, a conferir, por exemplo, em 1 Coríntios 3:1-9. Paulo poderia se encher de orgulho por ter seguidores e competir com Apolo por mais likes, afinal, a moeda que vale hoje é a visibilidade, a fama, o quanto influenciamos as pessoas. Imagine Paulo com um poderoso Facebook, quem sabe Twitter, Instragran, YouTube, enviando fotos, vídeos, textos (e o diabo a quatro) de cada cura, de cada conversão, de cada viagem. Ao invés de Carta aos Coríntios, Post aos Coríntios. Que loucura! Poderia inclusive competir com Apolo para ver quem é, de fato, o maior Digital Influencer. Mas nãaaao, nada disso! Procurou logo desfazer esse mal entendido: […] Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus.”.

Mas da mesma forma que não existe o corrupto sem corruptor, não existe o ídolo sem os idólatras nem mesmo bajulado sem bajulador. O povo adora materializar as coisas, tem dificuldade com o abstrato, não se dá bem com o Deus invisível e, por isso, trata logo de criar imagens, gestar ídolos e construir verdadeiros monstros. Estamos cheio deles por aí: um pregador com boa oratória, um apresentador performático e arrogante, um teórico alarmista que nos aterroriza com suas conjecturas sobre o fim dos tempos, um pastor que faz fieis caírem no chão – esse “circo” copiado dos neopetencostais.

Mas não fica só aí não, pois existem os mais discretos, aqueles intelectualizados – para explicar o post, escrevem em duas páginas e fazem a referência bibliográfica em 4 ou 5. Citam Eric Hobsbawm, Karl Marx, Engels, Bobbio – nada de José da Silva. Meu Deus! quanta autoridade! exclamam os desavisados seguidores. Eu, por outro lado, afirmo que, por militarem no dois campos (religioso e acadêmico) aprenderam direitinho como se faz uma bela fraude acadêmica. Esses aproveitadores de fieis incautos são aqueles que negam veementemente a vaidade. No fundo são os Bible Digital Influencer , que lutam desesperadamente pela sua Hotmart, seu sucesso digital – quanto mais polêmica, melhor, que se dane a Unidade da Igreja. Parecem com BBBs da TV Globo ao “saírem da casa” – vendidos por pouca prata.

Culpa nossa! Infelizmente é da nossa natureza necessitar de mediadores, de uma “mãozinha” para interpretar e entender. Já dizem os redatores: Nada de textos grandes! Conte toda a história em um parágrafo. Me admira se você chegou até aqui no texto! Ninguém lê nada e nem pense em reflexão! Pensar dói! Melhor os posts com pós-verdades e releituras criminosas da história, confeccionados por quem não tem compromisso com a verdade e sim com o seu sucesso profissional. São desonestos academicamente.

Já lí sobre a Síndrome de Júpiter e de Mercúrio que tem referência com o que descreve Lucas em Atos 14: 11-18. O que todos querem hoje é justamente o que Paulo e Barnabé, com muita dificuldade, dispensaram em Listra após curarem o homem coxo. Quiseram, de toda forma, adorá-los. Os dois, ao perceberm a armadilha do inimigo, declinaram veementemente do “convite”. “ […] Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo […]”. Mas a recusa do “convite” não lhes caiu bem e por isso apedrejaram Paulo. A lógica foi mais ou menos assim: Não querem ser adorados? Então vão ser linchados!

Voltando à intelectualidade, entendo que os mestrados e doutorados, e toda sapiência por eles oportunizada, deveriam nos servir para “baixarmos a bola” e ficarmos bem longe da vaidade. Se leu mesmo Bobbio, deveria ter presente seu pensamento: “cada vez sabemos menos”. É sabido que com a vaidade vem a arrogância, a intolerância, a inveja e tudo mais que nos leva à inutilidade para com os propósitos de Deus. Nos desumaniza na medida em que nos coloca numa posição que Jesus mesmo rejeitou – ao invés de ser servido, serviu – e por isso mesmo nos afasta da seguinte premissa básica: “ à imagem e semelhança de Deus”.

Não quero crédito com esse texto. Foi apenas uma reflexão que me veio após o culto de hoje (02/11/2018) em casa – minha mulher, minha filha e eu. Alguns starts que me ocorreram, apesar dos parcos conhecimentos bíblicos que tenho. Start, será mesmo? Vai saber. Antes de começar sempre pedimos, em oração, que Deus nos conceda o Espírito Santo, sem o qual estaríamos perdidos.

Vou assiná-lo apenas como:

Um Adventista

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