Bode Azazel: Símbolo de Satanás ou de Cristo? (Parte 4) Nesta parte, será apresentado um comentário especial sobre Levítico 16:17. Este comentário será apresentado em algumas partes. Por isso, antes de analisarmos mais detalhadamente os versos que nos falam da expiação feita pelos e/ou nos lugares sagrados, veremos alguns detalhes do verso 17. Porque nele está escrito o seguinte:
VERSO 17: “Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. (ARA – grifos acrescentados). Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar “... שדקב רפכל” – “para fazer expiação pelo (no) Santuário”... “ודעב רפכו” – “então, fará expiação por ele” e por sua casa, e por toda a congregação de Israel. Em função desse verso, devemos responder as seguintes perguntas: qual foi o momento profético que se cumpriu este verso, principalmente, em função do que está escrito: “Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar”? Ou, quando esse verso, profeticamente, cumprir-se-á? Neste estudo, onde estamos comentando o capítulo 16 de Levítico (em especial, aqui, o verso 16), é suficiente respondermos a primeira pergunta. Portanto, a partir dela faremos algumas citações do “Espírito de Profecia” (Somente os escritos inspirados de Ellen G. White) em paralelo com o Texto Sagrado.
A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS Tanto na Escritura Sagrada quanto no Espírito de Profecia, só existe um momento em que podemos, com certeza, localizar a seguinte afirmação: “Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar”. Este momento, segundo o Texto Sagrado nos diz, é o momento em que o Filho do Homem ressuscita, após ter falecido na cruz do Calvário e após as sepulturas terem sido abertas. “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”. (Mat. 27:50-53 – ARA). Percebam que o texto de Mateus é claro ao afirmar: “abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram”. Contudo, o Texto também afirma: “saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus”. Portanto, estes santos ressuscitados não saíram do sepulcro antes do Filho do Homem ressuscitar.
A APARIÇÃO DO MESSIAS À MARIA MADALENA E ÀS OUTRAS MULHERES Outro detalhe importante que temos, é o que foi relatado sobre o encontro de Maria Madalena com o Messias, no primeiro dia da ressurreição. “Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)! Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”. Aqui, faremos algumas breves considerações: Primeira consideração – Os dois motivos pelos quais Maria não reconhecera o Messias de imediato: o sofrimento dela, mas, principalmente, o fato do Messias, Filho do Homem, já está vivendo em um corpo glorificado. Quando ele viveu entre os homens, como um de nós, Ele viveu em um corpo que não tinha aparência nem formosura (Isaías 52:13-15 e 53:1-12). Contudo, ao ressuscitar, Ele ressuscita (em carne e osso – Luc. 24:38-40; João 20:26-28 e Atos 20:28) com Seu corpo glorificado. Segunda consideração que faremos é em função do fato de não ter sido permitido a Maria Madalena tocar no corpo glorificado do Messias, na manhã da ressurreição do primeiro dia da semana. Pois, Ele disse: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai”. A Almeida Versão Revisada (AVR), assim traduziu o verso 17: “Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai...”. O verbo grego é: άπτου – “Agarrar, tocar”. É um verbo imperativo, presente, média, 2ª pessoa do singular. Os relatos de João, capítulo 20, e de Mateus, capítulo 28, são cheios de detalhes que devem ser analisados com muito cuidado.
O apóstolo João escreveu: “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida”. (João 20:1 - ARA). O apóstolo João continua o seu relato dizendo: “Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram”. (verso 2). Depois, Maria Madalena e os dois discípulos foram até o sepulcro (versos 3—8). Depois, o verso 10 diz: “E voltaram os discípulos outra vez para casa”. A partir do verso 11, o apóstolo João começa a descrever os detalhes que antecederam o encontro de Maria Madalena com o Messias (João 20:11-18 - ARA).
O apóstolo Mateus escreveu: “No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro”. (Mat. 28:1 – ARA). Segundo esse relato do apóstolo Mateus, é possível entender que ambas saíram juntas para o sepulcro; mas o Espírito de Profecia declara o seguinte:
Segundo o Dicionário Aurélio, “entrementes”, significa: “Neste ou naquele intervalo de tempo; entretanto”. Nesse intervalo, dois anjos apareceram às mulheres e relataram a elas a ressurreição do Messias. (Confira DTN pp. 788-789.). Por outro lado, também é importante notar o que Ellen G. White escreveu:
Ellen G. White, escreveu o seguinte sobre a aparição do Messias a Maria Madalena e ela O ter reconhecido:
Para compreendermos melhor o relato desse episódio, devemos comparar João 20:17 com Mateus 28:9. No primeiro o Messias proibiu Maria Madalena de abraçar-lhe (tocar) os pés. Mas no segundo relato foi dito: “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram”. Em função de João 20:17, o encontro do Messias com Maria Madalena, Ellen G. White escreveu o seguinte:
O encontro do Messias com as outras mulheres (no Espírito de Profecia), de acordo com Mateus 28:9:
Portanto, em função da citação, percebemos que Maria Madalena não se encontrava com essas mulheres que abraçaram os pés do Messias. Por outro lado, também entendemos que isso somente foi possível porque o Messias já havia ascendido ao Pai e regressado a Terra, no primeiro dia da ressurreição e permanecer com os seus discípulos por quarenta dias, antes da Sua ascensão do Monte das Oliveiras.
TRÊS VEZES FOI TRANSMITIDA À MENSAGEM DO ENCONTRO NA GALILÉIA Esta última citação do DTN nos diz que o convite para o encontro na Galiléia fora transmitido três vezes. Sendo assim, este convite (mensagem) poderá ser localizado nos seguintes versos Mar. 16:1-7: · A primeira vez, a mensagem foi transmitida pelos dois anjos às mulheres No verso oito temos o seguinte relato: “E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e de assombro; e, de medo, nada disseram a ninguém”. Por esse verso, percebemos que a primeira vez que a mensagem fora transmitida às mulheres, ela não teve o objetivo esperado. Pois as mulheres tiveram: “temor e de assombro”. Então, por causa do “medo, nada disseram a ninguém”. Já o relato do livro de Lucas nos diz o seguinte: “Então, se lembraram das suas palavras. E, voltando do túmulo, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os mais que com eles estavam. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apóstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro. E, abaixando-se, nada mais viu, senão os lençóis de linho; e retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido”. (Luc. 24:8-12 – ARA). Nesse relato de Lucas, encontramos uma mistura do relato descrito por Mateus (28:9) com o que foi descrito por João (20:1-10). Portanto, para que fique claro sobre o que pode ter acontecido, leiam Luc. 1:1-3. · A segunda vez que foi dada à mensagem, foi dada pelo Messias à Maria Madalena: “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas”. “Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios. E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram”. (Mar. 16:9-11 – ARA). · A terceira vez que foi dada à mensagem, foi dada pelo Messias às outras mulheres: A mensagem foi dada às mulheres. Elas, segundo o relato de Marcos 16:8, não haviam crido no que ouviram, portanto, “nada disseram a ninguém”. Por isso, após o Messias regressar da presença do Pai, onde obteve a certeza da aceitação, pelo Pai, do Seu sacrifício; então apareceu às outras mulheres.
Portanto, no próximo comentário, para que fique bem claro e possamos ratificar o que já afirmamos sobre o momento histórico na vida do Messias, onde se cumpriu o relato de Levítico 16:17, veremos mais alguns detalhes proféticos relacionados à profecia de Dan. 9:24-25, alguns versos da Carta aos Hebreus e, também, citações do Espírito de Profecia. – josielteli@bol.com.br Índice da Série: |
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