Aparentes contradições da Lição da Escola Sabatina,
criadas por seus próprios autores!
A Lição da Escola Sabatina deste trimestre tem como autor Roy Adams, mas,
segundo informações contidas na primeira página, a Lição da Escola Sabatina dos
adultos é preparada pelo Departamento da Escola Sabatina e Ministério Pessoal da
Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. A preparação da lição está sob a
direção geral de uma Comissão Mundial, cujos membros atuam como consultores.
Consequentemente,a Lição da Escola Sabatina reflete o pensamento da Comissão, e
não representa apenas ou necessariamente o propósito do autor principal.
O título da Lição deste trimestre de Abr-Mai-Jun de 2008 é : MARAVILHOSO JESUS,
sendo que a Lição da semana de de 5(cinco) a 12(doze) de abril dêste(2008),
pg.16-26 ed. do Professor, referindo-se a Jesus, fala sobre: "O MISTÉRO DA SUA
DIVINDADE." O foco deste comentário é a Lição da terça-feira dia 08 (oito), pg.
21, que tem por título:
"APARENTES CONTRADIÇÕES"
A que contradições estaria se referindo a Lição???
O que se depreende com uma simples leitura da Lição é que os autores tem por
assentado que o termo unigênito(único gerado) de João 3:16 é um termo que está
em "contradição" com a plena Divindade de Cristo, reportada, segundo eles, pelo
próprio João(Jo.1:1). Um dos fatos que decorre disto é que o autor, ou autores
da lição confundem o termo gerar com o termo criar. É obvio que o termo
unigênito significa único gerado e não está, obviamente, se referindo ao fato de
que Jesus seria um ser criado, como querem os autores. Resistem assim ou se
recusam aceitar o termo unigênito como devendo ser aplicado a Jesus, conforme se
vê no final do segundo parágrafo desta lição do dia 8(oito):
"Teria sido incrível", dizem os autores, "que esse escritor judeu (João) tivesse
atribuído o título de Divindade (João 1:1) a alguém que considerasse um ser
criado"
É lamentável que autores adventistas, da liderança teológica de nossa igreja,
nem mesmo saibam discernir a diferença entre os verbos gerar e o verbo criar.
No livro "A Trindade", a cujo bombardeio propagandístico estamos constantemente
expostos, conforme pode ser demonstrado por propaganda à pg.26 da própria Lição,
no próprio livro temos a transcrição do credo niceno, elaborado pela liderança
mundial da igreja cristã, reunida no Concílio de Nicéia em 325 D.C. O credo
niceno transcrito neste livro, afirma a crença dos representantes da igreja
cristã mundial daquela época de que o Senhor Jesus foi gerado e não criado."A
Trindade" pg.159.
Conforme se sabe, a principal finalidade do concílio de Nicéia foi solucionar a
controvérsia ariana sobre a Divindade de Jesus e Nicéia conclui ser Jesus gerado
por Deus, o Pai, e por ser gerado por Deus, o Pai, é consequentemente Deus ou
seja, é plenamente Divino. Para a liderança cristã do início do século IV gerado
e criado não são sinônimos, e, portanto, são termos diferentes, mas para a
liderança teológica da IASD do início do Séc. XXI infelizmente não: gerado e
criado "tem" que ser iguais...
A igreja cristã expressou sua fé, afirmando que Jesus foi gerado por Deus, o
Pai, e por isto a conclusão foi de que ele era plenamente Divino: é Deus
exatamente por ser gerado por Deus,sendo,pois, o Filho de Deus. Mas para a
liderança teológica da IASD Jesus "não" pode ter sido"gerado", pois se assim o
fosse, raciocinam eles, não poderia ser plenamente Divino, é uma "contradição."
Para a liderança cristã da Igreja em 325 D.C., entretanto, em lugar de
haver"contradição" ou incompatibilidade entre o fato de haver sido o Senhor e
Salvador Jesus gerado, existe perfeita harmonia entre êste fato e sua plena
Divindade, exatamente isto que a confirmava; tem a mesma natureza de Deus e é
Deus exatamente por haver sido gerado por Ele, ficando assim sua plena Divindade
confirmada.
A liderança teológica de nossa igreja, entretanto, segue em direção oposta,
segue na contramão do cristianismo dos primeiros tempos. João, entendem eles,
afirma a plena Divindade de Cristo(João 1:1.por ex.), mas se afirma que Jesus
foi "gerado" (de unigênito, único gerado) João 3:16, o que para eles é o mesmo
que criado, não estaria ele em "contradição, argumentam???
