Silêncio no Tribunal: Acusações Contra Pastor Adventista Impressionam Juiz -
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(Convém ler primeiro, o capítulo anterior. Clique
aqui.)
O pastor da pequena igreja ASD (Adventista do Sétimo Dia) foi representado
por um advogado judeu. Os ministros da Corporação da Associação Geral dos
ASD foram representados por advogados católicos e batista. Mas eles estavam
inseridos num cenário maior que você precisa conhecer. Dividi-o em sete
partes:
- Em essência, aqueles que estavam assentados na mesa da direita estavam
representando Associações de igrejas ASD, pessoas ASD e instituições ASD
ao redor do mundo. E em essência, todos os ocupantes da mesa da esquerda,
estavam representando igrejas ASD não ligadas a uma Associação, pessoas e
instituições adventistas independentes ao redor do mundo.
- Todos aqueles da mesa da direita tinham consciência de que estavam
representando o bom nome da igreja de Deus. Os irmãos da mesa da esquerda
também imaginavam estar representando o bom nome da igreja de Deus.
- Na mesa da direita, todos imaginavam estar-se levantando em defesa de
direitos garantidos por lei. O mesmo acontecia na mesa da esquerda.
- Os dois grupos utilizavam expressões idênticas, como "igreja",
tendo essas palavras e frases significado diferente para cada lado. Durante
o julgamento, os advogados esclareceram ao juiz qual o real significado de
cada expressão usada por seus clientes. O significado dessas palavras era
tão vital que o resultado de todo o julgamento parecia depender da correta
compreensão dessas expressões pelo juiz. Dependia de como ele as
interpretaria à luz da lei. Aqueles que estavam na mesa da direita
definiram o significado das expressões que utilizavam a partir de
documentos e decisões registradas em reuniões da Associação Geral após
o estudo da Bíblia e do Espírito de Profecia. Para eles, o sentido dessas
palavras teria ficado ainda mais evidente através de seu uso no Manual da
Igreja e no cotidiano de igrejas, membros e instituições ASD ao redor do
mundo. Na mesa da esquerda, a significação das expressões também vinha
da Bíblia e do Espírito de Profecia.
- O significado das expressões assumido pelos irmãos da mesa da direita
teria o apoio da maioria dos ASD ao redor do mundo e, a partir de 1980, da
lei de marcas registradas e do Estado e de autoridades federais
norte-americanas. O sentido de palavras-chave usadas pelos irmão à
esquerda não possuía o apoio de ninguém sobre a face da Terra, exceto
"adventistas históricos" e algumas pessoas cristãs espalhadas
por diferentes denominações evangélicas.
- Tudo que os advogados da AG
(Associação Geral) e de todos aqueles que eles oficialmente representavam
naquele momento, tinham de fazer para ganhar a questão era persuadir o juiz
quanto a um único ponto, o significado das expressões "Adventistas do
Sétimo Dia" e "igreja" conforme interpretados pela
Corporação da AG, garantido pela lei de marcas registradas dos EUA e
aceito pelos tribunais, autoridades federais, o Estado, a Igreja ASD e
membros ASD, ou mesmo, do ponto de vista legal, pelos cidadãos americanos.
Precisavam provar que igrejas independentes, que não estão ligadas a
nenhuma Associação ASD, não podem identificar-se como "Igreja
Adventista do Sétimo Dia".
Por outro lado, a pequena Igreja do Evangelho Eterno Adventista do Sétimo
Dia e todos aqueles que seus advogados representavam não-oficialmente
naquele momento tinham naquele momento a difícil missão de persuadir o
juiz a aceitar que o significado das palavras "Adventista do Sétimo
Dia" e "igreja" adotado por Ellen G. White nos livros do
Espírito de Profecia era o sentido correto, que deveria ser aceito pelos
tribunais, autoridades norte-americanas, Estado, pessoas ASD e cidadãos
americanos, apesar do que diz a lei de marcas registradas. Para eles, mesmo
uma igreja não ligada a uma associação adventista oficial pode
denominar-se "Igreja Adventista do Sétimo Dia".
