Resposta ao Pastor Roberto Nayde

Prezado Pr. Roberto Nayde,
Diretor do Espírito de Profecia da MMT - Cuiabá

Li na íntegra os dois artigos escritos pela irmã Ângela. Após isto, baixei sua apostila pela internet e a estudei. Conferi todas as passagens bíblicas e citações do Espírito de Profecia, afim de conferir a sua aplicação ou não de acordo com o contexto imediato, e posteriormente com o contexto amplo do texto. Também verifiquei a adequação dos textos com a hermenêutica, que afirma que um texto de Ellen G. White só pode ser entendido dentro de seu contexto circundante. Após isto, comento, com todo o respeito que seu trabalho merece, os aspectos conteúdo e forma do mesmo:

Conteúdo:

A teoria de interpretação do capítulo 18 de Apocalipse em conjunto com a visão do vale de ossos de Ezequiel ao meu ver fere a afirmação de Ellen G. White de que "a Igreja Adventista do Sétimo Dia não é Babilônia", portanto optei por abster-me de comentá-la.

Artigo sobre Ezequiel 8:

Realmente, o artigo contém ao menos um texto de Ellen G. White (citação de GC pág. 338) que foge ao contexto imediato da obra escrita por Ellen G. White.

O comentário usado pelo artigo referente a utilização do Espírito Santo pela igreja Adventista como sendo semelhante à aplicação feita por outras denominações não apresenta textos da Bíblia ou do Espírito de Profecia que apóiem esta afirmação.

Entretanto, as citações do Comentário Bíblico Adventista em espanhol (tradução da versão original em inglês a qual possuo acesso), utilizadas para apoiar a idéia sustentada por V.S.a. de que os textos de Ezequiel possuíram apenas um cumprimento histórico:

1) não afirmam que há apenas um cumprimento para as profecias de Ezequiel apresentadas pelo artigo

2) não trazem citação de nenhum manuscrito de Ellen G. White que apoie a afirmação de que os textos não podem ser entendidos como tendo aplicação também a futuro (lembremos que as profecias de Ezequiel fazem parte do grupo de profecias clássicas, que segundo o próprio entender atual do SALT admitem um segundo entendimento (interpretação).

3) se não trazem citações do espírito de profecia confirmando  a explicação dada, isto significa que a explicação provém do entendimento de comentaristas bíblicos. Ellen G. White nos adverte quanto ao assumirmos opiniões de comentaristas bíblicos como sendo a voz de Deus, de acordo com o texto apresentado em Testemunhos para Ministros Pág. 106:

"Não deve ser a Bíblia apresentada para agradar as idéias dos homens, por mais longo que seja o tempo em que têm considerado verdadeiras estas idéias. Não devemos aceitar a opinião de comentaristas como sendo a voz de Deus; eles eram mortais, sujeitos ao erro como nós mesmos. Deus nos tem dado a faculdade do raciocínio tanto como a eles. Devemos tornar a Bíblia o seu próprio expositor.

Devem todos ser cuidadosos quanto à apresentação de novos pontos de vista sobre as Escrituras, antes de terem dado a esses pontos completo estudo, e estarem plenamente preparados para sustentá-los com a Bíblia. Não introduzais coisa alguma que cause dissensão, sem a clara evidência de que nisto Deus está dando uma mensagem especial para este tempo. Mas acautelai-vos de rejeitar o que é verdade."

Se levarmos à risca o que diz o segundo mandamento na sua íntegra, temos:

"Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que está em cima no céu, nem embaixo na terra,nem nas águas debaixo da terra." Êxodo 20:4

Assim sendo, o artigo está correto ao afirmar que alguém que fez uma série de imagens de escultura de Jesus e dos anjos (neste caso a Associação Geral) transgrediu o segundo mandamento. O mandamento é muito claro, não deixa margem a dúvidas.

Quanto ao comparativo feito em seu artigo com uma figura de um anjo pintada em um quadro, ela não se trata de uma imagem de escultura, portanto, não fere ao segundo mandamento. Não há o que conjecturar sobre um mandamento que está tão claro!

