“Comunismo-cristão” une a IASD, através da ADRA, em estranha parceria com o governo Flávio Dino, no MA

Governador Flavio Dino elogia nova parceria governamental com a ADRA por meio do Programa da Escola Adventista de Futebol Gol da Esperança

Por Andy Roman

O governador Flavio Dino (terceiro a partir da esquerda) visita a Escola de Futebol da Igreja Adventista.

Dois meses atrás, relatamos que a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), a agência de ajuda humanitária da Igreja Adventista do Sétimo Dia, estava abrindo novos campos de futebol no Brasil. [1] Acontece que na quinta-feira, 2 de setembro de 2021, o governador Flávio Dino, do estado do Maranhão, localizado no Nordeste do Brasil, visitou a Escola de Futebol Adventista do Sétimo Dia “Gol da Esperança” para expressar que “ a ação de a Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais da Igreja Adventista (ADRA-MA) é apoiada pelo Governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte ”. [2]

O governador Flavio Dino não perdeu tempo exaltando as virtudes desta nova “parceria” com a ADRA enquanto “reafirma” este “modelo de participação governamental”. O governador disse:

“Hoje, celebramos outra união com o apoio a um projeto esportivo liderado pela Igreja Adventista, que alcançará 100 crianças. O papel do Governo é apoiar para que tenha sucesso. Estamos reafirmando um modelo de Governo com a participação de todos, para que os direitos cheguem a todos, no caso, os filhos de São Luís”. [2]

Os adventistas do sétimo dia também retribuíram o amor, já que o diretor do projeto da ADRA, Marcos Roberto, também ” parabenizou a parceria com o governo ” e disse:

“O diretor do projeto da ADRA-MA, Marcos Roberto, parabenizou a parceria do Governo. ‘ Tivemos a alegria e a honra de sermos parceiros do Governo , para dar apoio e para que este projecto se tornasse realidade. Esse apoio vem para dar uma estrutura para que possamos proporcionar a essas famílias esporte , treinamento, educação e oportunidades. Nós, como agência humanitária, temos esse compromisso. ‘ ” [2]

Parece que o governo encontrou um novo parceiro para ajudar a acelerar acampamentos de futebol competitivos no Nordeste do Brasil. A notícia já é oficial. ADRA se associou ao governo em uma nova aliança. O governador Flavio Dino não apenas visitou a Escola de Futebol da Igreja Adventista, mas o Secretário de Estado para Relações Institucionais e o Secretário de Esportes Recreativos também estiveram presentes . [2] E de acordo com o governador, essa cooperação com a ADRA para organizar acampamentos de futebol, treinar crianças e sediar jogos competitivos (não adianta organizar a não ser que eles vão competir) está tudo de acordo com a “Lei de Incentivo ao Esporte” do Brasil. [2]

Tudo isso pode estar de acordo com a lei do Brasil, mas e a lei de Deus? Por décadas, academias, faculdades e universidades adventistas têm apoiado programas de esportes competitivos em seu campus. Quando o Battle Creek College se envolveu com esportes, que incluíam “chutar bolas de futebol” e “educar” os alunos em “jogos questionáveis ​​que deveriam fazer todo cristão enrubescer de mortificação” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 225), Ellen White implorou ao Igreja:

“Por amor de Cristo, pare o Battle Creek College e considere os trabalhos posteriores sobre o coração e o caráter e princípios dessas diversões copiadas à moda de outras escolas. Você tem progredido constantemente nos caminhos dos gentios , e não no exemplo de Jesus Cristo. Satanás está no terreno da escola; ele está presente em todos os exercícios da sala de aula. Os alunos que tiveram suas mentes profundamente excitadas em seus jogos, não estão na melhor condição para receber a instrução, o conselho, a reprovação, o mais essencial para eles nesta vida e para a futura vida imortal. ” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 225).

“Eles agem como se a escola fosse um lugar para se aperfeiçoarem no esporte, como se esse fosse um ramo importante de sua educação, e vêm armados e equipados para esse tipo de treinamento. Tudo isso está errado, do começo ao fim. Não é de forma alguma apropriado para este tempo; não qualifica os jovens para saírem como missionários, suportar adversidades e privações e usar suas faculdades para a glória de Deus ”(Manuscript Releases, Vol. 2, p. 218).

