Reação Leiga: Paranaense Defende Interpretação Contemporânea dos Sete Reis

Sempre que lemos na bíblia, a forma de falar, tratar e agir de Jesus com o ser humano, e mais que isso, comparando-o com os doutores da lei e/ou fariseus, embora não os tenhamos conhecido pessoalmente, podemos distinguir com bastante clareza o espírito e motivo que impelia um e outro. De forma semelhante, qualquer pessoa que leia a resposta enviada pelo Ernesto Sarmento, ao irmão Wellington, tratando da interpretação contemporânea e do livro Os Sete Reis, do irmão Alceu, consegue, após comparar o vocabulário usado por um e outro, discernir o espírito que move a cada um. 

De um lado vemos o espírito de humildade que deve caracterizar todo cristão, e de outro o indisfarçável desprezo, ira, falta de respeito com a obra e com o autor, e a todo momento uma arrogância própria dos professores que realmente acham que estão numa posição privilegiada, no que diz respeito ao entendimento das Escrituras. 

Este triste sinal tem marcado constantemente os debates entre leigos e pastores, alunos e professores, como aconteceu recentemente entre um "mestre" em teologia que, embora levando um banho de argumentação e provas bíblicas de um réles aluno, após toda uma pobre retórica, apresenta o que realmente crê que faz a diferença: Após o irmão citar um outro leigo que compartilhava de suas idéias, com base em acurado estudo, este mestre lhe diz: "Acontece que ele é leigo e eu sou pastor."

O Ernesto, embora faça alarde tentando demonstrar que o debate está no terreno das idéias, faz parecer que aprendeu com o papado sua forma de apresentar seus argumentos, afinal, ...pobre entendimento...dita tolice...digna de palmatória....miudezas....raquíticas...genuína invencionice...uma soberba idiotice... E aí finalizar com um lembrete ao irmão Alceu de que está debatendo idéias, e de maneira nenhuma visando ofender à pessoa do mesmo, soa com uma falsidade inaceitável para qualquer pessoa que tenha o mínimo de respeito pelo ser humano. 

Sugiro que reveja sua visão sobre ofensa, a menos que lhe pareça normal a atitude de queimar pessoas e depois, quando já não se pode mais esconder o pecado, vir a público pedir "perdão", apresentando o argumento de que houve um pequeno problema no terreno das idéias. Em realidade, sempre foi a estratégia do inimigo desmerecer o mensageiro para poder desacreditar a mensagem, foi assim e será até o fim... Que o digam Wagonner e Jones.

Ao contrário do irmão Wellington, tive o prazer de conhecer o irmão Alceu, e se as palavras valem algo, o mesmo comparativo pode ser aplicado entre ambos.

Antes que o irmão Alceu tivesse escrito o livro ...estapafúrdio e esdrúxulo... como diz o Ernesto, também chegamos às mesmas conclusões estapafúrdias e exdrúxulas que ele. A diferença está no fato de que eu não comprei as idéias de "Vaucher". As conclusões a que cheguei, foram fruto de oração e estudo, como nos recomenda o apóstolo Paulo. Quando as gotas que precederam a chuva começaram a cair, a idéia do dilúvio não pareceu tão esdrúxula e, se o papa renunciar, que é algo que temos dito, espero que compreenda que a idéia pode não ser tão ridícula.

Em sua resposta, está escrito o seguinte:

1 - Que o Alceu tenha sido usado por Deus, como diz o irmão, essa é uma questão subjectiva e apenas válida para você.

Gostaria que me incluísse nesta "questão subjetiva" e poderia citar muitos nomes aqui, não o farei por não ser o caso, mas gostaria de lembrá-lo que o mesmo se aplica a ti no que diz respeito a "maior autoridade que o adventismo teve em questões de profecia". Quem sabe esta seja a sua opinião e a de muitos outros professores e líderes, e quem sabe ainda, também o achem aqueles que venderam nossa doutrina do santuário e da natureza de Cristo. Eu particularmente não concordo com coisas que ele escreve, mas também não diria que as idéias dele são esdrúxulas, pobres de entendimento ou estapafúrdias. Apenas me limito, no livre arbítrio que me foi dado, a não concordar. Particularmente, creio que a maior autoridade em profecias foi a Senhora Ellen White.

2 - Os Medo-Persas e a Grécia eram em si mesmos reinos pagãos, e isso seria suficiente.

