Quando Foi que Cristo Entrou para "Dentro do Véu"? -- Parte 2

Tenho acompanhado a troca de idéias entre o irmão ECS, o irmão MF e os irmãos do Concerto Eterno sobre a questão do véu do santuário. A questão chave parece ser a seguinte: Para que evento (no futuro) o dia da expiação aponta? Qual é o dia antitípico da expiação?

Alternativa A: O dia da expiação antitípico é a morte de Cristo que abriu caminho para o Santíssimo e Cristo, ao ascender ao céu após seu sacrifício, entrou no lugar santíssimo.

Alternativa B: O dia da expiação aponta para o início do juízo investigativo pré-advento iniciado em 22 de Outubro de 1844 quando Jesus passou para o lugar Santíssimo do santuário celestial?

Descobrir o momento em que Cristo entrou no lugar santíssimo é a chave para optar entre a alternativa A ou a B.

O cerne do debate travado até agora entre ECS, MF e Concerto Eterno está no significado da expressão “dentro do véu” ou “interior do véu” citados em Hebreus 6 e 10. Se esta expressão significar “dentro do santíssimo” como advogam ECS e MF, conclui-se que Jesus já entrou no lugar santíssimo logo após sua ascensão – isso lançaria por terra a alternativa A.

Se for possível provar que a expressão “dentro do véu” refere-se também ao santuário como um todo (não especificamente ao santíssimo), então é possível defender que Cristo não entrou no Santíssimo imediatamente após sua ascensão. Esta é a posição defendida pelos irmãos do Concerto Eterno.

ECS, para defender que “dentro do véu” significa “dentro do santíssimo”, cita 5 textos em que “dentro do véu” claramente significa “dentro do santíssimo”: Lev. 16:12 e 13; Lev. 16:15; Exo. 26:31 a 36; Êxo 26:35; Êxo. 40:22 e 23.

Os irmãos do Concerto Eterno citaram dois versos (Lev. 21:23 e Num. 18:7) onde o véu não parece referir-se ao santíssimo. Alegam que estes versos serviriam como contra-exemplos e derrubariam a tese de que “dentro do véu” significa sempre “dentro do santíssimo”.

No entanto há dois problemas graves na argumentação dos irmãos do Concerto Eterno.

O primeiro problema é de caráter contextual. Uma mesma expressão pode assumir diferentes significados em contextos diferentes. Por exemplo, se digo ao Sr. Robson que desejo lhe enviar algumas fotos e arquivos para serem publicados no seu website e lhe pergunto qual é o seu endereço para que eu possa enviar o material. O que ele deve me responder? www.adventistas.com seria uma resposta satisfatória? Não! Algum logradouro, número, cidade e CEP em Mato Grosso do Sul responderia minha pergunta? Também não! Está claro pelo contexto que estou pedindo o endereço e-mail para o envio de um material em formato digital. O contexto deixou isso claro. O contexto atribuiu um significado único para uma palavra (endereço) que poderia ter vários significados.

Da mesma forma, se buscamos compreender o que significa “dentro do véu”, temos que buscar uma interpretação desta expressão dentro do contexto do dia da expiação.

O irmão ECS faz isso ao citar Levíticos 16. No contexto do dia da expiação, “dentro do véu” claramente significa dentro do lugar santíssimo. No entanto, os irmãos do Concerto Eterno buscam dois versos que nada têm a ver com o dia da expiação e pretendem interpretar as declarações de Hebreus 6 e 10 (relacionadas ao dia antitípico da expiação) à luz destes dois versos retirados de contextos completamente diferentes. Só por este motivo já deveríamos concluir que o significado adequado para a expressão “dentro do véu” em Hebreus é “dentro do santíssimo” e não outro significado emprestado de versos fora do contexto do dia da expiação.

Como se não bastasse este grave problema contextual, o segundo problema refere-se ao conteúdo dos dois versos citados pelos irmãos do Concerto Eterno (Lev. 21:23 e Num. 18:7).

