Comentários da Lição 1 à Luz da Mensagem de 1888

 

Deus e o Perdão (5 de abril de 2003)

Fato: "Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios" (Romanos 5:6). "Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (verso 8).

Paradoxo: "Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer" (verso 7).

Aplicações: (1) Paz, não mais inimigos de Deus: "temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo". (2) Entramos na presença de Deus: "pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes. (3) Esperamos a plena realização da promessa: "nos gloriamos na esperança da glória de Deus". (4) Agora mesmo desfrutamos dela: "e não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança". (5) Recebemos o dom de Deus: "a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". Versos 1-5.

Conseqüências: "Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida [ressurreição]. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação" (versos 10 e 11).

“O amor de Deus” A razão por que a esperança não envergonha é que o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. Observe que não se trata do amor a Deus, mas do amor de Deus. Em que consiste o amor de Deus? “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os Seus mandamentos; e os Seus mandamentos não são penosos” (I João 5:3). O Espírito Santo, por conseguinte, coloca em nossos corações a obediência à lei de Deus, e isso nos dá confiança para o dia do juízo e em todos os demais dias. O pecado é que produz medo no homem. Ao ser removido o pecado, o temor desaparece. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justo são [ousados] como um leão” Provérbios 28:1.

Cristo morreu pelos ímpios – “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Timóteo 1:15). “Este recebe pecadores...” (Lucas 15:2) É estranho que as pessoas permitam que o sentimento de sua pecaminosidade os mantenha apartados do Senhor, uma vez que Cristo veio precisamente para recebê-los e salvá-los. Ele pode salvar perfeitamente aos que, por Seu intermédio, se achegam a Deus (Hebreus 7:25), e lhes diz: “O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).

“Quando nós ainda éramos fracos” – Foi quando éramos ainda débeis que Cristo morreu pelos ímpios. Assim tinha de ser, pois era Seu propósito que fôssemos fortalecidos com poder por Seu Espírito no homem interior. Se Ele houvesse esperado que adquiríssemos certa força antes de Se entregar por nós, estaríamos perdidos. Quando éramos fracos? Agora, precisamente, Cristo Se apresenta como crucificado perante nós (Gálatas 3:1)  Isaías 5:23 e 24, na versão Cantera Iglesias, assim reza: “Voltai-vos para Mim e sede salvos... de Minha boca saiu a justiça... jurará toda língua, dizendo: Só em Jeová tenho salvação e força.”

“Justo” e “bom” – “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.” Em nosso idioma é difícil a distinção entre os termos. O homem justo é aquele que é reto, aquele que paga escrupulosamente a cada um aquilo que deve. O bom é aquele que é benevolente, o que nos faz muitos favores, que faz por nós mais do que merecemos. Pois bem, por mais justo que um homem possa ser, sua integridade de caráter dificilmente levará alguém a morrer por ele. Porém, é possível que alguém estivesse disposto a morrer por um homem conhecido por sua grande bondade.

O amor maior – Essa é a medida máxima de amor entre os homens. Alguém pode chegar a dar a vida por seus amigos. “Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8), e, portanto, inimigos.

“Com amor eterno te amei, por isso, com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3).

Reconciliados por Sua morte – Deus não é nosso inimigo, porém, nós somos, ou fomos, adversários dEle. Deus não necessita, pois, reconciliar-Se conosco; porém, nós sim é que necessitamos reconciliar-nos com Ele. Ele mesmo é quem, na infinita bondade de Seu coração, faz a reconciliação. Temos sido “pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Efésios 2:13) Como? Foi o pecado que nos separou de Deus e nos tornou Seus inimigos, mas, “o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (I João 1:7). Se nos purifica de todo pecado, somos naturalmente reconciliados com Deus - Ellet J. Waggoner, Carta aos Romanos, pág. 53 (56 da versão on line).

