Lava Pés, Santa Ceia e Batismo na Igreja Leiga

Michael Bauler

Conselho inspirado concernente à Santa Ceia e ao Baptismo no que se relaciona com as igrejas nos lares, os verdadeiros "grupos pequenos" do projeto de Deus.

 

Nota do Editor: Passou algum tempo desde que os membros na sua igreja do lar participaram no ritual da santa ceia? Tem você perguntado qual é exactamente o conselho que é dado acerca de quem deveria efectuar o serviço, e como é que este deveria ser realizado? Quem pode baptizar novos conversos que chegam à igreja [no lar]? Neste artigo compilámos citações dos escritos de Ellen White acerca da importância destes serviços e também com respeito aos detalhes do ritual da santa ceia, para que a sua igreja do lar possa obter a benção prometida ao realizar esta sinceramente estes serviços.

        

Que propósito tem o serviço do Lava Pés?

“O santo Vigia do Céu acha-Se presente nesses períodos para torná-los uma ocasião de exame de consciência, de convicção de pecado, e de bendita segurança de pecados perdoados. Cristo, na plenitude da Sua graça, acha-Se aí para mudar a corrente dos pensamentos que têm seguido direcções egoístas. O Espírito Santo aviva as sensibilidades dos que seguem o exemplo do seu Senhor. Ao ser lembrada a humilhação do Salvador por nós, pensamento liga-se a pensamento; evoca-se uma cadeia de lembranças, a recordação da grande bondade de Deus e do favor e ternura dos amigos terrestres. Bênçãos esquecidas, misericórdias de que se abusou, bondades menosprezadas são trazidas à memória. Patenteiam-se raízes de amargura que expulsaram a preciosa planta do amor. São trazidos à lembrança defeitos de carácter, negligência de deveres, ingratidão para com Deus, frieza para com os nossos irmãos. O pecado é visto sob o aspecto por que o vê o próprio Deus. Os nossos pensamentos não são de complacência com nós mesmos, mas de severa censura ao próprio eu, e de humilhação. Fortalece-se a mente para derribar toda a barreira que tem causado separação. O pensar e falar mal são postos de lado. São confessados os pecados, e perdoados. Penetra na alma a subjugante graça de Cristo, e o Seu amor liga os corações numa bendita unidade.” O Desejado de Todas as Nações, págs. 650-651.

“Esta ordenança é o preparo designado por Cristo para o serviço sacramental. Enquanto o orgulho, desinteligência e luta por superioridade forem nutridos, o coração não pode entrar em associação com Cristo. Não estamos preparados para receber a comunhão do Seu corpo e do Seu sangue. Por isso Jesus indicou que se observasse primeiramente a comemoração da Sua humilhação.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 650.

       

Qual é o propósito do serviço da Santa Ceia?

“Mas o momento da comunhão não deve ser um período de tristeza. Não é esse o seu desígnio. Ao reunirem-se os discípulos do Senhor em torno da Sua mesa, não devem lembrar e lamentar as suas deficiências. Não se devem demorar na sua passada vida religiosa, seja ela de molde a elevar ou a deprimir. Não tragam à memória as diferenças existentes entre si e os seus irmãos. A cerimónia preparatória abrangeu tudo isso. O exame próprio, a confissão do pecado, a reconciliação dos desentendimentos, tudo já foi feito. Agora, chegam para se encontrar com Cristo. Não devem permanecer à sombra da cruz, mas à sua luz salvadora. Abram a alma aos brilhantes raios do Sol da Justiça. Corações limpos pelo preciosíssimo sangue de Cristo, na plena consciência da Sua presença, se bem que invisível, devem-Lhe ouvir as palavras: ‘Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá.’ João 14:27.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 659.

 

Deveria ser alguém excluído de participar no serviço da Ceia do Senhor?

“O exemplo de Cristo proíbe a exclusão da ceia do Senhor. Verdade é que o pecado aberto exclui o culpado. Isto ensina plenamente o Espírito Santo. Além disso, porém, ninguém deve julgar. Deus não deixou aos homens dizer quem se apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração? Quem é capaz de distinguir o joio do trigo?” O Desejado de Todas as Nações, pág. 656.

