Clipping: Restos mortais do século 1 fornecem pistas sobre crucificação

15:48 05/04

JERUSALÉM - O retrato explícito da crucificação de Jesus feito no filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, levou ao cinema, com todos seus detalhes horrendos, o método de execução mais utilizado na antigüidade.

Jesus Cristo é a mais conhecida vítima da crucificação na história. Mas milhares de outros judeus foram mortos na cruz pelos romanos no século 1 d.C., na tentativa de sufocar rebeliões judaicas na Terra Santa.

Até hoje, porém, só foram encontrados os restos mortais de uma única dessas vítimas. Ele se chamava Yehohanan Ben Hagkol. Era um judeu cujo osso do calcanhar, encontrado por arqueólogos perto de Jerusalém em 1968, ainda apresentava um prego encravado (foto).

"É o único caso do mundo em que se tem provas indiscutíveis de crucificação", contou o antropólogo físico Joe Zias, que examinou os restos mortais de Yehohanan Ben Hagkol."Já examinamos milhares de esqueletos em Jerusalém. Alguns foram decapitados, outros foram mutilados. Mas nunca encontramos outro que tivesse sido crucificado.

"Foi uma das formas de morte mais hediondas inventadas pelo homem", acrescentou Zias, falando do método de execução praticado entre 400 a.C. e 400 d.C. por persas, gregos, assírios, cartagineses e outras civilizações antigas.

O professor Martin Hengel, especialista da Universidade de Tubingen, Alemanha, disse que milhares de rebeldes judeus capturados foram crucificados pelos romanos na região de Jerusalém no século 1, quando Jesus viveu.

Os crucifixos pontilhavam a paisagem em volta da cidade. Segundo Zias, entre 66 e 702 d.C., os romanos em alguns momentos chegaram a crucificar 500 judeus por dia, até esmagarem a primeira revolta judaica e destruírem o Segundo Templo. "Acabou faltando espaço e crucifixos", ele contou.

 

O HOMEM CRUCIFICADO

Não se sabe muito sobre Yehohanan Ben Hagkol, cujo nome significa João, filho de Hagkol. O nome estava esculpido em caracteres hebraicos antigos num ossuário, dentro do túmulo na Cidade Velha de Jerusalém que foi aberto em 1968.

Quando morreu, ele tinha entre 24 e 28 anos de idade, media 1,70 metros e estava em ótima saúde.

"Ele pode ter sido ladrão ou rebelde, ou ainda, para seus conterrâneos, um herói", disse o arqueólogo Vassilios Tzaferias, que descobriu os restos de Ben Hagkol quando escavava um túmulo familiar judaico da antiguidade.

O estado dos esqueletos presentes no túmulo revelou a época turbulenta em que viveram. Nove das 35 pessoas enterradas no local sofreram morte violenta. Outras morreram de fome.

Os arqueólogos acreditam que não encontraram outras evidências físicas de crucificação porque as vítimas às vezes eram amarradas à cruz, em lugar de pregadas, e, depois de mortas, seus corpos eram atirados em lixões, servindo de alimento a animais.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/mundo/artigo/0,,1570411,00.html

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Encenação realista da 'Paixão de Cristo' leva às Filipinas o dobro de turistas de 2003

09/04/2004 - 12h23m (Reuters)

SAN PEDRO CUTUD, Filipinas - Para o fiel Ruben Enaje, o ritual da "Paixão de Cristo" significa muito mais do que uma encenação. Já tendo carregado por quilômetros uma pesada cruz de madeira, Enaje foi amarrado e pregado em outra cruz sob o sol abrasador das Filipinas nesta sexta-feira como parte do ritual católico do qual participa há 20 anos.

Reprovado pela Igreja Católica, o ritual já se tornou uma grande festa local, que dá aos penitentes a chance de emular Jesus Cristo - e atrair dólares de turistas. Neste domingo, talvez influenciados pela repercussão do polêmico filme de Mel Gibson, o dobro de visitantes estrangeiros em relação ao ano passado viajou a San Pedro Cutud, uma pequena cidade a 110 quilômetros do norte de Manila, para assistir à encenação realista da crucificação de Jesus Cristo.

Enaje, um pintor de 43 anos, interpreta o papel de Cristo pela terceira vez, mas já é um veterano em crucificação, pela qual já passou 17 vezes. "As pessoas pensam que sou a reencarnação de Cristo, mas isso não é verdade. Tudo o que eu quero é emular Cristo e lembras às pessoas o que ele fez por nós", disse.

