Para um relatório deste estamos confinados quase inteiramente ao que
foi publicado na revista Eternity.
O assunto que tomou muito tempo nas conferências foi o do santuário.
O Dr. Barnhouse foi franco em sua estimativa dessa doutrina. Em particular
ele objetou de nosso ensino sobre o juízo investigativo que ele
caracterizou como "o fenômeno mais colossal, psicológico, para
salvar as aparências na história religiosa." Mais tarde ele o
chamou "a não importante e quase ingênua doutrina do 'juízo
investigativo'", e disse que qualquer esforço para estabelecê-la é
estragado, vazio e inaproveitável." Eternity, setembro de 1956.
O Dr. Barnhouse, ao discutir a explicação de Hiran Edson sobre o
desapontamento de 1844, diz que a suposição de que CRISTO "tinha
uma obra a realizar no lugar santíssimo antes da vinda a esta terra... é
uma idéia humana, para salvar as aparências, que alguns adventistas
desinformados... levam a extremos literários fantásticos. O Sr. Martin e
eu ouvimos os líderes adventistas dizerem, positivamente, que eles
repudiavam tais extremos. Isto eles disserem em nenhum termo incerto.
Além disse, eles não crêem, como alguns de seus pioneiros ensinavam que
a obra expiatória de JESUS não foi completada no Calvário, mas que em
vez disso que JESUS ainda estava realizando uma segunda obra ministerial
desde 1844. Essa idéia os líderes adventistas também repudiaram
totalmente." Ibidem.
Notem estas declarações: A idéia de que CRISTO "tinha uma obra
a realizar no lugar santíssimo antes da vinda a esta terra... é uma
idéia humana, para salvar as aparências," "o Sr. Martin e eu
ouvimos os líderes adventistas dizerem positivamente que eles repudiavam
tais extremos. Isto eles disseram em nenhum termo incerto."
Penso que nossos líderes devem dar uma declaração precisa à
denominação adventista quanto a se o Dr. Barnhouse e o Sr. Martin
disseram a verdade quando ouviram nossos líderes dizerem que repudiavam a
idéia de que CRISTO tinha uma obra a fazer no lugar santíssimo antes de
vir a esta terra. A questão demanda uma resposta precisa.
Tentativa de Adulterar os Escritos de Ellen G. White
Antes de relatar mais do que foi feito nas conferências, voltemos aos
dois homens que naquele primeiro dia de maio de 1957, encontraram-se com a
Mesa dos Depositários White para buscar seu conselho e, também, fazer
uma sugestão. Os homens estavam bem familiarizados com as declarações
feitas pelo Dr. Barnhouse e o Sr. Martin, de que a idéia do ministério
de CRISTO no lugar santíssimo do santuário tinha sido totalmente
repudiada pelos nossos líderes. Isto tinha estado publicado há vários
meses na ocasião, e não tinha sido protestado. Os homens, contudo, não
precisavam da declaração publicada, pois ambos tinham tomado parte na
discussão com os evangélicos. Um deles em particular tinha tido parte
proeminente nas conferências [Roy Allan Anderson], tinha visitado o Sr.
Barnhouse em seu lar, tinha falado na igreja do Dr. Barnhouse a seu
convite. Ele era um dos quatro homens [T.E. Unruh, Roy Allan Anderson,
Leroy Froom e Walter Read] que realmente levaram a carga, e um dos
escolhidos para acompanhar o Sr. Martin em sua viagem à costa Oeste para
falar em nossas igrejas. Ele era tido em alta estima pelo Dr. Barnhouse.
Esse sentimento era mútuo.
Na ocasião em que os dois homens visitaram os Depositários, uma
série de artigos apareceu na Ministry [da qual Roy Allan Anderson era
editor-chefe], que reivindicava ser "o entendimento adventista da
expiação, confirmado e iluminado e clarificado pelo Espírito de
Profecia." Na edição da Ministry, de fevereiro de 1957, a
declaração ocorre que o "ato sacrifical sobre a cruz é uma
expiação completa, perfeita e final em favor do pecado do homem."
