Nova Corrida Armamentista
(Cenário do Poder - 2)
Prof. Sikberto R. Marks
O que estamos presenciando ao redor do mundo, desde o ano passado? Um
retorno a corrida arma-mentista por parte dos países e também dos cidadãos.
Coincidentemente durante o ano Jubileu, ano internacional da paz, os
Estados Unidos lançam seu projeto do "escudo de mísseis" e
agora querem
restabelecer o antigo "guerra nas estrelas", combinando um com o
outro.
Curioso é que, sendo os EUA o principal país a patrocinar na ONU o esforço
pela "Paz e Segurança Internacional", decide um orçamento de
60 bilhões de
dólares para armas somente num único projeto, o escudo anti-míssel.
O Presidente da Rússia, Putim, também não quer ficar para trás. Está
propondo à Europa para implementar outro plano de defesa contra mísseis
parecido com o dos EUA, com um orçamento bem menor, de 6 bilhões de
dólares. Se isso avançar, e se a Europa se unir com a Rússia, cria-se
um
gigantesco pólo de poder para confrontar os estados Unidos. Mas isso é
improvável, por vários motivos: A Rússia não é confiável aos
europeus e há
países europeus que são fortes aliados dos Estados Unidos. Improvável,
mas
não impossível. Com a crise de recessão que se aproxima, armas podem
ser
uma boa fonte de atividade econômica...
Mais adiante, a China, segundo notícias da CNN, de 06/03/2001, está
se
armando mais do que se previa. Os gastos seriam cinco vezes mais que o
declarado. Ela o estaria fazendo diante de "drásticas mudanças no
cenário
militar do mundo". "Precisamos nos adaptar a drásticas mudanças
na situação
militar do mundo e nos preparar para a defesa e o combate levando em conta
as condições da tecnologia moderna, especialmente da alta
tecnologia",
justificou o ministro da defesa da China. Bem diante dela, Taiwan está
querendo se armar para defesa ou ataque estratégicos.
Com relação a utilização da força bruta, a título de ilustração,
trazemos
algumas manchetes reveladoras:
- Líder dos Talibãs defende destruição de estátuas do
Afeganistão
- Sharon forma aliança com partido ultraortodoxo após
ataque suicida
- Bomba explode em frente à sede da BBC em Londres
- Israel mobiliza todo seu contingente por temer mais
atentados
- Estudante secundarista mata 2 e fere 14 nos EUA
- Projeto Guerra nas estrela ressuscita
- Projeto do escudo de míssies, nos EUA e na Europa, com
Putim...
- Sadam Ussein tem bomba atômica
O que podemos deduzir desse cenário? O mundo vem de um esforço pela
democratização que durou quase 20 anos. Desde o início da década dos
anos
80, um clamor por democracia varria o planeta. A maioria dos países
voltou-se para estilos de governo com participação mais ampla da vontade
popular. Parece que, numa análise ainda bem preliminar, que agora vemos
uma
guinada em sentido contrário. Em pesquisa da Unesco, entre jovens do Rio
de
Janeiro e de São Paulo, mais de 50% preferem governo autocrático. Incrível
se comparado com a recente geração das "diretas já".
Tanto no perfil dos mandatários de alguns países importantes no
planeta,
quanto na questão do armamento, suas políticas e orçamentos, vemos um
início de mudança de estratégia. Nações e pessoas estão recorrendo
mais às
armas para atacar ou se defender. Um adequado cenário para I
Tessalonicenses 5:3 - "quando andarem dizendo paz e segurança, eis
que
lhes sobrevirá repentina destruição..."
Nesse início de novo milênio, e no final do que findou, nunca se
falou
tanto em "paz e segurança". Parece, numa avaliação ainda um
tanto
preliminar, mas pertinente e importante, que estamos saindo de uma era de
democratização para outra de uso do poder pela força bruta. Parece que
as
nações se preparam para maior ira. Parece que os cidadãos estão
extremamente nervosos e matam-se uns aos outros por pouca coisa, ou por
nada, até por sadismo. Parece que, agora que o mundo procura, sem DEUS,
resolver seus problemas de violência, é violência que colhe, e como
nunca
antes, prepara-se para a guerra.
Ao lado desse cenário, também, por outro lado, como jamais visto, os
programas de TV estão incentivando a violência, a pornografia e as
manifestações espíritas. Coloque isso tudo numa mesma panela: o nosso
planeta. O que sai dessa mistura? Um cenário para o desfecho final, ao
que
parece: ira das nações se intensificando; ira das pessoas; mentira e
engano, e, a par de tudo, um grandioso discurso em prol da paz. Uma
legítima babilônia.
Precisamos estar atentos às tendências de retorno a utilização da
força
bruta com líderes dispostos a tal. Pode ser esse o cenário do desfecho.
Avaliemos, vigilantes, o transcurso desse ano. -- 08/03/01, Prof.
Sikberto R. Marks
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