Alô, Administração:
Se a Caixa Preta Não Abrir, Seu Prestígio Irá Cair!

Caro irmão Robson:

Confesso que tenho entrado poucas vezes no seu site, porque é muito chocante e me sinto mal de ver tanta coisa negativa acontecer em nossa querida igreja. Mais chocante, no entanto, é saber que os atos ignóbeis praticados por alguns de nossos líderes não os sensibilizam nem envergonham, mas continuam sendo praticados. Nem as ameaças de Jesus em Mat. 18:7 os convertem.

O site adventistas.com, que poderia ser uma poderosa agência de evangelização, acabou se convertendo numa tribuna dos que não pactuam com desmandos, arbitrariedades e irregularidades que se cometem; o único lugar onde os amordaçados e injustiçados, aqueles que sonham com o ideal de uma igreja justa, pura, santa e acolhedora de pessoas de boa vontade, podem desabafar, porque a liderança da igreja não lhes ouve nem dá oportunidade, pois contraria seus interesses, antes os condena e ameaça com o fogo do inferno.

No artigo “Lavando Roupa Suja” (R.A. Maio/2000) o articulista foi feliz ao afirmar que os problemas internos da igreja deveriam ser tratados nas comissões e assembléias legais, com bons modos e no espírito de Cristo, mas reconhece que a liberdade de expressão é muitas vezes cerceada e a pessoa fica marcada pelos líderes. Essa é a realidade. Todos sabemos que não adianta combater os efeitos: é preciso antes, e acima de tudo, atacar as causas, e os efeitos cessarão.

Por que nossa liderança não leva a sério esse princípio elementar? Por que os líderes denunciados por este site não param de trazer tanto opróbrio sobre a Causa? O que ou quem os motiva a alimentar com notícias nefastas o adventistas.com? Por que nossos líderes íntegros não alijam os líderes infiéis, causadores de escândalos? Será que já são minoria? Quero crer que não. Talvez falte união e coragem, ou então é porque “os filhos do mundo [infiltrados no comando da igreja] são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Luc. 16:8).

 

Ungidos Intocáveis

O que me leva a escrever é comentar, um tanto atrasado, o artigo publicado na Revista Adventista de Março de 2002, intitulado “Não Toqueis nos Meus Ungidos”. Membros um pouco mais argutos logo perceberam que o objetivo era exorcizar e silenciar aqueles que denunciam atitudes erradas de um pastor. Foi, no entanto, um tiro que saiu pela culatra, pois maculou a reputação de bons pastores, e por outro lado, desnudou o caráter de alguns “ungidos” (ou “santos”, na avaliação do articulista). Acredito que foram tantos os protestos (não publicados), que o editor da C.P.B. teve que escrever um editorial tentando amenizar o absurdo publicado. A seguir quero destacar alguns erros crassos cometidos pelo pastor dessa “estória”, mas que infelizmente se repetem em nossos dias:

1º) O pastor havia cometido erros na igreja, mas não os admitia, nem estava disposto a mudar. Certamente nenhum membro irá criticar seu pastor se ele estiver cumprindo fielmente seu papel como porta voz de Deus (Ver I Cor. 4:1-2);

2º) Como bom pastor, era seu dever visitar cada membro descontente com sua atuação e, com humildade, dialogar sobre os problemas e corrigir sua postura, ou então convencer os descontentes de que está certo. Não eliminamos um inimigo, transformando-o em amigo e aliado? Ele, porém,  preferiu radicalizar, manter seu orgulho e ser consumido pelo ódio a ponto de adoecer (mesmo assim o articulista o considera um “santo”);

3º) Se o pastor não se sentisse competente e à altura para pastorear a igreja, que pedisse sua transferência, ou fosse procurar outro emprego mais condizente. Por não fazer isso, acabou demitido (pelo visto a estória não aconteceu numa igreja adventista);

4º) Quando o diácono Anselmo foi visitá-lo para pedir perdão (este sim, se humilhou), a esposa do “ungido” não quis deixa-lo entrar em sua casa (que exemplo vexatório ela deu). Só depois de muito insistir, foi-lhe permitido chegar até o enfermo de ódio;

5º) Apesar de o membro se ajoelhar e pedir perdão, o orgulhoso pastor não o perdoou. Preferiu apenas repetir a cantilena de não tocar nos ungidos. E lá se foi para a perdição, sem perdoar, carregado de rancor. Com certeza deve ter pregado muitos sermões sobre o amor e o perdão (da boca para fora), porque quando chegou sua vez de pôr em prática seus sermões, falhou fragorosamente, porque nunca havia se convertido de verdade;

