Silêncio no Tribunal: Acusações Contra Pastor Adventista Impressionam
Juiz - 3
(Se ainda não leu os dois primeiros capítulos, convém visitar primeiro estes dois links: Capítulo
1 e Capítulo 2.)
Alguns podem estar a perguntar-se qual a minha
posição sobre este assunto. Aprendi que não tem muita importância
quando se dá apenas a nossa opinião. Devemos dizer que "Está
escrito". Portanto, como um bom repórter, raramente dou a minha
opinião sobre qualquer assunto. Tento apenas relatar os fatos e deixo que
eles falem por si. Mas com relação a este assunto, vou dizer-lhes qual a
minha posição.
Já o disse anteriormente vezes sem conta, e digo-o
novamente. Como ministro ordenado da IASD, defendo fielmente esta igreja
de Deus contra o ataque desencadeado pela Igreja Católica Romana. Vejo
nossa igreja como a "reunião alegre dos filhos
mais velhos de Deus, isto é, daqueles que têm o nome deles escrito no
céu." Heb.
12:23. E quanto a este assunto, escolho estar ao lado do apóstolo Paulo,
Ellen White e do próprio Jesus.
Diga-nos, Paulo, de que lado você está neste caso de
tribunal? "Pois, por meio da fé em Cristo
Jesus, todos vocês são filhos de Deus. Porque vocês foram batizados
para ficarem unidos com Cristo e assim se revestiram com as qualidades do
próprio Cristo. Desse modo não existe diferença entre judeus e
não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres:
Todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus. E, já que
vocês pertencem a Cristo, então são descendentes de Abraão e
receberão aquilo que Deus prometeu." Gal. 3:26-29. "Deus
aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. É assim
que ele trata todos os que crêem, pois não existe nenhuma diferença
entre as pessoas." Rom. 3:22. "...O
que importa é obedecer aos mandamentos de Deus." I Cor. 7:19.
E o que diz Nosso Senhor Jesus sobre Sua IASD em
vista deste julgamento em tribunal, e sobre todos os ataques que em breve
surgirão? "sobre esta pedra
construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la." Mat. 16:18. Louvado seja
Deus! O Rei Jesus vencerá, e a sua IASD vencerá com Ele, e será tirada
dos bosques, das cavernas, das prisões, das sepulturas e levados para o
céu num veículo gigante [Primeiros Escritos, pág. 35] com asas gigantes, e a
Babilônia Romana
que a está a atacar irá para o inferno através do lago de fogo e não
existirá mais. (Apoc. 20:7-10). Pastor Jan Marcussen |
O Pr. George Reed foi chamado para o estande de testemunhas. Sob interrogatório pelos advogados, ele afirmou à
Corte que:
- As 27 crenças "como presentemente declaradas" foram adotadas na sessão da
Associação
Geral de 1980, e não existiam nessa forma exata antes disso, ou em 1860 quando a IASD foi organizada. Ouvi um sussurro percorrer a audiência. Alguém
cochicou "eles alteraram nossa religião".
- Ele afirmou que desde
1980, tem-se que ser membro de uma igreja afiliada com a corporação da Associação Geral.
- O advogado de defesa judaico perguntou ao irmão Reed se a AG é a cabeça espiritual da IASD. Ele disse, "Sim". Outro
sussurro foi ouvido.
- Ele afirmou que uma igreja (bem como uma pessoa) precisa estar filiada à Corporação da
Associação Geral para ser um ASD. O advogado
perguntou ao irmão Reed a respeito dos escritos de Ellen G. White.
Ele declarou que:
A) não são "oficiais", mas reconhecidos pela IASD; e que
B)
não podem ser considerados uma fonte primária de autoridade, mas como
uma fonte secundária, e às vezes uma fonte primária.
Outro sussurro se fez ouvir. "E assim os pensamentos
secretos delas serão conhecidos" Lucas. 2:35. Muitos estavam gratos de que os advogados estavam ajudando
as testemunhas a revelarem posições oficiais que os membros da igreja precisavam conhecer.
- O advogado de defesa judaico perguntou ao irmão Reed se Ellen White respondia à pergunta sobre o que é a igreja. O
irmão
Reed não respondeu à indagação. Ele apenas disse que ela havia escrito 60.000 páginas. Após outra pergunta, o advogado de defesa perguntou
novamente: "A Sra. Ellen White definiu 'o que é uma igreja?'" Desta
vez, não houve resposta alguma. Não poderia haver. Ele havia levantado a mão direita, e jurou dizer a verdade. Se tivesse respondido sob juramento,
teria que ter dito "sim". Então Upward Look, pág.