Esse pronunciamento está em harmonia com a crença de nossos líderes,
como o Dr. Barnhouse citou-os. Está também em harmonia com a
declaração assinada por um oficial encarregado [R.R. Figuhr, presidente
da Associação Geral na época], numa carta pessoal: "Não podes,
Irmão Andreasen, tirar de nós este precioso ensino que JESUS fez um
sacrifício expiatório completo e todo-suficiente sobre a cruz... Isto
nós sempre manteremos firme, e continuaremos a proclamá-lo, mesmo como
nossos queridos antepassados venerados na fé."
Seria interessante que o escritor desse prova de sua asserção. A
verdade é, nossos antepassados não criam nem proclamaram tal coisa. Eles
não criam que a obra sobre a cruz fosse completa e toda-suficiente. Eles
criam que o resgate foi pago ali e que era todo-suficiente; mas a
expiação final aguardava a entrada de CRISTO no santíssimo em 1844.
Isto os adventistas tinham sempre ensinado e crido, e esta é a antiga e
estabelecida doutrina que nossos venerados antepassados criam e
proclamavam.
Eles não podiam ensinar que a expiação na cruz era final, completa,
e toda-suficiente, e ainda crer que outra expiação também final,
ocorreria em 1844. Tal seria absurdo e sem significado. Pagar a pena pelo
nosso pecado era, certamente, uma parte vital e necessária do plano de
DEUS para nossa salvação, mas em absoluto não era tudo. Era, como foi,
colocar no banco do céu uma soma suficiente e de todo modo adequada para
qualquer contingência, e da qual poderia ser sacada em favor e pelo
indivíduo conforme necessitasse. Esse pagamento era "o precioso
sangue de CRISTO, como um cordeiro, sem mancha e sem defeito." I
Pedro 1:19. Em Sua morte na cruz JESUS "pagou tudo"; mas o
precioso tesouro torna-se eficaz para nós somente conforme CRISTO saca
dele em nosso favor, e isto deve esperar a vinda ao mundo de cada
indivíduo; daí, a expiação deve continuar enquanto as pessoas forem
nascidas. Ouçam isto:
"Há um fundo inexaurível de perfeita obediência advindo de Sua
obediência. Como é isto, que tal infinito tesouro não é apropriado? No
céu os méritos de CRISTO, sua abnegação e sacrifício próprio, estão
entesourados como incenso, a ser oferecido com as orações de Seu
povo." General Conference Bulletin, vol. 3, pág. 101, 102, quarto
trimestre, 1899.
Notem as frases: "fundo inesgotável", "tesouro
infinito", "méritos de CRISTO". Esse fundo foi depositado
na cruz, mas não "exaurido" lá. Ele está
"entesourado" e é oferecido com as orações do povo de DEUS.
Especialmente desde 1844, esse fundo é sacado pesadamente conforme o povo
de DEUS avança em santidade; mas não é exaurido, há suficiente e para
poupar. Leiam de novo:
"JESUS que através de Sua própria expiação proveu para eles um
fundo infinito de poder moral, não falhará a empregar esse poder em
favor deles. Ele lhes imputará Sua própria justiça... Há um fundo
inesgotável de perfeita obediência advindo de Sua obediência...
conforme orações humildes e sinceras ascendem ao trono de DEUS, CRISTO
mistura com elas os méritos de Sua própria vida de perfeita obediência.
Nossas orações se tornam perfumadas por esse incenso. CRISTO
comprometeu-Se a interceder em nosso favor, e o PAI sempre ouve a Seu
Filho." Ibidem.
Quando oramos, neste próprio ano de 1959, CRISTO intercede por nós e
mistura com nossas orações "os méritos de Sua própria vida de
perfeita obediência. Nossas orações são perfumadas por esse incenso...
e o PAI sempre ouve a Seu Filho."
Contrastem isto com a afirmação em Questions on Doctrine, pág. 381:
"JESUS apareceu na presença de DEUS por nós... Mas não foi com a
esperança de obter algo nessa ocasião ou em algum tempo futuro. Não!