6º) Quando o diácono ofereceu à viúva uma casa para morar de graça pelo resto da vida, esta também orgulhosa mulher recusou, sob o pretexto de que seus filhos pequenos (?) “nunca mais virão me ver”. Pelo jeito, o péssimo exemplo do pai contaminou os filhos também, ou seria mera desculpa dela?;

7º) Apesar de ser apenas uma estória, ela ilustra muito bem como age um bom número de nossos pastores e líderes atuais que, à semelhança dos fariseus, querem ser obedecidos, mas aos quais não podemos imitar (Mat. 23:3).

Na verdade todos os “ungidos” são seres humanos como quaisquer outros, sujeitos a erros, só que uma parcela não admite isso, mas julga-se intocável, infalível como o Papa. Falta-lhes aquela graça elementar, que é a humildade, para reconhecerem seus erros e faltas. Da mesma forma como corrigem os membros faltosos, também deveriam aceitar a correção. Deveriam, enfim, descer do pedestal e parar de pensar e agir como donos da igreja. Quando muito, enxergar-se como motivadores, conselheiros, doutrinadores, guardiões da doutrina. Mas em matéria administrativa, deveriam ouvir e acatar a vontade da igreja.

Será que Deus pode usar pastores que agem como o da estória? A Bíblia nos mostra que não. Na verdade, cada vez que Ele precisava chamar alguém para ser Seu porta-voz (profeta, apóstolo), Ele não chamava alguém dentre os sacerdotes, mas sim, leigos. Isto mostra como Deus os vê, e quanto é temerário nos espelharmos nas atitudes e comportamentos de certos “ungidos”. Houve um tempo em que se ouvia em sermões de departamentais e outros líderes que “pastor não gera ovelha. Quem gera ovelhas são as ovelhas”. Em outras palavras, consideravam-se uma casta superior, igual aos brâmanes hindus. Como era repulsivo ouvir essa comparação.

 

Maringá, PR

Ano passado tivemos a desdita de receber como pastor da igreja de Maringá um desses homens arbitrários, prepotentes, ditatoriais, que se vangloria de ter a comissão da igreja sob seu domínio e controle. Numa total afronta à verdadeira razão de ser da Igreja Adventista do 7º Dia, qual seja, a de evangelizar e preparar pessoas para a breve volta de Jesus, a primeira atitude desse pastor foi demitir os três obreiros bíblicos mantidos pela igreja há muitos anos.

Ele não se importou nem se sensibilizou com o fato de que eram chefes de família, que estavam cumprindo muito bem seu trabalho, se teriam dificuldades para arrumar outro serviço, e se a igreja como um todo concordava com sua pretensão. E qual a “justificativa” para essa atitude? Usar o dinheiro que será economizado para instalar, ainda este ano, aparelhos de ar condicionado na igreja, a um custo de + R$ 100.000,00.

Enquanto em todas as igrejas adventistas as campanhas de donativos do Natal são destinadas a fins meritórios, principalmente de ajuda humanitária, aqui foi pedido a todos que dessem um generoso presente para Jesus (sic) para a compra do tal ar condicionado. Todas as observações e pedidos que foram feitos a ele durante a semana, entre a leitura da ata e a votação, foram rechaçados, e não foram levados ao conhecimento da comissão para reconsideração.

A votação aconteceu num dia impróprio, e dos mais de 600 membros presentes, apenas uns 30 votaram a favor e uns 10 contra a demissão. O restante da igreja se omitiu, em parte por não terem assimilado tamanha barbaridade. Mesmo assim, o relatório foi considerado por ele como aprovado.

Devo dizer que em meus 40 anos de adventista, nunca vi nada parecido. Depois, para tentar acalmar algumas resistências e se justificar, trouxe vários pastores de fora para realizar diversas semanas de oração e reavivamento, onde a ênfase era: acatar as decisões que vem de cima (chefe é chefe), qualquer manifestação contrária é pecado (não tocar nos ungidos), Deus está no controle de Sua Obra (pastor só presta contas a Deus e não à igreja), e ... pagar a conta sempre.

Vejo que o Bush e o Saddam são meros aprendizes de uma pessoa assim, e que a profissão mais adequada para ele seria a de sargento instrutor de recrutas, e jamais a de pastor, à luz de I Pedro 5:1-4, inclusive pela forma como grita em seus sermões, e o vocabulário chulo que usa.

