O Juízo Investigativo na Bíblia - 4

 

JULGAMENTO (ΚRÍMA) X JULGAMENTO (KRÍSIS) - PARTE 4

 

UM JULGAMENTO PELA MANIFESTAÇÃO DO MESSIAS

Sou eu ou qualquer ser humano que vamos decidir, e dizer quem está ou não “em Cristo Jesus”? Estes Textos de Mateus são bem conhecidos: 7:21-23 e 25:31-46.  Sabemos que esta é uma referência que aponta para o grande julgamento apresentado em Apoc. 20:11-15. Mas o Texto de Mateus 25:31-46 não está dizendo que, o Messias irá separará os salvos, justos e santos dos perdidos que serão condenados, apenas naquele dia. Contudo, naquele dia será lido ou revisto o Livro da Vida (Apoc. 20:15). Assim, “aos que estiverem à sua direita” – aos que estiverem com o nome “no Livro da Vida do Cordeiro” (Apoc. 21:27 - ARA), “dirá” entram “na posse do reino” (Mat. 25:34 – ARA), e receberão o “galardão” (Apoc. 11:18 - ARA). Mas “aos que estiverem à sua esquerda” – aos que não estarão com o nome “inscrito no Livro da Vida”, “dirá” “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mat. 25:41 – ARA). Os Textos de 1Tes. 4:16 e Apoc. 20:4-6, deixam claro que a separação ocorre no mínimo mil anos antes do Juízo Final.

Analise este juramento feito pelo apóstolo Paulo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar” (verbo krínein do verbo krínō) “vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino”. – (2Tim. 4:1 – ARA). Percebam que o apóstolo fala de duas fases que ocorrerão à ação do verbo “julgar”. A primeira é - “pela sua manifestação”. A outra é: “pelo seu reino”. No que diz respeito à “manifestação”, leiamos os versos abaixo:

E a vós outros, que sóis atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia...”. – (2Tes. 1:7-10 – ARA).

Percebam que apenas os ímpios e desobedientes é que sofreram quando o Messias vier pela segunda vez, - “pela sua manifestação”. E também, somente eles é que “sofrerão penalidade de eterna destruição”. A qual ocorrerá no Juízo Final. Veja também o que disse o apóstolo João, sobre a segunda vinda do Messias, e da morte dos ímpios, em Apoc. 19:21. “Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo...”. – (ARA). Portanto, os ímpios “vivos” de 2Tim 4:1, são os que morrerão, de acordo com 2Tes. 1:8-9 e Apoc. 19:21, na segunda vinda do Messias. Isso também é um julgamento. E para aquele momento profetizado pelo apóstolo Paulo (2Tim. 4:1), os salvos já estarão separados dos ímpios.

 

E O JULGAMENTO “PELO SEU REINO” GLORIOSO MESSIAS?

Esse julgamento é o mesmo que foi dito pelo Messias em Mateus 25:31-46. E tal julgamento aponta para o Juízo Final (“fogo eterno” e “castigo eterno” – Mat. 25:41 e 46). Mateus 25:31 fala que o Messias se “assentará no trono da Sua glória”. (ARA). Apocalipse 20:11 também fala de um “trono”. Embora aponte para o Pai, sabemos que há o trono de “Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:3). Mas no que diz respeito aos que estarão “à sua direita” (Mat. 25:33), indica que eles receber o galardão (bênçãos) do Pai e do Filho. Porém os quês estarão “à esquerda” (os que não estarão com o nome no Livro da Vida) – os que não receberão galardão, os malditos, serão lançados no “lago de fogo” (Apoc. 20:15). Então, é naquele dia, de acordo com o Livro da Vida é que o Messias fará a separação final dos Seus, que estão em Seu Livro – no Livro da Vida do Cordeiro, dos ímpios, que não terão seus nomes inscritos no Livro da Vida (Apoc. 20:12-15). Os salvos – “cordeiros” – estarão “à sua direita”; mas os ímpios – “os cabritos” estarão “à esquerda” (Mat. 25:33).

