Dúvidas Sobre a Resposta ao Livro Sobre os 7 Reis

Prezado Robson, gostaria de saber o e-mail do irmão Sarmento, de Portugal, para lhe fazer algumas perguntas. Por ora, gostaria que vc repassasse essas perguntas para ele.

1) Gostaria de saber qual, realmente é a posição da IASD e a dele, quanto a profecia dos sete reis?

2) Se for a historicista, ou seja, as cabeças são facetas que Satanás se utiliza no decorrer da História para perseguir o povo de Deus, qual foi a importância da Medo-Pérsia e da Grécia quanto a perseguir o povo de Deus?

3) Se a besta tem sua sede na cidade de sete montes, como pode ela ter tido suas fases em diversos países?

4) Se a besta é Satanás, como explicar que ela surgiu do mar, ou seja, das nações, dos povos e línguas?

5) A bíblia fala da besta que surgiu do abismo, da que surgiu do mar e a da terra. São a mesma besta? Acredito que não...

6) Antes de 1929, a besta já existia e ela era uma coisa só juntamente com as suas cabeças, ou seja, a besta e as suas cabeças eram UM símbolo do papado. A definição das cabeças só foi dada no futuro, em relação a João, escrita em Apoc. 17.

Quando a bíblia diz: "uma de suas cabeças foi ferida" isso quer dizer que o papado foi ferido, pois acredito que a besta é um símbolo do papado.

Irmão Ernesto Sarmento não acredito que o Sr. tenha tomado uma atitude sensata ao ofender o irmão Alceu. O questionamento que o Sr. fez foi válido, mas a ofensa, não. O irmão Alceu não fechou questão sobre esse assunto, pelo contrário, ele foi usado por Deus para fazer com que muitas pessoas, inclusive eu, buscasse uma maior consagração junto a Deus, tocando nesse assunto tão importante.

Enquanto as igrejas ficam muito preocupadas com o dízimo e com as aparências, JESUS ESTÁ VOLTANDO.

"Aprendei de Mim que Sou manso e humilde e encontrareis descanso para as vossas almas..."

Irmãos, vamos nos consagrar, pois Jesus está voltando.

Wellington


Resposta ao Irmão Wellington

Estimado irmão Wellington:

Como vê estou respondendo às suas questões. Abri a página adventistas.com e deparei-me com a sua carta. Peguei na caneta e imediatamente escrevi o seguinte. Considere a resposta e caso queira perguntar de novo, faça-o.

Começo pelo fim.

O irmão leu alguma vez a Christianini? Está familiarizado com o seu estilo? Ou, mais importante ainda: Leu atentamente o que escrevemos? Existem ou não palavras de reconhecimento da espiritualidade do irmão Alceu? Adverti que estava escrevendo duro contra as idéias e não atingindo pessoalmente o irmão Aceu? Como termino o livro? Parece-me que o irmão leu depressa demais!

Que Alceu tenha sido usado por Deus -- como diz o irmão -- essa é uma questão subjectiva e apenas válida para você. Sobre isso nada há para dizer. Sobre a posição da igreja e a minha acerca dos sete reis, leia o que no livro expus como sendo a interpretação do irmão Vaucher, quiçá a maior autoridade que o adventismo teve em questões de profecia. Se conseguir o livrito, leia Lés prophéties Apocalyptiques et leur Interprétation, de Alfred Vaucher. Mas não se exclui a possibilidade de as sete cabeças serem os sete reinos (essa é outra interpretação textualmente possível, id est, que respeita o texto ou é no mínimo provável).

Os Medo-Persas e a Grécia eram em si mesmos reinos pagãos, e isso seria suficiente. Se ler um pouco de História verá que ouve oposição. Leia um pouco que só lhe fará bem. Não entenda isto como uma afronta pessoal. De modo nenhum! O que pretendo é que o irmão se aplique, leia, pesquise. Nunca dei a um aluno a papinha feita. Tampouco o vou fazer agora.