Muitos afirmam, e com propriedade, que “não se fazem mais pastores como antigamente”. E é verdade, a igreja está rapidamente perdendo sua identidade, mas nosso consolo é que tudo isso está profetizado, portanto, uma prova de que a igreja é verdadeira. Só que, mesmo profetizado, não significa que Deus quer que seja assim. E a quem se pode recorrer nestes casos? As Associações se recusam a aceitar denúncias, mesmo procedentes e fundamentadas, por causa do corporativismo.

 

Nenhum know-how

Neste ponto gostaria de tecer algumas considerações. Em termos de administração, como em todos os outros setores do conhecimento humano, o mundo evoluiu muito. As pessoas também. Antigamente a maioria dos membros eram pobres e/ou de pouca escolaridade. Por isso os pastores, que tinham um pouco mais de estudo, governavam e dominavam a igreja como bem entendiam. Tudo isso, porém, mudou nas últimas décadas, menos os métodos diretivos e administrativos da Obra, que continuam arcaicos e fechados.

Hoje é grande o número de leigos estudados, experientes, de grande visão, que se ressentem em não ser ouvidos, e que só são chamados para pagar as contas. Mesmo que, digamos, haja 5% de leigos numa Mesa Administrativa, isso não representa nada. Concordo que nas reuniões teológicas, os membros da Mesa sejam teólogos. Mas quando o assunto é administrativo, a representatividade dos leigos deveria ser paritária com a de pastores.

Sabemos que a quase totalidade de nossos pastores provém de lares humildes, que tiveram que trabalhar para custear seus estudos, e que não trazem nenhum know-how consigo, nem estudaram para ser administradores. Depois, quando se tornam departamentais ou líderes de alguma coisa, não abrem mão de seu poder, porque o poder corrompe os bons princípios. É por esta razão que a Federação dos Empresários luta para ter mais voz ativa nas decisões que são tomadas e onde os recursos deles são aplicados. Nada mais justo. A resistência, porém, ainda é muito grande.

Antigamente, quando eu questionava essa distorção, era-me dito que a Obra agia assim para não cair no erro de avaliar todos os atos tendo como base a relação custo/benefício, porque a missão da igreja era espiritual e não material. Hoje, porém, está acontecendo o contrário. Os próprios leigos vêem hoje a Obra materialista demais. Aqui se fecham distritos pastorais quando as receitas não ultrapassam em muito o custeio deles, fecham-se escolas paroquiais e entidades assistenciais quando não alcançam, ou perdem, a autonomia financeira, templos são vendidos para outras denominações quando não há mais um número mínimo de membros, etc...

Se a Missão que Jesus confiou à Sua igreja é levar o evangelho a cada criatura, por que agem assim? Não deveriam concentrar esforços para reativar estes locais mais fracos? Metade da minha vida foi dedicada à iniciativa privada, a outra metade ao serviço público, onde alcancei cargos relativamente altos, por isso vejo a necessidade de se mudar muita coisa na Obra.

Além da participação igualitária nas decisões administrativas, sugiro que cada Associação, ou União, tenha uma espécie de Ombudsman, com total autonomia, para ouvir as sugestões, reclamações e denúncias contra os líderes, pastores ou administradores, pois como perguntei acima, a quem podemos reclamar hoje? Enquanto a Obra não abrir a “caixa preta”, para que os leigos, que sustentam toda essa máquina, saibam com transparência do que se passa e participem em pé de igualdade das decisões, será cada vez mais comum e freqüente o surgimento de ministérios independentes, mais eficientes, eficazes e atuantes, como já existem em muitos lugares.

Outra prática comum mas imoral e reprovável que ocorre em todas as esferas da Obra, é o nepotismo. É doloroso ver-se professores e funcionários dedicados perderem o cargo para esposas, filhos ou parentes de pastores e administradores. Quem acha isto justo?

Oxalá Deus cumpra de novo Sua promessa contida em Jeremias 3:15: “Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência”. E que os pastores infiéis e prepotentes leiam, meditem e creiam no que diz Deus em Jeremias 23:1-4: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do Meu pasto! diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o Meu povo: Vós dispersastes as Minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas Eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o Senhor. Eu mesmo recolherei o restante das Minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; serão fecundas e se multiplicarão. Levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e elas jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o Senhor”.

