"Recebemos as Tristes Novas"
18
de fevereiro de 1902 - nas frias horas antes da alvorada o gongo de alarme
soou dentro das arcadas de tijolos e pedras da sede do Corpo de Bombeiros
de Battle Creek. Luzes faiscavam; os homens estavam atrapalhados com os
botões de bronze de seus grosseiros jaquetões enquanto no andar térreo
e os arreios eram colocados sobre os cavalos. O condutor com um impulso
subiu ao banco do carro de bombeiros, tomou as rédeas, e a grande máquina
começou a se mover e estrepitosamente sobre a rua pavimentada de tijolos,
quebrando o silêncio de uma escura manhã de inverno. Era terça-feira, e
o sanatório de Battle Creek estava sendo completamente destruído pelo
fogo.
No
terreno ao redor os funcionários do turno da noite conseguiram colocar
quatrocentos pacientes a salvo, enquanto o prédio principal se tornava
uma coluna de chamas. Um bombeiro mais tarde declararia quão inúteis
pareciam ser seus esforços; a água despejada sobre as chamas parecia
aumentar sua fúria. Já de madrugada a maior parte do grande complexo
havia sido destruída, reduzida ruínas fumegantes sobre o céu hibernal.
O
Dr. Kellogg, retornando da costa do Pacífico, soube da tragédia por um
repórter na estação ferroviária de Chicago. Ele imediatamente entrou
em ação. Após tomar o trem para Battle Creek, Kellogg fez seu secretário
procurar uma mesa, e gastou resto da viagem traçando planos para um novo
edifício.
"Hoje
recebemos as tristes novas do incêndio do sanatório de Battle Creek",
escreveu Ellen White dois dias mais tarde, porém não expressando
surpresas. Por muitas semanas ela havia se preocupado com os eventos em
Battle Creek, suas noites se haviam tornado "muito agitadas" por
um pressentimento de um problema que se aproximava, e agora lhe faltavam
palavras. "Eu deveria nesta ocasião falar palavras de sabedoria, mas
que posso dizer? Estamos aflitos com aqueles cujos interesses da vida estão
ligados a esta instituição. ... Podemos de fato chorar com aqueles que
choram". (Special Testemonies, série B, nº 6, pág. 5)
Entretanto,
ela possuía algumas recomendações para oferecer que a colocavam em rota
de colisão direta com o Dr. Kellogg: sob nenhuma circunstância
reconstruir em Battle Creek. Em vez disso, construir várias instituições
menores. "Uma solene responsabilidade repousa sobre aqueles que se
tem encarregado do sanatório de Battle Creek. Edificarão eles
em Battle Creek uma instituição gigantesca, ou executarão o propósito
de Deus fazendo estabelecimentos em muitos lugares?". - Idem,
pág. 9.
Era
uma pergunta que receberia resposta muito em breve. Em 17 de março de
1920, um grande grupo de líderes da igreja se reúne em Battle Creek para
planejar o que fazer em seguida. Kellogg estava lá, radiante de
entusiasmo, pintando quadros verbais de um novo e magnificente prédio, e,
embora as advertências de Ellen White houvessem sido dadas a menos de um
mês, foi delineado um plano que alguns dos irmãos podem ter visto como
uma espécie de ajuste. Em vez de reconstruir os dois edifícios
principais, somente um seria erigido, limitado a cinco andares de altura e
150 m de comprimento. Somente mais tarde, examinando as bases do alicerce,
eles descobriram quão liberalmente Kellogg pretendia interpretar suas
restrições.
Essa
descoberta, entretanto, que pertencia ao futuro, e nesse ínterim um plano
tinha de ser traçado para levantar o dinheiro para construção. A. G.
Daniells, presidente da conferência geral, fez lembrar que Ellen White
havia recentemente dedicado seu livro Parábolas de Jesus com o
propósito de levantar fundos para escolas adventistas. Isso teve bom êxito,
e Daniells conjecturou sobre a possibilidade de Kellogg, um conferencista
sobre temas de saúde nacionalmente famoso, escrever um livro de medicina
popular a fim de levantar fundos necessários para reconstruir o sanatório.
