Mais que Anjos (Última Parte)

Para compreendermos a segunda observação, transcreveremos, abaixo, mais algumas citações, que estão intimamente relacionadas com ela, no que diz respeito à palavra “trindade”.

“... Não foi Satanás o portador de luz, o participante da glória de Deus no Céu, o primeiro depois de Jesus, em poder e majestade? Nas palavras da Inspiração é ele descrito como o que aferia a medida, ‘cheio de sabedoria e perfeito em formosura’.” 88

Deus o fez [a Lúcifer] bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio. – Reviw and Herald, 24 de setembro de 1901.” 89

“... Concedeu-lhe elevada posição de responsabilidade. ... Deveria ele administrar o cargo que Deus lhe atribuíra ...” 90

Lúcifer era o querubim cobridor, o mais exaltado dentre os seres criados. Sua posição era a mais próxima do trono de Deus, e ele se achava tão intimamente vinculado e identificado com a administração do governo de Deus, havendo sido ricamente dotado com a glória de Sua majestade e poder. – Signs of the Times, 28 de abril de 1890.” 91

Sua [de Lúcifer] obra de engano foi efetuada com tão grande sigilo que os anjos em posições menos elevadas supuseram que ele era o governante do Céu. – Este Dia com Deus, pág. 254.” 92

Hoje, não é de admirar que a grande maioria dos cristãos, também, está atribuindo à terceira pessoa, no governo do Universo, o mesmo poder e igualdade ao Pai e ao Filho, sendo, portanto, tido por Criador, formando, como dizem, uma “trindade” com o Pai e o Filho.

Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o Universo. ... O amor a Deus era supremo; imparcial, o amor de uns para com os outros. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Paium na natureza, no caráter e no propósitoe o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus. Por Cristo, o Pai efetuou a criação de todos os seres celestiais. ‘Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus ... sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades’ (Colossenses 1:16)’; e tanto para com Cristo, como para com o Pai, todo o Céu mantinha lealdade.”

Houve, porém, um ser que preferiu perverter esta liberdade. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Antes de sua queda, Lúcifer foi o primeiro dos querubins cobridores santo e incontaminado. ...”

“... Era o esforço de Lúcifer conquistar para si o seu serviço e homenagem. E, cobiçando a honra que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou ao poder de que era a prerrogativa de Cristo, unicamente, fazer uso.” 93

Aquele que outrora foi um querubim cobridor, cuja obra era a de ocultar das inteligências celestiais a glória de Deus, perverteu o seu intelecto e divorciou-se de Deus. ...” 94

Quando Satanás se rebelou, houve guerra no céu, e ele foi expulso com todos seus simpatizantes. Seu posto no Céu havia sido muito elevado. Dispunha de um trono radiante de luz; porém se desviou de sua lealdade ao bendito e único Soberano, e caiu de sua condição original. ...” 95

“... Persistentemente defendeu sua conduta, e entregou-se amplamente ao grande conflito contra seu Criador. Assim foi que Lúcifer, ‘o portador de luz’, aquele que participava da glória de Deus, que servia junto ao Seu trono, tornou-se pela transgressão, o ‘adversário’ de Deus e dos seus santos, e destruidor daqueles a quem o Céu confiou a sua guia e guarda.” 96

“... Havendo Satanás tido êxito em ganhar muitos anjos para o seu lado, levou a Deus a sua causa, afirmando que era desejo dos anjos que ele ocupasse a posição mantida por Cristo.”

O mal continuou a operar, até que o espírito de descontentamento maturou em ativa revolta. Então houve guerra no Céu, e Satanás, com todos os que com ele simpatizavam, foi expulso. Satanás guerreara pelo domínio do Céu, e perdera a batalha. Não poderia Deus por mais tempo confiar-lhe honra e supremacia, e estas, com a parte que ele ocupara no governo do Céu, foram-lhe tiradas.” 97

Satanás tem grandes vantagens. Ele possuía o admirável intelecto de um anjo, do qual poucos formam uma idéia exata. Satanás estava cônscio do seu poder, do contrário não se teria empenhado em uma luta com o poderoso Deus, o eterno Pai, e com o Príncipe da Paz. ...” 98

O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo. – Special Testimonies, Série A, Nº 10, pág. 37. (1897).” 99

Em primeiro lugar, a palavra Trindade (Trinity), não faz parte dos textos de Ellen G. White. A Palavra utilizada, por ela é Godhead.