Que haja entre todos, líderes e liderados, mais respeito, humildade e consagração genuína, para que não aconteça conosco o que foi predito pela irmã White, de que igrejas inteiras, inclusive seus pastores, se perderão. -- Horst Thonern


Desagravo ao Pastor de Maringá, PR

Estimado irmão Robson:

Na condição de lider J.A. da igreja de Maringá (sede), não posso me calar diante do desabafo intempestivo de meu irmão Hortst Thonern, o qual de modo  inusitado descarregou impropérios inverídicos contra toda a igreja de Maringá, ao mencionar que nosso pastor tem mantido em suas mãos a comissão da igreja, e agido de modo temerário ao demitir obreiros, cujo tema foi exaustivamente debatido por toda irmandade. Digo mais, referido irmão, merece todo respeito, admiração e nosso carinho, todavia, não esta autorizado a publicar conclusões discrepantes, antogonicas e celeumáticas, como as contidas em sua extensa carta denuncia em nome de nossa igreja, (vez que alude a oficiais) ainda que defeituosa, doente e com possiveis erros, ainda é a igreja de Deus. 

Sem querer polemizar o assunto, pois, foge o escopo deste DESAGRAVO, mas, é de bom alvitre levar-se em conta, que nosso pastor revolucionou a área jóvem ao instituir um grupo de louvor que atua em todos os cultos, com muitos instrumentos (contra-baixo; orgão; piano; violão; guitarra; 2 violinos; flauta doce e saks) e 9 vocalistas cujo grupo tornou-se uma verdadeira inspiração para os membro, visitantes e preletores e, mais, o próprio pastor canta no coral jovem, e tirou a igreja do saldo financeiro negativo onde havia permanecido por longa data. Nosso pastor é um pregador itinerante, talves, foi quem mais visitou entre todos os patores que ja passaram por nossa cidade. Ë um ser humano consagrado, e se fala chulo, humilde, todavia o conteúdo de suas mensagens supera qualquer palavra isolada em seu sermão que alguns a considera como chula. A questão da demissão de obreiros é muito questionável, pois, o ideal é que tivessemos não tres obreiros, mas, 30 obreiros, todavia, como dito, trata-se de assunto de ampla discussão, onde deve-se levar em conta a receita bruta e despesa da igreja.

Por outro desiderato, quanto ao assunto aventado sobre - "Não toqueis nos meus ungidos" - deixo nas mãos no senhor, pois, se o nosso pastor é de fato um ungido do Senhor, ísso é com o irmão que não o aceita e Deus, e não com a igreja, e se ao contrário, aí desse pastor !  

A mencionar que (no ano passado tivemos a desdita de receber como pastor da igreja de Maringá, um desses homens arbitrários, prepotentes, ditatoriais que se vangloria de ter a comissão da igreja sob seu domínio e controle) não passa de ficcão na mente do denunciante, para não dizer que não tem conhecimento de fato, pois, sequer participa da comissão, E NÃO É ESSA A OPINIÃO ESMAGADORA DA IGREJA. Não tem esta o espeque em defender o pastor, pelo contrário, de reprovar o citado irmão qual não pesou suas palavras envolvendo LIDERES maculando a honra e a moral dos integrantes da comissão que não aceitam a pexa de cordeiros de presépio. Digo, mais, tal afirmação é digno que pre-questionamento em outra esfera, devendo este irmão provar em letras garrafais e minuciosamente, dando nomes a todos os integrantes da comissão qual acusou de ser bonecos do pastor distrital. O irmão tem todo direito de se pronunciar em qualquer site, mas em seu nome, apenas em seu nome, jamais deveria cometer o deslise em julgar ao seu bel prazer o que ele, só ele pensa assim em relação aos membros da comissão.

Sendo assim, sugiro ao irmão que nomine todos os integrantes da comissão, quais julgou ter o citado pastor encabrestado-os.

Esclareço finalmente, que vivemos em um estado democrático, onde todos tem o direito de expressar seus pensamentos, todavia, esse mesmo direito obriga a todos que foram de alguma forma atingidos pelo direito de expressão, requererem o que entenderem ser de seu direito.

Que a visão da irmão Helen White, seja uma realidade em nossa igreja, que possamos ao contrário do negativismo citado pelo irmão Horst, ser uma das igrejas que se salvarão inteira, incluso o pastor, a comissão e o irmão Horst. Temos tempo o suficiente para fazer com que isto aconteça, só depende de nós. QUE OS ANJOS DIGAM "AMEM !"