Portanto, não podemos fazer confusão ao analisar 2Tim. 4:1. Este verso fala de duas fases de um mesmo julgamento. Além do mais, os mesmo que sofrerão e morrerão durante a segunda vinda do Messias, serão os mesmos que “sofrerão penalidade de eterna destruição”, no Juízo Final, ainda durante o Seu Reino. Porque assim está escrito:

E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deu seja tudo em todos”. – (1Cor. 15:24-28 – ARA).

O fim ao qual o apóstolo Paulo se refere não é a segunda vinda do Messias; mas a destruição do pecado e de todos os pecadores (Apoc. 11:18up e 20:10 e 14-15).

Se a segunda vinda do Messias ocorrerá mil anos antes do Juízo Final, quando será, então, que os salvos serão separados dos ímpios, para que àqueles não venham a sofrer com estes?

 

UM TRIBUNAL ONDE O PECADOR PODE SER JUSTIFICADO

Quanto à terceira opção, sugerida no artigo anterior, a partir deste tópico podemos percebê-la. Para isso, é importante que vejamos, novamente Apoc. 3:5. Nele, como já foi dito, o Messias fala claramente sobre os vencedores: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”. (Apoc. 3:5 – ARA).

Agora, destacando apenas esta parte do verso: “confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”. (Veja também Mateus 10:32). Quando o Messias confessou o nome de alguém diante do Pai? Antes que Ele Se tornasse Homem? Ou somente após ascender ao Céu? É lógico que Ele não pôde (LEGALMENTE) confessar nenhum nome antes do Seu sacrifício. “Sem derramamento de sangue não há remissão”. - (Heb. 9:22 - ARA). A outra parte do verso fala: “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue”. – (ARA).

Lendo Hebreus 9:13, ligando-o com o 9:22, temos uma noção quanto à santificação e purificação da carne. Que é dito ser inferior ao afirmado no verso 14. No entanto, para entendermos os versos 13-14 e o verso 22 - como um todo, vejamos outros versos escritos pelo mesmo autor, no mesmo livro:

“... Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Ora, todo sacerdote apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados”. – (Heb. 10:9-11 - ARA).

Diante disso, entendemos perfeitamente que todos aqueles que morreram antes da morte do Messias, não haviam sido perdoados, nem tiveram seus nomes confessados diante do Pai. Porque uma confissão sem a oferta – sangue do Messias, não cumpre os requisitos da Lei (Rom. 6:23). No entanto, todos os que morreram crendo no Messias – o Cordeiro substituto -, morreram com a promessa de serem perdoados no Tribunal Celestial. Porque assim está escrito: “A justiça de Deus”, “o justo viverá pela fé”. – (Rom. 1:17 – ARA). Em outro lugar foi dito: “Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se  retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; entretanto, da fé, para a conservação da alma”. – (Hebreus 10:38-39 – ARA).

Além do mais, ninguém poderá receber uma condenação sem que haja sido julgado. No entanto, é verdade que, ninguém também poderá ser tido por justificado, sem que haja sido julgado. Leia o que YHWH disse a Isaías. Em Isaías 43:25 o Eterno diz que, é Ele que apaga “as transgressões” e dos “pecados” não se lembra. Contudo, no verso 26 ele diz: “Desperta-me a memória; entremos em juízo; apresenta as tuas razões, para que possas justificar-te”. – (Isaías 43:26 – ARA).

Pense! Por que será que o Eterno disse: “Desperta-me a memória; entremos em juízo”? Que Juízo é esse onde alguém poderá ser justificado? Certamente não será no Juízo Final.

O que não podemos esquecer, é que pra uma pessoa ser justificada em Juízo, perante YHWH, essa pessoa deverá apresentar-se com o Advogado (1João 2:1-2) e com a Oferta sem mácula (João 1:29 e 36).