Levíticos 21:23 refere-se ao véu, mas não dá evidências suficientes de que se trata de um “segundo véu” além daquele já conhecido que separa o Santo do Santíssimo. Lev. 21:23 simplesmente declara que os descendentes defeituosos de Arão não poderiam entrar até o véu. Que véu é este? O verso não dá detalhes. Os irmãos do Concerto Eterno tentam induzir o leitor a acreditar que se trata de um segundo véu fazendo a seguinte questão: “os defeituosos só não podiam entrar no Santíssimo ou no Santuário como um todo?” Os defeituosos não poderiam entrar nem no santíssimo nem no santo. Mas chegamos a esta conclusão não porque eles foram proibidos de entrar “até o véu” mas porque o verso afirma que eles não deveriam chegar “nem ao altar”. Onde ficava o altar? Havia dois altares: o do holocausto no pátio e o de incenso no lugar santo.

Qualquer que seja o altar ao qual este verso se refere, percebemos que o levita defeituoso tinha a entrada proibida no santuário como um todo, mas não chegamos a esta conclusão pelo fato do verso citar o “véu” mesmo porque é perfeitamente possível que o autor de Levíticos esteja se referindo ao véu que separa o santo do santíssimo. Não há nada que exclua esta possibilidade. Em suma, nada há em Levíticos 21:23 que nos leve a crer que o véu citado não seja o já conhecido véu que separa o santo do santíssimo. Como não existe esta evidência somos levados a crer que o véu citado aqui é o mesmo véu citado em todos os outros versos que citam o véu, qual seja, o véu que separa o santo do santíssimo.

O outro verso citado pelos irmãos do Concerto Eterno (Números 18:7) cai na mesma categoria. Não há como afirmar que o véu citado em Num. 18:7 seja um suposto segundo véu, diferente do único véu conhecido na Bíblia que é o que separa o lugar santo do santíssimo.

Gostaria de fazer um convite aos irmãos do Concerto Eterno para reconsiderarem este tema e verificarem as provas (e não apenas possibilidades) da existência de um suposto “segundo véu” diferente do véu que separa o santo do santíssimo.

Citar dois versos que mencionam o “véu” mas que não deixam claro o que está “dentro” deste véu não serve como prova de que este véu não seja o véu que separa o santo do santíssimo.

Um forte abraço a todos. -- RN


Resposta da Equipe ConcertoEterno.Com

Prezado RN,

Compreendemos perfeitamente seu raciocínio nos 13 primeiros parágrafos, eis que caracterizados pela clareza que lhe é própria. Todavia, o parágrafo 14 apresenta sério problema de lógica, senão, observe-se:

“O irmão ECS faz isso ao citar Levíticos 16. No contexto do dia da expiação, ‘dentro do véu’ claramente significa dentro do lugar santíssimo. No entanto, os irmãos do Concerto Eterno buscam dois versos que nada têm a ver com o dia da expiação e pretendem interpretar as declarações de Hebreus 6 e 10 (relacionadas ao dia antitípico da expiação) à luz destes dois versos retirados de contextos completamente diferentes. Só por este motivo já deveríamos concluir que o significado adequado para a expressão ‘dentro do véu’ em Hebreus é ‘dentro do santíssimo’ e não outro significado emprestado de versos fora do contexto do dia da expiação.”

Nos parágrafos precedentes, o irmão afirmou que a expressão “dentro do véu” pode ser interpretada de 2 maneiras diferentes: do modo proposto pelos irmãos ECS e MF ou do modo proposto por nossa equipe.

Entretanto, no parágrafo transcrito, o de número 14, o irmão pula etapas do raciocínio e diz que a proposta do site Concerto Eterno não pode ser aceita simplesmente porque as passagens que nós utilizamos não estão no contexto do Dia da Expiação!

Mas, nossa pergunta é: por que são válidos apenas textos bíblicos que estejam no contexto do Dia da Expiação? O que Hebreus 6:19 tem a ver com o Dia da Expiação? Que elemento de ordem objetiva exige que Hebreus 6:19 se restrinja ao Dia da Expiação?

Caro RN, o irmão pode até oferecer mais elementos à discussão, no intuito de completar o raciocínio desse parágrafo, mas, se o irmão preza mesmo pela honestidade intelectual, com certeza admitirá, em sua próxima participação aqui no Adventistas.com, que houve ali um problema de lógica. Saltou-se da premissa maior para a conclusão. É como se o irmão tivesse escrito assim:

“Há 2 possibilidades de interpretar a expressão ‘para dentro do véu’: do modo como o fazem os irmãos ECS e MF, usando passagens que trazem essa expressão num contexto do Dia da Expiação, e do modo dos irmãos do Concerto Eterno, com passagens que trazem a expressão noutro contexto. Logo, os irmãos do Concerto Eterno estão errados.”