Mas os autores vão demonstrar que esta contradição ,criada, na verdade por eles,
como se pode demonstrar.,., é apenas suposta ou "aparente"...
Como o termo grego monogenes, segundo os autores da Lição, não significa
necessariamente unigênito(único gerado), segue-se que a "contradição" é, pois,
apenas "aparente", justificando-se assim o título: "APARENTES CONTRADIÇÕES."
Para justificar que o termo grego monogenes não significa unigênito, encontra-se
no rodapé da página 21 a seguinte declaração emoldurada:
"Os eruditos "preferem" a visão de que monogenes, linguisticamente, não destaca
a procriação, mas a unicidade de uma espécie, dando a idéia de singularidade."
Entendemos que o autor, ou os autores da lição, preferem traduzir João 3:16 por
Filho único e não Filho unigênito(único gerado). "Resolvem então o problema do
que eles entendem ser uma"contradição" dizendo então que esta é apenas
"aparente".
Desconsideram, ou ignoram eles, que em Hebreus, como se sabe, nos cap.1:5 e 5:5,
ecoando o salmo 2:7, encontramos o verbo gerar, aplicado à filiação de Jesus em
relação Pai, verbo este traduzido da palavra grega gennáo que é exatamente a
palavra grega usada para se referir à geração de um Filho pelo Pai. É claro que
a Lição omitiu estes versos de Hebreus.
Ainda que houvesse se referido a estes versículos, o autor, ou os autores da
lição, dariam certamente ao termo gerar um significado simbólico como sóe
acontecer na literatura adventista. Qualquer que seja a interpretação,
entretanto, que se dê ao termo gerar, o termo existe na Bíblia aplicado a Jesus
e, juntamente com o termo monogenes, único na sua espécie, singular, temos os
elementos que compõem êste que é um dos mais consagrados termos aplicados a
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo: Filho unigênito.
Em outras palavras:
Justapostos, lado a lado, os termos monogenes(único) e gennáo(gerar), ambos
aplicados na Bíblia a Jesus, têm os elementos que compõe o termo unigênito
(único gerado), pois, reitarando: monogenes = único e gennáo = gerar ou gerado,
logo único gerado ou UNIGÊNITO. Se o autor, ou autores, da lição que
acreditam(erroneamente) que o fato de Jesus ser o unigênito de Deus, o único
gerado por Deus lhe nega o "status" de plena Divindade, sendo por isto apenas um
semi-Deus, então podem desistir do fato de que a "contradição" que eles supõe
existir em João 3:16, e outros versículos, seja apenas "aparente". Se os autores
entendem que o consagrado termo unigênito aplicado ao Senhor Jesus limita a sua
Divindade é bom assumirem então que não crêem na plena Divindade do "Filho" de
Deus, crêem sim na Divindade de um "outro" Jesus que não é o "Filho" de Deus,
por eles inventado ou criado. Não crêem consequentemente em Jesus que e´Deus por
ser o amado Filho de Deus, pois o termo unigênito, conforme demonstram as
Escrituras, pode perfeitamente ser aplicado ao Senhor Jesus... Na verdade, negar
o termo unigênito como devendo ser aplicado ao Senhor Jesus tem a finalidade de
negar a filiação divina literal do Filho de Deus e neste caso de nada adianta
confessar-lhe a plena Divindade quando se crê que Jesus não é Filho verdadeiro
ou Filho legítimo de Deus. "Quem rejeita o Filho rejeita também o Pai; e quem
aceita o Filho tem também o Pai.I João 2:23
Os líderes judeus, contemporâneos de Jesus, entenderam que o fato do Senhor
Jesus afirmar que DEUS era seu próprio PAI, fazia-o assim IGUAL a DEUS(João 5:17
e 18).
Em Jesus "habita corporalmente toda a plenitude da Divindade"(Col 2:9),
exatamente por ser o Filho literal de Deus, por haver sido gerado por Ele."Pois
é pela própria vontade de Deus que o Filho tem em si mesmo a natureza completa
de Deus."(Col 1:19 NTLH)
"Quem é o que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? " I
João 5:5.
"Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida." I
João 5:12.
Carlos Lavrado
carloslavrado@gmail.com.
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