Kellogg
aceitou a tarefa com gosto. Ele era um escritor prolífero que ditava no
trem, de sua bicicleta, mesmo da banheira, para um secretário que parece
ter desempenhado suas funções razoavelmente bem, a despeito das circunstâncias
perturbadoras. Entusiasticamente empreendeu ele a tarefa e completou o
manuscrito para o novo livro em tempo recorde; partiu então para
prolongadas férias de verão na Europa.
Assim
a sorte foi lançada. O sanatório de Battle Creek seria reconstruído
apesar dos conselhos de Ellen White, e os irmãos saberiam logo que
estavam disputando um jogo no qual as apostas eram altas e as regras
misteriosas. Um dia no início do verão, examinando os alicerces, alguém
descobre o fato curioso: eles eram 30m mais longos do que Kellogg havia
prometido e agora parecia que várias alas grandes se estenderiam em um
semicírculo na parte de trás do edifício.
Em
1904 as palavras de Ellen White resumiam a situação como intensa
tristeza: "Quando o Senhor varreu do caminho o grande sanatório de
Battle Creek, Ele não tencionava que jamais fosse reconstruído lá outra
vez. ... Tivesse esse conselho sido atendido, e as pesadas
responsabilidades relacionadas com sanatório de Battle Creek não
existiriam agora. Estas responsabilidades são um fardo terrível". -
Idem, pág. 26.
O
"fardo terrível" ao qual ela se referiu era, naturalmente,
financeiro. Kellogg estava reconstruindo em grande escala muitíssimo
diferente de qualquer coisa que os irmãos tinha imaginado, isto estava
começando a ficar dispendioso. O prédio na rua Washington e estava se
materializando em uma estrutura maciça da renascença italiana capaz de
acomodar mais de mil pacientes - cerca de dez vezes o número sugerido
pela Sra. White como ideal.
Havia
cinco acres de extensão de piso reluzente, com mármore decorado
instalado pelo mesmo hábil artífice italiano que havia supervisionado o
suntuoso trabalho em mosaico na livraria do congresso, e parecia que nada
seria poupado para fazer o lugar "o mais completo, inteiramente
equipado, e perfeito estabelecimento desse estilo e no mundo". (The
Battle Creek Sanitarium Food e Idea, vol. 1, nº 1, 15 de novembro de
1902)
O
peso financeiro imposto por tais planos logo cresceu vertiginosamente.
Mas a crise real para a igreja, tão terrível que Ellen White
francamente duvidava se podia sobreviver a ela, e envolvia alguma coisa
mais profunda do que dinheiro. Poucos a podiam ver, mas ela já havia
chegado. Escondidos no livro do Dr. Kellogg estavam todos elementos de uma
incomparável crise doutrinária.
Por
vários anos Kellogg estivera fazendo algumas declarações um tanto
estranhas sobre a natureza de Deus. "Deus está em mim", havia
dito recentemente numa reunião da Conferência Geral, " e tudo o que
faço é o poder de Deus; cada ato isolado é um ato criativo de
Deus". (GC Boulletin, 2d quarter, 1901, pág. 497)
Era
uma idéia fascinante, que parecia trazer a divindade muito perto, e
rapidamente captou interesse de alguns bem conhecidos intelectuais da
denominação. Havia um encanto peculiar na sugestão de Kellogg de que o
ar que respiramos é o agente através do qual Deus envia o seu Espírito
Santo fisicamente em nossas vidas, que a luz do sol é Seu "Shekinah"
visível. E mesmo as mentes bem treinadas respondiam ao novo conceito
contagiando-se com o entusiasmo evangelístico de Kellogg.
Agora
estes sentimentos estavam aparecendo ainda mais persuasivamente nas folhas
de galé do novo livro que ele havia escolhido intitular The Living
Temple. No corpo humano, declarava ele, estava "o poder que
constrói, que cria - é o próprio Deus, a divina presença no
templo". J.
H. Kellogg, The Living Temple, pág. 52.
Poucos
imaginavam que esta idéia poderia desviar a pessoa totalmente do
cristianismo, levando-a um domínio de misticismo religioso que não dava
lugar ao Ser Divino ou a um local chamado céu. Um homem que viu o perigo
foi William Spicer, um missionário que havia recentemente voltado da Índia,
agora administrador da Conferência Geral, que imediatamente reconheceu na
nova teologia de Kellogg as mesmas idéias que havia visto no hinduísmo.