Os sete montes servem para identificar a situação geográfica, mas das montanhas está dito que são também sete cabeças e sete reis (que pode entender-se como reinos). Por isso não podemos ser absolutistas com os símbolos e desconsiderar a hipótese de que esses sete reis sejam os sete reinos. Não obstante se ler o meu texto de novo, verá que aduzimos razões para preferirmos outro entendimento (leia por favor outra vez a segunda parte).

Nós entendemos ou o que diz Vaucher (leia outra vez o livro), ou como muitos outros, que as sete cabeças são facetas ou características do papado, porque ainda que a besta seja a quarta, a João foi, particularmente mostrado esse aspecto eclesiástico ou religioso (o papado). A Daniel foi-lhe revelado o mesmo baixo o símbolo do corno pequeno, mas a ênfase foi mais bem civil ou política - sobre o Império Romano. Portanto, as sete cabeças são uma referência em símbolos, dos modos de agir do papado.

Outrossim, os que identificam as sete cabeças com os sete reinos, não violam o sentido do texto e no mínimo apresentam uma teoria possível. O que não é de modo nenhum provável é esse estapafúrdio de que os sete reis são os sete papas contados desde 1929. Isso é um pobre entendimento da Escritura e uma violência do seu sentido, para além de constituir uma péssima exegese (se é que podemos aplicar o vocábulo!...) do texto. E se consideramos o texto grego, então a dita tolice prova ser uma subtileza digna de palmatória.

Se a besta é Satanás, como explicar que ela surgiu do mar, ou seja, das nações, dos povos e línguas. O irmão leu o texto com atenção? Creio que não. Se tivesse lido teria compreendido a simbologia. A besta como Satanás é o oitavo e procede dos sete. O texto grego é claríssimo, e a irmã White confirma que Satanás terá essa manifestação final, como imitação de Cristo. 

Meta isto na sua cabeça: que a besta é ela própria o oitavo. Por favor, não leve a peito a nossa forma de dizer as coisas. Não existe qualquer inimizade com o irmão. Se ler o texto verá que dizemos o que o texto grego permite concluir, ou seja, que no c.17 temos dois sentidos para o símbolo “besta”, um colectivo e outro singular.

A Bíblia fala da besta que surgiu do abismo, da que surgiu do mar e a da terra. São a mesma besta? Acredito que não... E acredita bem! Leu o nosso livro e o anexo? Parece que não. A besta que sobe do abismo é a mesma que surgiu do mar. Ela sobe do abismo depois de ferida. Essa é a primeira besta. A que sobe da terra é a outra besta. Nós, contrariamente a alguns comentadores, entendemos que só existem duas bestas no Apocalipse, e identificamos a do c.11 com a primeira do c.13.

Leia o anexo ao livro. A que sobe da terra é a segunda, e representa os EUA, segundo o entendimento historicista adventista. Por favor, não confunda as coisas, mas principalmente não incorra no erro de colocar na nossa boca coisas que não dissemos. Leia, querido irmão, o que escrevemos.

Leia devagar e com a Bíblia aberta.

O que o irmão diz na questão 6, simplesmente não cola. No c.11 e no 13 existe uma referência clara, mas tão diáfana que não deixa dúvidas (principalmente quando lemos o texto na língua original) de que a besta do c.17 é a mesmíssima primeira besta, particularizando que a cabeça ferida foi a quinta e que sobe do abismo como a sexta cabeça, depois segue-lhe uma sétima. Por último, como o culminar de toda a maldade da besta, surge o oitavo – constituindo a própria besta (sentido singular do símbolo): ELA PRÒPRIA È O OITAVO, como reza o texto grego.

Não foi o papado, como o irmão escreve, que foi ferido, mas uma das suas cabeças, uma das suas manifestações, facetas, momento, fase. Foi a quinta. Se pretender leia com Vaucher, mas jamais como Alceu, porque esse entendimento é um desentendimento, uma tolice que qualquer professor de grego corrigiria como “péssimo”. Sublinhe isto. Leia outra vez. Não se esqueça disto. O que o texto diz é que existe sequência nas sete cabeças. Se entendemos que a quinta foi ferida em 1798, sem dúvida alguma, que as outras que lhe antecederam, pertencem ao passado. Considere que a linguagem apocalíptica é um género literário que expõe as verdades de um modo geral, em esboço.

