Quando Foi que Cristo Entrou para "Dentro do Véu"? -- Parte 2
Tenho acompanhado a troca de idéias entre o irmão ECS, o
irmão MF e os irmãos do Concerto Eterno sobre a questão do véu do santuário. A
questão chave parece ser a seguinte: Para que evento (no futuro) o dia da
expiação aponta? Qual é o dia antitípico da expiação?
Alternativa A: O dia da expiação antitípico é a morte de
Cristo que abriu caminho para o Santíssimo e Cristo, ao ascender ao céu após seu
sacrifício, entrou no lugar santíssimo.
Alternativa B: O dia da expiação aponta para o início do
juízo investigativo pré-advento iniciado em 22 de Outubro de 1844 quando Jesus
passou para o lugar Santíssimo do santuário celestial?
Descobrir o momento
O cerne do debate travado até agora entre ECS, MF e Concerto
Eterno está no significado da expressão “dentro do véu” ou “interior do véu”
citados em Hebreus 6 e 10.
Se for possível provar que a expressão “dentro do véu”
refere-se também ao santuário como um todo (não especificamente ao santíssimo),
então é possível defender que Cristo não entrou no Santíssimo imediatamente após
sua ascensão. Esta é a posição defendida pelos irmãos do Concerto Eterno.
ECS, para defender que “dentro do véu” significa “dentro do
santíssimo”, cita 5 textos em que “dentro do véu” claramente significa “dentro
do santíssimo”: Lev. 16:12 e 13; Lev. 16:15; Exo. 26:31 a 36; Êxo 26:35; Êxo.
40:22 e 23.
Os irmãos do Concerto Eterno citaram dois versos (Lev. 21:23
e Num. 18:7) onde o véu não parece referir-se ao santíssimo. Alegam que estes
versos serviriam como contra-exemplos e derrubariam a tese de que “dentro do
véu” significa sempre “dentro do santíssimo”.
No entanto há dois problemas graves na argumentação dos
irmãos do Concerto Eterno.
O primeiro problema é de caráter
contextual. Uma mesma expressão pode assumir diferentes significados em
contextos diferentes. Por exemplo, se digo ao Sr. Robson que desejo lhe enviar
algumas fotos e arquivos para serem publicados no seu website e lhe pergunto
qual é o seu endereço
para que eu possa enviar o material. O que ele deve me responder?
www.adventistas.com
seria uma resposta satisfatória? Não! Algum logradouro, número, cidade e CEP
Da mesma forma, se buscamos compreender o que significa
“dentro do véu”, temos que buscar uma interpretação desta expressão dentro do
contexto do dia da expiação.
O irmão ECS faz isso ao citar Levíticos 16. No contexto do
dia da expiação, “dentro do véu” claramente significa dentro do lugar
santíssimo. No entanto, os irmãos do Concerto Eterno buscam dois versos que nada
têm a ver com o dia da expiação e pretendem interpretar as declarações de
Hebreus 6 e 10 (relacionadas ao dia antitípico da expiação) à luz destes dois
versos retirados de contextos completamente diferentes. Só por este motivo já
deveríamos concluir que o significado adequado para a expressão “dentro do véu”
em Hebreus é “dentro do santíssimo” e não outro significado emprestado de versos
fora do contexto do dia da expiação.
Como se não bastasse este grave problema contextual, o
segundo problema refere-se ao conteúdo dos dois versos citados pelos irmãos do
Concerto Eterno (Lev. 21:23 e Num. 18:7).
Levíticos 21:23 refere-se ao véu, mas não dá evidências suficientes de que se trata de um “segundo véu” além daquele já conhecido que separa o Santo do Santíssimo. Lev. 21:23 simplesmente declara que os descendentes defeituosos de Arão não poderiam entrar até o véu. Que véu é este? O verso não dá detalhes. Os irmãos do Concerto Eterno tentam induzir o leitor a acreditar que se trata de um segundo véu fazendo a seguinte questão: “os defeituosos só não podiam entrar no Santíssimo ou no Santuário como um todo?” Os defeituosos não poderiam entrar nem no santíssimo nem no santo. Mas chegamos a esta conclusão não porque eles foram proibidos de entrar “até o véu” mas porque o verso afirma que eles não deveriam chegar “nem ao altar”. Onde ficava o altar? Havia dois altares: o do holocausto no pátio e o de incenso no lugar santo.
Qualquer que seja o altar ao qual este verso se refere,
percebemos que o levita defeituoso tinha a entrada proibida no santuário como um
todo, mas não chegamos a esta conclusão pelo fato do verso citar o “véu” mesmo
porque é perfeitamente possível que o autor de Levíticos esteja se referindo ao
véu que separa o santo do santíssimo. Não há nada que exclua esta possibilidade.
