Estudo Sobre Hebreus 9 - Parte 2

Que YHWH te abençoe e te guarde...

 

NA PRIMEIRA ALIANÇA TINHA O MINISTÉRIO DOS SACERDOTES

No verso seis o autor da Carta aos hebreus diz: “Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entramna primeira parte do tabernáculoos sacerdotes, para realizar os serviços sagrados”. – (Almeida Revista e Atualizada - ARA). O termo traduzido por “primeira parte”, no verso dois, é o mesmo do verso seis: πρώτη - prōtē; (πρώτην - prōtēn). Ambos são adjetivos, ordinal. O primeiro está no caso: nominativo, feminino singular; e o segundo, está no caso: acusativo, feminino singular. A ARA traduziu o primeiro termo (do verso 2), como “parte anterior”; mas no verso seis foi traduzido por “primeiro”. Para que fosse feito um paralelo com o termo: δευτέραν - deutéran - segunda parte (adjetivo pronominal ordinal, acusativo feminino singular) do verso sete. Traduzido pela ARA como “segundo”.

No entanto, não havia ministério dos sacerdotes no Lugar Santo (primeira parte), sem que primeiro eles ministrassem no Átrio (no altar de holocausto).

Sendo assim, da mesma maneira que eram realizados holocaustos no Átrio, na Primeira Aliança, na segunda também não poderia ser diferente. Visto que os holocaustos que ocorriam na Primeira, era uma profecia que se cumpriu na Segunda. Então, pode-se dizer que o Altar é a Terra, onde foi morto o Cordeiro de Elohym. Meditem nas palavras do autor da Carta aos hebreus:

Possuímos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo”. (Heb. 13:10 – ARA). Esses que não poderiam comer eram os levitas, que ministravam no tabernáculo. No entanto, o escritor de hebreus aplica também, neste caso, aos sacerdotes, no que diz respeito às ofertas por causa de pecados por ignorância (Lev. 4; 5; e 16). “Pois aqueles animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos, pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm o corpo queimado fora do acampamento. Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”. (Heb. 13:11-12 – ARA – cf. também Luc. 21:24 e Apoc. 11:1-2).

Portanto, antes do Messias ministrar no Lugar Santo da Segunda Aliança, Ele ministrou no Átrio e no Altar de holocausto onde Ele era Cordeiro (João 1:29 e 36) e Sacerdote (João 1:32-34; 17:19; cf. Lev. 16:1-4). O verso quatro de Levítico dezesseis aponta para o batismo do Messias e o derramamento do Espírito Santo sobre Ele. O capítulo 17 do Evangelho Segundo João é conhecido como: “A Oração Sacerdotal”. Onde o ponto culminante é o verso dezenove. “E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. (ARA).

 

SACRIFÍCIOS POR CAUSA DOS PECADOS POR IGNORÂNCIA

Em Hebreus 9:7 está escrito: “Mas,” na segunda parteo sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo”. (ARA).

Hebreus 9:7, direciona o leitor para Levítico: 4 e 5 - capítulos que tratam dos sacrifícios por causa de “pecados por ignorância” que eram realizados pelos sacerdotes; e aponta também para Levítico 16 – capítulo que trata da Expiação anual, que era feita pelo sumo sacerdote.

No capítulo 4 onde trata dos “pecados por ignorância” de um “sacerdote” ou da “congregação”, é dito que o sangue era conduzido para dentro da tenda da congregação. Ele era aspergido “diante do véu do santuário” (Lugar Santíssimo), e também era colocado “sobre os chifres do altar do incenso aromático” e o “restante do sangue era” derramado na “base do altar do holocausto”. Desses sacrifícios que eram pelos pecados por ignorância de um sacerdote ou pelos pecados por ignorância da congregação, nada deles poderia ser comido. Sobre eles foi escrito:

“... O couro do novilho, toda a sua carne, a cabeça, as pernas, as entranhas e o excremento, a saber, o novilho todo, levá-lo-á fora do arraial, a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará sobre a lenha; será queimado onde se lança a cinza”. – (Lev. 4:11-12 – ARA – confira os versos 20-21).