Relativo ao incidente da Revista Nosso Amiguinho, tanto a opinião do artigo quanto o comentário da apostila são conjecturais. Parece-me apenas não ser de bom senso que uma revista editada por nossa Casa Publicadora entreviste personagens que participem de programas televisivos com alto teor de doutrinas espíritas (que ferem claramente as doutrinas bíblicas). A probabilidade de que a leitura de uma entrevista como esta não contribua para produzir nas crianças os frutos do Espírito Santo parece ser grande.

Na seqüência da apostila, V.S.a. utiliza novamente o Comentário Bíblico Adventista traduzido para o espanhol para apoiar a afirmação de que a representação do culto a Tamuz descrita em Ezequiel é figura apenas de acontecimentos passados. Mais uma vez, o Comentário Bíblico Adventista não traz nenhuma citação de Ellen G. White que feche a questão sobre a possibilidade de esta profecia estar também relacionada a um evento futuro ou presente. Portanto, como já foi explicado acima, isto não pode ser considerado como sendo a voz de Deus.

A ligação na história da cruz usada atualmente no cristianismo com a cruz utilizada no culto a Tamuz consiste-se em um fato histórico com dezenas de conexões comprobatórias sólidas já encontradas. Afirmar portanto que fazer esta ligação em um artigo significa "viajar na imaginação" não parece ser muito prudente.

Quanto ao trecho do artigo em que é abordado o santuário como centro de nossa fé, V.S.a. comenta em sua apostila o que aparenta ser a expressão de sua opinião pessoal, pois não é apresentado nenhum texto do Espírito de Profecia ou da Bíblia que corrobore com a afirmação da apostila. O artigo, pelo contrário, apresenta um texto do Espírito de Profecia encaixado corretamente dentro do contexto imediato e amplo, apoiando a posição apresentada.

Ficou bem respondida a questão do acordo com a Igreja Católica na Polônia. Entretanto, nada foi comentado sobre a entrega da medalha de Ouro ao Papa, comentada pelo artigo. Realmente aconteceu? No mínimo, permanece a dúvida.

Relativo ao texto de Ezequiel 8 que menciona a expressão "cerca de 25 homens", utilizada pelo artigo:

O texto de Testemunhos para Ministros Pág. 83 apresentado pelo artigo está realmente fora de seu contexto imediato (referia-se aos dirigentes de Battle Creeck). Entretanto, uma vez que as afirmações anteriores do artigo referente a Ezequiel 8 fazem sentido, é prudente analisarmos com mais profundidade esta informação (25 líderes na IASD Associação Geral e cerca de 25 homens em Ezequiel 8), pois como diz Ellen G. White "acautelai-vos de rejeitar o que é verdade".

Forma:

Por mais que a irmã possa ter se equivocado em um ou outro ponto de vista, ela estudou a Palavra de Deus e dispendeu seu tempo para preparar este material, sem ganhar nada para isso, como é o caso dos pastores.

Ellen G. White recomenda o seguinte procedimento aos pastores:

"Suponde que um irmão conserve um ponto de vista que difere do vosso, e venha a vós propondo que vos assenteis com ele e façais uma investigação desse ponto da Escrituras; levantar-vos-íeis, cheios de preconceitos e condenaríeis suas idéias, ao mesmo tempo que recusais dar-lhe sincera atenção? A única atitude certa seria assentar-vos como cristãos e investigar a posição apresentada, à luz da palavra de Deus, que revelará a verdade e desmascarará o erro. Ridicularizar-lhe as idéias não lhe enfraqueceria no mínimo a posição, se esta fosse verdadeira. Se as colunas de nossa fé não suportarem a prova da investigação, já é tempo de o sabermos. Entre nós não deve ser alimentado o espírito de farisaísmo." Testemunhos para Ministros Pág. 107

Mesmo que neste caso a irmã não tenha procurado o senhor para esclarecer pontos referente aos temas levantados, não se justifica o uso de expressões como "viagens da imaginação", ou "opiniões diabólicas", ou ainda "vamos por os pingos nos i". Expressões como esta não demonstram amor cristão. Pelo contrário, dão um mau exemplo de falta de decoro por parte de um membro de nossa organização para todos os que acessarem o site e baixarem tal arquivo. Sabemos que Jesus não agia desta forma. Sou empresário e posso afirmar que, na verdade, nem em diálogos de membros de empresas concorrentes, no mundo depravado em que vivemos,  são empregadas expressões como estas. Não foi de bom alvitre.

Jairo Carvalho


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