Alarmado,
Spicer foi a Kellogg para acertar tudo isto com uma palestra pessoal. Os
dois homens se assentaram na varanda da estranha casa com 27 quartos que
Kellogg chamava A Residência, e Spicer, para sua surpresa, achou-se
"imediatamente no meio de uma discussão em questões das mais
controvertidas".
"Onde
está deus?" Kellogg perguntou.
"Ele
está no céu", Spicer replicou. "Lá a Bíblia descreve o trono
de Deus, e todos seres celestiais sob Seu comando".
Kellogg,
com 50 anos de idade e treze anos mais velho que Spicer, num gesto
estendeu o braço em direção ao gramado, declarando que Deus estava na
grama, nas árvores, nas plantas, em tudo ao redor deles.
"Onde
está o céu?" perguntou ele.
"No
centro do universo", Spicer replicou "onde é isso ninguém pode
dizer".
"O
céu está onde Deus está, e Deus está em todo lugar", pelo que
retrucou. Spicer deixou a entrevista aturdido, compreendendo que avistara
de relance a pontinha de algo maior do que qualquer um havia imaginado -
algo que podia abalar a igreja. "Não havia lugar neste esquema de
coisas para anjos irem entre o céu e a terra. ... A purificação do
santuário... Não era alguma coisa num céu distante". "O santuário
a ser purificado" era o coração. - veja Ellen G. White Estate
Document File 15c, W. A. Spicer, "How Spirit of Profecy Met a Crisis",
pág. 21.
William
Spicer tinha encontrado os primeiros ventos da tempestade e ele
interpretou seu terrível significado acuradamente. No verão de 1902, o
mundo se encontrava pronto para a terceira mensagem evangélica e os últimos
momentos de pacifica oportunidade se escoavam, um dos principais pilares
da fé Adventista havia repentinamente sido desafiado. De uma maneira que
ele próprio não entendeu completamente, Kellogg causara dano à própria
razão do ser do adventismo. Havia ele, talvez inconscientemente a princípio,
atacado a doutrina do santuário celestial.
No
coração da doutrina Adventista do sétimo dia permanecia o conceito de
que no ano de 1844 um grande evento havia ocorrido no céu. Os adventistas
baseavam essa crença sobre sua compreensão das profecias de Daniel 8 e 9
no qual os 2300 anos do tempo profético começaram com o decreto de o rei
da Pérsia e terminaram no outono de 1844.
No
atribulado outono daquele ano eles haviam revisado aquelas profecias,
buscando entender porque Cristo não viera como os pregadores mileritas
tinham predito. Suas pesquisas levaram a uma nova compreensão do livro de
Daniel e uma teologia nunca dantes entendida no mundo cristão.
Estudo
profundo e fervente oração os haviam trazido à conclusão de que em
outubro de 1844 Cristo tinha entrado no santíssimo do grande santuário
celestial, do qual o antigo tabernáculo judeu fora uma vez modelo.
Naquele compartimento, Ele havia começado a fase culminante da redenção
da raça humana. No mais sagrado de todos os ambientes possíveis, havia
Ele começado a revisar a vida de todos os indivíduos que alguma vez já
haviam pleiteado salvação em Seu nome.
Era
uma idéia solene, mesmo quando se pensava somente no julgamento dos que já
haviam morrido, mas os adventistas chegaram a ver uma idéia ainda mais
desafiadora: Em algum ponto, potencialmente cedo o bastante para
confrontar a geração dos que estavam vivos em 1844, a revisão do
julgamento de Cristo passaria dos mortos aos ainda vivos.
Quando
aquela obra fosse completada, haveria um ato final de importância catastrófica
para a raça humana. Cristo deporia o incensário que simbolizava Seu
ministério de misericórdia em favor do homem, e proferiria as palavras
encontradas em Apocalipse 22:11."Continue o injusto fazendo injustiça...
O justo continue na prática da justiça".
O
tempo de prova para o ser humano, que comumente se julga terminar com a
morte, terminaria, para uma geração de seres humanos no enquanto eles
ainda estavam vivos.