- Quando a Associação Geral decidiu levar esse caso à justiça, colocou
nas mãos do juiz, representando o Estado, a responsabilidade de aplicar a
lei contra o réu e preservar a definição da AG quanto ao que é uma
"Igreja Adventista do Sétimo Dia". Porque, desde que a
corporação registrou a expressão como marca registrada o nome "adventista
do sétimo dia" e até a sigla "ASD", estes tornaram-se um produto,
cuja propriedade legal cabe à Corporação da AG e seu uso público está
agora regulamentado por lei. Se o juiz observasse apenas esse aspecto da
legalidade, a Associação Geral jamais perderia o caso. Portanto, a lei
lhes assegurava plenos direitos e cabia ao juiz simplesmente fazê-los ser
respeitados. Para reverter o resultado e não dar razão à Associação
Geral neste caso, o juiz teria de ignorar e contrariar a lei americana.
Teria aquele homem autoridade legal para fazer tal coisa? Enquanto
iniciava os trabalhos, o juiz recebeu uma ligação de Ruth Bader Ginsburg,
do Supremo Tribunal de Justiça, que lhe disse ter sido ele declarado
vencedor do Prêmio Devin, em reconhecimento a seus distintos trabalhos como
juiz federal. Como poderia um famoso juiz do Tribunal do Distrito considerar
o que diz o Espírito de Profecia (de que talvez nunca houvesse ouvido
falar) acima de uma lei americana já estabelecida, em favor de uma pequena
e "renegada" igreja que sequer possui uma lista de membros?
Foi por causa desses sete pontos que os advogados e testemunhas disseram e
agiram da maneira como você lerá a seguir. Mantenha tudo isso em mente
enquanto estiver lendo os comentários de advogados, testemunhas e do juiz.
Assim será mais fácil compreender o desenrolar do julgamento e focalizar sua
atenção nos aspectos mais importantes. Há pensamentos profundos e empolgantes
neste relato, os quais, com certeza, saltarão a seus olhos numa segunda leitura
que fizer de todo o material.
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Da esquerda para a direita, Robert Nixon
(Diretor do Departamento Jurídico da Associação Geral ASD), Walter
Carson (advogado da Associação Geral) e Vincent Ramik (advogado
especialista em marcas registradas, contratado pela Associação Geral
para defendê-la em todos os casos dessa natureza.) |
Atrás da mesa de testemunhas, à nossa direita, estavam os representantes da
Associação Geral e seus dois advogados. Os pastores Reed, Carson e Nixon
estavam presentes, ao lado do advogado católico, Sr. Ramik, e do advogado
batista, Sr. Tew. Este último foi quem falou em nome do grupo. Não vi o Sr.
Ramik pronunciar-se nenhuma vez, mas percebi que cochicou em alguns momentos com
o Sr. Tew, sugerindo-lhe o que deveria dizer.
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Da esquerda para a direita, Robert
Pershes (advogado da Eternal Gospel Church), Pastor Rafael Perez (réu)
e Norman Frietland (advogado-auxiliar). |
À nossa esquerda estava o pastor ASD Raphael Perez, dois pastores-auxiliares
de sua congregação e seu advogado, Sr. Pershes, judeu. A audiência era
composta de ASD de todo o país e de outras partes do mundo, como a Austrália,
Singapura e até do Egito. Não conhecia muitos dos presentes, mas vários já
haviam ouvido falar de meu ministério, especialmente de meu livro sobre a
aproximação da lei dominical. Os irmãos Dennis Crystal, Clark Floyd, pastor
Ron Spear, Dr. Colin Standish, Dr. Russell Standish, Dr. John Grosboli, pastor
Carl Person e outros também estavam presentes.
Presumo que a maioria dos irmãos ASD ao redor do mundo quase nada souberam
sobre esse julgamento nem se preocuparam com ele. Mas no próximo capítulo
você verá porque até a imprensa secular e liberal interessou-se pelo caso.
Continua |