“O objectivo deste serviço é recordar a humildade do nosso Senhor, as lições que Ele deu ao lavar os pés dos Seus discípulos. Existe no homem uma disposição para considerar-se a si mesmo melhor do que o seu próximo, a trabalhar para si, a servir-se a si mesmo, a procurar o lugar mais elevado; e frequentemente más suspeitas e amarguras de espírito surgem sobre coisas sem importância. Este ritual que precede a ceia do Senhor efectua-se para aclarar esses maus entendidos, para tirar ao homem o seu egoísmo, e baixá-lo da pomposidade da sua exaltação própria à humildade de espírito que o conduzirá a lavar os pés do seu irmão. Não é o plano de Deus que isso deva ser proposto [de excluir alguém] pelo facto de alguns serem considerados indignos de participar. O Senhor lavou os pés de Judas. Ele não lhe negou um lugar na mesa, apesar de saber que ele abandonaria essa mesa para tomar parte na traição do seu Senhor. Aos seres humanos não lhes é possível determinar quem é digno e quem não o é. Não podem ler os segredos da alma. Não corresponde a eles dizer: não assistirei ao serviço se tal pessoa estiver presente para participar. Deus tampouco confiou ao homem quem se apresentará nessas reuniões.” Review & Herald, 31 de Maio de 1898.

 

Quando é que se deve efectuar o serviço do Lava Pés?

“Esse ritual do lava pés foi convertido num serviço religioso…. Foi ordenado como algo para examinar e provar a lealdade dos filhos de Deus. Quando o Israel moderno observa este ritual sacramental, essa cerimónia deveria preceder o acto de tomar parte dos emblemas da morte do Senhor.” The Faith I Live By, pág. 299.

Deveriam os homens e as mulheres estarem separados durante o serviço do Lava Pés?

“Os irmãos e irmãs nem sempre têm agido tão cuidadosamente quanto deviam na questão do lava-pés, e tem havido confusão. Isto devia ser introduzido em novos lugares com cuidado e sabedoria, especialmente onde o povo não está informado quanto ao exemplo e ensinos do nosso Senhor sobre este ponto, e onde haja preconceito contra. Muitas almas honestas, pela influência de antigos mestres em quem tinham confiança, estão muito carregadas de preconceitos contra este claro dever, e o assunto devia ser-lhes introduzido no tempo e maneira apropriados.

“Não há na Palavra nenhum exemplo para que irmãos lavem os pés de irmãs; mas há um exemplo para que irmãs lavem os pés a irmãos. Maria lavou os pés de Jesus com as suas lágrimas e enxugou-os com os cabelos. (Ver também I Tim. 5:10.) Vi que o Senhor havia impressionado irmãs a lavar pés de irmãos, e que isto estava em harmonia com a ordem evangélica. Todos devem agir compreensivamente, e não tornar tediosa a cerimónia do lava-pés.” Primeiros Escritos, pág. 117.

 

Que deveria usar-se durante o serviço da Santa Ceia?

“O pão partido e o sumo puro da uva devem representar o corpo quebrantado e o sangue derramado do Filho de Deus. O pão fermentado não deve ser usado na mesa da comunhão; o pão sem fermento é a única representação correcta da Ceia do Senhor. Nada fermentado deve ser utilizado. Apenas a pura fruta da vida e o pão sem fermento devem ser usados.” Review and Herald, 7 de Junho de 1898.

 

Quão frequentemente deve ser efectuada a Ceia do Senhor?

“Hoje celebra-se a reunião trimestral na igreja. Willie baseou o seu sermão em Isaías 50:10, 11. À tarde, celebrou-se a ceia do Senhor, precedida pelo ritual do lava pés. A celebração desses rituais é o cumprimento do mandamento: ‘Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.’ É este o lugar para calar controvérsias, para perdoar àqueles que nos têm feito algum agravo. Esse é o tempo, se alguém tem algo contra o seu irmão, para corrigi-lo, para resolver toda a dificuldade. Que haja mútuo perdão. Não seja permitida que alguma chama estranha seja trazida ao altar. Que não haja malícia, nem se acaricie o ódio para os que se reúnem ao redor da mesa da comunhão. Permita-se que os de alta e baixa posição, os ricos e os pobres, os letrados e os incultos se congreguem como aqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo.” Manuscript Releases, vol. 21, pág. 119.

