Pare e Pense: Seu Pastor é...

(  ) Mais submisso a Deus que você.

(  ) Mais sábio e inteligente espiritualmente.

(  ) Tem muito mais fé que você.

(  ) Todas as respostas estão certas. Afinal, ele aceita, compreende e crê na Trindade enquanto você questiona, não entende, tem dúvidas...

 

Somente agora aos 40 anos de idade e depois de ter sido o melhor aluno (em notas) do curso teológico aos 23 anos (turma de 1985), fui alcançado de maneira mais profunda pela completa revelação do Filho acerca do caráter e do amor do Pai. E essa verdade quem me trouxe foram irmãos considerados "leigos" em assuntos de religião, os quais simplesmente optam por ler a Bíblia como ela é, sem sofismas nem ginásticas de raciocínio.

Quantas horas de estudo e tempo desperdiçado em um culto que nada tinha de racional, como recomenda a Palavra de Deus! Quanta vida desperdicei, enquanto em vão tentei por quase uma década fugir dAquele cujo espírito preenche o Universo! Para onde me ausentaria de Seu espírito para onde fugiria de Sua face?

O que antes via como um mistério inquestionável, hoje percebo ser uma das mais terríveis criações de Babilônia, igreja apóstata que se aliou ao poder secular para dominar sobre o mundo, como um reino terrestre. Sim, já não tenho dúvida que a doutrina da trindade traz prejuízo presente e futuro à humanidade.

O chamado "mistério da Trindade" justifica, para começo de conversa, a separação de ministros e leigos em diferentes patamares religiosos, uma vez que aos iluminados teólogos a compreensão dessa suposta doutrina bíblica não constitui problema lógico, o que é interpretado como evidência de maior fé e submissão à revelação divina por parte dos clérigos.

Desse modo, seu pastor e os superiores dele ficam em grande vantagem diante de Deus e, por isso, merecem seu respeito, reverência e não-questionamento, porque se mostram mais submissos a Deus, sábios e inteligentes espiritualmente e portadores de maior fé que você. Aceitam, compreendem e crêem na Trindade, enquanto você -- LEIGO! -- questiona, não entende e recusa-se a crer que três pessoas possam ser uma só...

A gravidade da situação chega ao ponto de muitos membros apegarem-se à doutrina da Trindade, defendendo-a com unhas e dentes, para continuar ocupando o mesmo patamar espiritual que seus pastores. Neste caso, os que deles discordam passam a ocupar uma condição inferior, de rebeldia, falta de fé e até parceria com o diabo!

Outros, para que o desnível espiritual não fique evidente preferem propor que ignoremos o assunto, o qual não seria, segundo eles, "ponto essencial para a salvação".

Há, porém, propósitos satânicos na adoção da crença na Trindade pela igreja, para os quais gostaria que atentasse, são estes:

1. Obscurecer a revelação do Filho acerca do Pai, complicando a compreensão de Deus e de Seu imenso amor por nós; e assim, dificultando uma imediata resposta de amorosa gratidão Àquele que tanta misericórdia nos manifestou.

2. Anular a singularidade do Filho como único representante e revelador do Pai perante os homens, desqualificando-O também e até tornando-O desnecessário como único intercessor ou mediador entre o Pai e a humanidade.

3. Restringir a figura de Deus a um espaço superior à compreensão humana, limitando-O ao Céu, afastado da humanidade que sequer consegue compreender Sua triunidade; e legitimando, assim, que neste mundo existam outras autoridades, sejam elas seculares ou religiosas.

Sobre este último tópico, recomendo a leitura do texto abaixo, escrito por um arqueólogo e historiador não-adventista. -- Robson Ramos


O Propósito Secular de Constantino com o Credo Trinitariano de Nicéia

...Quanto ao grande Credo, os registros contemporâneos indicam que representava um compromisso, orientado pelo próprio Constantino, com o objetivo de reconciliar os adeptos das duas facções que ameaçavam dividir a Igreja Oriental. O argumento dizia respeito à natureza exata da divindade. Os teólogos estavam interessados na natureza de Deus; Constantino preocupava-se com a amplitude da divindade. Se Jesus fora primeiro concebido em Maria, como argumentavam alguns hereges, então deve ter havido um tempo em que Deus ainda não nascera. Assim, havia uma hierarquia familiar da divindade: Deus Pai sendo mais antigo que Jesus, Deus Filho. (Continuando tais conjeturas, também devia ser observado que houvera um tempo antes que Deus criasse o mundo, e, perguntou-se, o que ele estivera fazendo? No século seguinte, Santo Agostinho responderia de modo conciso, declarando que "Ele empregara Seu tempo criando um inferno especial para os que faziam tais perguntas"!)

