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Nos Estados Unidos, Organização Renega Mensagem Adventista e Mente Sobre Ex-PastorA edição desta semana do noticiário oficial da Igreja Adventista do
Sétimo Dia informa que "anúncios de página inteira publicados em pelo
menos cinco dos maiores jornais dos Estados Unidos e assinados pela Igreja do
Evangelho Eterno dos Adventistas do Sétimo Dia são de responsabilidade de um
grupo que não possui nenhuma ligação oficial com a IASD." "Este é um caso óbvio de falsidade ideológica", opina Ray Dabrowski, diretor de comunicação do quartel-general mundial da Igreja Adventista. "Nós lamentamos o uso de nosso nome por qualquer grupo dissidente cuja estratégia destoe do padrão adventista de testemunho. Estamos preocupados pela má-fé com que nosso nome foi utilizado na produção dessa literatura discriminatória e agressiva. Como igreja, descartamos qualquer envolvimento com esses anúncios espúrios assinados por uma suposta Igreja Adventista." "Nossos pioneiros falaram claramente contra ofender e ferir sentimentos ao apresentar a verdade presente a membros de outras igrejas. Por isso, acreditamos que toda abordagem que antagoniza em lugar de persuadir é completamente contraproducente e não está em harmonia com o Evangelho de Jesus em que como adventistas cremos," conclui Dabrowisk. Belas palavras!?Belas palavras que, talvez, convençam adventistas menos informados sobre o que realmente está acontecendo nos Estados Unidos. Belas, mas mentirosas palavras. Quem conhece a verdadeira história do Pastor Raphael Perez, fundador involuntário da Eternal Gospel Church of Laymen Seventh-day Adventists (Igreja do Evangelho Eterno dos Leigos Adventistas do Sétimo Dia), dá a ele toda razão. Em julho de 1990, o irmão Perez foi convidado pela Southeastern Conference para formar uma igreja de fala espanhola. Com aprovação da Organização, ele e a igreja local começaram um ministério radiofônico para pessoas de língua espanhola, apresentado na área de West Palm Beach e, ocasionalmente, outras cinco regiões. A identificação "Igreja do Evangelho Eterno" foi usada como estratégia para não revelar desde o início a que denominação o grupo estava ligado, costume adotado pela Organização nos Estados Unidos. Atendendo a um conselho do livro Evangelismo, Raphael e os irmãos da então embrionária Igreja do Evangelho Eterno comunicaram à administração que eles gostariam de publicar anúncios nos jornais. O primeiro deles continha o texto do folheto "A Lei de Deus", distribuído pela loja que corresponderia ao Sels aqui no Brasil. Pouco tempo depois, começaram as reclamações de líderes católicos, e o Pastor Perez foi aconselhado pelo presidente da Associação a suspender as transmissões do programa de rádio porque estaria invadindo limites de outros distritos pastorais. Ele sugeriu também que parassem com a publicação de anúncios nos jornais. Mas como havia evidências de que o Senhor estava abençoando o trabalho com decisões favoráveis de muitos ouvintes do programa e leitores dos jornais, o Pastor Perez decidiu que não pararia. Afinal, tudo que pregava no rádio eram doutrinas adventistas desde o século passado e os textos dos jornais eram cópias de folhetos produzidos pela própria administração. Mensagem inconvenienteFinalmente, após muita pressão de grupos de defesa do catolicismo, os esforços evangelísticos do Pastor Perez foram considerados inconvenientes pela administração, que o demitiu e oficialmente desligou-se da série de conferências que daria origem à Igreja do Evangelho Eterno dos Adventistas do Sétimo Dia. Nos anos seguintes, a publicação de anúncios de página inteira em importantes jornais americanos, contendo textos referentes à tríplice mensagem angélica, retirados de folhetos e livros adventistas, continuou. Agora, porém, além da reação de católicos, como o cardeal O'Conner, havia também o posicionamento desfavorável da própria Associação Geral, que passou a pressionar os jornais para que não mais aceitassem anúncios da Igreja