Em suma, nada há em Levíticos 21:23 que nos leve a crer que o véu citado não
seja o já conhecido véu que separa o santo do santíssimo. Como não existe esta
evidência somos levados a crer que o véu citado aqui é o mesmo véu citado em
todos os outros versos que citam o véu, qual seja, o véu que separa o santo do
santíssimo.
O outro verso citado pelos irmãos do Concerto Eterno (Números
18:7) cai na mesma categoria. Não há como afirmar que o véu citado em Num. 18:7
seja um suposto segundo véu, diferente do único véu conhecido na Bíblia que é o
que separa o lugar santo do santíssimo.
Gostaria de fazer um convite aos
irmãos do Concerto Eterno para reconsiderarem este tema e verificarem as
provas (e não apenas
possibilidades) da existência de um suposto “segundo véu” diferente do véu que
separa o santo do santíssimo.
Citar dois versos que mencionam o “véu” mas que não deixam
claro o que está “dentro” deste véu não serve como prova de que este véu não
seja o véu que separa o santo do santíssimo.
Um forte abraço a todos. -- RN
Resposta da Equipe ConcertoEterno.Com
Prezado RN,
Compreendemos perfeitamente seu raciocínio nos 13 primeiros parágrafos, eis que
caracterizados pela clareza que lhe é própria. Todavia, o parágrafo 14 apresenta
sério problema de lógica, senão, observe-se:
“O
irmão ECS faz isso ao citar Levíticos 16. No contexto do dia da expiação,
‘dentro do véu’ claramente significa dentro do lugar santíssimo. No entanto, os
irmãos do Concerto Eterno buscam dois versos que nada têm a ver com o dia da
expiação e pretendem interpretar as declarações de Hebreus 6 e 10 (relacionadas
ao dia antitípico da expiação) à luz destes dois versos retirados de contextos
completamente diferentes. Só por este motivo já deveríamos concluir que o
significado adequado para a expressão ‘dentro do véu’ em Hebreus é ‘dentro do
santíssimo’ e não outro significado emprestado de versos fora do contexto do dia
da expiação.”
Nos
parágrafos precedentes, o irmão afirmou que a expressão “dentro do véu” pode ser
interpretada de 2 maneiras diferentes: do modo proposto pelos irmãos ECS e MF ou
do modo proposto por nossa equipe.
Entretanto, no parágrafo transcrito, o de número 14, o irmão pula etapas do
raciocínio e diz que a proposta do site Concerto Eterno não pode ser aceita
simplesmente porque as passagens que nós utilizamos não estão no contexto do Dia
da Expiação!
Mas,
nossa pergunta é: por que são válidos apenas textos bíblicos que estejam no
contexto do Dia da Expiação? O que Hebreus 6:19 tem a ver com o Dia da
Expiação? Que elemento de ordem objetiva exige que Hebreus 6:19 se restrinja ao
Dia da Expiação?
Caro
RN, o irmão pode até oferecer mais elementos à discussão, no intuito de
completar o raciocínio desse parágrafo, mas, se o irmão preza mesmo pela
honestidade intelectual, com certeza admitirá, em sua próxima participação aqui
no Adventistas.com, que houve ali um problema de lógica. Saltou-se da premissa
maior para a conclusão. É como se o irmão tivesse escrito assim:
“Há 2
possibilidades de interpretar a expressão ‘para dentro do véu’: do modo como o
fazem os irmãos ECS e MF, usando passagens que trazem essa expressão num
contexto do Dia da Expiação, e do modo dos irmãos do Concerto Eterno, com
passagens que trazem a expressão noutro contexto. Logo, os irmãos do Concerto
Eterno estão errados.”
Seria
cômico se não fosse trágico, pois toca num ponto de importância fundamental para
o esquema profético das Escrituras.
Vejamos, agora, outra afirmação sua destituída de embasamento bíblico:
“Não
há como afirmar que o véu citado em Num. 18:7 seja um suposto segundo véu,
diferente do único véu conhecido na Bíblia que é o que separa o lugar
santo do santíssimo.”
Como
é que é?! Esse é o único véu conhecido na Bíblia? Se nós deixássemos nossa
indagação de surpresa por aqui, o irmão por certo que acrescentaria: “no
contexto do Santuário, irmãos! É inocência demais não perceber que o sentido é
esse!”. Sim, por certo! Não pensamos no véu das mulheres, não! Pensamos noutro
véu do Santuário que também é conhecido na Bíblia. E nem precisamos ir tão longe
para demonstrá-lo. Contentamo-nos com Hebreus mesmo. Observe-se:
“Por
trás do segundo véu se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos
Santos.” Hebreus 9:3.