Ari Pereira


Resposta ao Desagravo

Meu estimado irmão Ari Pereira:

Apenas para atender seu pedido acima me propus fazer os esclarecimentos a seguir. Eu até posso entender seu desconforto e a reação expressa acima, mas vejo que o irmão cometeu um equívoco:   

1º) Uma leitura atenta da frase: "que se vangloria de ter a comissão da igreja sob seu domínio e controle" deixa bem claro que essa afirmação não é minha, mas dele, ouvida por uma pessoa conhecida. É claro que eu também não concordo com essa afirmação, pois conheço todos os membros da comissão e me considero amigo de todos. Ele apenas soube aproveitar o momento, quando todos estávamos alegres, felizes, saudando sua chegada, depois de quatro meses sem pastor.

Dificilmente, já na primeira comissão da igreja, alguém iria se incompatibilizar com ele, mesmo porque também não o conheciam. Foi essa sua primeira vitória que fez com que expressasse tanto otimismo. Hoje, muito provavelmente, sua proposta de demissão dos obreiros teria sido negada, pelo menos da forma como foi feita.

É preciso que fique bem claro o seguinte: não foi a demissão em si que deixou tantas seqüelas na igreja, mas a maneira anti-cristã e ilegal pelas normas da igreja com que o assunto de tamanha importância foi conduzido por ele; pela absoluta falta de discussão (debate) com a irmandade e de esclarecimentos para a igreja se posicionar conscientemente;  

2º) A bem da verdade, como um dos tesoureiros da igreja, posso afirmar que o caixa da igreja sempre suportou o pagamento dos obreiros, e que no final do ano de 2001 havia até um superávit de mais de R$ 12.000,00, levando a comissão a aprovar uma mini reforma do templo, incluindo aí pintura e entrada para deficientes. Como sempre acontece, o gasto excedeu esse valor, deixando o caixa negativo em aproximadamente R$ 15.000,00 lá por maio de 2002, quando o pastor assumiu, valor esse equivalente a um mês e meio de entradas.

Portanto, não procede a informação de que ele "tirou a igreja do saldo financeiro negativo onde havia permanecido por longa data". Se o pastor não estivesse determinado a demitir os obreiros, teria acatado meu pedido de apresentar perante a igreja estas opções: apelar para a igreja aumentar as ofertas, que estavam num dos percentuais mais baixos em relação ao dízimo, ou fazer uma campanha especial para zerar o déficit mediante uma oferta extra de R$ 15,00 por membro batizado, ou, como medida extrema, demitir os obreiros se os membros não concordassem em aumentar suas doações. Sem dúvida alguma a igreja teria optado por uma das duas primeiras propostas, pois a dívida era irrisória para seu potencial, considerando que a reforma geral feita em 1995 ficou em mais de R$ 200.000,00, e foi totalmente paga sem demissão de obreiros.

O sermão do último sábado sobre o bom samaritano foi muito oportuno. Por ele Jesus mostrou como os líderes religiosos da época (sacerdotes, levitas) eram insensíveis mesmo para com um seu irmão de fé que havia caído no infortúnio, passando de largo. Isto nos faz lembrar que nem sempre os líderes estão certos, ou agem da forma que Deus aprova. No caso presente o líder religioso não passou de largo, mas foi ele próprio o causador do infortúnio que desestabilizou, pelo menos financeira e emocionalmente, três famílias.

Graças a Deus, porém, que alguns bons samaritanos da igreja os ampararam de alguma forma. Foi a boa educação na casa paterna complementada depois por sólidos princípios cristãos de amor a Deus e ao próximo, e de respeito e valorização da dignidade dos irmãos de fé, recebidos há mais de 40 anos, quando vim para a Igreja Adventista do 7º Dia, que me tornaram sensível a toda e qualquer forma de arbítrio e injustiça, e motivou o desabafo e protesto inicial.

É possível que nem deveria tê-lo feito, já que os bons princípios cristãos de antigamente pelo jeito estão ultrapassados pelas mudanças que tem ocorrido ultimamente. Irmão, creio que pelo menos num ponto estamos concordes: a freqüência à igreja realmente tem aumentado desde que este pastor assumiu a igreja e implantou cultos neo-pentecostais, ao estilo do padre Marcelo Rossi e outros, com muito louvor e pouca mensagem.  

Para concluir quero dizer que a popularidade de um líder, ou o apoio esmagador que recebe, não legitima um ato injusto. Apoio de esmagadora maioria só tem ocorrido em regimes ditatoriais, comunistas, onde as vozes discordantes são silenciadas. E nossa igreja é democrática, ou pelo menos espero que continue sendo, pelo que o apoio ao que ocorreu não foi tão esmagador.  

Cordialmente, Horst Thonern.  

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