Seria cômico se não fosse trágico, pois toca num ponto de importância fundamental para o esquema profético das Escrituras.

Vejamos, agora, outra afirmação sua destituída de embasamento bíblico:

“Não há como afirmar que o véu citado em Num. 18:7 seja um suposto segundo véu, diferente do único véu conhecido na Bíblia que é o que separa o lugar santo do santíssimo.”

Como é que é?! Esse é o único véu conhecido na Bíblia? Se nós deixássemos nossa indagação de surpresa por aqui, o irmão por certo que acrescentaria: “no contexto do Santuário, irmãos! É inocência demais não perceber que o sentido é esse!”. Sim, por certo! Não pensamos no véu das mulheres, não! Pensamos noutro véu do Santuário que também é conhecido na Bíblia. E nem precisamos ir tão longe para demonstrá-lo. Contentamo-nos com Hebreus mesmo. Observe-se:

“Por trás do segundo véu se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos.” Hebreus 9:3.

Sim, irmão! É exatamente isso o que está escrito aí: “segundo véu”. Como pode haver um segundo véu sem haver um primeiro?!

Além disso, o irmão afirma que Números 18:7 pode ser interpretado na mesma base de sua interpretação para Levítico 21:23, que se fundamenta na idéia de que os defeituosos só não podiam entrar no tabernáculo por causa da proibição de se achegarem ao altar.

Além de essa interpretação ser um tanto engenhosa e inverídica, é também completamente fútil, pois não resolve satisfatoriamente o problema, já que, como bem o admite o irmão, o “altar” referido poderia ser o do incenso, o que abriria a possibilidade de que os defeituosos entrassem no tabernáculo até perto do candelabro ou da mesa, vez que o altar de incenso estava bem próximo ao segundo véu.

Outrossim, mesmo que admitamos tal interpretação, ainda assim ela não pode ser igualmente aplicada a Números 18:7, pois aí não se fala de defeituosos que não podem chegar ao altar. Fala-se do ministério de Arão e de seus filhos, que envolveria “tudo concernente ao altar” e mais o “que estiver para dentro do véu”. Se esse altar é o dos holocaustos e o que está “para dentro do véu” é o Santíssimo, então ficaria faltando o ministério do Lugar Santo. Como resolver esse problema?!

Nós, da equipe do site Www.ConcertoEterno.Com, estamos bem fundamentados na cronologia profética de Daniel 8 e 9, que o irmão não pôde desmontar, e na estrutura do Santuário em Apocalipse, para a qual o irmão não tem como apresentar alternativa consistente.

Aos irmãos ECS, MF e RN, advertimos que há ainda um outro detalhe, determinante, nos textos de Levítico 16, que os irmãos não perceberam, o qual esperamos apresentar em breve. Por ora, cremos que os esclarecimentos prestados já são suficientes.

Esperamos obter resposta clara, direta e objetiva, sem rodeios, para as questões propostas.

Fiquem na paz!

Equipe do site Www.ConcertoEterno.Com.


Réplica do irmão ECS

Prezados irmãos do site concertoeterno.com,

Vocês escreveram:

“Entretanto, os irmãos ECS e MF insistem que Cristo entrou no Santíssimo e ali ficou. Apelam para a expressão “para dentro do véu” (ou “para além do véu”) para fundamentar sua posição. Outros teólogos insistem noutros argumentos, tais como o uso da palavra hagia na Septuaginta, os animais mencionados em Hebreus etc., argumentos esses que, aos nossos olhos, apresentam-se como insatisfatórios e insuficientes.”

Garanto-lhes que nunca escrevi que nosso Senhor tenha permanecido no lugar santíssimo após ter entrado no mesmo em seguida à sua ascensão. Escrevi apenas que ele entrou e não que permaneceu ou tenha saído. Se permaneceu ou se saiu, ainda não consegui enxergar isso na Bíblia. Que ele entrou no santo dos santos logo após sua ascensão, os irmãos inclusive já estão concordando.

Os irmãos também escreveram:

“Os irmãos ECS e MF, assim como muitos outros, insistem que Cristo entrou no Santíssimo logo que subiu ao Céu. Concordamos perfeitamente com eles, pois Daniel 9:24 fala da unção do Santo dos Santos na parte final das 70 semanas e Cristo cumpriu essa profecia entrando no Santíssimo do Santuário Celestial para ungi-lo, assim como fez Moisés no início das atividades do Tabernáculo Terrestre (Êxodo 40:9; e Levítico 8:10). Ainda que em linguagem não tão clara, a senhora White alude a esse evento em O Desejado de Todas as Nações, p. 757. Portanto, estamos de acordo quanto à entrada de Cristo no Santo dos Santos em 31 da Era Cristã. Graças a Deus por isso! Uma discussão a menos!”