O calvário de Enaje começa com o beijo de um homem representando Judas para em seguida ser julgado e condenado por Poncius Pilatus. Nos quatro quilômetros de jornada até a crucificação, Enaje é açoitado nas costas por três homens representando soldados romanos. Ao chegar ao monte da crucificação, ele tem as mãos molhadas com álcool para aliviar a dor antes de ser pregado na cruz sob o céu de meio-dia junto com dez outros penitentes formando a cena final do ato de fé cristã.

O ritual é repetido em menor escala por todo o país católico. Para a população pobre, que em sua maioria sente-se renegada pela Igreja 'oficial', o ato é uma forma de obter perdão e bênçãos para suas famílias.

Às vésperas de eleições presidenciais, marcadas para maio nas Filipinas, Enaje disse que este ano acrescentou uma prece às que costuma fazer enquanto está crucificado. "Pedi com muita força para que a união e o amor entre os homens predomine nesse período de eleições."

Fonte: http://oglobo.globo.com/online/mundo/141650810.asp


Advogados mexicanos revêem julgamento de Jesus e o consideram ilegal

CIDADE DO MÉXICO, 7 abr (AFP) - O julgamento a que Jesus de Nazaré foi submetido há quase dois mil anos esteve "cheio de irregularidades", segundo a legislação romana da época e os códigos jurídicos judaicos do Talmud, afirmaram advogados mexicanos que fizeram uma atualização do processo.

"Foi um julgamento viciado, que salta à vista em qualquer análise jurídica; testemunhas foram pagas e estas, por sua vez, se contradisseram. Certamente está cheio de irregularidades", disse à AFP o jurista Víctor Pérez.

Segundo ele, Jesus Cristo foi processado e condenado à morte segundo "duas leis distintas, que no entanto tinham que coincidir", de acordo com as condições políticas e judiciais da sociedade de Jerusalém.

"Os crimes que os representantes de Roma julgavam, caso se tratasse de uma causa de pena de morte, tinham que ser coincidentes com as acusações feitas anteriormente pelo Sanedrim (Suprema Corte judaica). Isto não aconteceu no caso de Jesus Cristo", explicou.

Para o advogado Carlos Verea, autor da tese "Análise jurídica do julgamento contra Jesus", o fundador do cristianismo pode ser considerado um preso político.

"Depois de analisar os acontecimentos que cercaram o julgamento, assim como o interrogatório feito ao nazareno, vamos percebendo que o julgamento que se seguiu não foi jurídico, mas teve motivação política", argumentou.

De acordo com a tese de Verea, o julgamento de Jesus diante das autoridades judaicas foi iniciado na mesma noite de sua prisão, "portanto estamos diante de uma violação do direito judaico, o qual continha um preceito legal que regulava o horário em que se devia estabelecer o Sandrim como tribunal colegiado".

Além desta irregularidade, a advogada Elizabeth García, autora da tese "O Julgamento contra Jesus", argumenta que o acusado não contou com testemunhas a seu favor.

"Houve unicamente testemunhas de acusação, não surpreende que não nenhuma testemunha de defesa tivesse se apresentado, pois os discípulos mais próximos de Jesus tinham fugido", disse García.

Inicialmente, Jesus é considerado culpado por blasfêmia, "um crime que, segundo o Talmud judaico, se pagava com a vida", embora devido à ocupação romana, os judeus estivessem impedidos de executar a condenação, lembrou Víctor Pérez.

"Jesus deveria ter sido julgado apenas por este crime pelas autoridades romanas e não pelo de sedição (perturbação da ordem pública), (pois) as leis judaicas estavam condicionadas às disposições de Roma, motivo pelo qual um preso não podia ser julgado por um crime diante do Sanedrim e por outro diante de Herodes e Pilatos", explicou Pérez.

Os três especialistas, que baseiam sua análise considerando apenas os atores envolvidos no fato, coincidem ao afirmar que estas falhas processuais "levam à anulação de qualquer julgamento".

"Naquela época e na atual, as irregularidades fazem com que o julgamento seja iníqüo (injusto)", afirmou Víctor Pérez.

Os advogados analisaram também as possíveis datas em que Jesus foi processado, considerando-o um personagem histórico cuja vida e morte coincide com a ocupação romana da Judéia.