Sim,
irmão! É exatamente isso o que está escrito aí: “segundo véu”. Como pode haver
um segundo véu sem haver um primeiro?!
Além
disso, o irmão afirma que Números 18:7 pode ser interpretado na mesma base de
sua interpretação para Levítico 21:23, que se fundamenta na idéia de que os
defeituosos só não podiam entrar no tabernáculo por causa da proibição de se
achegarem ao altar.
Além
de essa interpretação ser um tanto engenhosa e inverídica, é também
completamente fútil, pois não resolve satisfatoriamente o problema, já que, como
bem o admite o irmão, o “altar” referido poderia ser o do incenso, o que abriria
a possibilidade de que os defeituosos entrassem no tabernáculo até perto do
candelabro ou da mesa, vez que o altar de incenso estava bem próximo ao segundo
véu.
Outrossim, mesmo que admitamos tal interpretação, ainda assim ela não pode ser
igualmente aplicada a Números 18:7, pois aí não se fala de defeituosos que não
podem chegar ao altar. Fala-se do ministério de Arão e de seus filhos, que
envolveria “tudo concernente ao altar” e mais o “que estiver para dentro do
véu”. Se esse altar é o dos holocaustos e o que está “para dentro do véu” é o
Santíssimo, então ficaria faltando o ministério do Lugar Santo. Como resolver
esse problema?!
Nós, da equipe do site
Www.ConcertoEterno.Com,
estamos bem fundamentados na cronologia profética de Daniel 8 e 9, que o irmão
não pôde desmontar, e na estrutura do Santuário em Apocalipse, para a qual o
irmão não tem como apresentar alternativa consistente.
Aos
irmãos ECS, MF e RN, advertimos que há ainda um outro detalhe, determinante, nos
textos de Levítico 16, que os irmãos não perceberam, o qual esperamos apresentar
Esperamos obter resposta clara, direta e objetiva, sem rodeios, para as questões
propostas.
Fiquem na paz!
Equipe do site
Www.ConcertoEterno.Com.
Réplica do irmão ECS
Prezados irmãos do site concertoeterno.com,
Vocês escreveram:
“Entretanto, os irmãos ECS e MF insistem que Cristo entrou no Santíssimo e ali
ficou. Apelam para a expressão “para dentro do véu” (ou “para além do véu”) para
fundamentar sua posição. Outros teólogos insistem noutros argumentos, tais como
o uso da palavra hagia na Septuaginta, os animais mencionados em Hebreus etc.,
argumentos esses que, aos nossos olhos, apresentam-se como insatisfatórios e
insuficientes.”
Garanto-lhes que nunca escrevi que nosso Senhor tenha permanecido no lugar
santíssimo após ter entrado no mesmo em seguida à sua ascensão. Escrevi apenas
que ele entrou e não que permaneceu ou tenha saído. Se permaneceu ou se saiu,
ainda não consegui enxergar isso na Bíblia. Que ele entrou no santo dos santos
logo após sua ascensão, os irmãos inclusive já estão concordando.
Os irmãos também escreveram:
“Os irmãos ECS e MF, assim como muitos outros, insistem que Cristo entrou no
Santíssimo logo que subiu ao Céu. Concordamos perfeitamente com eles, pois
Daniel 9:24 fala da unção do Santo dos Santos na parte final das 70 semanas e
Cristo cumpriu essa profecia entrando no Santíssimo do Santuário Celestial para
ungi-lo, assim como fez Moisés no início das atividades do Tabernáculo Terrestre
(Êxodo 40:9; e Levítico 8:10). Ainda que em linguagem não tão clara, a senhora
White alude a esse evento em O Desejado de Todas as Nações, p. 757. Portanto,
estamos de acordo quanto à entrada de Cristo no Santo dos Santos em 31 da Era
Cristã. Graças a Deus por isso! Uma discussão a menos!”
Discordo da tese dos irmãos, que Cristo após sua ascensão tenha entrado no
santíssimo apenas para ungi-lo. Discordo com os seguintes argumentos:
1 – A unção do santuário foi feita pelo representante do Dono do mesmo, no caso
Moisés. Êxodo 40: 9 e 10. A unção não foi feita pelo sacerdote e muito menos
teve relação com a vítima sacrifical. O santuário era propriedade de Deus e Deus
delegou a Moisés a incumbência de fazer a unção do mesmo. Moisés inclusive ungiu
a Arão e seus filho, numa clara demonstração de que entre os mesmos, Moisés e a
linhagem sacerdotal, existia um nível hierárquico onde Moisés aparecia como
superior. A unção do santuário foi um ato do seu Dono, através da pessoa de
Moisés.