Discordo da tese dos irmãos, que Cristo após sua ascensão tenha entrado no santíssimo apenas para ungi-lo. Discordo com os seguintes argumentos:

1 – A unção do santuário foi feita pelo representante do Dono do mesmo, no caso Moisés. Êxodo 40: 9 e 10.  A unção não foi feita  pelo sacerdote e muito menos teve relação com a vítima sacrifical. O santuário era propriedade de Deus e Deus delegou a Moisés a incumbência de fazer a unção do mesmo. Moisés inclusive ungiu a Arão e seus filho, numa clara demonstração de que entre os mesmos, Moisés e a linhagem sacerdotal, existia um nível hierárquico onde Moisés aparecia como superior. A unção do santuário foi um ato do seu Dono, através da pessoa de Moisés.

2 – A unção foi feita com óleo e não com sangue. Êxodo 30: 22 até 33. Apesar de Daniel falar de uma unção do santo dos santos, não dá para garantir que a unção que ele menciona, seja a unção que os irmãos sugerem. A Bíblia, pelo menos ainda não vi, não fala em nenhum lugar que Cristo entraria no santo dos santos do celestial para ungi-lo. Se a unção do terrestre era feita com azeite e pelo Dono do mesmo na pessoa do seu representante, por que então imaginar que com o santíssimo tenha sido diferente? Acredito que se houve unção do santuário celestial, ela foi realizada pelo próprio Deus, em algum tempo e de alguma forma. Essa unção não poderia ser feita pela vítima, no caso Cristo, que estava destinado a ser a oferta pelo pecado. Além disso, Hebreus afirma que Cristo entrou no interior do véu, com sangue e não com azeite.

Os irmãos ainda escreveram:

“Na verdade, o que está por detrás de todos os argumentos que os opositores da doutrina adventista do Santuário lançam mão é a idéia de que o trono de Deus tem de estar no Santíssimo. Assim, se Cristo Se assentou à destra do trono de Deus no Céu por ocasião de Sua ascensão, então Ele só poderia estar no Santíssimo daí em diante. Esse é ponto central. Tudo o mais é para despistar.
Nós, da equipe do site Www.ConcertoEterno.Com, insistimos enfaticamente que o trono de Deus é descrito no Lugar Santo do Santuário Celestial em Apocalipse 4 e 5. Não há absolutamente nada de especulativo nisso.” 

Em nenhum momento fiz a afirmação de que o trono de Deus está no santíssimo. Se os irmãos entederam isso, não era minha intenção. Não fiz tal afirmação nem por suposição. Particularmante, suponho tal possibilidade e é apenas uma suposição. Como vocês se vêm no direito de supor que houve uma unção do santíssimo por Cristo, eu também posso supor que o trono de Deus seja ou esteja no santíssimo. A diferença entre nós, é que não faço disso um dogma. Sendo o santíssimo o lugar mais importante do santuário, não seria de  estranhar que o trono de Deus fosse dentro dele. Quero ainda lembrá-los que o livro de Ezequiel fala de um trono móvel, sobre rodas (Ezequiel 1), e assim, seria uma loucura fixarmos o trono de Deus em tal ou qual lugar.


Comentários intercalados do irmão ECS

Prezado irmão ECS,
Cremos que merecíamos uma resposta ao nosso desafio antes do irmão, mas, para não perdermos tempo, daremos logo o que nos pediu.
1. Texto bíblico falando da unção do Santo dos Santos num contexto messiânico:
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos." Daniel 9:24.
Ocorrem aí a palavra "ungir" e a expressão "Santo dos Santos".
 
Comentário do irmão ECS:
 
A unção do santuário era feita com azeite. Cristo entrou no santuário para fazer uma oferta de sangue e não para fazer a unção do santuário com azeite ou sangue. Ler Êxodo 40: 9 e 10 e ainda Êxodo 30: 22 até 33
2. Textos bíblicos falando de Cristo no Lugar Santo do Céu:
"Razão por que se acham diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu santuário; e Aquele que Se assenta no trono estenderá sobre eles o Seu tabernáculo." Apocalipse 7:15.
 