No capítulo 6:30 foi dito: “Porém não se comerá nenhuma oferta pelo pecado, cujo sangue se traz à tenda da congregação, para fazer expiação no santuário; no fogo será queimada”. (ARA).

Em função de Levítico 4:20, que diz: “... assim lhe fará, e o sacerdote por eles fará expiação, e eles serão perdoados”. Percebe-se que após seguir a Lei prescrita – “A Lei da Oferta Pelo Pecado” (Lev. 6:24-30), em harmonia com as prescrições referentes aos pecados por ignorância dos sacerdotes ou da congregação, havia uma expiação e perdão dos pecados cometidos. Contudo, também fica claro, em função de Levítico 6:30 – “para fazer expiação no santuário”, que tal expiação (envolvendo sacerdotes ou congregação) só poderia ser realizada no santuário. Conseqüentemente, por isso, pode-se dizer que o santuário direta ou indiretamente ficava contaminado porque os referidos pecados chegaram ao Santuário, por meio dos sacerdotes e/ou do sangue.

Já o “sangue” dos “sacrifícios”, por causa dos “pecados por ignorância” de um “príncipe” ou de “qualquer pessoa”, não era levado para dentro da tenda da congregação. Ou seja, por essas pessoas a expiação não era feita, diretamente, “no santuário”. No entanto, a expiação por tais pessoas também era realizada pelo sacerdote – “... assim, o sacerdote fará expiação por ele, no tocante ao seu pecado, e este lhe será perdoado”. (Lev. 4:26 – ARA – confira o verso 35). Conseqüentemente, por isso, pode-se dizer que por causa dos pecados por ignorância de um príncipe ou de qualquer pessoa, apenas o Altar de holocausto era diretamente contaminado por causa da expiação. Contudo, a Tenda da congregação era indiretamente contaminada pelos sacerdotes porque a carne dos sacrifícios da oferta, pelo pecado, deveria ser comida pelos sacerdotes. Assim está escrito:

O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; no lugar santo, se comerá, no pátio da tenda da congregação”. (Lev. 6:26 – ARA).

Mesmo que este “lugar santo” seja uma referência apenas ao “pátio da tenda da congregação”, ainda assim os sacerdotes que viessem a comer da carne da oferta, esses entrariam no Lugar Santo – dentro da Tenda da Congregação.

Portanto, de alguma maneira os holocaustos realizados pelos pecados cometidos durante o ano, bem como as expiações realizadas, contaminavam o santuário. Por isso, uma vez por ano, no Dia Anual da Expiação, era realizada uma Expiação completa. Assim está escrito:

Fará expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar; também a fará pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação”. (Lev. 16:33 – ARA).

 

O NOVILHO E O BODE – OFERTAS PELO PECADO POR IGNORÂNCIA, PARA EXPIAÇÃO DO SANTUÁRIO, DA TENDA E DO ALTAR.

Quando chegamos a Levítico 16, encontramos algumas ordens claras quanto ao sumo sacerdote em relação ao Santuário. A primeira é:

Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório”. (16:2 – ARA).

A segunda é: “Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto”. (16:3 – ARA). Podemos dizer que a terceira e quarta ordens diz respeito, respectivamente, à vestimenta e à purificação (por meio do banho, que aponta para o batismo) do sumo sacerdote. Depois vem uma ordem na qual a congregação se acha envolvida; e também representada pelo sumo sacerdote.

Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto”. (16:5 – ARA).

OBSERVAÇÃO: irei utilizar o termo “Expiação” quando a referência não for somente aos pecados por ignorância, no Dia da Expiação. E “expiação” quando a referência for aos pecados por ignorância.

Percebam que os sacrifícios relacionados ao Dia da Expiação estão diretamente ligados a Levítico 4:1-21, versos que tratam de pecados por ignorância dos sacerdotes e da congregação. E a expiação pelos pecados por ignorância deles e da congregação era realizada “no santuário”; e os pecados contaminavam o Santuário.