É certo que haverá um Juízo, antes do Juízo Final, onde os santos serão justificados. O apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, falando do “tribunal de Deus”, e aos Coríntios, na segunda Epístola, ele falou do “tribunal de Cristo”, onde todos devemos comparecer. (Rom. 14:10 e 2Cor. 5:10). O mesmo apóstolo, falando aos atenienses, falando de um Juízo, disse: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. – (Atos 17:31 – ARA).

Percebam, portanto, que em um dos Tribunais, o Messias será apenas Advogado e Mediador. No outro Ele também será Juiz.

 

QUANDO OCORRERÁ O TEMPO DE ANGÚSTA DE DANIEL 12:1?

Agora, analisemos o que disse o profeta Daniel, em Dan. 12:1, em três Versões: Almeida Revista e Atualizada (ARA), Almeida Versão Revisada (AVR) e na Bíblia de Jerusalém (BJ):

Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro”. – (ARA).

Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro”. (AVR).

Nesse tempo levantar-se-á Miguel, o grande Príncipe, que se conserva junto dos filhos do teu povo. Será um tempo de tal angústia qual jamais terá havido até aquele tempo, desde que as nações existem. Mas nesse tempo o teu povo escapará, isto é, todos os que se encontrarem inscritos no Livro”. (BJ).

(wû bā‘ēt) – “Mas naquele tempo” (período de tempo, tempo determinado, tempo devido) – Essa expressão refere-se a um mesmo período de tempo, citado em: Dan. 8:17 (ץק־תע – ‘et־qēts ); 11:35 (ץק־תע – ‘ēt־qēts), 40 (ץק־תע – ‘ēt־qēts); 12:4 e 9 (ץק־תע – ‘ēt־qēts).  Todos estes versos falam do “Tempo do Fim”. Que sem dúvida teve início no final das “Duas mil e trezentas tardes e manhãs” – Dan. 8:14.

(ha hî’) – “O mesmo” (ele, ela, ele mesmo, ela mesma, o mesmo, a mesma, que, o qual, a qual, quem).1

Por que “o mesmo’? Há duas possibilidades de entendermos essa expressão. A primeira apontando para o “Tempo do Fim”; e, conseqüentemente, para Dan. 11:40. A outra, é ligando-a a Miguel que se levantará no “Tempo do Fim”. Porque é uma expressão que se refere a Miguel. E no capítulo 10, Ele foi mencionado nominalmente em dois versos: 13 e 21. E também foi feita uma descrição de Miguel, nos versos 1-9, do mesmo capítulo.

...– indicam o mais remoto ou algo que já foi previamente mencionado. ...”.2

No que diz respeito ao “Tempo”, é este que foi, repetidas vezes, mencionado a Daniel. Contudo, sem a explicação devida. Pois a compreensão era somente para o “Tempo do Fim”.

Veja esta outra expressão hebraica: “ya‘mōd  Mîkā’ēl”:

(ya‘mōd  Mîkā’ēl) – “Miguel estará de pé” [Este verbo é do grau QAL: estar, ficar, manter-se em pé, de pé; pôr-se em pé, erguer-se, plantar-se, levantar-se, situar-se, endereçar-se, alçar-se; colocar-se, situar-se, parar, cessar, deter-se; resistir, enfrentar, defender-se, agüentar; esperar, aguardar; servir, oficiar, apresentar-se, comparecer; subsistir, durar, permanecer, conservar-se, afirmar-se; ser; estar, achar-se, encontrar-se. Em português temos a-(s)sistir, re-sistir, sub-sistir, estar, que procedem do latim sto, sisto.].3

Portanto, esse tempo de angústia profetizado por Daniel, não pode ter ocorrido antes da primeira vinda do Messias, nem mesmo no período que envolveu o cerco e destruição de Jerusalém, nem durante o período de perseguições religiosas, durante a Idade Média. E Por que não? Porque Dan. 12:1 trata de um tempo em que Miguel se levantaria. No mesmo verso fala de um tempo de angústia qual nunca houve. O verso também fala do Livro da Vida. E está intimamente ligado ao verso 2, que diz: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”. – (ARA).