2 – A unção foi feita com óleo e não com sangue. Êxodo 30: 22 até 33. Apesar de
Daniel falar de uma unção do santo dos santos, não dá para garantir que a unção
que ele menciona, seja a unção que os irmãos sugerem. A Bíblia, pelo menos ainda
não vi, não fala em nenhum lugar que Cristo entraria no santo dos santos do
celestial para ungi-lo. Se a unção do terrestre era feita com azeite e pelo Dono
do mesmo na pessoa do seu representante, por que então imaginar que com o
santíssimo tenha sido diferente? Acredito que se houve unção do santuário
celestial, ela foi realizada pelo próprio Deus, em algum tempo e de alguma
forma. Essa unção não poderia ser feita pela vítima, no caso Cristo, que estava
destinado a ser a oferta pelo pecado. Além disso, Hebreus afirma que Cristo
entrou no interior do véu, com sangue e não com azeite.
Os irmãos ainda escreveram:
“Na verdade, o que está por detrás de todos os argumentos que os opositores da
doutrina adventista do Santuário lançam mão é a idéia de que o trono de Deus tem
de estar no Santíssimo. Assim, se Cristo Se assentou à destra do trono de Deus
no Céu por ocasião de Sua ascensão, então Ele só poderia estar no Santíssimo daí
em diante. Esse é ponto central. Tudo o mais é para despistar.
Nós, da equipe do site Www.ConcertoEterno.Com, insistimos enfaticamente que o
trono de Deus é descrito no Lugar Santo do Santuário Celestial em Apocalipse 4 e
5. Não há absolutamente nada de especulativo nisso.”
Em nenhum momento fiz a afirmação de que o trono de Deus está no santíssimo. Se
os irmãos entederam isso, não era minha intenção. Não fiz tal afirmação nem por
suposição. Particularmante, suponho tal possibilidade e é apenas uma suposição.
Como vocês se vêm no direito de supor que houve uma unção do santíssimo por
Cristo, eu também posso supor que o trono de Deus seja ou esteja no santíssimo.
A diferença entre nós, é que não faço disso um dogma. Sendo o santíssimo o lugar
mais importante do santuário, não seria de estranhar que o trono de Deus fosse
dentro dele. Quero ainda lembrá-los que o livro de Ezequiel fala de um trono
móvel, sobre rodas (Ezequiel 1), e assim, seria uma loucura fixarmos o trono de
Deus em tal ou qual lugar.
Comentários intercalados do irmão ECS
Prezamos
leitores do Adventistas.com,
Diante
das últimas colocações do Sr. ECS, faremos nossas derradeiras participações.
Novamente adotaremos o procedimento de transcrever trechos de seu e-mail e
depois acrescentaremos nossos comentários:
“Que ele entrou no santo dos santos logo após
sua ascensão, os irmãos inclusive já estão concordando.”
Se Cristo entrou no Santíssimo quando de Sua ascensão, isso só pode
ser provado por Daniel 9:24. Já demonstramos que não há nada em Hebreus que
prove que Ele tenha entrado no Santo dos Santos no ano 31. O Sr. ECS até já
concordou que a expressão “para dentro do véu” não significa necessariamente
“para dentro do Santíssimo”. Por acaso teria ele mudado de idéia novamente?
Esperamos que não, pois a prova que apresentamos foi escriturística.
*****
“A unção do santuário foi feita pelo
representante do Dono do mesmo, no caso Moisés. Êxodo 40: 9 e 10. A unção
não foi feita pelo sacerdote e muito menos teve relação com a vítima
sacrifical. O santuário era propriedade de Deus e Deus delegou a Moisés a
incumbência de fazer a unção do mesmo. Moisés inclusive ungiu a Arão e seus
filho, numa clara demonstração de que entre os mesmos, Moisés e a linhagem
sacerdotal, existia um nível hierárquico onde Moisés aparecia como superior. A
unção do santuário foi um ato do seu Dono, através da pessoa de Moisés.”
Não seja por isso. Na Bíblia, está mais do que claro que Moisés é
um tipo de Cristo. Senão observe-se:
“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação
celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa
confissão, Jesus, O Qual é fiel Àquele que O constituiu, como também o era
Moisés em toda a casa de Deus. Jesus, todavia, tem sido considerado digno
de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele
que a estabeleceu. Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas Aquele que
estabeleceu todas as coisas é Deus. E Moisés era fiel, em toda a casa de
Deus, como servo, para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas;
Cristo, porém, como Filho, em Sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos
firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança.” Hebreus 3:1-6.