Pelo que se percebe, até aqui o alvo da Expiação era o Santuário e não os sacerdotes e a congregação. No entanto, para que fosse possível a Expiação do Santuário (por causa dos pecados dos sacerdotes e da congregação) era preciso que os envolvidos – sacerdotes e congregação - estivessem participando da Expiação. Desta forma eles estavam reconhecendo que eles eram os culpados/responsáveis pela contaminação do Santuário; por isso era preciso ser feito a Expiação e Purificação do Santuário.

Embora seja comum a leitura dos versos seis a onze como se tratando da Expiação pelo sumo sacerdote e pela sua casa, e pela congregação (e de fato também era); no entanto essa expiação está relacionada aos pecados por ignorância (Lev. 4 e 5) sem ela Arão não estaria autorizado nem preparado para entrar na Tenda da Congregação para realizar a Expiação pelo Santuário.

Portanto, pelo contexto dos versos um a cinco e de Levítico capítulos 4 e 5, os versos seis a onze devem ser lidos e entendidos como os requisitos básicos (que podem ser entendidos como: uma expiação por causa dos pecados por ignorância.), para que Arão pudesse realizar a Expiação pelo Santuário.

OBS: “Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado vivo perante o SENHOR, para fazer expiação por causadele e envia-lo ao deserto como bode emissário”. (Lev. 16:10 – ARA).

 

 

EXPIAÇÃO PELO SANTUÁRIO

Levítico 16: 11 a 14, diz que “o novilho” é a “oferta pelo pecado”, para “expiação” por ele e sua casa. Mas o que se pode perceber, é que a referida Expiação é feita apenas no “Lugar Santíssimo”. E de acordo com os versos 15 e 16, ele é chamado de Santuário.

Percebam que o novilho serve para a “expiação” (por causa dos pecados por ignorância) e para a “Expiação” (para a Expiação propriamente dita, e para purificação do Santuário). Igualmente, o “bode da oferta pelo pecado” da congregação, também tinha o duplo propósito.

Depois, imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também diante dele. Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados. Da mesma sorte fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas”. (ARA).

Perceba que tanto “o novilho” quanto “o bode”, que são imolados, são declarados “oferta pelo pecado”, para que se fizesse a “Expiaçãopelosantuário”. No entanto, foi dito de maneira explicita que com o “sangue” do “bode” – oferta da congregação – era feita a Expiação pela “tenda da congregação”. (Embora, a Expiação da “tenda da congregação”, poderia também ser feita com o sangue do novilho – podendo estar implícita nessa expressão: “Da mesma sorte”. (Lev. 16:16). Mas com certeza a Expiação pelo “Altar” também era realizada com o sangue tanto do “novilho” quanto do “bode” (Lev. 16:18).

Então, o que é evidente (destaco mais uma vez), de acordo com Levítico 16:16, é que a Expiação, até o momento foi realizada pelo Santuário – Lugar Santíssimo. “Assim, fará expiação pelo santuário...”. Depois foi dito o porquê desta Expiação. “Por causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados. ...”. E na continuação seria feito a Expiação pela Tenda da Congregação. “Da mesma sorte, fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas”. (16:16 – ARA).

Portanto, em nenhum momento, até aqui, além da expiação pelos pecados por ignorância dos sacerdotes e da congregação – nos versos seis a onze, e da Expiação pelo Santuário, Tenda e Altar de Holocausto, foi dito que o sumo sacerdote fez uma Expiação por ele e/ou pela sua casa e/ou pela congregação.

 

A EXPIAÇÃO QUE NÃO É EXPIAÇAO

Agora, observem o que é dito no verso dezessete: “Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa e por toda a congregação de Israel”. (ARA).

Essa Expiação não é feita com o mesmo objetivo da que é descrita nos versos seis a onze.

