O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou em entrevista à TVE que o mundo e a humanidade estão em um momento “muito perigoso” e em “alerta vermelho” devido ao conjunto da pandemia, das mudanças climáticas e dos conflitos crescentes.
“Por um lado temos uma pandemia que o mundo não é capaz de combater com solidariedade e cooperação”, lamentou, destacando a desigualdade na vacinação entre países e continentes. “É bobagem: com um vírus que se espalha muito rápido no sul, a possibilidade de mutações está aumentando, e sabemos que algumas podem tornar o vírus imune às vacinas”.
Em relação às mudanças climáticas, ele reiterou sua previsão de que em 2030 poderá haver um aumento de 2,7 graus na temperatura até o final do século.
Por último, os conflitos se multiplicam e “profundas divisões geopolíticas”, com o crescente antagonismo entre os EUA e a China, “não permitem uma intervenção internacional”.
“Devemos encontrar maneiras de evitar uma nova guerra fria com consequências muito dramáticas para o futuro do planeta e da comunidade internacional”, pediu Guterres. O secretário-geral da ONU disse que mais operações de “imposição da paz e contra-terrorismo” são necessárias, especialmente na África.
“Sou a favor da ONU, com o Conselho de Segurança e o mandato do Capítulo 7 e fundos garantidos, apoiando a constituição de forças africanas para enfrentar os terríveis desafios de grupos insurgentes e terroristas como no Sahel, na República Democrática do Congo e Moçambique.”