Tudo
no adventismo apontava em direção àquele evento, advertia com respeito
a ele, implorava o povo que se preparasse para ele. A mensagem Adventista
de 1844 era um chamado eletrizante, calculado para abalar a segurança
terrestre e preparar pessoas para encontrar o Senhor. E a menos que se
estivesse disposto a entregar tudo, sacrificando tudo que o instinto
humano supunha importante, era um conceito que deixaria a pessoa
enormemente incomodada.
Quase
desde o momento de seu surgimento, a doutrina Adventista do santuário
tinha estado sob ataque. Teólogos e ridicularizavam-na como uma clara
tentativa para explicar o fato que Cristo não havia voltado em 1804.
Outros, talvez involuntariamente, e tinham atacado de maneiras mais sutis.
Era um desafio terrível compreender que sua vida logo poderia estar sob a
revisão final de Deus.
Os
ataques vieram de todas as direções, tão persistentes intensos que
Ellen White finalmente disse que "toda fase de heresia, nos 50 anos
passados, tem sido trazido sobre nós, para anuviar nossas mentes com relação
aos ensinos da Palavra - especialmente concernentes a ministração de
Cristo no santuário celestial e à mensagem do céu para estes últimos
dias, como dado pelos anjos do capítulo 14 de apocalipse". (Ellen G.
White, manuscrito 44, 1905)
Bradara
ela: "Não permita Deus que o tagarelar de palavras vindas de lábios
humanos diminua a crença de nosso povo na verdade de que há um santuário
no céu, e que o modelo deste santuário já foi uma vez construído sobre
esta terra". - Ellen G. White, carta 233, 1904.
Um
"tagarelar" dos mais altos, como Ellen White escolheu chamá-lo,
tinha vindo de um eminente ministro Adventista com nome de D. M. Canright,
que se havia demorado por anos em questões e dúvidas, e tinha assumido
uma doutrina anti-adventista. Ele afinal deixou a igreja completamente, e
fazendo depois disso sua principal missão na vida o atacar as crenças
que dantes possuíra. Em 1889 ele publicou um livro intitulado Seventh-Day
Adventism Renouced, no qual fez a acusação de que "os
Adventistas do sétimo dia fazem tudo girar em torno de seu ponto de vista
do santuário. ... Se eles estão errados sobre isto, sucumbe toda a sua
teoria." (D. M. Canright, Seventh-Day Adventism Renouced, pág.
117)
Tendo
dito aquilo, ele em seguida procedeu um ataque contra Ellen White, seguido
por assaltos ao sábado, a lei, e ao estado dos mortos. Perto do fim de
suas 418 páginas, Canright chegou a sua conclusão: "O sistema do
adventismo do sétimo dia de baseia-se no fundamento de teorias insustentáveis
de um velho fazendeiro inculto em seus últimos dias e nas fantasias de
uma menina totalmente inculta, ignorante, doente e nervosa". (Idem, pág.
413.) Mas o breve dia de sol de Canright tinha terminado, e ele se
encontrou com nada e exceto memórias solitárias do que devia ter sido.
Em 1919, com a sombra de sua última doença se agravando, ele se ergueria
um pouco do crepúsculo no qual estava mergulhado para um último apelo a
seu irmão: "Permaneça com a mensagem, Jasper. Eu a deixei e sei que
estou morrendo como um homem perdido". - Document File 351, carta
datada de 5 de julho de 1920.
Canright
tinha escolhido atacar a verdade do santuário frontalmente, e acusando os
adventistas de ter interpretado mal Daniel 8:14 e de o terem erradamente
ligado com Levítico 16, o qual descreve o dia judaico da expiação.
Cristo tinha ido diretamente ao lugar santíssimo na Sua ascensão,
Canright argumentou, e conseqüentemente a ênfase Adventista sobre a
purificação do santuário em 1844 estava errada. Era, repetimos, ataque
direto às condições básicas da igreja: Não era necessário um dom
especial para ler seu livro e ver que discordava do adventismo.
Mas
o mais recente desafio ao santuário, vindo de John Harvey Kellogg em
1902, era tudo, menos evidente. Conduzia a pessoa através de uma série
de passos aparentemente lógicos, cada um deles até certo ponto oculto do
próximo, de forma que era possível à pessoa se encontrar completamente
fora do adventismo antes de perceber que qualquer coisa estava errada.