 

O Plano da Salvação

O Céu encheu-se de tristeza quando se compreendeu que o homem estava perdido, que o mundo que Deus criara deveria encher-se de mortais condenados à miséria, enfermidade e morte, e não haveria um meio de livramento para o transgressor. A família inteira de Adão deveria morrer. Vi o adorável Jesus e contemplei uma expressão de simpatia e tristeza em Seu rosto. Logo eu O vi aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o Pai. Disse meu anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o Pai. A ansiedade dos anjos parecia ser intensa, enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; na terceira vez, Ele veio de Seu Pai, e podia ser visto. Seu semblante estava calmo, livre de toda perplexidade e inquietação, e resplandecia de benevolência e amabilidade, tais como não podem exprimir as palavras. Fez então saber ao exército angelical que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu Pai, oferecera-Se para dar Sua vida como resgate e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse encontrar perdão; que, pelos méritos de Seu sangue, e obediência à lei divina, ele poderia ter o favor de Deus, e ser trazido para o belo jardim e comer do fruto da árvore da vida.

A princípio, os anjos não puderam regozijar-se, pois seu Comandante nada escondeu deles, mas desvendou-lhes o plano da salvação. Jesus lhes disse que ficaria entre a ira de Seu Pai e o homem culpado, que Ele enfrentaria a iniqüidade e o escárnio, e que poucos, apenas, O receberiam como o Filho de Deus. Quase todos O odiariam e rejeitariam. Ele deixaria toda a Sua glória no Céu, apareceria na Terra como homem, humilhar-Se-ia como homem, familiarizar-Se-ia pela Sua própria experiência com as várias tentações com que o homem seria assediado, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fossem tentados. Finalmente, depois de cumprida Sua missão como ensinador, seria entregue nas mãos dos homens, e suportaria quantas crueldades e sofrimentos Satanás e seus anjos pudessem inspirar ímpios homens a infligir. Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a terra, como um pecador criminoso. Sofreria terríveis horas de agonia, as quais nem mesmo os anjos poderiam contemplar, mas esconderiam seu rosto dessa cena. Ele suportaria não apenas agonia física mas também mental, com que o sofrimento físico de nenhuma maneira se poderia comparar. O peso dos pecados do mundo inteiro estaria sobre Ele. Disse-lhes que morreria, e ressuscitaria no terceiro dia, e ascenderia a Seu Pai para interceder pelo homem perdido e culposo.

Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram suas vidas. Jesus lhes disse que pela Sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai como resgate pelo homem. Jesus também lhes disse que teriam uma parte a desempenhar - estar com Ele, e fortalecê-Lo em várias ocasiões. Que Ele tomaria a natureza decaída do homem, e Sua força não seria nem mesmo igual à deles. E seriam testemunhas de Sua humilhação e grandes sofrimentos. E, ao testemunharem Seus sofrimentos e o ódio dos homens para com Ele, agitar-se-iam pelas mais profundas emoções e, pelo seu amor para com Ele, desejariam livrá-Lo, libertá-Lo de Seus assassinos; mas que não deveriam intervir para impedir qualquer coisa que vissem; e que desempenhariam uma parte em Sua ressurreição; que o plano da salvação estava ideado, e Seu Pai aceitaria esse plano.

Com santa tristeza Jesus consolou e animou os anjos, e os informou de que, dali em diante, aqueles que Ele remisse estariam com Ele, e com Ele sempre morariam; e que pela Sua morte resgataria a muitos, e destruiria aquele que tinha o poder da morte. E Seu Pai Lhe daria o reino e a grandeza do reino sob todo o Céu, e Ele o possuiria para todo o sempre. Satanás e os pecadores seriam destruídos para nunca mais perturbarem o Céu, ou a nova Terra purificada. Jesus ordenou que o exército celestial se conformasse com o plano que Seu Pai aceitara, e se regozijassem de que o homem decaído de novo pudesse ser exaltado mediante a Sua morte, a fim de obter o favor de Deus e desfrutar o Céu.

Então, a alegria, inexprimível alegria, encheu os Céus. E o exército celestial cantou um cântico de louvor e adoração. Tocaram harpas e cantaram em tom mais alto do que o tinham feito antes, pela grande misericórdia e condescendência de Deus, entregando o Seu mui amado para morrer por uma raça de rebeldes. Derramaram-se louvor e adoração pela abnegação e sacrifício de Jesus; por consentir Ele em deixar o seio de Seu Pai e optar por uma vida de sofrimento e angústia, e morrer uma morte ignominiosa a fim de dar Sua vida por outros.