Ele já o tinha obtido por nós na cruz." (snfase dos autores). Notem
o quadro: CRISTO aparece na presença do PAI em nosso favor. Ele
intercede, mas nada consegue. Por 1800 anos JESUS pleiteia, e nada obtém.
Não sabe Ele que já o obteve na cruz? Ninguém Lhe informa que é
inútil suplicar? Ele próprio não tem esperança de obter nada agora ou
em qualquer tempo futuro. E mesmo assim Ele pleiteia, e Se mantém
pedindo. Que visão para os anjos! E isso é representado ser ensino
adventista! Esse é o livro que tem a aprovação dos líderes adventistas
e é enviado ao mundo para mostrar o que nós cremos. Queira DEUS nos
perdoar. Como podemos permanecer diante do mundo e convencer que
acreditamos num Salvador que é poderoso para salvar, quando O
apresentamos como suplicando em vão perante o PAI?
Mas graças a DEUS, isso não é doutrina adventista. Ouçam isto da
Irmã White, como citado acima: "CRISTO Se comprometeu a interceder
em nosso favor, e o PAI sempre houve a Seu Filho." Isto é
cristianismo, e o outro não.
Ficaremos em silêncio sob tais condições? Diz a Irmã White:
"Pelos passados 50 anos cada fase da heresia tem sido posta em
ação contra nós... especialmente concernente à ministração de CRISTO
no santuário celestial... imaginai que quando vejo o começo de uma obra
que removeria alguns dos pilares de nossa fé, eu tenha algo a dizer? Devo
obedecer a ordem, 'Enfrentai-o!'" Special Testimonies, Series B, nº
2, pág. 58.
De novo: "O inimigo das almas tem buscado introduzir a suposição
de que uma grande reforma deveria ter lugar entre os adventistas do
sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renunciar às doutrinas que
permanecem como pilares de nossa fé, e engajar-se num processo de
reorganização. Caso essa reforma tivesse acontecido, o que resultaria?
Os princípios da verdade que Deus em Sua sabedoria tem concedido à
igreja remanescente seriam descartados. Nossa religião seria mudada. Os
princípios fundamentais que têm sustentado a obra durante os últimos
cinqüenta anos seriam considerados como erro. Uma nova organização
seria estabelecida. Livros de uma nova ordem seriam escritos. Um sistema
de filosofia intelectual seria introduzido. Os fundadores desse sistema
iriam às cidades e realizariam uma maravilhosa obra. O sábado,
logicamente, seria considerado levianamente, bem como o Deus que o criou.
Nada seria permitido permanecer no caminho do novo movimento. Os líderes
ensinariam que a virtude é melhor do que o vício, mas Deus sendo
removido, eles depositariam sua dependência no poder humano, o qual, sem
Deus, é sem valor. O seu fundamento seria edificado sobre a areia, e a
tempestade e a tormenta levariam de roldão a estrutura ". Special
Testimonies, Série B, # 7, págs. 39-40 (outubro de 1903). Mensagens
Escolhidas, Vol. 1, ppág. 204-205. Grifos supridos.
"Ficaremos calados, por temor de ferir os sentimentos deles?...
Ficaremos calados por receio de prejudicar a influência deles, enquanto
almas estão sendo enganadas... Minha mensagem é: Não mais consintais em
ouvir sem protestar contra a perversão da verdade." Special
Testimonies, Series B, nº 2, pág. 9,15.
A Reunião de 1º de Maio
Duvido que os líderes adventistas estivessem completamente a par das
muitas referências nas obras da Sra. White sobre a expiação agora em
progresso no santuário celestial desde 1844. Se estivessem, como ousariam
tomar a posição que tomaram com relação à questão do santuário?
Esta idéia encontra apoio na aparente surpresa dos dois homens (Roy Allan
Anderson e Walter Read) que visitaram os Depositários White e declararam
que em sua pesquisa ficaram "agudamente a par das declarações de Ellen G. White
que indicam que a obra da expiação de CRISTO está agora em
progresso no santuário celestial." Minutes, 1º de maio de 1957,
pág.