Essas discordâncias sobre a natureza da divindade, sobre a relação de Jesus com Deus Pai, remontam diretamente aos primeiros tempos da Igreja. Porém, àquele tempo, muitos cristãos acreditavam, como Paulo, que o fim natural do mundo estava próximo, e a Igreja não se preocupava com definições tão esmeradas. Agora os filhos da Igreja reuniam-se nos salões de mármore do imperador, assumindo a aparência de um governo espiritual, e exigiam para si mesmos uma hierarquia temporal, uma hierarquia que a doutrina cristã pudesse confirmar. O que Constantino buscava em tudo isso era uma posição preeminente para sua própria pessoa imperial. A cisão herética de Deus em uma hierarquia de sacralidade servia para confundir a questão, pois, se Deus estava dividido em Pai, Filho e Espírito, então pequenas porções dessa sacralidade ainda deviam estar pelo mundo do homem, exatamente como Jesus estivera outrora. Se a sacralidade atravessava incontrolada a ordem do mundo, o papel dos imperadores nesse universo de santidade democrática podia se tornar apenas secundário! Constantino queria que seu Império se parecesse com a ordem do céu, com o papel do imperador imitando o papel de Deus no céu. Os argumentos sobre a natureza de Deus estavam longe de ser abstrações teológicas: tratavam do poder neste mundo e no outro.

O Credo de Nicéia, a declaração fundamental de fé cristã ainda usada pela maioria das Igrejas de uma forma ou de outra resultou de um cauteloso compromisso firmado no Concílio. Foram propostos dois credos, um herege e o outro retificado para incluir um termo que definisse a natureza de Deus como sendo precisamente "de uma só substância". Esse Credo foi proposto por Eusébio de Cesaréia na Palestina, cuja diocese incluía a cidade de Jerusalém. Sua enunciação era a de um credo batismal de Jerusalém originário dos primeiros tempos da Igreja. Como fizera Irineu em Lyon com sua defesa e seleção dos quatro Evangelhos, Igreja mais uma vez voltava às suas raízes na ocasião crítica em que era pressionada para que definisse sua natureza e sua substância.

A Santíssima Trindade, o supremo mistério da teologia cristã que afirma a existência de Deus em Três Pessoas e Uma Só Substância, ajudou a causa do Império cristão. Deus se tornara uma remota e inefável unidade de Pai, Filho e Espírito Santo. Seu tempo na terra como Jesus Cristo foi ligado com precisão a um único evento no passado histórico a partir do qual seriam datados os novos calendários imperiais. O nascimento de Cristo, fixado em 25 de dezembro, assumiu o dia festivo de uma antiga divindade favorita de Constantino, o Sol Invicto. Em tudo isso, a Igreja e seus dignitários tornaram-se parte importantíssima da hierarquia temporal, a organização por meio da qual as pessoas chegavam a Deus. E bem no topo dessa pirâmide mundana ficava Constantino, o imperador santo, cuja ordem temporal refletia a do próprio céu.

E por isso que o Concílio de Nicéia e seu Credo, que com tanto cuidado definiram e separaram o céu da terra, tinham importância fundamental para Constantino, o cristão, e para Constantino, o fundador de impérios. Por essa razão pode-se dizer que o Concílio de Nicéia tratou da redefinição do poder imperial. Em cartas e decretos posteriores, Constantino não cessou de lembrar aos súditos que essas definições sagradas foram redigidas por "trezentos bispos conhecidos por sua perspicácia". Em troca da aceitação imperial dos bispos e sua fé, o Concílio ratificou tacitamente o governo temporal do imperador, de cuja santidade Constantino, educado na corte de Diocleciano, não duvidara um só momento. – John Romer, arqueólogo e historiador, em TESTAMENTO – Os Textos Sagrados Através da História, Companhia Melhoramentos de São Paulo, 10ª edição, 1995, págs. 170-171.

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