O que foi dito no verso 17 é um parêntese inserido entre os assuntos dos versos 16 e 18. Porque a expressão “Nenhum homem estará na tenda da congregação”, refere-se, literalmente, aos sacerdotes (que ministravam no Lugar Santo); indiretamente refere-se aos levitas (que eram encarregados dos serviços do Tabernáculo). Os termos: “quando ele entrar para fazer propiciação no santuário”, referem-se aos serviços realizados por meio das ofertas pelo pecado: do “novilho” e do “bode”. No entanto, a expressão: “até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa e por toda a congregação de Israel”, não se refere apenas às ofertas e serviços mencionados dos versos 11 a 16 e 18-19. Ela tem um sentido muito mais profundo.

Sendo assim, atentem para o que é dito no verso vinte, que reforça a idéia da “Expiação” pelas seguintes partes mencionadas:

Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar, fará chegar o bode vivo”. (Lev. 16:20 - ARA).

Percebam, então, que mais uma vez não se menciona Expiação pelo sumo sacerdote e/ou pela sua casa e/ou pela congregação. Sendo assim, a Expiação em referência no verso 16, não se trata da mesma expiação/Expiação mencionada nos versos seis a onze. Portanto, a expiação/Expiação (versos seis a onze) refere-se aos pecados por ignorância, Santuário, Tenda da Congregação e Altar de Holocausto; e a Expiação dos versos dezesseis e vinte e quatro é a Expiação pelo sumo sacerdote, por sua casa e pela congregação.

Observem que o “sangue” do “novilho” oferecido como “oferta pelo pecado”, era para fazer Expiação pelo “Santuário” (16:11-16) e pelo “Altar” (16:18). Além do “Aantuário” e do “Altar” podemos acrescentar também a “Tenda da congregação”. Da mesma forma, o “sangue” do “bode”, era pra fazer “Expiação” pelo “santuário” (Lev. 16:16); “pela tenda da congregação e pelo altar” (16:15-16 e 18-19). Essa “Expiação” era para “purificá-los” e “santifica-los” (16:19), por causa das “impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados” (16:16 [e 19] - ARA).

 

O BODE VIVO

Aqui, por mais que o Texto diga: “Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto...”. (Lev. 16:21); ainda assim, em nenhum lugar do verso foi dito que seria realizada Expiação com o bode vivo. Embora alguns queiram entender pelo verso 10 que de fato era feita uma Expiação com o bode vivo.

No entanto, a expressão: “Expiação por meio dele” [ARA] pode ser traduzida assim: “Expiação por causa dele”. Por isso, somente após o evento que envolve o “bode vivo” é que era de fato realizada a Expiação pelo “sacerdote” e pelo “povo”. A outra Expiação (a que foi abordada até aqui), era pelo “Santuário”, pelo “Altar” e pela “Tenda da congregação”.

Portanto, não podemos confundir: a oferta pelo pecado do sumo sacerdote e a oferta da congregação, que eram para fazer Expiação/expiação pelo “Santuário”, pelo “Altar” e pela “Tenda da congregação” (ofertas pelos pecados por ignorância); com as ofertas para o holocausto os dois carneiros (16:3, 5 e 24) – que eram para fazer a Expiação pelo sumo sacerdote, por sua casa e também pela congregação.

 

OS DOIS CARNEIROS PARA O HOLOCAUTO E EXPIAÇÃO

(16:3, 5 e 24)

Por que eu afirmei que esta expressão: “até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa e por toda a congregação de Israel”, não se refere apenas às ofertas e serviços mencionados dos versos 11 a 16 e 18-19? É porque a “a expiação por si mesmo, e pela sua casa e por toda a congregação de Israel” só era feita após enviar o “bode vivo” para o deserto. Como podemos perceber abaixo:

Depois, Arão virá à tenda da congregação, e despirá as vestes de linho, que havia usado quando entrara no santuário, e ali as deixará. Banhará o seu corpo em água no lugar santo e porá as suas vestes; então sairá, e oferecerá o seu holocausto e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo”. (Lev. 16:23-24 – ARA).

