Leitor Discorda: Coroa de Flores Homenageia os Vivos!

Tenho acompanhado este site que  considero muito interessante. Por não ser oficial pode abordar temas e veicular notas que oficialmente não seria conveniente fazer. Tenho apreciado muitas considerações aqui expostas e considerado inteligentes e oportunas. No entanto, por vezes sou surpreendido com exageros e radicalismos e gostaria focalizar um deles neste momento.

Nesta mesma página há uma manchete intitulada: "Se os Mortos Não Sabem de Coisa Alguma, Por Que Lhes Prestar Homenagem, Mr. Paulsen?" O texto que vem em seguida, como o título sugere é uma crítica ao dirigente mundial das ASD, por ter prestado homenagem a Rajghat Mahatma Gandhi, em Deli, no dia 27 de novembro. Penso que aqui o articulista está radicalizando porque embora estejamos certos de que o morto não sabe de coisa alguma do que se passa sob este sol que nos aquece, não podemos ignorar que os familiares, fãs ou compatriotas vivos, estão conscientes do valor que aquele ou aquela personagem tem para eles. Do exemplo de vida que deixou, ou do significado da sua morte por uma causa justa, etc. Nesse caso a homenagem não ao morto, mas aos vivos que esperam que os esforços do seu ente querido, que morreu na luta por uma boa causa, seja reconhecido e valorizado; anseiam estar certos de que ele não tenha morrido em vão.

Uma flor depositada sobre a sepultura não significa, necessariamente, uma homenagem ao morto. Pode, pelo contrário, significar uma homenagem aos parentes e amigos vivos. Nossa homenagem "ao morto" é uma forma valorizar o que eles valorizam, de honrar os pais por terem tido um filho com aquele caráter ou uma nação por servir de berço de túmulo para alguém que foi tão significativo para a humanidade ou mesmo para nós pessoalmente. Dessa forma creio que devemos ser um pouco mais cautelosos ao emitir uma crítica a uma pessoa ou líder ter agido de modo que não concordamos. Talvez, seria melhor pensarmos um pouco nas suas intenções.

Por fim, esclareço que embora discorde do ponto de vista do articulista, mantenho o meu respeito por ele e  continuo defendendo o seu direito de dizer.

Prof. Antonio Sales
a.sales@terra.com.br


Resposta do Editor:

Obrigado, professor, por mais esta oportuna observação! Também valorizo seu direito de dizer o que pensa, embora discorde. Afinal de contas, no âmbito da comunicação, entendo que têm maior valor não as intenções do emissor, ou a mensagem que pretende transmitir (ainda que não-verbal, como neste caso.) O que conta mesmo é aquilo que for assimilado por seu público-alvo.

Neste incidente noticiado, dois foram os alvos (sem contar autoridades e imprensa presentes). O primeiro e imediato, composto pelos hindus que ali estavam (ou veriam a cobertura pela imprensa). Estes, salvo engano, crêem na imortalidade da alma. O segundo, leitores adventistas a quem a notícia se destina e que não acreditam que a alma seja imortal. 

Assim, considerando-se a crença de cada um dos grupos a respeito do estado do homem na morte, a qual, com certeza, entre outros "pré-conceitos" serviu de filtro para a captação da mensagem, concluo que:

1. Para os hindus, foi realmente uma homenagem ao falecido herói.

2. Para os adventistas, um gesto, no mínimo desnecessário e, pior, que reforçou nos hindus a crença na imortalidade da alma.

Obviamente, para as autoridades e repórteres presentes, o gesto do "presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia", estava carregado de outros significados. -- Robson Ramos

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com