Se Deus Suscitasse um Profeta Hoje...

É só uma hipótese, mas... Se Deus suscitasse um profeta hoje, seriam seus artigos aceitos e publicados pela Revista Adventista? Permitiriam os editores adventistas que seus originais fossem publicados sem eufemismos? Faria a rede de rádio e tevê adventista entrevistas "ao vivo" com ele, sem poder prever o teor de suas respostas? E se ele decidisse usar uma homepage na internet para divulgar as mensagens de Deus, não apareceria um presidente de Associação para sugerir sua exclusão da igreja por trazer opróbrio contra ela?
Já circula pela internet o boato de que o grande erro do Ricardo Nicotra teria sido a desinformação, porque há Associações no Brasil que já permitem o uso de 30% do dízimo para projetos evangelísticos locais. Desde que o controle contábil fique com a tesouraria da Associação, claro.
A tentativa de intimidação visada pela Organização ao excluir da igreja o irmão Ricardo Nicotra está funcionando. Internautas da lista de discussão da MAB (Mocidade Adventista de Botafogo) já estão incluindo em seus e-mails o seguinte aviso: "Obs: Não autorizo ninguém a publicar o conteúdo deste e-mail fora desta lista de discussão. Caso isto venha a ocorrer, o responsável ficará sujeito as penalidades previstas em lei." Quer dizer, "escrevo mas não assumo." Como se houvesse uma lei que proibisse que o que é dito numa lista de discussão (que qualquer um pode assinar) torne-se de domínio público! Caiu na rede, é news.
Daqui a pouco as igrejas adventistas de todo o Brasil começarão a ser doutrinadas através de sermões pré-cozidos sobre "Os Perigos da Nicotrina".
O espírito de bajulação da liderança é demoníaco. Lembra daquela vez em que Pedro tentou bajular Jesus, dizendo que aquela história de seguir para Jerusalém, sofrer e ser morto jamais se concretizaria? A resposta foi curta e grossa: "Arreda! Satanás."
Dois outros ítens em que Laodicéia imita Babilônia:

Insinuar que "fora da igreja não há salvação".

"Batismo" infantil. Para que as metas impostas pela Associação sejam alcançadas, hoje vale batizar crianças de dez, doze anos, mesmo sem o consentimento dos pais. O recurso de chantagem espiritual mais utilizado é condicionar a salvação ao batismo: "Quem crer e for batizado, será salvo. Portanto, não adianta só crer. Jesus vem e não leva você porque não cumpriu todos os requisitos!" (Com crianças, o argumento costuma funcionar!)

Mas o "batismo" entre aspas a que me refiro é a chamada "cerimônia de apresentação ou dedicação" da criança recém-nascida. O pobrezinho do bebê nem imagina que naquele momento estão decidindo o futuro espiritual dele. Mais que isso, estão implicitamente prometendo, entre outras coisas, que ele irá reverenciar os líderes da Organização, não questionará nenhuma atitude ou ensinamento destes e que dez por cento de tudo que ele ganhar deverá ir para a Associação.

Aquele certificado que o pastor entrega à mãe é um "certificado de propriedade temporária". A partir de então ela deve cuidar muito bem daquele bebê porque é propriedade da Organização que representa Deus na Terra. No futuro, aquele pedacinho de gente será muito útil como consumidor dos produtos e serviços adventistas.

Pode parecer exagero, mas, se o nenê está sendo realmente dedicado a Deus, você não acha que terá dificuldades para revogar ou confirmar essa opção posteriormente? E quando quiser confirmar, faremos algo semelhante a uma cerimônia de crisma?

Não seria melhor apresentar simplesmente a criança à igreja e orar pelos seus pais? Sem certificado de dedicação, sem padrinhos, sem máquinas fotográficas e filmadoras documentando tudo...

Doutrinas básicas adventistas:
1. Infalibidade da liderança.
2. Salvação pela fé na liderança.
3. Exclusividade da administração do dízimo pela liderança.
Ao que tudo indica, trigo e joio só existem entre os leigos. Líder adventista é sempre trigo, já reparou? Por outro lado, corremos também o risco de achar que entre nós, leigos, não há joio. Felizmente, o colírio divino corrige essas deficiências visuais: triunfalismo e negativismo.
Não existe período mais ecumênico do que dezembro. Protestantes, católicos e adventistas unem-se em "cantatas" em shoppings, igrejas e até no Show da Xuxa. Quase ninguém pára para pensar que a data é também expressão da autoridade romana sobre a cristandade ao determinar que um dia de culto pagão fosse celebrado como data do nascimento de Jesus.
Em recente projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, advogados e liderança da IASD usaram o catecismo romano que exige respeito ao domingo como dia de guarda para justificar a observância do sábado pelos adventistas. Falta agora a sanção do governador para que entre em vigor. É como se fosse uma lei dominical ao contrário, facilitando a vida do adventista e garantindo votos ao autor do projeto nas próximas eleições estaduais. Com direito a panfletagem nas igrejas e tudo.
Às vezes, fico imaginando como seriam as manchetes dos telejornais de outros planetas, se houvesse televisão por lá:
- Domínio do Capeta já dura milênios no planeta Terra.
- Planeta desgovernado, com seis milhões de pessoas a bordo, avança para a destruição.
- Conselho Galáctico pede intervenção urgente.
- Deus já definiu data para resgate dos "escolhidos".