Pretender ler no texto miudezas e ainda por cima raquíticas (como essa dos sete últimos papas) é uma péssima leitura do texto e sem dúvida uma traição (ainda que não seja intencional) ao adventismo, pois semelhante interpretação revela ignorância teológica. Desculpe sermos duros, mas torna-se necessário. Aqueles eruditos de outras confissões religiosas que leiam esse estapafúrdio e esdrúxulo livro, vão dizer o quê dos adventistas? Do seu conhecimento das línguas originais, da sua hermenêutica, da sua exegese...

Por último direi que concordo com o final da sua carta: consagração e iminência do retorno de Cristo. E até certa despreocupação com as aparências, como pretende. E ainda mais, que a igreja traiu verdades pretéritas e bíblicas, nomeadamente aquelas sobre a natureza de Cristo e a expiação.

Ernesto Sarmento


Dúvidas Ainda Pendentes

Prezado irmão, se o Sr. escreve duramente contra as idéias de alguém, pode ter certeza que quem está sendo atingido não são as idéias, mas o formulador das idéias.

O meu objetivo ao escrever esses e-mails é tirar as minhas dúvidas somente. Gostaria de dizer ao Sr. que não conheço o irmão Alceu, mas que, a priori, concordei com a explicação dada em seu livro. Contudo, agradeço a Deus a oportunidade que Ele está me dando em ler e-mails de pessoas engajadas em Seu ministério e que muito tem me ajudado.

Segue, abaixo, citações do seu e-mail enviado a mim:

"Nós entendemos ou o que diz Vaucher (leia outra vez o livro), ou como muitos outros, que as sete cabeças são facetas ou características do papado..."

"Meta isto na sua cabeça: que a besta é ela própria o oitavo. "

"Portanto, as sete cabeças são uma referência em símbolos, dos modos de agir do papado."

"A besta como Satanás é o oitavo e procede dos sete. "

"Não foi o papado, como o irmão escreve, que foi ferido, mas uma das suas cabeças, uma das suas manifestações, facetas, momento, fase. "

1) O irmão está querendo dizer que a besta é o papado e que as suas sete cabeças são sete facetas do papado. É isso?

2) O irmão está querendo dizer que a oitava cabeça, ou seja, a oitava faceta do papado será a manifestação de Satanás. É isso?

3) Se não foi o papado que foi ferido, que faceta do papado seria essa que foi ferida?

Se as sete cabeças são facetas ou características do papado e a oitava cabeça é o próprio Satanás, como diz o irmão, isso quer dizer que o papado, através da manifestação da oitava cabeça, se transformaria em Satanás? Ou seja, as sete cabeças têm haver com a besta (papado) e a oitava que, procede das sete, seria Satanás? Papado = Satanás?

Seguem algumas citações do seu livro com a minha respectiva dúvida abaixo:

"De qualquer modo, devemos fazer jus aos exegetas que identificam as sete cabeças com os sete reinos. Pensam que a besta é a mesma de sempre, o dragão (Satanás), o qual aparece descrito em Apocalipse: "... tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas" (12: 3). Simbolizam facetas do seu carácter. Sempre esteve presente neste mundo, manifestando-se de diferentes modos e maneiras.

Se a besta é Satanás, continuo com dúvidas quanto ao seu surgimento dos povos, nações e línguas... Ou nesse caso a besta se encaixa somente ao papado?

De qualquer modo parece que devemos entender por "cabeças" as facetas do carácter, certos rasgos da idiossincracia da besta. Ou ver nelas períodos ou fases que sempre estiveram presente neste mundo, incorporadas pelos 7 reinos satãnicos. Por outro lado é inegável o valor simbólico do número sete, que indica plenitude, culminação. O texto estabelece que existe sequência: cinco foram, um é e outro será (esta é a ideia). Não se entenda o que se disse como interpretação ou exegese do texto. Isso só o faremos na segunda parte. Aqui apenas lançamos algumas sementes, dispersas (aqui e ali).