E não há
problema algum no fato de as figuras de Arão e Moisés se cumprirem numa só
pessoa – Cristo –, pois nEste também se conjugam as figuras do Sacerdote e do
Cordeiro. Ele é ao mesmo tempo a vítima e o oficiante.
Diante
disso, se o Sr. ECS for realmente sincero, reconhecerá a falha de seu argumento.
*****
“A unção foi feita com óleo e não com sangue.
Êxodo 30: 22 até 33. Apesar de Daniel falar de uma unção do santo dos santos,
não dá para garantir que a unção que ele menciona, seja a unção que os irmãos
sugerem. A Bíblia, pelo menos ainda não vi, não fala em nenhum lugar que Cristo
entraria no santo dos santos do celestial para ungi-lo. Se a unção do terrestre
era feita com azeite e pelo Dono do mesmo na pessoa do seu representante, por
que então imaginar que com o santíssimo tenha sido diferente? Acredito que se
houve unção do santuário celestial, ela foi realizada pelo próprio Deus, em
algum tempo e de alguma forma. Essa unção não poderia ser feita pela vítima, no
caso Cristo, que estava destinado a ser a oferta pelo pecado. Além disso,
Hebreus afirma que Cristo entrou no interior do véu, com sangue e não com
azeite.”
O contexto de Daniel 9:24 é puramente messiânico e tem a ver com
Cristo. Fala da expiação da iniqüidade, a qual foi provida por Cristo (Isaías
53:10; romanos 3:25; e 1 João 2:2) e de trazer a justiça eterna (Romanos 3:21 e
22). Por que não há como saber de que unção está falando a profecia? Não
há dúvida quanto à unção do Santo dos Santos ali referida. Trata-se da
unção antitípica daquela que é referida em Levítico 8:10. Negar isso é
tentar fugir pela tangente.
Além disso, qual o problema com o fato de que a unção é feita com
óleo e não com sangue? O fato de Cristo ter entrado no Santuário pelo Seu
sangue, segundo a fraseologia de Hebreus, impede que Ele tenha ungido o
Santuário com óleo ou algum outro elemento correspondente? Não, não podemos
admitir tal discussão, pois não faz sentido algum.
*****
“A diferença entre nós, é que não faço disso um
dogma. Sendo o santíssimo o lugar mais importante do santuário, não seria de
estranhar que o trono de Deus fosse dentro dele. Quero ainda lembrá-los que o
livro de Ezequiel fala de um trono móvel, sobre rodas (Ezequiel 1), e assim,
seria uma loucura fixarmos o trono de Deus em tal ou qual lugar.”
Ezequiel 1 e 10 não constitui novidade para nós. Trata-se do “carro
celeste de Deus”, não do “trono” que Se encontra no Santuário. Temos longo
arquivo sobre o assunto do carro de Deus, mas ele não está formato ainda, de
modo que não podemos disponibilizá-lo. O que importa é que, em Apocalipse 4 e 5,
o trono está no Lugar Santo e isso não é especulação.
*****
Quanto
às observações do Sr. ECS em relação à nossa análise de Apocalipse 4 e 5,
esclarecemos o seguinte:
Bem, já
apresentamos informações mais do que suficientes. Por um apego irracional a uma
idéia preconcebida, o Sr. ECS está rejeitando um acréscimo de luz especial que
lhe está sendo oferecido. Não insistiremos mais.
Entendemos que, no passado, o Sr. ECS deve ter se decepcionado com explicações
infundadas que teólogos, pastores e irmãos adventistas lhe apresentaram. Por
causa disso, o Sr. ECS formulou suas próprias convicções acerca do trabalho de
Cristo no Santuário do Céu a partir de inferências do livro de Hebreus. Agora,
simplesmente enxerga como infundadas quaisquer tentativas de fundamentar a
doutrina do Santuário. Acreditamos que seu coração esteja fechado! Por isso, não
continuaremos com o debate. Cremos ter cumprido nossa missão, apresentando
evidências poderosas da existência de um Lugar Santo e de um Lugar Santíssimo no
Templo Celeste, da presença do Cordeiro e do trono de Deus no Lugar Santo, e da
entrada de Cristo no Santíssimo por ocasião do Juízo.
Se o Sr.
ECS prefere ignorar essas verdades, então deixamos o caso com Deus!
Lamentamos que o Sr. ECS não tenha sido tão isento quanto nos esforçamos para
ser!