Para muitas pessoas que almejavam conhecer melhor a Deus, era tranqüilizador
vê-lo na luz do sol, senti-lo no ar inspirado, e crer que ele estava em
cada ato da vida. Contudo, se uma pessoa cuidava em pensar sobre o
assunto, tudo isto produzia algumas perguntas que eram difíceis de
responder dentro da estrutura do adventismo tradicional - perguntas que o
William Spicer tinha já encontrado na varanda de Kellogg.
Se
Deus está em todo lugar, e se o céu está onde Deus está, então o céu
precisa também estar em todo lugar. Se for assim, onde está o santuário?
Kellogg tinha uma resposta, naturalmente: é encontrada no título de seu
livro The Living Temple. O santuário de Deus estava no corpo
humano – um passo na lógica que agora compelia a pessoa a rejeitar os
eventos de 1844 como uma desconexão inadequada para a nova luz. Na melhor
das hipóteses,1844 poderia ser explicado somente como fato da história,
uma estação intermediária na estrada do adventismo em direção à
maturidade.
Era
um erro sutil nem mesmo completamente entendido pelo próprio médico, e,
contudo, alguns líderes denominacionais o estavam reconhecendo; e a
pergunta que agora estava começando a se espalhar ao redor de Battle
Creek era esta: Deveria o novo livro de Kellogg ser impresso? Não é um
problema simples. À medida que 1902 se desvanecia, a dispendiosa construção
do sanatório estava começando a causar uma completa crise
financeira.
Por
razões monetárias, o livro Kellogg precisava urgentemente ser publicado
e vendido. E, também, havia muitas pessoas ao redor de Battle Creek que não
viam nada de errado com o livro, e que estavam adotando a teologia do Dr.
com alegria evangélica. Foi em uma atmosfera de tempestade que a Comissão
Conferência Geral se reuniu no outono de 1902 para decidir se emitiriam
ou não uma ordem de impressão para o gerente da Review and Herald.
A
decisão deles não foi considerada fácil pelo relato da comissão de
revista que tinha sido apontado para ler o manuscrito e recomendar esse
seria impresso ou abandonado; a maioria daquele grupo não viu "razão
nenhuma porque não possa ser recomendado",(Document File 15c, Spicer,
"How the Spirit of Prophecy met a Crisis” pág.. 29) um relatório
assinado por homens tais como A. T. Jones, que tinha viajado e pregado com
Ellen White nos anos seguintes a 1888. Somente dois dos cinco membros da
comissão votaram contra o livro.
E
então ocorreu um daqueles eventos extraordinários que mudam para sempre
o curso da história, alterando as relações entre homens e instituições.
O concílio outonal de 1902 aceitou relatório da minoria; o livro não
deveria ser publicado e a igreja simplesmente confiaria no Senhor para que
os fundos para o novo sanatório pudessem ser encontrados.
Por
todas as normas e práticas denominacionais, esta deveria ter sido o fim
da história. Mas em 1902 o Dr. John Kellogg estava próximo do ponto de
onde não era possível retomar. Por vários anos ele havia rejeitado
mensagens de Ellen White que atrapalhavam seus planos, freqüentemente com
a desculpa de que ela havia agido com base em informação falsa,
suprimida pelos adversários dele e que os testemunhos dela para ele
estavam errados. Agora ele estava se defrontando com um desafio direto da
igreja organizada, e agora tinha de fazer uma decisão. Rapidamente ele
agarrou uma alternativa: A Review não aceitava encomendas de impressão
de fora? Uma mensagem desceu a rua Washington com destino à Casa
Publicadora Central Adventista: Publique 5000 cópias do The Living Temple
e lance débito para J. H. Kellogg.
O
pedido foi aceito. Os tipos que foram negados pela não aprovação do
livro, estavam agora prontos para uso. A chapas estavam prontas para
impressão. Na sala de impressão pilhas de papel estavam prontas para
passar pelo prelo a vapor. Em um sossegado vale da Califórnia Ellen White
foi para a cama atribulada por um pressentimento que ela compreendia muito
bem.
"Nas visões da noite, vi um anjo permanecendo com uma
espada como que de fogo estendida sobre Battle Creek". - Testemonies,
vol. 8, pág. 97.
Para
a Review, o tempo podia agora ser medido em horas.
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