1483. Por que se tornaram eles agudamente a par? A descoberta pareceu
surpreendê-los. Ao usar o plural, declarações, eles admitem mais de uma
referência. Não sei quantas acharam. Eu achei 17, e há outras sem
dúvida. E por que usam eles a palavra "indicar"? A Irmã White
faz mais do que indicar. Ela faz pronunciamentos definidos. Eis alguns
deles:
"Ao término dos 2.300 dias, em 1844, CRISTO entrou no lugar
santíssimo do santuário celestial, para executar a obra de encerramento
da expiação, preparatória para Sua vinda." O Grande Conflito, 422.
"CRISTO tinha apenas completado uma parte de Sua obra como nosso
Intercessor para entrar noutra porção da obra, e Ele ainda pleiteia Seu
sangue diante de DEUS em benefício dos pecadores." Ibid., 429.
"Na abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em
1844, CRISTO entrou lá para executar a obra de encerramento da
expiação. Eles viram que JESUS estava agora oficiando diante da arca de
DEUS, pleiteando Seu sangue em favor dos pecadores." Ibidem, 433.
"CRISTO é representado como continuamente de pé no altar,
momentaneamente oferecendo o sacrifício pelos pecados do mundo... Um
Mediador é essencial devido ao contínuo cometimento de pecado... JESUS
apresenta a oblação oferecida por cada ofensa e cada falta do
pecador." MS 50, 1900.
Essas declarações são definidas. Foi ao final dos 2300 dias, em
1844, que CRISTO entrou no santíssimo "para desempenhar a obra de
encerramento da expiação". "JESUS tinha APENAS COMPLETADO UMA
PARTE DE SUA OBRA como nosso Intercessor," no primeiro compartimento.
Agora Ele "entra na outra porção da obra." Ele pleiteia
"Seu sangue perante o Pai." Ele está "continuamente de pé
diante do altar." Isto é necessário "por causa da contínua
perpetração do pecado." "JESUS apresenta a oblação por toda
ofensa e toda falta do pecador." Isto prova uma expiação contínua,
presente. Ele oferece "momentaneamente". "JESUS apresenta a
oblação oferecida por cada ofensa." "Ele sempre vive para
fazer intercessão por eles." Hebreus 7: 25.
Presume-se que quando os dois homens declararam que se tinham
"tornado agudamente cientes das declarações de Ellen G. White que
indicam que a obra expiatória de CRISTO está agora em progresso no
santuário celestial", que eles tinham lido as citações dadas aqui
e talvez outras. Em vista deste conhecimento, o que eles sugeriram que
fosse feito? Mudariam eles as suas opiniões erradas anteriores e se
harmonizariam com as claras palavras do Espírito de Profecia? Não, ao
contrário, eles "sugeriram aos Depositários que algumas notas de
rodapé ou apêndices devessem aparecer em certos livros de Ellen G. White,
esclarecendo muito largamente nas palavras de Ellen White nosso
entendimento das várias fases da obra de expiação de CRISTO." Minutes, 1483.
Ponderem sobre essa surpreendente declaração. Eles admitem que a
Irmã White diz que "a obra expiatória de CRISTO está agora em
progresso no santuário celestial," e então eles propõem que
inserções sejam feitas em alguns livros da Irmã White que darão nosso
entendimento da expiação! Eles estavam, contudo, agindo somente em
harmonia com a declaração oficial em Questions on Doctrine de que quando
se lê "nos escritos de Ellen G. White que CRISTO está fazendo
expiação agora, deve ser entendido que simplesmente queremos dizer que
CRISTO está agora fazendo aplicação" etc., pág. 354, 355.
Se a Irmã White estivesse agora viva e devesse ler isto, ela
certamente estaria tratando com certos escritores presunçosos e em
palavras que poderiam ser entendidas. Ela não concederia o direito para
ninguém, quem quer que fosse, de mudar o que ela tinha escrito ou
interpretá-lo para viciar seu claro significado. A reivindicação que
Questions on Doctrine faz de que a Sra. White quer dizer o que ela não
diz, efetivamente destrói a força de tudo o que ela já escreveu. Se
temos de consultar o intérprete inspirado [pelo diabo] de Washington
antes de saber o que ela quer dizer, é melhor descartarmos todos os
Testemunhos. Queira DEUS salvar o Seu povo.