Comentário do irmão ECS:
 
O texto apenas diz que a "grande multidão" está diante do trono de Deus e do Cordeiro no templo de Deus. Não é especificado se no santo ou no santíssimo.
"Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!" Apocalipse 16:17.
Esses textos deixam claro que o "trono" está no Santuário. Nesses textos ocorrem as palavras "trono" e "Santuário".
 
Comentário do irmão ECS:
 
Apenas isso, o trono está no santuário. Não especifica qual lugar, se santo ou santíssimo.
 
"Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, Alguém sentado." Apocalipse 4:1 e 2.
Esse texto fala da "porta aberta" e do "trono".
"E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus." Apocalipse 4:5.
Essa passagem fala literalmente de "7 lâmpadas" "diante do trono". Isso não depende de interpretação. As expressões ocorrem no texto exatamente assim.
 
Comentário do irmão ECS:
 
Pura interpretação. Eu interpretei de maneira completamente diferente e também com certa lógica. João viu uma porta aberta no céu. Ele não disse que a porta era de um santuário. Ele inclusive foi chamado para subir ao céu por essa porta.
 
"Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos." Apocalipse 8:3 e 4.
Nessa passagem ocorre a frase "altar de ouro que se acha diante do trono". Não há necessidade de qualquer interpretação elaborada. Basta que aceitemos o texto tal como ele está escrito.
 
Comentário do irmão ECS:
 
Aceito o texto como ele é. Somente faço uma reflexão sobre o mesmo: não sei onde começa ou termina o simbolismo em Apocalipse. No céu existe incenso? No céu existe fumo de incenso? Um anjo pode ser mediador entre Deus e os homens? Há fogo no altar de Deus? O que é real e o que é simbolismo?
 
"Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita dAquele que estava sentado no trono." Apocalipse 5:6 e 7.
Essa passagem traz as palavras "Cordeiro" e "trono" e diz que o Cordeiro "tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono". Está tudo exatamente assim no texto, sem tirar nem por.
 
Comentário do irmão ECS:
 
O texto fala apenas o que está escrito. Mais do que isso, é pura especulação. Não diz o texto que o evento ocorreu no santo ou no santíssimo.
 
3. Textos bíblicos falando de Cristo Entrando no Lugar Santíssimo do Céu:
"Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros." Daniel 7:9 e 10.
Esse texto diz que "foram postos uns tronos" e que "o Ancião de Dias Se assentou".
"Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. Foi-Lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas O servissem; o Seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o Seu reino jamais será destruído." Daniel 7:13 e 14.
Essa passagem fala literalmente do "Filho do Homem" dirigindo-Se "ao Ancião de Dias" e recebendo o "reino".
"O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças Te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o Teu grande poder e passaste a reinar. Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a Tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o Teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra. Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no Seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada." Apocalipse 11:15-19.
Esse texto fala do "reino" tornando-se de "Cristo" por ocasião do soar da sétima trombeta e fala da abertura do Santuário, quando se vê a arca da aliança. Tudo isso é dito literalmente no texto. Também não há necessidade de qualquer malabarismo exegético para se encontrar essas informações ali.
Bem, aí estão os textos que abordam os pontos solicitados pelo irmão. Agora, esperamos ver também sua resposta ao nosso desafio. Não é nada demais o que estamos pedindo. Dê-nos um texto, pelo menos um, ou quantos o irmão quiser apresentar, que traga as palavras "trono" e "Santo dos Santos" (ou "Santíssimo") em relação ao Santuário do Céu. Esperamos que o irmão não invente nenhuma desculpa nem se negue em nos dar essa resposta. Aguardaremos ansiosos por ela.
Fique na paz!
 
