Por Que Domingo NÃO e Natal Também NÃO?
A publicação do texto
Evangélicos Questionam Adventistas: Por Que Natal SIM, Domingo NÃO? deixou
alguns de nossos leitores preocupados e até foi-nos solicitado que explicássemos
melhor nossa posição quanto ao assunto a fim de evitar que alguns fossem
prejudicados em sua fé pela "revelação" de que a irmã White era ser humano como
qualquer um de nós, sujeita a erros por falta de informação ou pesquisa e mesmo
por raciocínio equivocado.
O texto abaixo contém informações adicionais sobre o tema,
divididas em quatro tópicos:
1. Adventistas reconhecem origem pagã do Natal e admitem
que a sua comemoração tem a mesma fonte que a guarda do domingo.
O texto abaixo foi extraído de uma publicação oficial
adventista e é da autoria de um dos mais renomados estudiosos da História e da
Arqueologia das últimas décadas dentre os professores de teologia adventista:
Um culto
pagão, que começou a tomar vulto no começo de nossa era e gradualmente se
propagou através do Império Romano, foi o mitraísmo. Combinando elementos da
antiga religião do Irã com os "mistérios" de vários cultos pagãos, o mitraísmo
promovia o culto do Sol, símbolo visível do deus Mitra. Esse culto se tornou
muito popular com o Exército romano e com alguns imperadores, tais como
Elagábalo e Aurélio.
Foi o
mitraísmo que popularizou a semana astral entre os habitantes do Império. O
primeiro dia era dedicado ao Sol, o segundo à Lua, e os demais aos cinco
planetas então conhecidos: Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. Várias
línguas européias retêm até hoje nos nomes dos dias da semana vestígios desua
origem mitraica. Raramente lembrado é que, antes de nossa era, o ciclo semanal
de sete dias era totalmente desconhecido entre gregos e romanos, embora
familiar aos israelitas desde tempos imemoriais.
Pois
bem, com a propagação do mitraísmo, o primeiro dia da semana ganhou entre os
pagãos uma popularidade inusitada. Começou a ser conhecido como o dia do "Sol
Invictus", o dia em que o nascimento do Sol era saudado com cerimônias
religiosas especiais.
Pela primeira vez,
cristãos e pagãos tinham algo em comum: a veneração do primeiro dia da semana,
o dies solis, "dia do Sol", com a diferença que, enquanto os pagãos veneravam
Mitra, simbolizado pelo disco solar, os cristãos celebravam a ressurreição de
Cristo, o "Sol da Justiça."
A
coincidência foi de conseqüências lamentáveis para a Igreja cristã,
inaugurando aquela série de
compromissos sutis pelos quais práticas religiosas pagãs foram ganhando
admissão na Igreja, erradamente ansiosa de tornar seu culto atraente ao
mundo pagão.
Na opinião do historiador W. W. Hyde,
vestígios da luta entre o mitraísmo e o cristianismo são reconhecíveis em duas
instituições adotadas, pelo cristianismo, do seu rival: os dois dias santos
mitraicos, vinte e cinco de dezembro, dies natalis solis, "dia
natal do Sol", adotado como o dia de nascimento de Jesus, e o domingo, "o
venerável dia do Sol", como Constantino o chamou em seu edito de 321.
-- S. Júlio Schwantes, em O Despontar de uma Nova Era, no capítulo
"Desafio ao Criador", págs.237-238, 1ª edição, 1984, Casa Publicadora
Brasileira, Santo André, SP.
2. Adventistas se iludem dizendo que a Bíblia não proíbe a
comemoração do Natal, embora não admita a guarda do domingo em lugar do sábado.
PORQUE NATAL SIM E DOMINGO NÃO?
A resposta é simples: Porque o Domingo vai diametralmente
contra a lei de Deus e o Natal não! Nós não guardamos o domingo não por causa
de sua origem no paganismo e, sim, porque fere o decálogo. Esta é a diferença
fundamental e a que realmente pesa quando comparamos o Domingo com o Natal ou
qualquer outro costume de nossa sociedade com origem no paganismo ou sem
origem conhecida.
Diz-se que a origem do aperto de mão é dos campos de
batalha. Quando um soldado se rendia, deveria ir com as mãos à frente até
encontrar seu opositor o qual segurava suas mão como sinal de aceitação da
rendição. Desnecessário é dizer que dissociamos totalmente o aperto de mão
dessa situação.
Segundo alguns historiadores o uso da gravata é oriundo
do rei Luiz VIII que tinha cífilis e começou a usar um lenço amarrado no
pescoço para disfarçar as marcas da doença. A moda pegou! Não se usa mais
gravata por isso, com raríssimas excessões.
E assim vários outros costumes e tradições, desde um
piscar de olho até nosso vestuário e vocabulário. Se tivessemos que evitar
tudo que é de origem pagã enlouqueceríamos, provavelmente amarrados e
amordaçados nus dentro de casa! Felizmente dissociamos esses costumes e
tradições de suas origens e ganharam outros significados. É isso o que conta!
Já no caso do Domingo a coisa muda de figura.
Independente de sua origem, ele quebra o quarto mandamento de Deus, por isso,
e não por causa de sua origem, deve ser rejeitado e o sábado pregado,
defendido, respeitado, e alçado. Graças a Deus! -- Professor Deco, em
e-mail para esta homepage.
3. Há, porém, alguns adventistas que percebem a incoerência
de não guardarem o domingo, mas comemorar o Natal como os católicos e
protestantes.
No último sábado pela manhã, um irmão comentou comigo pouco
antes da Escola Sabatina: "Matamos o Natal lá em casa. Realmente não faz sentido
nos associarmos ao mundão e comemorá-lo."