Estou bem ciente de que tal conselho cai em ouvidos surdos. Existem algumas coisas que quase nunca mudam. Simplesmente parece não haver urgência em resistir à tentação ou atender às advertências do profeta:

“Outros jogos atléticos, embora não tão brutalizantes, são dificilmente menos questionáveis, por causa do excesso a que são transportados. Eles estimulam o amor ao prazer e excitação, fomentando assim uma aversão ao trabalho útil, uma disposição para evitar deveres e responsabilidades práticas … Assim se abre a porta para a dissipação e a ilegalidade, com seus terríveis resultados ”(Conselhos sobre Saúde, pp. 189, 190).

Sim, as crianças precisam de exercícios físicos. Não é apenas prejudicial ao corpo negligenciar os exercícios, mas também prejudicial à mente e à disposição do indivíduo. Mas os esportes competitivos não são a resposta. Os jogos competitivos não são o único tipo de exercício físico. Não precisamos violar um princípio para defender outro.

Seria igualmente prejudicial jogar um jogo em que o objetivo final é se destacar e vencer por meio da força bruta e da agressão. Afinal, qual é o objetivo principal de jogar qualquer tipo de jogo? É para ganhar ou para se divertir? E quando o foco é vencer, o esporte deixa de ser um jogo e passa a ser mais uma batalha.

O maior esporte competitivo conhecido pela humanidade é a guerra. Aqui eles lutam até a morte. Então, de quem é o espírito predominante em muitos desses jogos competitivos, de Cristo ou de Satanás? Lembre-se, é Lúcifer quem está competindo com Deus para derrubar Seu Reino e Sua lei, e a rivalidade do diabo continua aqui na terra até hoje.

O espírito de competição é o espírito do mundo. Está em todo lugar. É na guerra, nos videogames, nos esportes competitivos, nos casamentos, nos lares, nas escolas, na sala de reuniões e no local de trabalho. A competição chegou até a entrar na igreja. Vemos isso em prêmios pastorais pelo número de batismos. Vemos isso nos prêmios colportores pelo número de vendas de livros. Vemos isso nas escolas da igreja por meio de notas e graduações. Vencer, vencedor, sendo o nº 1, o campeão, o conquistador e o herói – todas essas são maneiras sofisticadas de encobrir nosso espírito de competição.

À medida que a sociedade continua a abandonar todos os padrões morais da palavra de Deus, terríveis tentações serão impostas aos nossos jovens cristãos. Temos que ajudá-los a estar no mundo, mas não a fazer parte dele. Temos que ajudá-los a viver com graça e retidão enquanto estão cercados pela impureza moral. Nosso dever é ajudar os jovens a assumirem o caráter de Jesus e se tornarem missionários e embaixadores de Cristo, para que possam trabalhar com entusiasmo e poder para ajudar a apressar a vinda do Senhor.

Fontes

[1] http://adventmessenger.org/we-have-lost-the-vision-adra-opens-new-soccer-camps-in-brazil/

[2] https://www.ma.gov.br/agenciadenoticias/?p=318052

Os capelães do comunista

Ao redor de uma muda de pau-brasil recém-plantada no jardim do Palácio dos Leões, cinco homens engravatados oram pelo crescimento da árvore. Dias depois, no mesmo local, a sede do governo do Maranhão, uma situação semelhante: homens com fardas militares rezam de mãos dadas. À frente de ambos os eventos, públicos, estava o comunista Flávio Dino. Com uma Bíblia na mão e a outra levantada, o governador rezava de olhos fechados. Repetia os améns bradados por pastores. Pedia para seu governo e seus seguidores serem abençoados. Protagonizadas pelo político do PCdoB, as cenas — e os pedidos — se tornaram comuns em órgãos públicos e igrejas evangélicas de São Luís e do interior maranhense. Não só por temor a Deus. Para agradar às lideranças evangélicas locais, o governador reeleito em 2018 arranjou-lhes uma boquinha inusitada: nomeou capelães para as forças de segurança.

Comuns nas Forças Armadas, onde ingressam por meio de concurso público, os capelães podem celebrar missas e cultos, presidir casamentos, fazer palestras e atuar em casos de extrema-unção. No caso do Maranhão, eles prestam “serviços religiosos” nas polícias Civil e Militar, no Corpo de Bombeiros e na Secretaria de Administração Penitenciária. São tantos que o estado se tornou a unidade federativa com o maior número de funcionários contratados para essa finalidade. Todos pagos com dinheiro público, claro.