Portanto, diante disso, o que se entende, é que no Dia da Expiação, a Expiação não ocorria apenas no Lugar Santíssimo. No entanto, começou por lá. Porque a primeira fase da “Expiação”, que envolvia “novilho” e “o bode” era feita “pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar”. Por outro lado, percebemos que a parte final da “Expiação” era feita pelo “sumo sacerdote”, “pela sua casa” e “pelo povo”. (Lev. 16:24). Agora, leia o que diz os versos abaixo:

Quem for ungido e consagrado para oficiar como sacerdote no lugar de seu pai fará a expiação, havendo posto as vestes de linho, as vestes santas; fará expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar; também a fará pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação”. – (Lev. 16:32-33 – ARA).

Nesses dois versos está apresentado, pode-se dizer, e enumerado os alvos da Expiação, no Dia Anual da Expiação. Primeiro: Santuário. Segundo: Tenda da Congregação. Terceiro: Altar de Holocausto; e por último: “pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação”. Aqui, na expressão sacerdotes está incluído o sumo sacerdote (cf. Lev. 16:17).  –  josielteli@hotmail.com


Complemento e Correção desta 2ª Parte

Apenas complementando o que foi dito na parte anterior, no que diz respeito à expiação e à Expiação. Quero deixar claro, que embora as ofertas pelo pecado: “novilho” e “bode”; e as ofertas para o holocausto: os dois “carneiros”; totalizassem quatro sacrifícios no Dia da Expiação, elas apontavam para um único sacrifício. Porque o Cordeiro de Elohym estava determinado a morrer apenas uma vez. Como está escrito:

E assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”. (Heb. 9:27-28 – ARA).

Sendo assim, o que teremos que diferenciar são os Atos realizados pelo sumo sacerdote, na Primeira Aliança, em função de cada sacrifício, e entender os Atos do Sumo Sacerdote na Segunda Aliança, no que diz respeito tanto ao Altar de incenso, na Tenda da congregação, quanto ao ministério no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo do Santuário celestial.

 

CORREÇÃO

Na parte anterior (acima) foi dito que um dos atos do Dia da Expiação envolvia o Altar de holocausto. Lá foi dito, tendo por base Lev. 16:16 – “Da mesma sorte, fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas”. (ARA). Havia entendido que este Ato já estava envolvendo o Altar de incenso. Por isso interpretei o Altar relatado em Lev. 16:18 como sendo o Altar de holocausto. (Porque tanto o Altar de incenso quanto o Altar de holocausto têm quatro chifres ao redor – Êxodo 26:1-8 e 30:1-10).

No entanto, ao reler Lev. 16:18 - “Então, sairá ao altar que está perante o SENHOR, e fará expiação por ele. ...”. Entendi que este Altar é uma referência ao Altar de incenso (pelo fato de estar perante o SENHOR) e não ao Altar de holocausto. E para confirmar encontrei o seguinte verso:

Uma vez ao ano, Arão fará expiação sobre os chifres do altar com sangue da oferta pelo pecado; uma vez no ano, fará expiação sobre ele, pelas vossas gerações; santíssimo é ao SENHOR”. (Êxodo 30:10 - ARA).

Portanto, o que foi dito de Expiação, no que diz respeito ao Altar de holocausto, entenda-se por Altar de Incenso.

 

HARMOZINANDO OS ATOS DAS DUAS ALIANÇAS

Na Primeira Aliança, o sumo sacerdote entrava duas vezes no Santuário. A primeira por ele e pela casa dele. A segunda pela congregação. Tanto na primeira quanto na segunda vez ele realizava a Expiação pelo Santuário, pela Tenda da Congregação e pelo Altar de incenso (Lev. 16:18). Essas Expiações eram precedidas do Ato, que envolvia o envio do “bode emissário” ao deserto.

Sabemos que o Messias está no Santuário pela segunda vez. A primeira vez que Ele entrou, podemos entender que foi no dia em que ressuscitou. Naquele dia Ele foi encontrar-Se com o Seu Pai (João 20:17). A segunda vez que Ele entrou no Santuário, podemos entender, em função da Sua ascensão (Atos 1:9-11). Portanto, no que diz respeito à manifestação visível do Messias, como Homem, Ele já entrou duas vezes no Santuário celestial, mas só sairá pela segunda vez, depois que concluir a Expiação pelo Altar de Incenso (Êxodo 30:10; Lev. 16:18; e Apoc. 8:3-6). Então, é somente depois disso que o “bode emissário” será enviado ao deserto e por último teremos o Ato final da Expiação (Lev. 16:24).