Cedo neste século, quando a sorte da denominação estava na balança,
a Irmã White escreveu: "Satanás lançou seus planos para debilitar
nossa fé na história da causa e obra de DEUS. Estou profundamente
convicta conforme escrevo isto: Satanás está operando com homens de
posição proeminente para varrer os fundamentos de nossa fé.
Permitiremos que isso aconteça, irmãos?" R&H, 12-11-1903.
Respondendo a sua pergunta, "permitiremos que isso seja
feito?", ela diz:
"Minha mensagem é: Não mais consintais sem protestar contra a
perversão da verdade... Fui instruída a advertir nosso povo; pois muitos
estão em perigo de receber teorias e sofismas que minam os pilares
fundamentais de nossa fé." Letter to the Physicians and Ministers,
Series B, nº 2, pág. 15. "Nos passados cinqüenta anos cada fase da
heresia tem sido trazida sobre nós, para obscurecer nossas mentes com
relação aos ensinos da Palavra - especialmente com relação à
ministração de CRISTO no santuário celestial... Mas os marcos-guias que
nos têm feito o que somos, devem ser preservados, e serão preservados,
como DEUS tem significado através de Sua Palavra e do testemunho de Seu
ESPÍRITO. Ele nos chama para ficarmos firmes, com as garras da fé aos
princípios fundamentais que estão baseados em inquestionável
autoridade." Ibidem, 59. "Imaginais que quando vejo o início de
uma obra que removeria alguns dos pilares de nossa fé, eu teria algo a
dizer? Devo obedecer a ordem, 'Enfrentai-o!'" Ibidem, 58 (Ênfases
supridas).
Manifestar-se Proeminentemente
Após os dois homens terem sugerido a inserção de notas e
explicações em alguns dos livros de Ellen G. White [Isso passou a ser feito
com regularidade a partir da década de 1960 em vários livros de Ellen G. White, por exemplo, Primeiros Escritos, Testemunhos para
Ministros,
baseados no princípio papal, de que a Igreja é a única fonte genuína
de interpretação, quando na verdade é o ESPÍRITO SANTO.], que dariam
ao leitor a impressão que ela não se oporia à nova interpretação
deles, eles tiveram outra sugestão a dar. "Isto é um assunto",
eles disseram, "que no futuro próximo vai se revelar
proeminentemente, e que faríamos bem em prosseguir com a preparação e
inclusão de tais notas nas futuras impressões dos livros de Ellen G. White." Minutes, pág. 1483.
Deixo ao leitor decidir por que os homens estavam com pressa de
introduzir as notas e explanações nos livros de Ellen White. Poderia ser
que isto se constituiria um "fait accompli", um fato consumado,
uma coisa que já tinha sido feita e que seria difícil ou impossível de
mudar? Esta é uma consideração importante, pois há razão para crer
que as coisas estão ocorrendo a outros de nossos livros, e há um
movimento definido para mudar nossa doutrina em outros assuntos. Isto deve
ser também explorado, antes que seja muito tarde.
Em 2 de maio de 1957 está registrado nas Minutas: Afirmações de Ellen G. White
sobre a Obra de Expiação de Cristo - "A reunião dos
Depositários realizada em primeiro de maio encerrou-se com nenhuma ação
tomada sobre a questão que foi discutida em extensão - adequadas notas
de rodapé e explanações quanto às declarações de Ellen G. White sobre a
obra expiatória de CRISTO, que indicam uma contínua obra no tempo
presente no céu. Visto que o presidente de nossa mesa estará ausente de
Washington para os próximos quatro meses, e os envolvimentos nesta
questão são tais que deve haver a mais cuidadosa consideração e
conselho, foi 'VOTADO, Que adiamos a consideração até mais tarde sobre
os assuntos que foram trazidos a nossa atenção pelos Prs. "X"
e "Y" envolvendo declarações de Ellen G. White sobre a obra
expiatória contínua de CRISTO'." Minutas da Mesa dos Depositários
White, pág. 1488.