O contribuinte já gastou menos com sacerdotes. O insólito, e ao mesmo tempo surpreendente, é o fato de a chegada de um comunista ao poder ter turbinado a prática. Até a ascensão de Dino ao poder, o Maranhão contava com 14 cargos de capelão. Por meio de três leis do governador, aprovadas pela Assembléia Legislativa, foram criadas outras 46 vagas. No mais recente levantamento realizado pelo Ministério Público estadual, 39 dos 60 postos estavam ocupados. Todos os capelães foram nomeados pelo governador, que tem a prerrogativa de escolher, empossar e exonerar os escolhidos para o posto de acordo com seus critérios. A lei estadual reza que para ser conselheiro religioso no Maranhão não é necessário enfrentar concurso público. O salário para exercer a função, na qual não há cobrança de horário ou desempenho, não é nada desprezível: chega a 21 mil reais. Uma verdadeira sinecura patrocinada por Dino.

Para se ter uma ideia da discrepância, São Paulo, o mais populoso e mais rico estado do país, não conta com nenhum capelão. O mesmo vale para estados como o Paraná, Rio Grande do Sul, Amapá e Rondônia. Com cinco cada, Alagoas, Minas Gerais e Rio Grande do Norte aparecem em segundo lugar na lista de estados com mais “ministros religiosos”, como eles são conhecidos no meio militar. Ainda assim, nesses casos, os capelães ingressaram por meio de seleção pública, como qualquer policial ou bombeiro.

Os números do Maranhão chamam ainda mais a atenção, enfatize-se, por se tratarem de nomeações feitas por um comunista. Comunistas, afinal de contas, costumam rechaçar qualquer crença religiosa. Karl Marx, em seu Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel, escreveu que “a religião é o ópio do povo”, “uma ferramenta de continuidade da opressão da classe trabalhadora pelas classes dominantes”. Não é por outra razão que não há liberdade religiosa em países comunistas, como China e Coreia do Norte, onde fiéis, em especial os cristãos, são punidos com prisão e até morte.

ReproduçãoReproduçãoDino com os aliados em frente ao palácio: comunista, mas com reservas

O pecado venial, por assim dizer, pode ter um preço, porém. As nomeações dos religiosos e a possível atuação deles na campanha que levou à reeleição de Dino, em 2018, pode custar a cassação do mandato do comunista, do seu vice, Carlos Brandão, filiado ao PRB, e dos senadores Weverton Rocha, do PDT, e Eliziane Gama, do PPS, todos da mesma coligação. Eles são acusados de abuso de poder político e econômico ao se aproveitar dos cargos que ocupavam para empossar os capelães e se fortalecerem com os segmentos religiosos. Adversários sustentam que os capelães pediram votos para Dino e aliados tanto nas igrejas quanto nos órgãos públicos onde atuam. A apuração está em andamento. “Após os depoimentos das testemunhas de defesa e de acusação, vou reunir as provas e analisá-las, para fazer o parecer”, diz o procurador eleitoral Juraci Guimarães.

Além do suposto uso político das nomeações, o procurador investiga a constitucionalidade das leis estaduais que deram a Flávio Dino o direito de escolher e exonerar os capelães como e quando quiser. O procurador já sabe, por exemplo, que dos 39 capelães nomeados por Dino que estavam exercendo a função à época de um levantamento feito por sua assessoria, 16 eram filiados a partidos políticos. A lista tinha inscritos no PT, PR, MDB, PRB, PDT e PSC. Dos postos criados por Dino, dez foram destinados à Igreja Católica e os demais a evangélicos. A maioria é formada por pastores da Assembleia de Deus. Também há parentes de pastores.

A relação de Dino com a instituição remonta a 2015. Ao assumir o governo, ele foi apresentado ao presidente da Assembleia de Deus em São Luís, pastor José Guimarães Coutinho. O religioso comanda 110 pastores na capital maranhense e se comprometeu a ajudá-lo a arrebanhar votos dos fiéis. A aproximação fez parte de um cálculo político importante. O governador era malvisto pelo rebanho por empunhar bandeiras como o casamento entre pessoas do mesmo gênero. Em troca do apoio, Coutinho ganhou dois cargos de capelão. Para um, indicou o filho, Jessé Coutinho. Para o outro, o pastor Fábio Leite, até então um líder evangélico ligado à família Sarney, arqui-inimiga de Dino. Ambos receberam a patente de tenente da Polícia Militar.

