Adoração Genuína: A Busca do Culto Racional

Pr. Elizeu C. Lira – Distrital de Mucuri, AES
Pr. Welington Will – Distrital de Itararé, AES

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).  

“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (II Pedro: 15-16).

Pelo primeiro texto, temos reafirmado o princípio-maior da adoração – o seu grande alvo e objetivo – que é prestar a Deus um culto racional. Os significados mais precisos para esta expressão, encontrados entre os estudiosos do texto bíblico, são os seguintes: “Vosso culto espiritual” (RSV); “O culto oferecido pela mente e pelo coração” (NEB), ou, ainda, “o culto que vocês, como criaturas racionais, devem oferecer” (RVmg).

Ora, está mais do que claro que o único culto aceitável a Deus é aquele, na forma e grau, estabelecido pelo próprio Deus: o culto racional – “oferecido pela mente e pelo coração”. Ocorre que, através dos séculos, muitas pessoas sinceras têm procurado atuar como “reformadores” da Igreja – legislando sobre a forma de adorar a Deus – e, via de regra, fazem grandes grandes condenações àqueles  que cometem o “desatino” de não pensar e agir de acordo com a “visão” bíblica ou “nova luz” que receberam. Geralmente, a “nova luz” não passa de curto-circuito ou apagão mental: “... nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (II Pedro: 15-16).

Ora, é possível ler ou estudar a Bíblia e os escritos da Sra. White, sem aplicar os princípios da Hermenêutica (ciência da interpretação), e apenas aumentar a confusão mental – da pessoa que lê, desta forma, e daquelas que aceitam as “novas idéias” sem um exame prévio e criterioso. Neste caso, aquilo que era para ser uma benção pode converter-se em maldição: “... como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles”.

Um dos princípios básicos da Hermenêutica é analisar o texto (porção menor: verso, passagem) em seu contexto (porção maior em que ele está inserido). “Um texto, fora do contexto, é um pretexto!” Quantos pretextos  são invocados e “princípios” são estabelecidos em cima destas visões equivocadas do texto bíblico e do Espírito de Profecia (o mundo evangélico está cheio disso; só para lembrar: Falso dia de guarda, imortalidade da alma, uso de alimentos imundos, etc.).

Isso aconteceu no passado, é só olhar para a história da Igreja, e tem acontecido, no presente, em alguns lugares onde membros se levantam aferrando-se a alguns “pontos doutrinários” – superenfatizando-os de forma tal que a moldura do quadro passa a ter mais valor do que a pintura. Ou, como se diz, olha-se demais para uma determinada árvore e, conseqüentemente, se esquece toda a floresta. Já lembravam os sábios, na antigüidade, “o todo é maior do que a soma das partes”.

Postura na Oração

Um desses pontos controversos que tem dado “pano para manga” é a questão da postura na oração. Se lermos apenas algumas declarações fortes e esparsas da Sra. Ellen White, no livro Mensagens Escolhidas, vol. II, no capítulo em que ela trata da “Posição Apropriada na Oração” (na edição de 1967, corresponde às páginas 311 a 316) inapelavelmente vamos concluir que o Espírito de Profecia nos recomenda a fazermos orações apenas ajoelhados. Todas as orações – no culto pessoal, no culto familiar e no culto público – terão que ser, neste caso,  prostrados sobre os joelhos: “Quando em oração a Deus, a posição indicada é prostrado de joelhos”. – Idem, pág. 312.

É desta forma que os reformadores modernos aplicam o texto do Espírito de Profecia, é assim que interpretam as palavras da Sra. Ellen White. Mas, será que é isso mesmo? Será que é isso que está afirmado? Vamos aplicar as regras da Hermenêutica ao texto do Espírito de Profecia. Em primeiro lugar, o contexto: a situação e/ou circunstâncias em que foi feita esta declaração.

Indo ao texto, em seu devido contexto, vemos que a Sra. White estava falando da oração feita pela mensagem e em favor do pregador e ouvintes. Sendo assim, vamos ao contexto: “Alguém que por cerca de cinco anos se educou em Battle Creek foi solicitado a fazer a oração antes que a irmã White falasse ao povo. Mas quando o vi por-se em pé, enquanto os lábios se iam abrir em oração a Deus, minha alma foi levada no íntimo a dar-lhe uma repreensão pública. Chamando-o por nome, disse-lhe: ‘Prostre-se de joelhos!’ Esta é sempre a posição apropriada”. – Idem, pág. 311.