Comentários do irmão ECS:
 
A única coisa certa nesta última parte da exposição que os irmãos fizeram, é que no céu existe um santuário. Se este santuário está dividido em duas partes, como está o terrestre, é apenas uma possibilidade. Nós tentamos entender o celeste, com a idéia que temos do terrestre. Note bem irmãos, o que Moisés viu no monte não foi o celeste. No monte ele apenas viu o modelo para o terrestre. Deus mandou que ele erguesse o terrestre conforme o modelo que lhe foi mostrado no monte. Se o modelo tivesse sido a realidade, o celestial, o perpétuo, seria impossível Moisés reproduzí-lo. Não podemos cair no erro de inverter as coisas: tornar o celeste cópia do terrestre. O terrestre foi construído seguindo um modelo que também não expressava a realidade do celeste. O que Moisés viu no monte foi apenas um modelo, uma sombra das coisas espirituais. O santuário onde Cristo entrou é exatamente compartimentado com era a sombra, o modelo terrestre? Se eu fizer o malabarismo que os irmãos fazem, vou ver o que os irmãos vêm. No entanto, vou entrar em choque com o ensino do autor do livro Aos Hebreus que diz que Cristo entrou uma única vez além do véu, onde efetuou uma eterna redenção.
Quanto à resposta que os irmãos querem, não me sinto na obrigação de dá-la. Em momento nenhum afirmei que o trono do Pai seja no santíssimo. Se não afirmei, não tenho obrigação de prová-lo.
 
Quero ainda me desculpar por ter pedido aos irmãos uma resposta bíblica num tom que os ofendeu. Foi uma atitude intempestiva que vou tentar não repetir. Só quero ainda acrescentar, que se os irmãos quiserem uma prova maior do que a que a epístola Aos Hebreus nos dá sobre quando Cristo entrou no santíssimo para fazer a expiação da humanidade, é o mesmo que pedir para Deus repetir que seis é meia dúzia.

 

Prezamos leitores do Adventistas.com,

Diante das últimas colocações do Sr. ECS, faremos nossas derradeiras participações. Novamente adotaremos o procedimento de transcrever trechos de seu e-mail e depois acrescentaremos nossos comentários:

“Que ele entrou no santo dos santos logo após sua ascensão, os irmãos inclusive já estão concordando.”

Se Cristo entrou no Santíssimo quando de Sua ascensão, isso só pode ser provado por Daniel 9:24. Já demonstramos que não há nada em Hebreus que prove que Ele tenha entrado no Santo dos Santos no ano 31. O Sr. ECS até já concordou que a expressão “para dentro do véu” não significa necessariamente “para dentro do Santíssimo”. Por acaso teria ele mudado de idéia novamente? Esperamos que não, pois a prova que apresentamos foi escriturística.

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“A unção do santuário foi feita pelo representante do Dono do mesmo, no caso Moisés. Êxodo 40: 9 e 10.  A unção não foi feita  pelo sacerdote e muito menos teve relação com a vítima sacrifical. O santuário era propriedade de Deus e Deus delegou a Moisés a incumbência de fazer a unção do mesmo. Moisés inclusive ungiu a Arão e seus filho, numa clara demonstração de que entre os mesmos, Moisés e a linhagem sacerdotal, existia um nível hierárquico onde Moisés aparecia como superior. A unção do santuário foi um ato do seu Dono, através da pessoa de Moisés.”

Não seja por isso. Na Bíblia, está mais do que claro que Moisés é um tipo de Cristo. Senão observe-se:

“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus, O Qual é fiel Àquele que O constituiu, como também o era Moisés em toda a casa de Deus. Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu. Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas Aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus. E Moisés era fiel, em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas; Cristo, porém, como Filho, em Sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firme, até ao fim, a ousadia e a exultação da esperança.” Hebreus 3:1-6.

E não há problema algum no fato de as figuras de Arão e Moisés se cumprirem numa só pessoa – Cristo –, pois nEste também se conjugam as figuras do Sacerdote e do Cordeiro. Ele é ao mesmo tempo a vítima e o oficiante.

Diante disso, se o Sr. ECS for realmente sincero, reconhecerá a falha de seu argumento.

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“A unção foi feita com óleo e não com sangue. Êxodo 30: 22 até 33. Apesar de Daniel falar de uma unção do santo dos santos, não dá para garantir que a unção que ele menciona, seja a unção que os irmãos sugerem. A Bíblia, pelo menos ainda não vi, não fala em nenhum lugar que Cristo entraria no santo dos santos do celestial para ungi-lo. Se a unção do terrestre era feita com azeite e pelo Dono do mesmo na pessoa do seu representante, por que então imaginar que com o santíssimo tenha sido diferente? Acredito que se houve unção do santuário celestial, ela foi realizada pelo próprio Deus, em algum tempo e de alguma forma. Essa unção não poderia ser feita pela vítima, no caso Cristo, que estava destinado a ser a oferta pelo pecado. Além disso, Hebreus afirma que Cristo entrou no interior do véu, com sangue e não com azeite.”