“A gente não faz política. A gente só orienta os fiéis sobre as propostas dos candidatos, mas deixando todo mundo sempre livre para escolha, como prevê as nossas leis constitucionais”, disse Coutinho a Crusoé. Ele se recusou a falar sobre as nomeações de capelães, assim como a do filho e de Fábio Leite. O mesmo Coutinho, que jura não se meter em política, há um mês, em um culto no principal e maior templo de sua igreja, anunciou ao microfone para uma multidão que o pastor Fábio Leite é pré-candidato a vereador de São Luís nas eleições de 2020. Com apoio da Assembleia de Deus.

Não há fronteiras para a confusão entre política e religião no estado. No afã de agradar às lideranças religiosas, Dino chegou a promover uma espécie de milagre. Graças a ele, um militar subiu três patentes no mesmo dia e em corporações diferentes. Raimundo Gomes Meireles era 1º tenente da PM até 19 de janeiro de 2018, quando foi exonerado pelo governador. Na mesma edição do Diário Oficial do Maranhão, o nome de Raimundo Gomes Meireles foi publicado com o posto de coronel capelão do Corpo de Bombeiros do estado. Com isso, ele elevou também o salário. Saltou de 9 mil para 16 mil reais.

Procurado por Crusoé, Flávio Dino respondeu por meio de nota oficial. Ainda assim, não respondeu tudo. O texto afirma que os salários dos capelães variam de “acordo com a patente”, mas não explica os gastos totais com a nomeação dos escolhidos nem os critérios utilizados nem as razões que o levaram a criar tantos cargos. Hoje o governador comunista é um frequentador assíduo dos templos da Assembleia de Deus. Nos cultos, fica sempre na primeira fila e, às vezes, é chamado a falar no púlpito. Nunca na história se viu tanto evangélico bater palma — e continência — para comunista.

Fonte: https://crusoe.com.br/edicoes/80/os-capelaes-do-comunista/

Flávio Dino e as igrejas…

Marco Aurélio D’Eça

Dino entre evangélicos na campanha: navegação entre católicos e evangélicos

Dino entre evangélicos na campanha: navegação entre católicos e evangélicos

Tido como ateu até 2008, quando disputou a primeira eleição majoritária de sua trajetória política, o governador Flávio Dino (PCdoB) reforçou mais os laços com as igrejas durante a campanha eleitoral de 2012, quando apoiou o evangélico Edivaldo Júnior (PTC) para prefeito de São Luís.

Foi a partir de então que ele começou a se declarar comunista-cristão, saiba-se lá o que isso quer dizer.

O epíteto criado por Dino foi alvo de críticas do jornalista Roberto Kenard, no artigo “Flávio Dino precisa se definir: ou é comunista, ou é coroinha”, publicado neste blog em 31 de julho de 2013. (Releia aqui)

Na campanha de 2014, Dino navegou, ora pelo catolicismo fervoroso – com direito a Tau no pescoço e recebimentos de bênçãos e unção de padres -, ora como evangélico fundamentalista, declarando-se “Servo do Senhor”, em discursos no interior do estado.

A autodenominação “Servo do Senhor”, gerou, inclusive, críticas deste e de outros blogs, censurada pelo comunista com ações na Justiça Eleitoral. (Relembre aqui)

Leia também:

Ainda sobre o Dino “servo do Senhor”…

O comunismo e a religião…

As doutrinas do “intelectual” Flávio Dino…

Flávio Dino ontem e hoje…

Eleito governador, começaram os problemas, sobretudo com a Igreja Católica, mais ativista e com membros mais preparados socialmente que a igreja evangélica – em grande parte alienada pela cultura da “espera pelos céus”.

Símbolo da oposição do Cristianismo ao Comunismo

Símbolo da oposição do Cristianismo ao Comunismo

Logo no início, sua política de Segurança foi criticada por setores da igreja ligados aos direitos humanos, após documento da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos apontar que Dino estaria dando “licença para matar” aos policiais maranhense, como ação de combate à violência. (Releia aqui)

A violência é, portanto, o principal ponto de atrito entre Dino e a igreja católica no Maranhão.

Crise esta que culminou com a crítica do padre Roberto Perez e a tentativa do governador de desmoralizá-lo, utilizando-se da rede de comunicação financiada pelo estado e em seu próprio perfil na rede social Twitter.

Mas tudo perpassa pela confusão intelectual do próprio Dino, que não se decide se é ateu, comunista, cristão, evangélico, católico.

Ou simplesmente governador…

Fonte: https://www.marcoaureliodeca.com.br/2015/06/29/flavio-dino-e-as-igrejas/

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