Ora, como é feita a “oração pastoral” nos cultos em nossos templos, desde os primórdios? Como é feita a oração que ocorre imediatamente antes de o pregador dirigir-se à congregação, falando em nome de Deus? É sobre os joelhos. Ajoelhados. Prostrados sobre os joelhos – é feita sempre assim, porque “Esta é sempre a posição apropriada”, quando se trata de oração pastoral e/ou intercessória.

Segundo fator contextual: Assim como existe uma progressão na liturgia dos nossos cultos, desde os primórdios, em que a primeira oração, invocação, é feita de pé e, depois, segue-se, na seqüência, a oração ajoelhados, a pastoral, nós encontramos esta mesma ordem na consagração do Templo de Salomão. Vejamos: “Na dedicação do Templo, Salomão estava em pé a olhar para o altar. No átrio do templo havia uma base de metal, e depois de subi-la ele ficou em pé e levantou as mãos ao céu, e abençoou a enorme congregação de Israel, e toda a congregação de Israel estava em pé...” [invocação]

Na seqüência: “... e pôs-se nela em pé, e ajoelhou-se em presença de toda a congregação de Israel, e estendeu as suas mãos para o céu” (II Crônicas 6:13). [oração pastoral]      

Terceiro fator contextual: A Sra. White enfatiza que a essência não é a forma, mas, sim, o espírito com que é feito. O que significa prostra-se diante de Deus? “Todos devem apoiar-se em Deus, em seu desamparo e em sua necessidade cotidiana. Devem mostrar-se humildes, vigilantes e piedosos. Louvor e ação de graças devem fluir em agradecimento e sincero amor a Deus”. – Idem, pág. 315.

É interessante como essa diferença – muitas sutil, tênue – realçando que o diferencial na oração é a atitude do adorador é claramente, não a posição física, é claramente apresentada pela Sra. Ellen White neste mesmo livro e no mesmo capítulo (uma página apenas adiante) que trata da “Posição Apropriada na Oração”. Usando uma redundância: Isto se torna mais esclarecedor ainda pelo fato de ela estar descrevendo duas atitudes diferentes na oração, coincidentemente demonstradas por duas pessoas numa única posição física: em pé. Vamos ao texto e aplicação do Espírito de Profecia:

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: dois homens subiram ao templo a orar, um fariseu, e o outro publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus graças Te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. S. Luc. 18:9-12. Note-se que foi o fariseu que a si mesmo se justificava que não se encontrava em posição de humildade diante de Deus; mas estando de pé [Pausa: Analisemos com sabedoria: 10 Quem está escrevendo estas palavras e descrevendo esta situação? Resposta: A Sra. White 20 Por que ela diz que o fariseu “não se encontrava em posição de humildade diante de Deus”? Por acaso foi devido ao fato de ele estar em pé, na oração?] em sua soberba presunção, ele contou ao Senhor todas as suas boas obras. “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira”. S. Luc. 18:11; e sua oração não se elevou acima de si mesmo. “O publicando, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”. S. Luc. 18: 13 e 14. – Mensagens Escolhidas, vol. II, pág. 315.

Uma Breve Análise: À primeira vista, numa leitura superficial do texto, não dá para entender o porquê da Sra. White destacar o fato de o fariseu estar orando de pé, se o publicano também estava. Por antítese ou relação de oposição, no contraste que ela faz entre um e outro – “Note-se que foi o fariseu que a si mesmo se justificava que não se encontrava em posição de humildade diante de Deus; mas estando de pé...” -, ao lermos essa sentença anterior, a idéia natural que o nosso cérebro formula é esta: “o publicano estava ajoelhado”, ainda mais pelo fato de que foi ele o justificado...

Questão Fundamental: Onde está, então, a diferença entre um e outro? O que a Sra. White estaria destacando no publicano que estava ausente no fariseu. Numa palavra só: Atitude. A parábola, frisou Jesus, era sobre “uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos”. “O fariseu posto em pé, orava de si para si mesmo” (ARA). Ele não orava a Deus, apresentando um louvor, adoração, e seus rogos; ele estava narrando suas pretensas virtudes, orava a si próprio. Estava cheio de si, numa atitude de orgulho, arrogância e presunção religiosa. Estava, como se diz, de pé “com o peito estufado e o rei na barriga”.