315, ou Atos dos Apóstolos, pág. 11, teriam sido
revelados. Eles mais adiante foram apresentados pela defesa, mas o irnão Reed não
podia contribuir para isso, e ao mesmo tempo apoiar a Associação Geral para a qual havia amoravelmente dedicado sua vida de serviço. Ele teve
que permanecer em silêncio a essa indagação, pois se houvesse dito
"sim" teria dado à defesa uma vantagem. Para ganhar o caso, a promotoria teria
que, a todo custo, manter que não pode legalmente haver tal coisa como uma
IASD, exceto que seja filiada junto à Corporação da AG, ou por ela aprovada.
- A outra pergunta, o irmão Reed disse que tudo que a "Review & Herald"
imprime não representa a posição oficial da AG. Muitos concordaram com isso. Então o advogado de defesa judaico citou ele próprio para o
irmão Reed Upward Look, pág. 315, que declara: "Deus tem uma igreja. Não
é uma grande catedral, nem é o estabelecimento nacional, nem constitui-se em
várias denominações. "Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome,
ali estarei no meio deles" (Mat. 18:20). Onde Cristo estiver, ainda que
seja entre uns poucos humildes, ali estará a igreja de Cristo, pois a presença do Altíssimo e Santo que habita a eternidade não pode somente
constituir-se uma igreja". (Também na Carta 108, 1885).
O irmão Reed indicou que sua citação era o entendimento do que a igreja foi no ano em
que ela o escreveu. Ele tornou claro que o entendimento de Ellen White do que vem a ser a igreja não é o da Corporação da
Associação Geral. Os adventistas no tribunal concordaram com isso. A fim de ganhar o caso, as testemunhas da acusação precisavam manter que a lei de marcas
registradas reconhece somente a Corporação da Associação Geral como possuidora do nome da IASD (organizada em 1860), a que a AG está ligada
desde 1863. eles não devem permitir que pareça que não houve IASD antes de 1860 (não ligada à AG). Assim, o advogado de defesa judaico perguntou
ao irmão Reed a respeito da primeira IASD em Washington, New Hampshire, em 1850. O
irmão Reed respondeu que ele próprio a tem chamado a primeira ASD, mas disse
ao tribunal que não era "oficialmente" a primeira IASD até
que a "lei dos EUA em 1980 a tornou oficial!"
O advogado judaico também
trouxe à luz dois livros, "Spirit of Prophecy Treasure Chest", pág. 45, e
"Story of Our Church", págs. 180-182. Ambos os livros falam a respeito dos ASD, e
aplicam esse nome ao povo de Deus nos anos da década de 1850. O advogado judaico perguntou ao
irmão Reed a respeito desses dois documentos, que dão
evidência de que a IASD, estando em existência antes de 1860, e sem uma "Associação Geral". O Ir. Reed indicou que eram as únicas duas
fontes existente. Em outras palavras, sendo que somente havia duas, podemos ignorá-las.
Em português, temos essa informação em um texto introdutório do livro Primeiros
Escritos, denominado Prefácio Histórico no cd-rom das obras de Ellen G.
White:
"Em 1860, em conjunto com a organização da obra de publicações, escolheu-se um nome. Alguns optaram pelo nome
'Igreja de Deus', julgando-o apropriado, mas prevaleceu a opinião de que o nome devia refletir os distintivos ensinos da igreja. Adotaram o nome de
'Adventista do Sétimo Dia'. No ano seguinte alguns grupos de crentes organizaram-se em igrejas, e no Michigan se formou uma associação estadual. Logo houve várias associações estaduais. Então em maio de 1863 organizou-se a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Isto foi cinco anos após a publicação dos
Primeiros Escritos."
A próxima testemunha chamada ao estande para a promotoria foi o irmão Nixon.
Você já deve ter ouvido falar de uma carta assinada por esse senhor, em que se
afirma que a Associação Geral empregava o dinheiro do dízimo para pagar despesas
com casos judiciais. O advogado de defesa perguntou-lhe o que é a Associação
Geral. Ele não respondeu a esta pergunta, mas declarou que a IASD veio
primeiro, e depois a Assoaciação Geral foi estabelecida em 1863.
