Que Venha a Chuva de Um Alegre Natal!Já faz alguns anos que o profeta Jeremias se tornou meu preferido. Dia desses, parei para meditar no que está escrito em Jeremias 4:3-4: "Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e Jerusalém: Lavrai para vós outros campo novo, e não semeeis entre espinhos. Circuncidai-vos para o Senhor, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo, e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras." Estava na minha devoção pessoal, quando este texto me veio à mente. Embora já o houvesse lido tantas vezes, naquele dia tomou um novo lugar no meu coração. Para entendermos os escritos de Jeremias, é preciso entender um pouco do homem Jeremias e do tempo em que viveu. Se pudéssemos descrevê-lo em uma frase apenas, poderíamos dizer que ele era um homem de alma aberta. Em seus escritos, temos a marca de sua personalidade, talvez a maior de todos os profetas. Suas emoções viviam em constante conflito. Ele reclamava muito, mas em sua alma havia uma chama que ardia pelo Senhor e que não se apagava. A indignação de Deus através de Jeremias era contra os aspectos externos da religião. O tempo era de crise e o povo corria aos serviços do Templo, achando que apenas isto os salvaria. Por isso Deus detonou essas palavras através de seu profeta. Qual o significado delas para o nosso tempo? Vejam este texto na Bíblia Viva: "Lavrai para vós outros campo novo"Por que Deus pede um campo novo? Porque havia uma terra dura no coração do Seu povo. Deus falava e Seu povo não atendia. Este não é exatamente um quadro de nossa vida? Quantas coisas sabemos que precisam ser feitas e não fazemos? Nosso coração muitas vezes está como a terra dura do tempo da seca. Mais duro que a terra seca do nordeste que o velho poeta Patativa do Assaré descreve em a Triste Partida: "Setembro passou, com outubro e novembro, já tamo em dezembro, meu Deus que é de nós? Assim diz o pobre, no seco nordeste, com medo da peste e da fome feroz. ... mas noutra esperança, com gosto se agarra, pensando na chuva de um alegre natal. Passou-se o natal, porém chuva não veio. O sol, bem vermelho, nasceu muito além. Entonse o nortista, pensando consigo, diz: isto é castigo, não chove mais não. Sem chuva na terra descamba janeiro, depois fevereiro e o mesmo verão." Na região nordeste do Brasil, a seca parece não ter fim. Nada fica verde. O quadro é de desolação. Dezenas de vacas mortas de fome e de sede no local em que deveria existir pasto... É, porventura, este o quadro que Deus está vendo do nosso coração? Uma terra seca e árida, que não encontra regozijo em Sua Palavra? Que Deus nos mande a chuva de um alegre natal, de que fala o poeta! No tempo de Jeremias, o que importava ao povo, era o aspecto exterior. Lavavam suas roupas, iam ao Templo para mostrar que ali estavam, mas o Deus que sonda os corações, disse que eles eram semelhantes a uma terra seca, improdutiva. Em quais aspectos podemos estar assim?
Terra endurecida. O Senhor está olhando para o nosso coração agora. Será que Ele está vendo terra dura nele? "Não semeeis entre espinhos"Que espinhos são estes? Perceba que quando a terra é endurecida, o que é ruim tem facilidade para sobreviver. Séculos mais tarde Jesus usou a parábola da semente lançada entre os espinhos, que acabam por sufocar o broto recém-nascido. Quanto mais endurecemos o nosso coração, mais espinhos haverá para sufocar a Palavra de Deus. Estes são espinhos os dos prazeres, da negligência, do "deixa para amanhã". Como estas coisas têm facilidade para brotar no nosso coração! E a gente, às vezes, não percebe. É por isso que Deus diz: "lavrem um campo novo", "amoleçam a terra do coração"... Porque se estivermos sensibilizados pelo Senhor, nenhum espinho será capaz de sufocar a boa semente de Deus. "Circuncidai o vosso coração"Agora, Deus vai ao X da questão. Os filhos de Israel estavam preocupados com os aspectos exteriores – o que os homens podiam ver. Deus diz: "Não. Vocês podem trocar de roupas 100 vezes, mas não vai adiantar. Circuncidem o coração. A circuncisão fazia parte do trato de Deus com Abraão. Era um sinal, uma marca distintiva. Cada descendente de Abraão ou qualquer homem que se ligasse ao povo judeu, tinha a carne do prepúcio cortada. Era uma cirurgia externa, como símbolo de uma cirurgia interna – a cirurgia do coração. Infelizmente, com o passar do tempo, os israelitas davam valor apenas ao aspecto externo. E com isto consideravam-se superiores a todas as raças. Afinal de contas, eles tinham a marca. De que adiantava? A circuncisão que Deus queria era a do coração. Neste texto, Deus está mais uma vez desafiando o Seu povo a uma reforma de vida. Eles que rasgavam as vestes diante de uma calamidade, são convidados a rasgar o coração. Porque para Deus, o interior é que conta.
Que circuncisão precisamos fazer na nossa vida?
Quanta circuncisão nosso coração precisa! Mas quem faz isto: eu ou o Senhor? É o Senhor quem faz. Mas sabe porque não faz? Porque não permitimos que faça. Temos muito jogo de "quero, mas não quero", com o Senhor. Ouvimos um sermão, lemos um artigo como este e dizemos: "Eu tenho que fazer isto". A questão é: quando faremos? Façamos um novo tratoDeus quer a terra do nosso coração fofa, para que sua boa semente possa germinar e produzir frutos. Precisamos fazer um novo trato com o Senhor. Dizer: "Senhor, circuncide o nosso coração. Eis aqui as inutilidades que nos atrapalham. Faça o que for necessário, Senhor. Você quer dizer isso ao Senhor hoje? Agora? Clame por esta cirurgia espiritual. eleve os pensamentos a Deus, aqui mesmo em frente ao computador e ore:
O autor desse texto é pastor distrital, ligado à Organização Adventista, e não sabe que nós o estamos publicando. O artigo foi enviado por um amigo particular que se sentiu tocado por essa mensagem. Robson Ramos. |
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