“O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito...” Mesma posição física, atitude totalmente oposta! Cabeça inclinada, numa atitude de total reverência – reconhecimento de que se está diante de Alguém Superior – e, para completar o quadro, “batia no peito”, atitude comum entre os judeus no demonstrar humildade, lamentação por alguma tragédia ou drama – pessoal, familiar ou nacional – e/ou reconhecimento pessoal de culpa: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. No Cântico de Maria, conhecido como “Magnificat”, na visita que fez a Isabel pouco antes do nascimento de Jesus, encontram-se as seguintes palavras proféticas: “Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos” (Lucas 1:52-53). Já dizia Calvino, “Pois, a menos que cheguemos vazios, com a boca de nossa alma aberta para implorar a graça de Cristo, não poderemos receber Cristo”. – Institutes, vol. 3, cap. 18, seção 8.        

Quando enfatizamos a postura na oração, apegando-nos apenas à forma, perdemos de vista a essência e lembramos o caso daquela garotinha. O pai falou para ela se ajoelhar – no culto familiar. Deu a ordem umas duas, três vezes e nada... Até que ele a pegou e, com força, colocou-a sobre os joelhos. A garotinha, então disse, apontando para o coraçãozinho: “aqui fora, eu estou ajoelhada; mas, aqui dentro, eu estou em pé!”

Quarto Fator Contextual: Como já dissemos, é uma regra básica da Hermenêutica, para uma boa interpretação do texto, a consideração de que ele é um todo harmônico que, portanto, não deve ser jamais considerado isoladamente (estão lembrados da árvore e da floresta?).

Outra coisa, até por questão de coerência, se tomo a declaração “Quando em oração a Deus, a posição indicada é prostrado de joelhos” como literal, definitiva, neste caso eu teria que aplicá-la a todos os casos e a todas as demais situações. Isso levaria as pessoas (os profetas, reis e outros personagens bíblicos) a estarem erradas quando agiram de forma diferente do “padrão”: orar sempre ajoelhado.

Algumas implicações: O que dizer das várias ocasiões em que o próprio Jesus orou em pé, diante da multidão? Isto ocorreu, por exemplo, na ressurreição de Lázaro: “Cristo, sereno, Se acha de pé ante a tumba. Paira sobre todos os presentes uma santa solenidade. Cristo Se aproxima do sepulcro. Erguendo os olhos ao Céu, diz: “Pai graças Te dou por Me haveres ouvido”. – O Desejado de Todas as Nações, pág. 511.         

Quinto Fator Contextual: Através de outras passagens, o próprio escritor esclarece o que havia afirmado. Afirma a Sra. White: “Não há tempo e nem lugar impróprios para se erguer a Deus uma oração (...) Podemos falar com Jesus no caminho e Ele diz: Estou à tua mão direita. (...) Coisa alguma pode sufocar o desejo da alma. Ele se ergue acima do burburinho das ruas, acima do barulho das máquinas. É a Deus que estamos falando, e nossa oração é ouvida”. – Idem, pág. 316.

Para arrematar a questão:Para orar, não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador quando sós, quando estais caminhando e quando estais ocupados com os trabalhos diários”. Ibidem [Mensagens Escolhidas, vol. II, pág. 316]  

Resumindo: A posição ideal é esta: “Quando em oração a Deus, a posição indicada é prostrado de joelhos”; mas, esta não é a postura única e/ou a posição estritamente determinada por Deus – se fosse, estaria claro isso na Bíblia – para que nos dirijamos a Ele em oração: “Para orar, não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos”.

Informações Adicionais

Ellen White usou esta citação (“Prostre-se de joelhos! Esta é sempre a posição apropriada”), também, dentro de um contexto em que ela descreveu “O Templo de Salomão e sua dedicação”. Na oração de dedicação do Templo, Salomão ajoelhou-se, mas quando foi dar a bênção sobre o povo, tanto ele, quanto a congregação ficaram em pé; e Ellen White confirma isto:

Mensagens Escolhidas, vol. II, pp. 312-313

“Na dedicação do Templo, Salomão estava em pé a olhar para o altar. No átrio do Templo havia uma base de metal, e depois de subi-la ele ficou em pé e levantou as mãos aos céus, e abençoou a enorme congregação de Israel, toda a congregação de Israel estava em pé”.