Se é assim, devemos abrir espaço para Cuba, União Soviética, Polônia, Alemanha (que inclusive assassinou milhares de judeus) e teríamos uma infinidade de outras nações "pagãs", mas diz o texto: Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças... Ora, todos sabemos o que esta taça representa, e é obvio que a taça não lhe seria entregue antes que se inaugurasse o tempo do juízo, ademais, o versículo 17 do capítulo anterior diz que ...o sétimo anjo derramou a sua taça no ar... e o versículo 19 esclarece... e se lembrou Deus da grande Babilônia, para lhe dar o cálice de sua ira... Ora, não só é possível apenas identificar este anjo como um dos que tem as sete últimas pragas, mas também identificá-lo como o que tem a última delas, e não é trombeta, o que nos leva para o fim do tempo do fim. 

Querer identificar alguém que te aparece com um celular na mão e tentar colocá-lo na época da idade média, isso sim, fere qualquer tipo de interpretação racional, e mais, tentar nos convencer que o anjo com a taça na mão vem para ...mostrar as coisas que aconteceram... quando claramente o livro de apocalipse respeita uma ordem crescente nos acontecimentos, para mostrar as coisas que ...em breve devem acontecer..., é tentar convencer-nos de que realmente a palavra de Deus foi registrada apenas para uns poucos iluminados que tiveram o privilégio de estudar nas modernas escolas dos profetas, como se não tivéssemos o exemplo do pai de João Batista, que mesmo sendo da ordem dos sacerdotes, não pôde mandar seu filho estudar nas escolas de teologia da época, sob pena de ter mais um doutor da lei que não compreenderia a forma simples com que Deus transmitiu sua carta de amor, e assim não entender as profecias que indicavam a vinda do Messias prometido.

3 - Os sete montes servem para identificar a situação geográfica, mas das montanhas está dito que são também sete cabeças e sete reis. (que pode entender-se como reinos). Por isso não podemos ser absolutistas com os símbolos...

Que diz a bíblia? ...Aqui o sentido que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis...

Quando o anjo te apresenta o ...sentido que tem sabedoria... está fazendo uma ligação com o texto do cap. 13, que diz: Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule..., bem, todos sabemos quem é a besta, com número de homem, e esta alusão é pertinente, a não ser que queiramos negar a mesma ligação que ocorre no cap. 14 ...adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar...com êxodo 20 ...porque em seis dias fez o Senhor o céu, a terra e o mar...(falando do sábado)

O anjo portanto nos dá um elo, que nos levará a compreender através deste elo de quem ele está falando neste momento, e mais, como dizes, os sete montes nos dão a situação geográfica (Roma) o assunto é a destruição de Babilônia, e diz que as cabeças são sete montes, NÃO É O ALCEU QUE DIZ QUE AS CABEÇAS SÀO SETE REIS, é o anjo, o mesmo que diz que as cabeças são sete montes, (e são montes, colinas, montanhas, não é desfiladeiro, não é penhasco, tampouco é vulcão, são MONTES, e o mesmo anjo que diz que são montes, diz que são também sete REIS, não diz, reinos, não diz poderes, não diz países. Por isso, se devo entender montes como montes, devo entender reis como reis, (não posso entender como reinos) pois se posso entender como reinos as cabeças então também posso entender como muitas outras coisas os montes.

É verdade que não podemos ser absolutistas com os símbolos, mas o símbolo aqui são as sete cabeças, os sete montes e os sete reis são a INTERPRETAÇÃO, e quando a interpretação é do anjo, então podemos ser enfáticos, a não ser que queiramos discutir com o anjo, e aí estaremos dizendo: reinos, e o anjo diz reis, e nós, desfiladeiro, e o anjo, montes, onde nos levará isso? Acaso o falar dos anjos não é sim, sim, não, não?

Uma coisa é o anjo mostrar a visão em símbolos, outra é ele dar a interpretação, acaso faremos como os pentecostais que interpretam o carneiro com dois chifres altos de Daniel 8 como sendo os dois prédios de Nova Iorque, enquanto o anjo lhe diz claramente: ...aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da Pérsia..., símbolo: carneiro = interpretação: Nação Medo-Pérsia, símbolo: dois chifres = interpretação: Rei dos Medos, Rei dos Persas, acaso vamos discutir que não é a Medo-Persia?

4 - As sete cabeças são uma referência em símbolos, dos modos de agir do papado.

Diz o Anjo: AS SETE CABEÇAS...SÃO TAMBÉM SETE REIS... Diz Vaucher e Ernesto: As sete cabeças são facetas ou características do papado... Escolha o leitor com quem quer ficar.