do Evangelho Eterno dos Adventistas do Sétimo Dia, alegando uso ilegal da marca Adventista do Sétimo Dia, registrada como sua propriedade. Dupla perseguiçãoEm 1998, foram publicados anúncios no "Washington Times," "The Miami Herald," e "The Los Angeles Times", além dos principais jornais em espanhol do país. No mês de setembro, representantes do catolicismo deram início a uma ação judicial contra a Igreja Adventista e contra a Igreja do Evangelho Eterno por calúnia e difamação contra o papa e a igreja romana. Eles queriam que a denominação se retratasse publicamente pelo conteúdo de mensagens de seus folhetos e livros, como O Grande Conflito, que estavam sendo publicadas nos jornais pela Igreja do Evangelho Eterno. No dia 3 de dezembro de 98, o Pastor Perez e membros da Igreja do Evangelho Eterno foram intimados a depor em juízo porque estavam sendo processados pela Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, que os acusava de uso ilegal de marca registrada, calúnia, difamação e danos irreparáveis à imagem da instituição. O objetivo era proibir que o grupo continuasse publicando aqueles anúncios e se identificando como adventistas do sétimo dia ou simplesmente adventistas, fosse em inglês ou em espanhol. O processo de número 98-2940, que ainda hoje tramita pela Corte Distrital dos Estados Unidos do distrito do Sul da Flórida, pedia também a apreensão de qualquer material, como folhetos, revistas, cartazes e livros, que contivessem a expressão adventistas do sétimo dia e estivessem em poder do grupo. Com a ajuda de Max Corbett, um advogado adventista do Texas, o Pastor Perez defendeu-se, admitindo usar o nome adventista do sétimo dia sem nenhum prejuízo para a Associação Geral. Ele argumentou que a IASD não poderia adonar-se da adjetivação "adventista do sétimo dia" por ser esta simplesmente uma expressão de fé que identifica qualquer cristão que aguarda o novo advento de Cristo e santifica o sábado. Mesmo assim, em janeiro de 99, o Pastor Perez propôs à Associação Geral que o problema fosse resolvido fora dos tribunais, por ser esta a recomendação bíblica e do Espírito de Profecia. A imagem de que era "contra a Organização" prevaleceu, embora publicamente tenha oferecido mil dólares para qualquer pessoa que pudesse apresentar alguma evidência de que ele tenha afirmado que a Igreja Adventista do Sétimo Dia era Babilônia e convidado alguém a deixá-la. Irredutível, a Associação Geral insistiu que se quisesse voltar a trabalhar para ela teria de imediatamente suspender a publicação dos anúncios e a transmissão dos programas em que identificava a Igreja Católica e o protestantismo apóstata como "a grande meretriz do Apocalipse e suas filhas". O Pastor Perez respondeu que só pararia quando Deus lhe mostrasse que realmente deveria fazê-lo e que, por enquanto, via-se na obrigação de alertar os Estados Unidos quanto aos acontecimentos futuros. A disputa judicial prosseguiu até que em outubro último a justiça americana marcou nova audiência entre as partes para a primavera do ano 2000. O Pastor Perez continua à frente do esforço evangelístico denominado Igreja do Evangelho Eterno, publicando anúncios com a mensagem adventista tradicional, encontrada em nossos livros e folhetos mais antigos. Ele conta que, embora questionem o uso da expressão "adventistas do sétimo dia", os representantes legais da IASD são incapazes de dizer sob juramento que o conteúdo dos anúncios não constitua "mensagem e doutrina adventista". Homepage e arquivoA Igreja do Evangelho Eterno dos Adventistas do Sétimo Dia mantém na internet um site, em inglês e espanhol, no qual se apresenta como "um ministério com dupla missão: ministério de reavivamento do próprio povo adventista, convidando-o a não se envergonhar nem se intimidar e pregar suas doutrinas históricas; e ministério evangelístico, que prega as mensagens angélicas finais encontradas na Bíblia e no Espírito de Profecia." O trabalho é mantido por doações voluntárias.
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