Essas citações do Espírito de Profecia nos mostram que embora orar de joelhos seja um privilégio, esta não é a única posição para Deus nos ouvir, mesmo que a oração seja no Templo.

Mensagens Escolhidas, vol. II, pp. 316

“Não há tempo nem lugar impróprios para se erguer a Deus uma oração... Entre as turbas de transeuntes na rua, em meio de uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, rogando a direção divina, como fez Neemias quando apresentou seu pedido, perante o rei Artaxerxes... Coisa alguma pode sufocar o desejo da alma... Ë a Deus que estamos falando, e nossa oração é ouvida...”.

“Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador quando a sós, quando estais caminhado, e quando ocupados com os trabalhos diários”.

Se aquela oração fosse feita no final do culto, certamente Ellen White não repreenderia o irmão mencionado se ele a proferisse em pé, porque ela mesma em várias ocasiões orou em pé no final do culto, conforme as citações abaixo:

Mensagens Escolhidas, vol. III,  pp 268 a 270

“Num Congresso de Obreiros em Oakland, Califórnia – Solicitamos agora que esquadrinheis todo o coração. Os que estão decididos a desvencilhar-se de toda tentação do inimigo e buscar o Céu no alto, querem indicar essa determinação colocando-se em pé? (Quase toda a congregação presente atendeu ao apelo)...”.

[“Orando] Meu Pai celestial, venho a Ti neste momento assim como estou, pobre e necessitada e dependente de Ti. Suplico-Te que concedas a mim e a este povo a graça que aperfeiçoa o caráter cristão, etc”.

“Ellen White e o Auditório ficam em Pé para a oração de Consagração – Pergunto: quem agora fará decidido esforço para obter a educação superior? Os que quiserem, manifestem-no pondo-se em pé. (A congregação se levantou). Eis aqui toda a congregação. Deus vos ajude a cumprir o vosso compromisso. Oremos...” (1909).

“No fim de um Sermão na Associação Geral em Washington (1909) – O Senhor vos ajude a empreender esta obra como ainda não a empreendestes. Quereis fazer isto? Quereis levantar-vos aqui e testificar que fareis de Deus vossa confiança e vosso Ajudador? (A congregação se levantou).

[Orando] Agradeço-Te, Senhor Deus de Israel. Aceita este compromisso deste Teu povo. Põe Teu Espírito sobre eles. Que neles seja vista a Tua glória! Ao proferirem a palavra da verdade, vejamos a salvação de Deus. Amém”.

Os compiladores dos escritos da Sra. Ellen White escreveram no final de Mensagens Escolhidas, volume III, página 270, o seguinte: “Que Ellen White não tencionava ensinar que precisamos ajoelhar-nos em todas as ocasiões de oração torna-se claro tanto por suas palavras como por seu exemplo. Para ela não havia tempo ou lugar em que não fosse apropriado orar. Sua família testificou que em sua casa os que se assentavam à mesa da sala de jantar inclinavam a cabeça, e não se punham de joelhos. Ela não costumava ajoelhar-se para bênção no fim dos cultos a que assistia. O enérgico conselho para ajoelhar-se parece ter sua principal aplicação nos cultos de adoração na casa de Deus e na família e nas devoções particulares no lar. No ministério público houve ocasião em que ela ficou em pé ao orar”.

Assim podemos afirmar que no início do culto público devemos orar de joelhos e no seu final podemos, apropriadamente, orar em pé. No culto em família, isto é no lar, bem como na oração particular, é apropriado orarmos de joelhos, embora esta não seja a única posição para Deus nos ouvir.

Indicações no Texto Bíblico

I Crônicas 17:16-27 (Versão Revisada, Edição Contemporânea e Versão da Imprensa Bíblica Brasileira) - “Então entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?...”. (A oração continua até v. 27).

Ezequiel 8:1 – Deus veio a Ezequiel enquanto ele estava sentado.

S. Lucas 9:14-17 – Jesus ordenou à multidão que se assentasse e, depois, Ele orou a Deus pela multiplicação dos pães.

I Samuel 3:9-14 – Deus mantém um diálogo com Samuel quando este estava deitado.

Daniel 8:18-26 – Deus colocou Daniel em pé e conversou com ele, Deus não ordenou que ele se ajoelhasse.

Daniel 10:11 – Idem.

