Integrante de quarteto procura polícia para denunciar ato de racismo em igreja adventista de Goiânia

Pedro Henrique Santos, de 22 anos, relatou que ancião local não permitiu apresentação porque ele não estava adequado, segundo ele, por conta do seu cabelo

07/06/2021 – 17:24

Fontes: O POPULAR, CBN e MAIS GOIÁS

O músico Pedro Henrique Santos, de 22 anos, procurou o 8º Distrito Policial de Goiânia, na tarde desta segunda-feira (7), para registrar uma denúncia de um ato de racismo, segundo ele, ocorrido na Igreja Adventista do Sétimo Dia do Residencial Solar Ville, na capital.

No último sábado (5), o quarteto de música gospel Cônsagrus, do qual Pedro é vocalista, foi convidado para se apresentar na vigília da igreja entre 19h e meia-noite. Mas, segundo o cantor, antes do início do evento o ancião local o barrou por conta do seu jeito e do seu cabelo black power. “Todos ficamos sem entender direito o que havia acontecido. Fiquei abismado em vivenciar aquilo e decidimos ir embora. Naquele momento foi melhor assim”.

O quarteto de Pedro se chama “Cônsagrus”. Estava combinado que eles cantariam em uma celebração naquele dia. Mas uma das organizadoras do evento teria dito que ele não poderia cantar por uma decisão do ancião. O ancião, segundo ela, afirmou que Pedro “não tinha o jeito adequado” para se apresentar.

Pedro relata que ouviu esta justificativa da própria organizadora.

Reportagem da CBN Goiânia

Por conta do ocorrido, os outros integrantes do quarteto decidiram também não se apresentar e alguns dos organizadores chegaram a pedir desculpas pela atitude do ancião”. Conforme Pedro, que é músico desde os 12 anos e sempre se apresentou em instituições religiosas em Goiás, algo semelhante nunca havia ocorrido. “Foi uma sensação ruim. Foi a primeira vez que acontece comigo, eu sempre cantei”, lamenta.

 

Para Pedro, episódio não vai abalar a relação dele com a fé e com a igreja. “Isso não muda o que acredito. Não vai me tirar da igreja, pois faço isso para Deus acima de qualquer coisa. Mas se for para impedir que outros passem pela situação que eu passei, espero que sejam punidos”.

Em nota, a Igreja Adventista do Sétimo Dia em Goiás relatou que não compactua com nenhuma forma de discriminação e que está apurando um possível desentendimento entre seus membros no último sábado (5). “A instituição lamenta que ele tenha se sentido ofendido nessa ocasião. Ao mesmo tempo, a igreja reforça seu posicionamento e orientação totalmente favoráveis ao tratamento amorável, cordial e bondoso em relação às pessoas que se aproximam da comunidade adventista. Inclusive o amor ao próximo e o acolhimento são aspectos permanentemente trabalhados junto à liderança das congregações”.

Confira a nota na íntegra:

Esclarecimento

A Igreja Adventista do Sétimo Dia em Goiás esclarece que não compactua com nenhuma forma de discriminação e que está apurando um possível desentendimento entre seus membros no último sábado (5), envolvendo uma pessoa que se sentiu vítima de algum tipo de discriminação. Vale ressaltar que o membro em questão possui um ministério musical e tem se apresentado em diversas congregações adventistas do estado, há anos. A instituição lamenta que ele tenha se sentido ofendido nessa ocasião.

Ao mesmo tempo, a igreja reforça seu posicionamento e orientação totalmente favoráveis ao tratamento amorável, cordial e bondoso em relação às pessoas que se aproximam da comunidade adventista. Inclusive o amor ao próximo e o acolhimento são aspectos permanentemente trabalhados junto à liderança das congregações.

A igreja reitera, ainda, que foi votada, em âmbito mundial, no ano de 2020, uma declaração sobre racismo, sistema de castas, tribalismo e etnocentrismo. O documento norteia as ações das igrejas locais nesse sentido. Além disso, a organização já possuía uma declaração contrária ao racismo, datada de 1985.

O documento, do ano passado, afirma que “mantemos nossa fidelidade aos princípios bíblicos de igualdade e dignidade de todos os seres humanos diante das tentativas históricas e contínuas de usar cor da pele, lugar de origem, casta ou linhagem percebida como um pretexto para um comportamento opressivo e dominador. Essas tentativas são uma negação de nossa humanidade compartilhada, e deploramos toda agressão e preconceito como uma ofensa a Deus”.

Diante dos fatos, a Igreja Adventista em Goiás se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o caso.

Assessoria de Imprensa da Igreja Adventista em Goiás

1 comentário em “Integrante de quarteto procura polícia para denunciar ato de racismo em igreja adventista de Goiânia”

  1. Se Jesus fosse na iasd, o povo iria expulsar ele. Ponto ridículo que esses anciões chegaram, são patéticos teologicamente, se acham os pastores da área e apenas passam vergonha. O ancião em questão de fosse homem de verdade aparecia em público e segurava a fala dele. Fico pensando um cara desses indo na África em uma igreja adventista, o que ele iria falar?

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