“A salvação dos homens depende da contínua aplicação aos seus corações do sangue purificador de Cristo. Portanto, a santa ceia não deveria ser observada somente em ocasiões ou anualmente, mas mais frequentemente que a páscoa anual. Este ritual solene comemora um evento maior do que o da libertação dos filhos de Israel do Egipto. Essa libertação era típica da grande expiação que Cristo fez mediante o sacrifício da Sua própria vida pela libertação final do Seu povo.” Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 228.

 

Que exemplo tomado do jovem movimento adventista temos para saber quem se encarregava dos assuntos da igreja quando não havia um pastor?

“Nessa época, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não tinha pastores. A obra era jovem, contando 4.500 membros; as necessidades de 160 igrejas foram atendidas por anciãos locais e diáconos. Os trinta e dois ministros ordenados e os dezanove ministros com licenças foram disseminados através de sete associações, para efectuarem a obra evangelística. A Review and Herald, com as suas visitas semanais aos lares dos que estavam subscritos a ela, desempenhava uma importante função pastoral.” The Progressive Years, por Arthur White, pág. 266.

 

O BAPTISMO 

Que deveria ser considerado quando alguém deseja ser re-baptizado?

“É o baptismo do Espírito Santo o que as igrejas necessitam hoje. Há membros de igreja que têm apostatado e ministros apóstatas que necessitam voltar e converter-se, que necessitam a suavizadora e subjugante influência do baptismo do Espírito a fim de que possam ressuscitar para a novidade de vida e fazer a obra completa para a eternidade. Tenho visto a impiedade e a suficiência própria acariciada, e tenho escutado as palavras que são pronunciadas: a menos que se arrependa e converta, nunca verá o reino dos céus. Há muitos que necessitarão voltar a baptizar-se, mas nunca lhes seja permitido descer às águas até que tenham morrido para o pecado, que estejam curados do egoísmo e da exaltação própria, até que possam sair da água para viverem uma nova vida em Deus. A fé e o arrependimento são condições essenciais para o perdão do pecado.” Bible Training School, 1 de Abril de 1906.

 

Que deveria ser considerado quando se baptizam novos membros?

“Mais cuidadoso preparo dos que se apresentam candidatos ao baptismo, é o que se faz mister. Têm necessidade de mais conscienciosa instrução do que em geral recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram o contacto salvador de Cristo. Importa não só dizer ‘creio’ mas também praticar a verdade. É pela nossa conformidade com a vontade divina em nossas palavras, actos e carácter, que provamos a nossa comunhão com Ele. Quando quer que alguém renuncie o pecado, que é a transgressão da lei, a sua vida é posta em harmonia com essa lei, caracterizando-se por perfeita obediência à mesma. Esta é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito, produzem no coração o genuíno amor de Cristo, o qual Se deu a Si mesmo em sacrifício perfeito para salvar o homem todo - o corpo, a alma e o espírito.” Testemunhos Selectos, vol. 2, págs. 389 e 390.

“Os candidatos ao baptismo não têm sido tão escrupulosamente examinados em relação ao seu discipulado, quanto o deviam ser. Importa saber se meramente adoptam o nome de ‘Adventistas do Sétimo Dia’ ou se realmente se colocaram ao lado do Senhor, renunciando o mundo e estando dispostos a não tocar nada imundo. Antes do baptismo devem ser-lhes feitas perguntas relativamente às suas experiências, porém, não de modo frio e reservado, e sim com mansidão e bondade, encaminhando-se os recém-convertidos para o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. As exigências do evangelho devem ser estudadas a fundo com os baptizandos.

“Um ponto sobre o qual cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário - assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às reivindicações do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário.” Testemunhos Selectos, vol. 2, pág. 393.

 

Quem está autorizado para baptizar?

“Quando alguém sai como médico, professor evangelista e colportor, deveria ser autorizado para fazer a obra do ministro. Quando sob sua obra as almas aceitam a verdade e dão evidência de verdadeira conversão, ele deve baptizá-las em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E tais obreiros deveriam ter a simpatia daqueles que permanecem no lar.” Manuscript Releases, vol. 13, pág. 213.

Ministério Vida Plena, Apartado 165 - 3001-902 Coimbra - Portugal - Telefone e Fax 239 559 945. Email: vida-plena@clix.pt

Leia também:

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com