Pode-se perceber, por estes e outros textos aqui não citados, que quando Deus deseja falar ao homem Ele não o faz manifestando preconceitos humanos, “porque o homem olha para o que está diante dos olhos, o Senhor, porém, olha dentro do coração” (I Samuel 16:7).

Que, pela graça de Deus, alcancemos o tão difícil e necessário equilíbrio na vida cristã! Que, pela sua misericórdia, possamos Lhe prestar um culto racional! Que possamos adorar ao Senhor na beleza da Sua santidade, sem desequilíbrios ou divisionismos! Que o nosso lema seja: “Naquilo que não é essencial, liberdade; em tudo, unidade! Um caloroso e sincero abraço dos irmãos em Cristo,

Elizeu C. Lira  e Welington Will


Ancião da Congregação ASD de Poá Responde:

Caro pastor Elizeu C. Lira,

No final de seu estudo, o irmão afirma: "Assim podemos afirmar que no início do culto público devemos orar de joelhos e no seu final podemos, apropriadamente, orar em pé". Pois bem, nós da igreja de Poá também cremos que podemos orar em pé em algumas ocasiões. 

Todos nós sabemos que podemos, no final do culto ou em qualquer outro momento, fazermos a oração em pé. Sabemos que Deus nos ouve quando oramos a Ele. Ocorre, porém, que sabemos que a posição apropriada para a oração é de joelhos. principalmente nos cultos de adoração. Diz o Espírito de Profecia, através da Sra. White: "E quando vos reunis para adorar a Deus, não deixeis de vos prostrar de joelhos diante dEle. Que esta açao testifique de que toda a alma, e corpo e espírito estão em sujeição ao Espírito de Verdade". - 2ME, 314

Por isso, embora saibamos que podemos orar em pé, decidimos nos aproximar do Nosso Intercessor Cristo para buscar suas bençãos no final dos cultos ajoelhados. O problema aqui é outro, pastor. A Corporação, apegando-se a uma tradição litúrgica, quer obrigar as igrejas a orarem em pé, quando seus membros querem se ajoelhar diante do Criador.

Não há boa vontade para dialogar. A maioria de nossos ministros não entende ou faz de conta que não entende a posição daqueles que, esclarecidos pela Bíblia e convencidos pelo Espírito de profecia e verdade, optam pela "posição ideal na oração". Note, irmão: "Este espirito de reverência para com Deus ensina aos homens a maneira de se aproximar do Seu Criador - com consagração e reverência pela fé, não em si mesmos, mas num mediador". - 2ME, 315

Ora, quando uma igreja compreende a forma ideal de se aproximar de Deus e a adota, propondo-se a orar de joelhos, por que os "ministros" ao invés de aceitar tentam obrigar as igrejas a ficar em pé? São eles que dividem as igrejas. Trabalham com os defeitos de caráter dos irmãos para colocar uns contra os outros, arrumam desculpas, alegações e mais alegações para atingirem seus objetivos, esquecendo-se que o primeiro a se recusar a prostrar-se diante de Cristo foi Satanás: 

"Declarou que os tinha reunido para assegurar-lhes que ele não mais se submeteria à invasão dos direitos seus e deles; que nunca mais ele se prostraria ante Cristo; que assumiria a honra que lhe devia ter sido conferida e que seria o comandante de todos aqueles que se dispusessem a segui-lo e obedecer a sua voz". - HR, 15

Veja se isto não é maligno: Se uma igreja se propõe a fazer as orações em pé, não há problema algum com a liturgia. No entanto, as orações de joelhos causam tanta reação contrária, que me traz arrepio pensar em quem na verdade está dirigindo esses ministros!

Não preciso descrever aqui todos os problemas que enfrentamos no tocante a oração de joelhos. Mas o que vimos e ouvimos de homens que se dizem ministros de Cristo, está muito bem vívido na mente de todos os irmãos de Poá. E sabemos que, com certeza, Deus não esteve com aqueles homens por ocasião dos problemas que enfrentamos. 

Quem freqüenta as reuniões da congregação de Poá, sabe que não cremos que Deus só ouça as orações quando são emitidas de joelhos. A igreja, porém, propôs-se a buscar as bênçãos do Criador nos finais de culto ajoelhada. Há consenso, há harmonia. Por que não aceitar tal decisão em respeito à comunidade local? Não estamos transgredindo mandamentos litúrgicos de Deus. O máximo que estamos fazendo é ir contra as tradições da Corporação. -- Irmão Aparecido.

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