Outro me escreveu:
Prezado irmão Robson,
Acredito ser importante termos a preocupação com aqueles
que já leram e ainda vão ler o artigo "VERGONHA! Evangélicos Questionam
Adventistas: Por que Natal Sim, Domingo Não?"
Embora, você já tenha publicado o artigo "Recomenda a
Sra. White que Comemoremos o Natal?", penso ser muito importante alguém ou
o senhor mesmo produzir um texto com citações e exemplos de outros profetas que
cometeram quem sabe erros parecidos como este da Sra. White. Não me lembro de
nenhum.
Digo isto porque foi forte o artigo "VERGONHA..." e pode
abalar as estruturas de algum recém nascido espiritual, que ainda não se
alimenta solidamente.
Eu mesmo fiquei um tanto quanto angustiado, pelo fato de
nem a irmã White não ter percebido a tamanha semelhança da prática pagã da
guarda do domingo com a das comemorações, também pagãs, natalinas e as
tremendas contradições que se instalam a partir desta falha.
Se o senhor puder defender esta causa, estará não só
auxiliando os mais novos na fé como a mim também, que nasci nesta igreja, mas
sou um simples leigo. Abraços, Enoque.
4. Adventistas que comemoram o Natal e/ou acreditam que
Ellen G. White nunca errou em seus conselhos precisam examinar a Bíblia com
maior atenção.
Ainda que a argumentação apresentada no ítem 3 pareça fazer
sentido e, de quebra, preserve o errôneo conceito de infalibidade e recebimento
de luz total por Ellen G. White há vários equívocos ali:
• A ordem "Lembra-te do
dia do sábado para o santificar" não proíbe explicitamente que se guarde o
domingo também além do sábado, assim como não proíbe também que se comemore o
Natal. Aliás, Ellen G. White também sugeriu que ao ser promulgada a lei
dominical deveríamos nos abster de atividades seculares no primeiro dia da
semana e aproveitar esse dia para o trabalho missionário.
• Mas as coisas começam a
se complicar, quando se lê a seqüência do quarto mandamento: "Seis dias
trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus." Perceba que o
mandamento ordena também que trabalhemos durante os seis dias que antecedem ao
sábado. Assim, reforça-se a compreensão de que a raça humana recebeu apenas um
dia de descanso por semana e esse dia é o sétimo. É errado guardar a sexta-feira
à tarde, o domingo ou a segunda-feira, como fazem pastores e obreiros da
Organização Adventista.
• A guarda do sábado foi
requerida e justificada como sinal de fidelidade e submissão de Israel para com
Seu Deus. Representava o repúdio aos cultos idolátricos das nações vizinhas e
adoração exclusiva ao Deus Criador e Libertador, que fizera o mundo em seis dias
e os livrara da mão dos egípcios. Portanto, não é correto dizer que a origem pagã da
santificação domingo nada tem a ver com a sua rejeição pelo povo de Deus. (Êxodo
20:2 e 11; Deuteronômio 5:6 e 15.)
• A opção pelo sábado é
também um sinal de rejeição a tudo que é idolátrico. Creio que também nesse
sentido a recomendação da Igreja de Jerusalém aos gentios, de que deveriam
abster-se daquilo que fosse dedicado aos ídolos, ainda permaneça válida. (Atos
15:29; 21:25.) À ceia e outros pratos característicos do Natal, aplicaríamos com
maior precisão os textos de I Coríntios 8:1 e 10; e Apocalipse 2:14 e 20.
• A Igreja Católica, em
seu Catecismo, excluiu o segundo mandamento da lei de Deus que fala contra as
imagens de escultura e rebaixou o quarto à posição anterior. Por isso, o
terceiro mandamento católico, que se refere ao dia de guarda, afirma
textualmente: "Guardar domingos e dias de festa" (festas católicas).
• Ora, se a observância
do domingo como dia santificado equivalerá à transgressão aberta do quarto
mandamento, rebeldia contra Deus e obediência ao poder da besta que procurou
mudar os tempos e a lei (Daniel 7:25), porque em lugar de sábado se diz domingo,
também é submissão ao decálogo romano comemorar o Natal, que é a principal festa
católica hoje.
• O pior é que existem
várias outras festas de origem católica às quais comemoramos deixando de
trabalhar, suspendendo aulas, fechando nossas lojas ou mesmo com programações
especiais na igreja (ramos, sexta-feira santa, páscoa, dia das mães. dos pais,
etc). Em todos esses feriados, babilônia e os comerciantes de todo o mundo são
parceiros. Apocalipse 18:11.
• Resumindo: Quem guarda o sábado
não pode santificar o domingo nem celebrar por motivos religiosos (ou descansar
em) qualquer outro dia porque deve trabalhar seis dias por semana, segundo o
quarto mandamento. A santificação do domingo e a comemoração do Natal representam
idêntica submissão e obediência ao decálogo romano.
• Quanto à Sra. White,
confirmam-se mais uma vez suas palavras em relação à possibilidade de erro a que estava
sujeita, como qualquer ser humano, e da
necessidade de termos unicamente a Bíblia como nossa única e infalível regra de
fé. Nenhum profeta recebe toda a luz disponível sobre todos e quaisquer pontos
doutrinários existentes e a inspiração não é contínua, mas ocasional, o que
equivale a dizer que nem todas as palavras ditas ou escritas por um profeta
são inspiradas. Um incidente bíblico que esclarece esse ponto é o caso do
profeta Natã e o rei Davi, quando o primeiro garantiu ao segundo que este
construiria o templo para Deus. (I Crônicas 17:1-5)
Robson Ramos
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