5 - O que não é de modo nenhum provável é esse estapafúrdio de que os sete reis são os sete papas contados desde 1929.

Apocalipse 17: Assunto: Destruição de Babilônia

A - Grande Meretriz / Prostituta / Sobre muitas águas / Vestida de Púrpura e Escarlate / Cálice cheio de Abominações / Mãe das Prostituições = Igreja Católica Apostólica Romana.
B - Besta / Poder perseguidor
C - Sete Cabeças / Reis / Líderes Religiosos
D - Dez Chifres / Reis / Líderes Civis

O assunto tratado é a destruição da grande meretriz, a grande meretriz é a igreja, que conduz um poder perseguidor, que controla este poder, este poder tem, a partir da visão mostrada, sete cabeças, reis, líderes religiosos, mais dez chifres. Poderes civis a apóiam. É a condenação da igreja católica, obviamente que seus reis são os papas, o oitavo será a besta porque voltará a perseguir, coisa que os reis anteriores não puderam fazer. 

O que diferencia um poder de uma besta, é o estado de perseguição, num certo sentido a Alemanha foi besta quando perseguiu os judeus, mas a Alemanha se caracterizou como perseguidora quando Hitler era o seu cabeça. Após a morte de Hitler a Alemanha deixou de ser um poder perseguidor dos Judeus, repetimos, apenas como forma figurativa, a Alemanha (com Hitler) inclusive julgava estar prestando um serviço a Deus, visto que a desculpa usada era a de que os Judeus haviam matado Jesus e rejeitado-o. Em verdade, a opção maldita dos Judeus ao proferir que o sangue de Jesus caísse sobre eles encontra expressão até hoje.

Sobre 1929 como data, basta ver a declaração do próprio Vaticano de que o papa só recebeu o título de monarca que hoje ostenta no tratado de latrão, que "de forma estapafúrdia", acontece em 1929, que de forma esdrúxula, fecha em 5 reis que caíram até hoje, que por coincidência, vem a lume no exato momento em que estamos vivendo, que por coincidência, já prevê a renúncia do papa, que por coincidência é o sexto, que por coincidência é o número 264 da história e voltando seria o 266, que por coincidência foi ferido de morte e curado, que por coincidência tem em seu nome o 666, que por coincidência escreveu a encíclica Dies Dominni, que por coincidência é o homem do século, que por coincidência é o primeiro papa cujo mundo o segue maravilhado, que por coincidência reatou ligações com a segunda besta, que por coincidência é defendido por muitos professos adventistas que não querem que digamos que é a besta, que por coincidência recebeu uma medalha de nossos líderes, que por coincidência, Maria (Lúcifer) diz que é seu servo fiel, que por coincidência, etc, etc, etc...

6 - A cabeça ferida foi a quinta...

O texto diz que ...cinco já caíram..., o texto não faz distinção entre os cinco, porque todos eles já não existem, tanto que do próximo é dito...um existe...outro (não outra), ainda não é vindo... Todos sabemos que a cabeça ferida por Berthier, foi um papa em 1798. Claro está, portanto, que é alusivo ao poder papal. E o restabelecimento gradativo iniciou em 1929. Não se pode negar isso. 

No momento em que o anjo faz o relato deixa claro que no reinado do 6, que é o que existe, os chifres são dez reis que não receberam poder "ainda". No entanto, em Apocalipse 13, vemos que... tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas... Ora, se apocalipse 17 nos mostra que não receberam poder, e agora no 13 nos mostra que os chifres têm diademas, é porque receberam poder aqui, e isto porque... a história se repete... 

O relato de apocalipse 13 é dedicado às características da besta e não o 17 como queres nos fazer crer, por isso que o treze como que parece deslocado do lugar, porque ele se detém num personagem importante no conflito, e irá desenvolver toda a trajetória deste personagem, inclusive com a sua aliança com a segunda besta. No momento de sua existência (como rei) é o sexto, deixa de ser enquanto o sétimo reina (por pouco tempo) voltará a ser, não como rei e sim como besta. Por isso, é dos sete, por isso vai à perdição, afinal, é o filho da perdição.