No entanto, temos que entender, em função da Primeira Aliança, que antes de realizar o Ato que envolve o Altar de holocausto (Lev. 16:24), após o sumo sacerdote sair do Santuário pela segunda vez (depois de ter realizado a Expiação pelo Altar de incenso – Êxodo 30:10; Lev. 16:18), havia o Ato que envolvia o envio do “bode emissário” ao deserto. Sendo assim, entendemos que na segunda vinda do nosso Sumo Sacerdote, o Messias, visivelmente, do Santuário celestial, é que se cumprirá à profecia que está simbolizada pelo envio do “bode emissário” ao deserto (Lev. 16:21-22).

Diante disso, entendemos que a congregação não era purificada e santificada dos pecados com o envio do “bode emissário” ao deserto. Porque este “bode” está relacionado com a Expiação do Santuário, da Tenda da congregação e do Altar de incenso. E pelo que se ler e entende do Texto de Levítico 16:24 (depois concluindo com os versos 32-33), é: somente após o tal “bode” ser enviado ao deserto que de fato era realizada a Expiação pelo sumo sacerdote (16:24), pelos sacerdotes e pela congregação (16:33).

Resumindo, podemos dizer que somente após o nosso Sumo Sacerdote, o Messias, sair pela segunda vez, visivelmente, do Santuário celestial (Lev. 16:18-20), é que o “bode emissário” será enviado ao deserto por um Homem (Lev. 16:21-22). Podemos dizer, também, que era somente após o “bode emissário” ser enviado ao deserto, é que de fato será realizado o último Ato da Expiação no Altar de holocausto (Lev. 16:24).

Portanto, em função de todos os Atos realizados no Dia da Expiação, não é possível harmonizar o Messias como sendo o “bode emissário”; porque após a Sua segunda saída do Santuário celestial (depois de realizar a Expiação pelo Altar de incenso – Êxodo 30:10; Lev. 16:18; e Apoc. 8:3-6), é que Ele Se dirigirá ao Átrio, para que o “bode emissário” seja enviado ao deserto. Além do mais, como já foi dito, o último Ato do Dia da Expiação – o holocausto dos dois “carneiros” para Expiação pelo sumo sacerdote, pela sua casa (pelos sacerdotes) e pela congregação, não envolvia o “bode emissário”.

 

CONCLUSÃO

Após a conclusão da Expiação pelo Santuário, pela Tenda da congregação e pelo Altar de Incenso é que o bode emissário é apresentado para que seja tido como culpado (Lev. 16:10 – “para fazer Expiação por causa dele”) do que é dito em Lev. 16:21. Por outro lado, até pode ser entendido que a tradução de Lev. 16:10 seja: “para fazer Expiação por meio dele”. Mas não como uma Expiação que purificaria e/ou santificaria: o Santuário, a Tenda e o Altar de incenso; pois os mesmo, de acordo com Lev. 16:19, já estavam purificados e santificados. Também não pode ser para purificar e santificar o sumo sacerdote e sua casa e a congregação dos filhos de Israel. Primeiro porque já havia sido feito uma expiação, de acordo com os versos seis a nove e onze a dezenove. E por último, em função de Lev. 16:24 ainda haveria a Expiação pelo sumo sacerdote (e por sua casa – pelos sacerdotes – Lev. 16:33) e pela congregação dos filhos de Israel.

Portanto, tal Expiação envolvendo o “bode emissário” não pode ser outra senão a extinção total do pecado. (1 Cor. 15:26, 54-56; Apoc. 20:10 e 14). Estes versos apontam, respectivamente, para a ressurreição dos salvos e para destruição final dos ímpios e da morte e do pecado. – josielteli@hotmail.com

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