Historiadores e juristas situam Pôncio Pilatos como governante entre os anos 26 e 36 da era cristã. Segundo o calendário vigente na época, se a morte de Jesus aconteceu numa sexta-feira, a crucificação foi "com certeza em 7 de abril do ano 30, depois de Cristo", concluiu Elizabeth García.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/mundo/artigo/0,,1572993,00.html


Código de execução penal do Irã ainda prevê a crucificação

China, Irã e EUA são líderes da pena de morte, diz Anistia

17:08 06/04

GENEBRA (Reuters) - China, Irã, Estados Unidos e Vietnã são os países que mais recorreram à pena de morte em 2003, respondendo por 84 por cento das execuções conhecidas, segundo o relatório anual da Anistia Internacional, divulgado na terça-feira.

Mais da metade das execuções conhecidas aconteceu na China, onde a quantidade verdadeira pode ser mais de dez vezes maior, de acordo com a entidade.

Mas, durante o ano que passou, seis países aboliram ou suspenderam a pena capital. Agora, dos 195 países do mundo, 117 não a usam.

"Os dados deste ano mostram que a maioria dos países seguem o caminho abolicionista, enquanto outros escolhem permanecer no lado errado da divisão da justiça", disse a porta-voz Judit Arenas Licea em entrevista coletiva.

O relatório menciona 1.146 execuções em 28 países em 2003. No ano anterior, haviam sido 1.526 em 31 países. Só a China matou pelo menos 726 prisioneiros. O Irã executou 108, os Estados Unidos, 65, e o Vietnã, 64, segundo o texto.

Mas a Anistia alertou que esses números, que se baseiam principalmente em fontes oficiais, na imprensa e em relatos particulares, podem ser só a ponta do iceberg, especialmente em países onde estatísticas são tratadas como segredo de Estado.

MICROÔNIBUS

O relatório cita um parlamentar chinês, não identificado, segundo quem seu país executa 10 mil pessoas por ano. A Anistia disse estar especialmente preocupada com a criação de "unidades móveis" para acelerarem as execuções na China.

Trata-se de microônibus que levam quatro funcionários de cidade em cidade, treinados para cumprir as sentenças de forma rápida, usando uma injeção letal. Às vezes, a execução acontece menos de uma hora depois de encerrado o julgamento.

Nos Estados Unidos, segundo a entidade, cadeiras elétricas muito velhas continuam em uso, o que faz com que a morte seja lenta e muito dolorosa. Já no Irã, o código de execução penal ainda prevê a crucificação dos réus.

O relatório foi divulgado durante a sessão anual da Comissão de Direitos Humanos da ONU. No ano passado, a comissão pediu uma moratória na pena de morte no mundo, e neste ano a Anistia pressiona para que o voto se repita.

"É hora de todos os governos cumprirem suas obrigações internacionais", disse a Anistia. "A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante e uma flagrante negação do direito à vida."

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/mundo/artigo/0,,1571724,00.html


A Paixão de Cristo: Quando filme e ritual se encontram

Por Daniel J. Wakin :: 16:48 09/04

NOVA YORK - Após um intenso debate e publicidade sobre o filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, Hollywood e a Semana Santa se encontram em um momento de alto drama cristão.    

O filme está agora preso em meio aos dias mais solenes da religião cristã - Sexta-Feira Santa, Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa - quando os dias finais de Jesus e sua Ressurreição são lembrados na igreja, e não só nos cinemas. A influência do filme manifestou-se de maneiras pequenas e grandes, tanto para os padres quanto para os fiéis.

Muitos católicos romanos, de bispos aos párocos, afirmam que visualizarão cenas do filme em suas mentes conforme eles ouvirem às liturgias semanais da Páscoa. Para eles, as cenas de violência gráfica se tornarão objeto de contemplação durante a primeira semana de Páscoa pós-Mel.

Antes, afirmou Cara Liander, uma estudante de 19 anos da Universidade de Boston, as imagens que apareciam em sua mente quando ela ouvia a liturgia da Semana Santa eram cenas de sua peça da paixão do colegial. "Agora de será um cara ensangüentado", ela contou. "É muito difícil tirar essas imagens de sua cabeça, pois eu as vi", acrescentou Liander, comparando a experiência a visualizar Marlon Brando quando leu "Um Bonde Chamado Desejo".

