Como Fazer Parte dos 144.000

Li com muito interesse o estudo apresentado pela Sandra Martins sobre os misteriosos 144.000, e gostei bastante. Eu também tenho estudado esse assunto e gostaria de acrescentar o seguinte:

Vemos em Apocalipse 14 que:

  • Estes assinalados seguem o Cordeiro para onde quer que vá. E foram dentre os homens comprados como primícias. Apoc. 14:4.
  • Também cantam um cântico que mais ninguém conhece. Apoc. 14:3.
  • Apoc. 14:5 assinala outra característica: são irrepreensíveis diante do cordeiro, isto é não têm pecado.

Em II Coríntios 3: 18 diz o seguinte: "Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor." Então se olhamos o Senhor com a cara descoberta, é por que não temos pecado, mas como? Se todos somos pecadores.

O que terá de acontecer?

Efetivamente, o número doze significa plenitude, doze vezes doze vezes mil significa completíssimo, ou seja não é possível se salvar mais alguém. Como sabemos a salvação dependo do arrependimento que é um Dom do Espírito Santo, como a humanidade tem rejeitado esse Dom de Deus, Ele se tem retirado da Terra, e como tal os filhos de pais sem o Espírito Santo também nascerão sem esse Dom e como tal inimigos de Deus e do Seus povo, ou seja excluídos da salvação.

Ora o povo de Deus que se encontra vivo na terra viverá o tempo de angústia sem pecado, como? Aqui há um segredo que, infelizmente, não é muito falado na Igreja Adventista, é a JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.

A principal preocupação de Jesus Cristo, quando esteve entre nós, foi preparar os discípulos para receberem o poder do Espírito Santo, porque com esse poder nós vencemos o pecado. Isso foi prometido já aos nossos primeiros pais. Gênesis 3:15: "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."

Agora vamos ver outra característica para abandonar o pecado: "Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado." I Pedro 4:1.

Se não estivermos dispostos a sofrer na carne não é possível abandonar o pecado, Jesus referindo-se a este assunto disse em Mat. 10:39: "Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á."

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." Gal 2:20.  Poderia Paulo dizer que estava crucificado com Cristo e continuar pecando? É evidente que não, não significa que não fosse tentado, mas Paulo tinha recebido o mesmo poder que Cristo recebeu para enfrentar o diabo, o poder do Espírito Santo.

Como Cristo recebia esse Poder? Estará também disponível para nós hoje? Quando lemos os evangelhos, verificamos que Cristo levantava-se muito cedo e ia para os lugares solitários orar ao Pai, afim de receber o poder para enfrentar toda a cilada do diabo preparada para esse dia.

A inspiração nos revela que o estudo para este tempo é, entre outros assuntos, o mistério do santuário. Davi a propósito diz o seguinte: "Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles." Salmo 73:17. 

Quando estudamos o santuário, verificamos que quando o sacerdote oferecia o incenso a Glória de Deus se fazia sentir no lugar Santíssimo e alastrava ao lugar Santo obrigando muitas vezes o sacerdote a recuar até à porta, por não suportar essa glória, isto demonstra o poder que nos está disponível pela oração. Quando vamos a Deus confessando o nosso pecado, Ele não somente nos perdoa como nos dá o poder do Espírito Santo para vencermos esse pecado. Tudo isto é proporcional ao nosso desejo.

Mas, ao contrário, se nós em vez de olharmos para a perfeição de Jesus olhamos para as imperfeições dos nossos irmãos, vamo-nos sentir melhores do que eles e como tais não sentimos a necessidade de Jesus nos lavar toda a nossa imundície, e assim estamos perdidos. Isto foi o que aconteceu com Judas. Judas expulsou demônios, profetizou, pregou, mas Judas não estava disposto a sofrer na carne, ele sentia-se superior a todos.

Com todo este quadro, é óbvio que, se continuarmos a gastar o nosso tempo a ver televisão, ou outra qualquer coisa que consuma o tempo necessário para Jesus trabalhar o nosso caráter, não poderemos fazer parte dos 144 000. 

Caberá a cada um escolher, de harmonia com a graça e misericórdia de Deus. Como já vimos:

  • os 144.000 são um número simbólico significa completo,
  • que se refere ao povo de Deus que estará vivo na volta de Jesus, 
  • e mais do que isso, que viverá sem pecado como Cristo viveu.
  • Por isso nos é dito que seguem o Cordeiro para onde quer que vá, 
  • porque passaram por uma experiência semelhante, 
  • e cantam um cântico novo que só eles sabem que é um cântico de vitória
  • porque venceram o pecado como Cristo venceu, pelo poder do Espírito Santo.

Para concluir, lembremo-nos que a pena inspirada nos revela que é a mensagem de Cristo a Laodicéia é que fará o reavivamento espiritual do povo de Deus. Esta mensagem terá poder em quem a aceitar. Muitos insurgir-se-ão contra ela, mas muitos a aceitarão.

"Para os que são indiferentes neste tempo a advertência de Cristo é: Porque és morno vomitar-te-ei da minha boca, significa que Cristo não pode oferecer a Deus as nossas orações ou expressões de amor. Não pode aprovar o nosso ensino de Sua Palavra, nem aceitar o nosso culto com o podido que nos seja concedida a graça." - Testemunhos Selectos, pág.15, edição portuguesa.

Amilcar Rebelo, Portugal.


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