A intimação que o Pr. Perez recebeu assim rezava: "POR MEIO DESTA V.SA. ESTÁ INTIMADO . . . Querelantes, Corporação da
Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia e Associação Não-Incorporada. . . CASO No. 98-2940-CIV-KING. Muitas pessoas não estão
cientes de que existem as duas. Não entrarei em detalhes sobre isso agora. A intimação não dizia que era da "Igreja Adventista do Sétimo
Dia". Por que não? Porque a IASD de Deus não está processando a IASD em
Miami. A Corporação da Associação Geral está. Qual é a diferença? O advogado de defesa e a pequena IASD tentaram provar em tribunal
que a Corporação da AG não é a única e exclusiva igreja ASD e sua única e exclusiva cabeça, mas que Deus é
a cabeça da Sua igreja. Em que
definição o juiz creria? Se ele crer numa, muitos poderão ir para a prisão num futuro próximo. Se crer na outra, muitos que poderiam estar
na prisão estarão livres e felizes. Ao final do primeiro dia de julgamento as coisas pareciam más para
a defesa. Mas você logo vai saber por que e o que aconteceu. O advogado judeu perguntou ao
irmão Nixon se foi ele quem esteve envolvido em registrar o nome da igreja como marca registrada em 1980,
e ele respondeu "sim". Eu me lembro disso quando estava pastoreando na
Associação da Flórida, de 1978-1984. Foi-me dito que o advogado católico era
um dos que sugeriram que o nome ASD fosse registrado como marca. Será que sabia que não era legal registrar como marca o nome de uma igreja? Naquela
época, eu telefonei para o Escritório de Direitos Autorais, junto à Biblioteca
do Congresso, em Washington D.C. e foi-me dito pelo chefe que as únicas coisas que podem ter registro de marca são produtos que possam ser
comprados ou vendidos. De algum modo, o escritório de registro de marcas foi ludibriado e induzido a registrar o nome da igreja de Deus como
produto a ser comprado e vendido. O promotor e o irmão Nixon levantaram o fato de que a lei declara
que uma vez uma marca não seja disputada dentro de cinco anos, torna-se "incontestável". Após aguardar 5 anos, a AG processou a pequena IASD
no Hawaí e esta depois deixou de existir. Depois, processou a IASD homossexual na Califórnia na década de 1990. A juíza naquela caso
ignorou a lei de registro de marcas e decidiu contra a AG, e em favor dos homossexuais ASD. Ela apresentou várias razões que não detalharei
agora. Mas uma das razões é que o nome "Adventista do Sétimo
Dia", ou "ASD", é o nome de sua religião, a que os membros da igreja têm o
privilégio de "uso justo" sob a Constituição dos EUA, que está
acima da lei de marcas. Ambos os advogados sabiam disso. O promotor, Sr. Tew, disse que os dois casos não eram iguais. Sua esperança era de que o Juiz
King ignorasse aquele caso. O advogado de defesa judeu suscitou o fato de que os dois casos eram semelhantes. A AG tinha de levar o juiz em
Miami a suplantar a decisão desse outro juiz contra a AG porque se não o fizesse, então haveria dois casos contra a AG nessa questão da marca
registrada, e seria mais difícil para eles processar outra pequena IASD e fazer um juiz suplantar as decisões de outros dois. Concernente à Bíblia, disse o
irmão. Nixon, "os ASD
basicamente fundamentam sua doutrina na Bíblia". Houve outro murmúrio na sala do
tribunal. A mensagem que se fez clara é que somente se a AG reconhece ou aprova uma pessoa, ela pode ser chamada de "Adventista do Sétimo
Dia". A próxima testemunha para a acusação foi um homem não-ASD cuja organização a AG contratou para fazer uma pesquisa de pessoas pelo país
que demonstrasse que o nome ASD era bem conhecido pela população nacional, e, portanto, dando maior força à causa da promotoria. Foi
descoberto que 70% das 1.200 pessoas entrevistadas pelo país tinham ouvido o nome ASD. O advogado judeu de defesa perguntou ao cavalheiro se
a AG havia pago a sua empresa U$ 29.000 para realizar a pesquisa, e lhe estava pagando $ 350 por hora para
estar ali, e ele disse que "sim".
No intervalo, ouvi pessoas falando em voz baixa sobre o dinheiro de dízimo que estaria sendo utilizado para isso. O advogado judeu perguntou ao
irmão Nixon se o nome ASD refere-se às pessoas que mantêm essa crença. Ele disse, "Não". Declarou que a pessoa tem que estar "em conduta
boa e regular". Ao final do primeiro dia de julgamento, a situação parecia muito
ruim para a defesa. Eu estava certo de que o juiz iria decidir contra a pequena
IASD. Na manhã seguinte (terça feira, 14 de março), parecia continuar cada vez pior para a pequena igreja, e para a sorte daqueles
por todo o país aos quais representava não-oficialmente. Por volta das
11:35 da manhã, uma senhora começou a circular pelos corredores da sala do tribunal cochicando a pessoas. Ela aparentemente não foi notada pelo
juiz e pelo delegado federal, cuja missão era manter a ordem no tribunal. Quando ela chegou onde eu estava assentado, cochichou, "vamos
todos orar ao meio dia". Eu o fiz. Estava orando bastante ao longo do julgamento porque sabia das tremendas implicações que aquilo teria. Após
o almoço, o advogado judeu recomeçou vigorosamente, dizendo ao juiz algo que me chocou. Ele ousadamente declarou que a promotoria não havia
provado nada, e propôs que o juiz retirasse o caso do tribunal de imediato. Não podia crer que ele estava dizendo aquilo.
Mas ele estava falando sério... Continua |