As cabeças são fases que sempre estiveram presente neste mundo, incoroporadas pelos sete reinos satânicos, ou são características do papado?

Outros exegetas preferem ler as cabeças como os sete impérios de que falámos, e desse modo a sétima cabeça (Roma papal) é quem recebe a ferida. Esta é outra leitura possível e que respeita o sentido do texto apocalíptico.

Se a sétima cabeça é Roma papal como pode ser ela uma faceta do papado? Pois no início deste e-mail o sr. diz que as cabeças são características do papado... 

A interpretação mais plausível, contudo, é aquela que vê nas cabeças – montanhas – reinos, as formas sucessivas da monarquia universal desde a sua origem até à sua destruição final (apwleian). Como diz Vaucher, "se é certo que João não se ocupa mais do que da quarta monarquia de Daniel, é igualmente verdadeiro que a considera como resumo e herdeira das três monarquias precedentes" (op.ct. p. 50).

Vaucher acredita que para a profecia apocalíptica a monarquia universal nasceu com o império neo-babilónio, pelo que identifica a seguinte sucessão: Babilónia, Medos-Persas, Grego macedónio, Roma imperial, Roma cristã (a partir das invasões bárbaras; 2ª fase da quarta besta), como os cinco que caíram; Roma (papismo), a partir da Revolução françesa, 3ª fase do quarto império (a besta não é, foi ferida de morte); e Roma no período da confederação de Estados europeus, como a 4ª fase. Explica o oitavo como o ressurgimento da 2ª fase.

Se a besta é um réplica de Satanás, como diz o irmão em seu livro, manifestando-se de formas diferentes no decorrer da História, como associá-la com o nº 666?

Parece-nos que, deveras João não poderia dizer que em seu tempo a besta era e já não é, pois o império dos Césares (ou Roma na sua fase pagã) existia e demonstrava a sua perversidade, perseguindo e matando os santos. Tudo isto advoga a favor de que João foi transportado a uma época futura.

Se João foi transportado a uma época futura, como tudo indica, por que o significado das cabeças não poderiam ser futuro também?

qhrion , besta: neste capítulo tem duplo sentido, um colectivo e outro singular, a besta como oitavo.

O duplo sentido seria os sete reinos e depois, Satanás?

O versículo 16 deve traduzir-se: E os dez cornos que vistes e a besta ...; e não: os dez chifres que vistes na besta; porque essa besta é o mesmíssimo Satanás (um oitavo); assim, A, B, Vulgata, e Siriaca."

Os dez reis e Satanás odiariam a meretriz (igreja adúltera) e a destruiriam no fogo?

A besta, juntamente com o falso profeta, vai ser aprisionada e lançada no lago de fogo e na sequência um anjo desce do céu e aprisiona Satanás (Apoc. 19:20 e 20:1). Se a besta, como a oitava cabeça, é Satanás como pode ocorrer isso então?

Conclusão

"Podemos concluir, sem medo de errar, que a "novidade contemporânea" trazida a lume pelo irmão Alceu, a qual tem raízes profundas na fenomenologia das aparições marianas (portanto, doutrina de demónios!), é baixo qualquer ponto de vista, uma genuína invencionice, um ketchup avinagrado e indigesto, uma soberba idiotice.

Gostaria de lembrar ao irmão Alceu, que debatemos ideias, e de maneira alguma visàmos ofender a sua pessoa. Que Deus o abençoe! O Senhor vem"

Prezado irmão, se o sr. falasse para mim que a minha interpretação foi uma soberba idiotice era o mesmo que estar chamando-me de idiota. Gostaria que o sr. definisse a sua conclusão com relação as sete cabeças da besta. Pelo que entendi o sr. concorda que sejam facetas do papado e, também, sejam sete reinos usados por Satanás no decorrer da História, sendo a oitava cabeça o próprio Satanás. Seriam as duas interpretações ou apenas uma?

Fique com a paz de Deus.

Wellington

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