Assistir a "A Paixão" reafirmou sua crença em aspectos específicos da história bíblica, confidenciou ela, e aflorou profundas emoções. Ao mesmo tempo, falou ela, isso a deixa nervosa pelas missas da Sexta-Feira Santa. "Isso está me forçando a pensar sobre o filme", ela continuou. "Isso está tirando minha visão pessoal dessa data".

Alguns padres estão usando o filme para pregar sobre a Paixão de Cristo, embora outros tenham optado por ignorá-lo. E outros prepararam suas congregações com o boletim da igreja desta semana.

Diversas igrejas pediram para usar trechos do filme nas missas da Sexta-Feira Santa e da Páscoa, afirmou um porta-voz da Icon Productions, de Gibson. Em Ville Platte, Louisiana, estudantes do Colégio do Sagrado Coração usaram parte da trilha sonora do filme em sua peça da paixão na quinta-feira, contou o padre da paróquia, o monsenhor Robert Romero.

Alguns católicos estão até tornando a ida ao cinema um ritual, escolhendo ver o filme na Sexta-Feira Santa. Sua distribuidora, a Newmarket Films, está ajudando. Ela anunciou que o filme seria exibido em 500 salas nacionais nesta semana, embora saísse de exibição em outras. Ontem, o filme estava em cartaz em um total de 3.408 cinemas, mais do que qualquer outro filme, disse Paul Dergarabedian, presidente da Exhibitor Relations Co., uma firma de acompanhamento de bilheteria em Los Angeles. As vendas da metade da semana superaram as da semana passada, afirmou ele, algo surpreendente para um filme que estreou em 25 de fevereiro, na Quarta-Feira de Cinzas.

"Eu acho que nós estamos definitivamente vendo um impulso nessa Semana Santa", prosseguiu ele. "A Paixão de Cristo" é agora o 10° colocado em arrecadação doméstica, com vendas em US$ 331 milhões, divulgou a Exhibitor Relations. Na Itália, onde o filme estreou na quarta-feira, ele quebrou recordes de bilheteria para uma noite de estréia.

William Kuntz, 53 anos, um advogado que mora no Brooklyn, Nova York, disse que ele veria o filme na Sexta-Feira Santa com sua esposa e amigos.

"Eu quero pensar profundamente sobre a Paixão neste dia", explicou ele, "mas eu também quero pensar sobre isso e relacionar essa data em um contexto moderno sobre como os outros enxergam esse evento".

"A Paixão de Cristo" se junta a uma antiga tradição católica de retratar a prisão, julgamento de crucificação de Jesus durante a Páscoa. Na Sexta-Feira Santa, os católicos traçam sua jornada final ao longo das estações da cruz dentro de uma igreja ou ao ar livre. As performances litúrgicas medievais se transformaram em peças modernas da paixão. As igrejas apresentam com freqüência meditações sobre "As Sete Últimas Palavra de Cristo" na Sexta-Feira, reflexões sobre o discurso de Jesus na cruz.

Em um "Mundo da MTV", o filme de Gibson preenche um desejo de ter imagens associadas a essas narrações, disse James Shapiro, professor de inglês da Universidade de Columbia e especialista em peças da paixão.

"A contemplação consome tempo e é difícil", disse ele. "As imagens são atalhos, mas lembre, essa é a visualização de outra pessoa. Isso é muito difícil no sentido de lembrar o que você está pensando quando imagens poderosas vêm à mente".

Em longo prazo, ele sugeriu, o debate sobre se o filme de Gibson poderia inspirar sentimentos anti-semitas em comparação com seu efeito potencial sobre "como as pessoas refletem sobre esse evento central para a fé cristã".

Frank DeRosa, porta-voz da Diocese Católica Romana do Brooklyn, questionou se o efeito do filme desapareceria depois desse ano. "Se isso mudará o comportamento de alguma maneira, eu não sei", falou ele. Líderes importantes da igreja voltaram-se para o filme para alimento litúrgico. Por exemplo, o presidente da Universidade Católica em Washington, o monsenhor David M. O'Connell, que foi convidado para fazer as reflexões da Sexta-Feira Santa sobre "As Sete Últimas Palavras de Cristo" na Igreja de St. Agnes em Manhattan, um papel que era do bispo Fulton J. Sheen.