Disse meu anjo assistente: Pensas que o Pai entregou Seu mui amado Filho sem esforço? Não, absolutamente. Foi mesmo uma luta, para o Deus do Céu, decidir se deixaria o homem culpado perecer, ou se daria Seu amado Filho para morrer por ele. Os anjos estavam tão interessados na salvação do homem que se podiam encontrar entre eles os que deixariam sua glória e dariam a vida pelo homem que ia perecer. Mas, disse o anjo, isso nada adiantaria. A transgressão era tão grande que a vida de um anjo não pagaria a dívida. Nada, a não ser a morte e intercessão de Seu Filho, pagaria essa dívida, e salvaria o homem perdido da tristeza e miséria sem esperanças.

Mas foi aos anjos designada a obra de subirem e descerem com bálsamo fortalecedor, trazido da glória, a fim de mitigar ao Filho do homem os Seus sofrimentos, e ministrar-Lhe. Seria também sua obra proteger e guardar os súditos da graça contra os anjos maus e contra as trevas que constantemente Satanás arremessa em redor deles. Vi que era impossível a Deus alterar ou mudar Sua lei, para salvar o homem perdido, e que ia perecer; portanto, Ele consentiu em que Seu amado Filho morresse pela transgressão do homem - Primeiros Escritos, págs. 149-152.

 

Nosso Intercessor

De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador:

(1) Permanece eternamente: E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo (Hebreus 7:23 e 24);

(2) É santo: Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo-Se a Si mesmo (versos 26 e 27);

(3) Conseqüências: Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. ... Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (versos 25 e 28).

A Epístola aos Hebreus foi dirigida primeiramente aos cristãos judeus que estavam em perigo de dar as costas a Cristo e voltar ao judaísmo. O autor de Hebreus, que na minha opinião é Paulo, esclarece em sua epístola que Cristo é a realidade de tudo aquilo que havia sido apresentado em símbolos no Antigo Testamento. E por ser a substância e a realidade de tudo que era prefigurado, é superior a tudo quanto pudesse ser dado aos judeus no Antigo Testamento.

Agora vamos ler Hebreus 7:24 e 25: “Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Os sacerdotes levitas do Antigo Testamento não podiam interceder pelos judeus no autêntico sentido da palavra. Por quê? Primeiramente, porque eles mesmos eram pecadores. Sem dúvida você se lembra como no Dia da Expiação não poderiam entrar no lugar santíssimo sem antes ter oferecido um sacrifício pelos seus próprios pecados e pelos de suas famílias. Jesus não teve que oferecer sacrifício algum por Si mesmo, pois venceu o pecado. Nem sequer em um pensamento consentiu com o pecado, e como já comentamos anteriormente, é por isso que Deus teve o direito legal de ressuscitá-Lo. Jesus Cristo é um sacerdote que jamais pecou: venceu o pecado e a morte.

A segunda diferença é que os sacerdotes estavam limitados em sua intercessão, por serem homens não só pecadores, mas também mortais. Isso significa que o período de sua vida era comparável a de qualquer outro contemporâneo. Mas Cristo, quando ressuscitou dos mortos, o fez para jamais tornar a morrer. E por ser um Salvador eterno, pode interceder por nós desde o momento de Sua ascensão até o fim. Temos um Advogado, um Sumo Sacerdote que é capaz de salvar-nos plenamente, não porque sejamos bons, mas porque Ele é nossa justiça e está à direita de Deus vindicando e defendendo aos que crêem nEle.

Jesus Cristo é nosso Advogado, nosso Salvador, e é poderoso para salvar plenamente a todo aquele que se aproxima de Deus através dEle, visto que não há condenação para os que estão em Cristo. Como disse o próprio Jesus (João 5:24), aquele que está em Cristo “passou da morte para a vida” - Jack Sequeira, A Cruz de Cristo, págs. 53 e 54. -- Seleção: Matheus. E-mail: EvangelhoEterno@aol.com.

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