Ficou presumido quatro meses depois quando o Pr. Olson voltou que
nenhum voto foi tomado para garantir o pedido. Isto foi oito meses após a
primeira reunião deles em janeiro de 1957, tempo em que o assunto foi
exposto.
Correspondência com Washington
Depois que esse assunto veio ao meu conhecimento, orei bastante. Qual
era minha responsabilidade nesse assunto, ou tinha eu alguma? Não
confidenciei com ninguém. Decidi que minha primeira responsabilidade
seria com os oficiais de Washington, assim escrevi à Associação Geral.
Lá fui informado que eu não tinha nenhum direito à informação que eu
obtivera. Aquilo era suposto ser secreto, e eu não tinha direito nem
mesmo de ler os documentos.
Depois de quatro cartas passadas, foi-me dito que eles não estavam
mais interessados em discutir o assunto. O assunto estava resolvido.
Quando perguntei se isto significava que a porta estava fechada, recebi a
resposta: "Considerei o assunto ao qual tens referido como
encerrado." Quanto ao indecente e não verdadeiro artigo na revista Ministry, "Discuti isso com os irmãos envolvidos e gostaria de
deixar o assunto lá." Assim a porta estava fechada.
Eis alguns dos pronunciamentos oficiais: "As minutas são
confidenciais e não destinadas ao uso público." Se erro é
cometido, é proibido expô-lo meramente porque alguns querem mantê-lo
confidencial?
"Estás fazendo isso sobre boato e sobre minutas confidenciais que
não tens o direito de ler." Ninguém nunca falou comigo sobre isso
ou me informou. Li as Minutas e agi sobre elas. As minutas não são
boatos. Elas são documentadas oficialmente e assinadas.
"...não tens o direito mesmo de ler." Quando tenho
evidência que me parece destrutiva da fé, devo eu fechar meus olhos para
o que considero tentativas premeditadas para extraviar o povo pela
inserção de notas, explanações e notas de apêndice nos livros da Sra.
White? É oficialmente aprovado?
"Desejo repetir o que escrevi antes, que os homens têm o perfeito
direito de ir às mesas diretoras, incluindo o grupo dos Depositários
White, e fazer suas sugestões sem temor de serem disciplinados ou
tratados como heréticos."
Isto foi reenfatizado: "Reafirmo minha declaração anterior que
creio que esses irmãos estavam inteiramente certos de ir aos
responsáveis e delegados com qualquer sugestão que tivessem para
estudo."
Isto torna claro que o ato dos dois irmãos foi aprovado oficialmente;
que nada fizeram pelo que devessem ser reprovados, mas que fizeram o que
tinham perfeito direito de fazer. Não penso que nosso povo dará
boas-vindas a esse novo princípio.
"Sugerir que bons e fiéis homens adventistas decidiram alterar os
pilares de nossa fé está longe dos fatos como os pólos estão
afastados... adulterar os testemunhos, quando isto nunca ocorreu, nem
houve qualquer tentativa para fazê-lo."
Deixo com a decisão do leitor exatamente por que os homens foram aos
Depositários: não foram eles para ter inserções, notas, notas de
apêndice, explanações feitas em "alguns dos livros de Ellen G. White"? Conquanto o comitê eventualmente decidiu não fazê-lo, a
culpa dos homens não mudou por esse fato. Afirmar que quanto a
"adulterar os Testemunhos quando nada disso nunca ocorreu nem nunca
houve tentativa de fazê-lo," as Minutas falam por si mesmas.
Uma Situação Séria
Esse episódio dos Depositários traz em foco uma grave situação.
Não é meramente o assunto de dois homens tentarem ter inserções feitas
em alguns livros da Sra. White. A coisa mais séria é que este fato teve
a aprovação da administração, que declarou que os homens tinham
"perfeito direito" de fazer o que fizeram. Este pronunciamento
abre um caminho para outros seguirem, e como o assunto é mantido secreto,
grande abuso poderia prontamente resultar. Sem dúvida, se o assunto for
deixado para o povo votar, não haverá permissão para qualquer
falsificação, ou tentativa para adulterar os escritos de Ellen G. White.