São várias as afirmações dessa citação na Língua Portuguesa. Mas, aqui, faremos duas. A primeira é: “O príncipe da potestade do mal”. Este nós sabemos que é Satanás.

Segunda: Elesó pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus”. Aqui o texto é claro. O poder é de Deus (God).

No entanto, caso a expressão “na terceira pessoa da Trindade”, no texto original, esteja entre vírgulas, então, aqui, teríamos uma afirmação de que “o Espírito Santo”, é o “poder de Deus” que está na “terceira  pessoa”. Nesse caso, teríamos na expressão: “na terceira pessoa da Trindade”, um aposto. Por essa citação, entendemos, portanto, que “a terceira pessoa”, utiliza-se do “Poder de Deus” que nela está.

Aposto é o termo da oração que se anexa a um substantivo ou a um pronome, esclarecendo-o, desenvolvendo-o ou resumindo-o”.

Jorge, o cozinheiro, lembrou que peixe cru é muito nutritivo. (Jornal da Tarde)

O aposto vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. ...

O aposto pode anteceder o nome a que se refere:

Única irmã de mamãe, Marcela morreu mocinha.” 100

O que está empenhado, segundo a citação do livro (O Desejado de Todas as Nações. p. 352), é “o poder da Onipotência” e não a Onipotência. Por meio das citações abaixo, poderemos entender que Ellen G. White, também, cama os anjos de “onipotentes”.

As instrumentalidades humanas estão sendo chamadas para serem mãos auxiliadoras, para operarem o conhecimento e usarem os recursos dos anjos celestiais. Ao se unirem com estes poderes que são onipotentes, nós sairemos lucrando com sua mais alta educação e mais elevada experiência. ... Tal cooperação realizará uma obra que honrará, glorificará e engrandecerá a Deus. – MS 65 (1900).” 101

Os anjos do Céu testemunhavam todo movimento contra Seu amado Comandante. Ansiavam por libertar Cristo. Sob a direção divina os anjos são todo-poderosos. Uma ocasião em obediência a ordem de Cristo mataram numa noite cento e oitenta e cinco mil homens do exército assírio. ...” 102

O que podemos concluir do estudo sobre a citação do livro “O Desejado de Todas as Nações. p. 352”, apresentada no primeiro terceiro parágrafo do primeiro artigo (Parte 1), e de outras citações será apresentado agora, porque o que fizemos foi demonstrar e esclarecer a quem quer aprender a verdade, que “o Espírito Santo não é Deus”. Para isso, podemos concluir com uma demonstração de pelo menos três opções possíveis, do que possa significar a expressão Espírito Santo, apresentada por Ellen G. White, em cada contexto. A primeira: Como terceira pessoa – é o anjo Gabriel, que é líder dos anjos e ocupa a posição e função que era de Lúcifer: “portador de luz” (glória). Por isso, ele é chamado de “A fortaleza de Deus”.

“... Gabriel significa ‘A fortaleza de Deus,’ um nome adequado para o anjo ou ser que vem em seguida a Cristo (Dan. 10:21)...” 103

Como ministério, temos, também, – a possibilidade de ser o ministério dos anjos (como já dissemos, liderados pelo anjo Gabriel), pois são os anjos que trazem a glória e o Espírito Santo, conforme Ellen G. White escreveu (citações já apresentadas neste site).

Caso não seja nem uma pessoa nem o ministério dos anjos, temos outra opção, que é poder – sendo, portanto, a glória (armadura) do Pai e do Filho. Contudo, como dissemos, esta glória é trazida pelos anjos. Assim, todos nós, os discípulos do Messias, somos seus representantes. Porque a Sua glória é a Sua presença em nós, bem como a presença do Pai habitando em nós (o Seu “rosto” resplandecendo (brilhando) em nós – Núm. 6:25), para que de fato possamos ser Seus representantes. Por isso, a última parte da citação diz: “O poder da Onipotência acha-se empenhado em favor dos que confiam em Deus”. – josielteli@hotmail.com


CORREÇÃO

Esta correção, é em função de um comentário que já havia sido feito sobre a citação abaixo (ref. 99). Quando fiz um comentário adicional no artigo “Mais Que Anjos” (última parte) fiz um comentário que precisa ser corrigido. Caso algum professor ou professora da Língua Portuguesa (ou alguém que domine bem a Sintaxe), queira colaborar, fique a vontade.