O'Connell disse que abriria seu sermão com uma menção sobre o filme. Ele deu uma prévia de seu discurso: "Qualquer um que tenha visto o filme 'A Paixão de Cristo' não pode deixar de pensar na Sexta-Feira Santa como cruel, um dos dias mais sombrios na história da humanidade".

O monsenhor, em uma entrevista, afirmou que seria difícil não citar o filme, por causa da atenção dada a ele a ao número de pessoas que o assistiu. "Por esse motivo eu tento apenas fazer uma referência a ele, pelo menos para ilustrar a crueldade, que foi retratada tão vividamente", explicou ele.

Na Santo Inácio de Loiola, em Upper East Side, o reverendo Mark Hallinan perguntou no informativo da igreja se o filme era "uma maneira apropriada de entrar nos eventos da semana?".

Ele disse que Gibson fez um bom trabalho em lembrar as pessoas do sofrimento e morte de Jesus, mas que ele passou por cima da diversidade de evangelhos e enfeitou seu relato com escritos que não pertenciam ao evangelho. É melhor ir à igreja neste fim de semana, concluiu ele.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1574907,00.html


Filme de Gibson é sucesso também no mundo islâmico

Ter, 06 Abr - 10h26

Hanan Nsour, uma muçulmana de 21 anos da Jordânia, saiu em lágrimas da sessão de A Paixão de Cristo e pronunciou seu veredicto: o épico de Mel Gibson sobre a crucificação "desmascarou as mentiras dos judeus, e espero que todo mundo, em todo lugar, se volte contra os judeus". O Alcorão, no entanto, diz que a crucificação de Jesus nunca aconteceu. Os muçulmanos acreditam que outro homem foi crucificado no lugar de Jesus.

São contradições desse tipo que surgem à medida que o mundo árabe trava contato com A Paixão, que está atraindo grandes audiências na Jordânia, na Síria, no Líbano e em outros países árabes que aprovaram a exibição.

Liberado sem mudanças no Egito

Um assessor de Yasser Arafat disse que o líder palestino, depois de assistir ao filme em seu complexo na Cisjordânia, comparou o sofrimento de Jesus ao dos palestinos. Quando o desenho animado de 1998 O Príncipe do Egito chegou ao Cairo, os censores o proibiram.

Uma razão alegada: o Islã reverencia Moisés como um profeta, e muitos muçulmanos se chocam ao ver seus profetas retratados como personagens de carne e osso. Jesus também é um profeta para os muçulmanos, mas A Paixão de Cristo foi liberada pelos censores egípcios sem mudanças.

Sinais confusos

Governos e clérigos islâmicos também enviam sinais confusos. O Kuwait proíbe qualquer filme mostrando qualquer profeta reconhecido pelo Islã, mas um dos principais clérigos xiitas do país, aiatolá Mohammed Baqer al-Mehri, pediu que seja aberta uma exceção para A Paixão, porque ela "revela crimes cometidos pelos judeus contra Cristo". O governo ainda não tomou uma decisão.

Na Jordânia, um líder da linha-dura Frente de Ação Islâmica diz que os muçulmanos deveriam ler o Alcorão ou rezar em vez de assistir a filmes, mas não se importa com o fato de A Paixão estar sendo exibida em seu país. Muitos no Ocidente acusam Gibson de renovar a acusação de que os judeus mataram Cristo, que tem alimentado o anti-semitismo através dos séculos.

Nos Emirados Árabes Unidos, um editorial do jornal Gulf News enalteceu o filme de Gibson por ser "tão próximo da condição humana em sua descrição da traição, ganância, falsidade, clemência e amor. Como disse o papa João Paulo II, 'foi assim que aconteceu'".

Cardeal lava as mãos

O Vaticano negou que o papa tenha endossado o filme com essas palavras e se manteve longe da controvérsia. Mas o cardeal Nasrallah Sfeir, líder da igreja maronita no Líbano, se envolveu diretamente. "O filme não é exagerado e retrata a realidade. É um filme muito triste e não sentimos que havia algum anti-semitismo", afirmou Sfeir depois de assistir ao filme numa sessão fechada. No Egito o xeque Mohammed Abdel-Razeq lava as mãos. "Trata-se das últimas 12 horas da vida de Cristo, o que envolve cristãos e judeus. Os muçulmanos não têm nada com isso."

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040406/25/j8tz.html

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