O contexto de Daniel 9:24 é puramente messiânico e tem a ver com Cristo. Fala da expiação da iniqüidade, a qual foi provida por Cristo (Isaías 53:10; romanos 3:25; e 1 João 2:2) e de trazer a justiça eterna (Romanos 3:21 e 22). Por que não há como saber de que unção está falando a profecia? Não há dúvida quanto à unção do Santo dos Santos ali referida. Trata-se da unção antitípica daquela que é referida em Levítico 8:10. Negar isso é tentar fugir pela tangente.

Além disso, qual o problema com o fato de que a unção é feita com óleo e não com sangue? O fato de Cristo ter entrado no Santuário pelo Seu sangue, segundo a fraseologia de Hebreus, impede que Ele tenha ungido o Santuário com óleo ou algum outro elemento correspondente? Não, não podemos admitir tal discussão, pois não faz sentido algum.

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“A diferença entre nós, é que não faço disso um dogma. Sendo o santíssimo o lugar mais importante do santuário, não seria de  estranhar que o trono de Deus fosse dentro dele. Quero ainda lembrá-los que o livro de Ezequiel fala de um trono móvel, sobre rodas (Ezequiel 1), e assim, seria uma loucura fixarmos o trono de Deus em tal ou qual lugar.”

Ezequiel 1 e 10 não constitui novidade para nós. Trata-se do “carro celeste de Deus”, não do “trono” que Se encontra no Santuário. Temos longo arquivo sobre o assunto do carro de Deus, mas ele não está formato ainda, de modo que não podemos disponibilizá-lo. O que importa é que, em Apocalipse 4 e 5, o trono está no Lugar Santo e isso não é especulação.

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Quanto às observações do Sr. ECS em relação à nossa análise de Apocalipse 4 e 5, esclarecemos o seguinte:

  1. Sim, de fato Apocalipse 7:15 e 16:17 apenas dizem que o trono está no Santuário, pois era só isso o que desejávamos provar por meio desses textos. Nada mais!
  2. Com respeito a Apocalipse 4:1 e 5; e 8:3, o Sr. ECS está sendo estranhamente teimoso quando afirma que a “porta aberta” de Apocalipse é a do Céu e não a do Lugar Santo. Ora, João fala das 7 lâmpadas de fogo e do altar de incenso. Deixemos o texto como ele está. Aceitemo-lo. Não tentemos fugir a algo que está claro apenas para resistir à doutrina bíblica quanto a 1.844.
  3. Mesmo que deixemos de lado a questão relativa à “porta aberta” de Apocalipse 4:1, ainda assim o trono estará no mesmo ambiente das 7 lâmpadas e do altar de ouro, donde se conclui que o trono de Apocalipse 4 e 5 aparece no Lugar Santo e é ali que Jesus é retratado.
  4. O Sr. ECS tenta negar que Apocalipse 5:6 retrate uma cena no Lugar Santo, mas, pela referência às 7 lâmpadas e ao altar de incenso, isso está mais do que claro. Falta de percepção é aceitável, mas resistência a algo que está evidente já passa a caracterizar pecado.

Bem, já apresentamos informações mais do que suficientes. Por um apego irracional a uma idéia preconcebida, o Sr. ECS está rejeitando um acréscimo de luz especial que lhe está sendo oferecido. Não insistiremos mais.

Entendemos que, no passado, o Sr. ECS deve ter se decepcionado com explicações infundadas que teólogos, pastores e irmãos adventistas lhe apresentaram. Por causa disso, o Sr. ECS formulou suas próprias convicções acerca do trabalho de Cristo no Santuário do Céu a partir de inferências do livro de Hebreus. Agora, simplesmente enxerga como infundadas quaisquer tentativas de fundamentar a doutrina do Santuário. Acreditamos que seu coração esteja fechado! Por isso, não continuaremos com o debate. Cremos ter cumprido nossa missão, apresentando evidências poderosas da existência de um Lugar Santo e de um Lugar Santíssimo no Templo Celeste, da presença do Cordeiro e do trono de Deus no Lugar Santo, e da entrada de Cristo no Santíssimo por ocasião do Juízo.

Se o Sr. ECS prefere ignorar essas verdades, então deixamos o caso com Deus!

Lamentamos que o Sr. ECS não tenha sido tão isento quanto nos esforçamos para ser!

Equipe do site Www.ConcertoEterno.Com.

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