Basta comparar com Hamã (primeira besta), que queria que Mardoqueu (profeta de Deus) que lhe rendesse culto, e quando este não o fez, solicita ao Rei (Segunda Besta) os mate. Quem é usado para cumprir as ordens do rei? ...Façam amanhã conforme ao mandado de hoje, e pendurem numa forca os DEZ FILHOS DE HAMÃ... Coincidência também que Hamã tenha sido enforcado na forca que preparou para o filho de Deus? Coincidência que os filhos de Hamã foram enforcados nas forcas para os filhos de Deus? Coincidência que no versículo 10 do cap. 13, que fala da besta diga que ...se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto? ...Coincidência que o rei deu todo o seu poder a Hamã? Coincidência que os dez filhos de Hamã tenham o mesmo propósito de Hamã? Coincidência que os dez reis de apoc 17...têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta?

Como diz o amado irmão Alceu, mas são muitas as coincidências para que tudo esteja errado...

Em Cristo, RB

Continua...


Assino Embaixo!

Aos nossos amigos do adventistas.com,

Gostaria de parabenizar o irmão RB por responder as afirmações do irmão Ernesto de uma forma diferente da qual esse mesmo Ernesto se utilizou. Será que estamos sendo duros demais com o senhor Ernesto quando lhe dizemos que ofendeu a nossos irmaos brasileiros? Será que em Portugal eles se tratam assim arrogantemente? Creio que não.

O que ocorre é que infelizmente, e digo isso com profunda dor de coração, a "nossa organização" Adventista cria, talvez inconscientemente, um tal ar de superioridade e "grandeza espiritual" nos nossos pastores e pregadores. Não todos, é claro, mas em alguns sim.

Muitas vezes venho ao encontro de pastores, teólogos americanos e brasileiros para argumentar uma idéia, ou o porquê de algumas atitudes e interpretações doutrinárias na Igreja Adventista. Infelizmente, recebo respostas sem clareza de conclusão e um ar imenso de superioridade e postura de literais "doutores da lei". Infelizmente perco a vontade de ouvir a tais pastores, infelizmente percebo que Cristo não pode atuar no coração de orgulhosos como tais.

Irmão Ernesto, não posso julgá-lo, nem dizer que você se enquadra nessa afirmação acima, mas pelo método como "ensina" ou desenvolve sua idéia sobre Apocalipse 17 me parece em muito, no método, com tais pastores que conheço e freqüento aulas ensinadas por eles. Impõem extrema autoridade e arrogância, e criam um ar de "sabe tudo enquanto vocês não sabem nada". É triste irmão Ernesto.

Espero que ao ler a resposta do irmão RB, o faca com espírito de humildade e oração, pois desse modo, como tenho feito a quase um ano sobre esse especifico assunto, somente desse modo poderemos saber a verdade com relação a Apoc. 17.

Pra falar a verdade, nunca poderemos saber a verdade antes que essa aconteça. Profecia é apenas história que se passará no futuro. Quando as profecias passam elas se tornam história. Somente poderemos saber se a teoria contemporânea dos 7 reis é verdadeira quando essa ocorrer por completo.

Agora, digo que em minha experiência pessoal, o imaginar que o papa atual é a besta não me afasta de Cristo e nem me leva ao erro, pelo contrário, me faz chegar muito mais perto de Cristo pelo simples motivo de acreditar que Ele virá muito, muito em breve. Essa hipótese me faz preparar espiritualmente, e me fortalece em esperar que Cristo volte logo. Me faz ter vontade de contar sobre o amor de Deus a toda criatura, enquanto que quando tento entender sua hipótese, esta que não tem clareza de conclusão e muito menos esta envolta em humildade e respeito (como a do irmão Alceu), sua teoria me faz desanimar em notar um ar de defesa ao papa João Paulo (que por sinal é admirado por muitos professos adventistas). 

Sua teoria tem um teor de desafio, enquanto a do irmão Alceu é cheia de esperança e espírito de oração. Esse tema que envolve as sete cabeças não muda e não influencia a minha salvação, por que só Cristo salva. Então, prefiro acatar uma hipótese na qual me influencia a dobrar os joelhos e orar buscando o perdão e a vitória em Deus que em muito breve voltará, do que acatar uma hipótese que me leva a exaltar a opinião de pastores ao redor desse globo, que não são nada mais do que meros seres humanos como eu.

Ore, e se humilhe senhor Ernesto, e verá que ao invés de ridicularizar a hipótese do irmão Alceu, verá que esta faz grande sentido.

Lembre-se, sem humildade de coração e sem oração fiel e sem vontade própria, sem seguir hipóteses humanas não podemos chegar a uma conclusão clara sobre esse e nenhum outro assunto bíblico. E sem humildade não podemos amar verdadeiramente ao Criador.

De um irmão leigo na terra, mas juiz no céu,

Marcelo Plioplis

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