Os homens que visitaram os Depositários em primeiro de maio de 1957,
como relatado, declararam claramente que haviam descoberto que a Sra.
White ensina claramente "que a obra de expiação de CRISTO está
agora em progresso no santuário celestial." Por outro lado, a
revista Ministry, de fevereiro de 1957, declara exatamente o oposto. Diz
que o "ato sacrifical na cruz é a expiação completa, perfeita e
final para os pecados dos homens." Questions on Doctrine tenta
reconciliar esses dois pontos de vista opostos declarando que quando se
"ouve um adventista dizer ou ler na literatura adventista - mesmo nos
escritos de Ellen G. White - que CRISTO está fazendo expiação agora,
deve ser entendido que queremos significar ou dizer simplesmente que
CRISTO está agora fazendo aplicação," etc. pág. 354, 355. Está claro
que se a expiação na cruz foi final, não pode haver uma expiação mais
tarde também final. Quando nós, portanto, por 100 anos temos pregado que
o dia da expiação começou em 1844, estávamos errados. A expiação
findou 1800 anos atrás. As centenas de livros que temos publicado; as
milhões de cópias do livro Bible Readings [Estudos Bíblicos] que temos
vendido; os milhões de folhetos que temos distribuído, dizendo que é
"a semana na corte no céu", são tudo falsa doutrina; as
instruções bíblicas que temos dado às crianças e o ministério jovem
e que eles têm sorvido como verdade bíblica, é uma fábula.
Urias Smith, Loughborough, Andrews, Andross, Watson, Daniells, Branson,
Johnson, Lacey, Spicer, Haskell, Gilbert, e uma hoste de outros ficam
condenados por ter ensinado falsa doutrina; e a denominação inteira,
cuja principal contribuição para o cristianismo é a doutrina do
santuário e o ministério de CRISTO, deve agora confessar que todos
estávamos errados, e que não temos nenhuma mensagem para o mundo para os
últimos dias. Em outras palavras, somos um povo enganado e enganador. O
fato que possamos ter sido honestos não altera o fato que temos dado uma
falsa mensagem. Tirem de nós a questão do santuário, o juízo
investigativo, a mensagem dos 2300 dias, a obra de CRISTO no lugar
santíssimo, e não temos o direito de existir como um povo denominado,
como mensageiros de DEUS a um mundo condenado. Se o Espírito de Profecia
nos extraviou estes muitos anos, então vamos jogá-lo fora.
Mas não! Alto! DEUS não nos tem extraviado. Não temos falado
fábulas ardilosamente inventadas. Temos uma mensagem que suportará o
teste e confundirá as teorias destruidoras que estão encontrando seu
caminho entre nós. Neste caso não é o povo que está se extraviando,
exceto se seguirem os líderes. É tempo que haja uma viravolta.
Já fazem agora mais de quatro anos que a apostasia começou a ser
plenamente evidente. Desde aquele tempo tem havido uma tentativa
deliberada de enfraquecer a fé no Espírito de Profecia, pois está claro
que enquanto o povo reverenciar o dom dado a nós, eles não podem se
extraviar. Disto falaremos resumidamente. O tempo para agir chegou. O
tempo para abrir os cantos escuros chegou. Não mais deve haver acordos
secretos, nenhum contato com outras denominações que odeiam a lei e o
sábado, que ridicularizam nossa mais elevada fé. Não mais devemos ter
intimidade com os inimigos da verdade, não mais promessas que não
faremos proselitismo. Não devemos tolerar lideranças que permitem
adulterar os escritos confiados a nós, e estigmatizar como pertencente à
orla lunática os que ousam discordar deles. Não mais devemos ficar
calados. Alarga tua tenda, ó Israel!
Sejam de boa coragem, irmãos. O SENHOR ainda une. Temos uma obra a
fazer. Trabalhem todos juntos. E não nos esqueçamos que nossa maior
força jaz na íntima união com DEUS, em oração. Dediquemo-nos
novamente todos a ELE.