O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo. – Special Testimonies, Série A, Nº 10, pág. 37. (1897).” 99

Em primeiro lugar, a palavra Trindade (Trinity), não faz parte dos textos de Ellen G. White. A Palavra utilizada, por ela é Godhead.

São várias as afirmações dessa citação na Língua Portuguesa. Mas, aqui, faremos duas. A primeira é: “O príncipe da potestade do mal”. Este nós sabemos que é Satanás.

Segunda: Elesó pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus”. Aqui o texto é claro. O poder é de Deus (God).

No entanto, caso a expressão “na terceira pessoa da Trindade”, no texto original, esteja entre vírgulas, então, aqui, teríamos uma afirmação de que “o Espírito Santo”, é o “poder de Deus” que está na “terceira  pessoa”. Nesse caso, teríamos na expressão: “na terceira pessoa da Trindade”, um aposto. Por essa citação, entendemos, portanto, que “a terceira pessoa”, utiliza-se do “Poder de Deus” que nela está.

O erro está apresentado, não por ser em cima de uma suposição, mas da segunda afirmação em cima da suposição. A primeira afirmação foi:

“‘o Espírito Santo’, é o ‘poder de Deus’ que está na ‘terceira  pessoa’”.

A segunda afirmação foi:

“Nesse caso, teríamos na expressão: ‘na terceira pessoa da Trindade’, um aposto”. Aqui está o erro. O aposto é a expressão “o Espírito Santo”. Como dissemos acima, caso a expressão “na terceira pessoa da Trindade” esteja entre vírgulas “no texto originalmente escrito por Ellen G. White”.

Nesta citação - “O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo” - a expressão “o Espírito Santo”, também é um aposto. Este deixa claro que o Espírito Santo é o poder de Deus.

Aposto é o termo da oração que se anexa a um substantivo ou a um pronome, esclarecendo-o, desenvolvendo-o ou resumindo-o”.

Jorge, o cozinheiro, lembrou que peixe cru é muito nutritivo. (Jornal da Tarde)

O aposto vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão. ...

O aposto pode anteceder o nome a que se refere:

Única irmã de mamãe, Marcela morreu mocinha.” 100

Portanto, qualquer que seja posição da expressão: “na terceira pessoa da Trindade”, ela está mais para adjunto. Contudo, se fosse a expressão: “a terceira pessoa da Trindade”, então, seria um aposto. – josielteli@hotmail.com


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

88Idem. Fundamentos da Educação Cristã. 2ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1996. p. 175.

89Idem. A Verdade Sobre os Anjos. 3ª ed. Tatuí – SP, CPB, 2001. p. 26.

90Ibidem.

91Ibidem. pp. 27-28.

92Ibidem. p. 35.

93Idem. O Grande Conflito. 33ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1987. pp.496 e 497

94Idem. Meditações Matinais. Olhando Para  Alto. 1ª ed. Santo André – SP, CPB, 1983. p. 280.

95NICHOL,  Francis D. Tradução feita a partir do Comentário Bíblico Adventista em Espanhol – Material Suplementar – Comentários de Ellen G. White. Vol. 7. p. 984.

96WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas. 12ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1991. pp. 21-22 [39-41]. 

97Idem. Mensagens Escolhidas. Vol. 1. 2ª ed. Santo André – SP, CPB, 1985. p. 222.

98Idem. Testemunhos Seletos, Vol. 1. 5ª ed. Santo André - SP,  1984. p. 217.

99Idem. Evangelismo. 2ª ed. Santo André – SP, CPB, 1978. p. 617.

100FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto de. GRAMÁTICA . São Paulo – SP, Editora Ática – S. A. Edição de 1987. p. 331.

101Idem. Meditação Matinal. Minha Consagração Hoje. 1ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1989. p.

102Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 700.

103Editores. Estudos Bíblicos – Doutrinas Fundamentais das Escrituras Sagradas. 7ª ed. Santo André – SP, CPB, 1984. p. 461.

 

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