Não farei muito comentários sobre o versos 2. Mas pense nas afirmações que ele traz. Não esqueça: “Muitosnão são todos. Analise também o porquê das duas classes. E se os que estão “em Cristo Jesus” “ressuscitarão primeiro” – (Rom. 8:1 e 1Tes. 4:16 – ARA), “mil anos” antes dos ímpios (Apoc. 20:4-6).

Então, que ressurreição é essa, onde “muitos” “salvos” e “ímpios” ressuscitam juntos, justamente após Miguel se levantar e no Tempo do Fim; no entanto, antes da Segunda vinda do Messias? (Pense nisso).

 

MIGUEL SE LEVANTA PARA O JUÍZO INVESTIGATIVO E PARA INTERCEDENDO PELO SEU POVO

A EXPRESSÃONaquele tempo Miguel se levantará”, é rica de significados, no que diz respeito ao contexto, em relação à intercessão perante um Tribunal ou Julgamento. Agora, vejamos um comentário sobre este verbo hebraico - “‘āmad”, traduzido por levantar:

O verbo ‘āmad é usado tão extensamente no AT para designar o ato físico de ficar em pé que é impossível um exame abrangente neste verbete, mas o leitor pode consultar as classificações completas em BDB e KB. Deve-se dar atenção a certas passagens-chave, particularmente aquelas de valor teológico significativo. Uma dessas expressões é ‘pôr-se [ou estar] diante de Iavé’, usada, por exemplo, com referência a Abrão em Gênesis 18:22 (ARA, ‘permanecer na presença do SENHOR’; cf. 19.27) e a Moisés em Deuteronômio 4.10 (cf. Jr 15.1, que fala de Moisés e Samuel). Nesses exemplos ‘estar diante de Iavé’ (expressão construída com lipnê [q.v.]) indica uma postura de oração e intercessão. Não é de surpreender que os homens tenham sentido necessidade da ajuda de Iavé. Mas o fato de que os homens podem ‘se pôr’ diante do Criador da eternidade e fazer intercessão é profundamente notável. É, contudo, necessário acrescentar a observação de E. Jacob de que tal intercessão não é de modo nenhum algo mágico como também não existe uma resposta automática de Deus ao intercessor. Ele escreve: ‘Quer a intercessão seja inútil em virtude da grandeza do pecado quer o perdão seja impossível em razão da ausência de intercessão (Ez 22.30; Is 59.16), é importante observar que a intercessão é dependente da liberdade divina e que nenhum recurso humano é capaz de levar Deus a perdoar’ (JTOT, p. 296

Outro sentido da expressão ‘pôr-se diante de Iavé’ se vê em Deuteronômio 19.17. Nesse contexto as partes em litígio ‘se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias’ (cf. Jr 7.10). Tal apresentação era para julgamento. Pôr-se diante de Iavé e de seus servos no santuário prenuncia a definição da verdade e da justiça. Às vezes a nação toda era chamada a vir até o santuário central e ‘pôr-se perante o SENHOR’ em assembléias solenes para atos de sacrifício (e.g., Lv 9.5). Servos de Iavé ‘apresentam-se perante ele’ (ARA, ‘estarão diante de mim’) como expressão de uma atitude de dedicação, lealdade e serviço. Essa terminologia é empregada em referência a sacerdotes (e.g., Ez 44.15) e especialmente a crentes sinceros durante o período da decadência e apostasia de Israel (Elias, 1 Rs 17.1; 18.15; Eliseu, 2 Rs 3.14; e Geazi [com relutância], 2 Rs 5.16).”4

Então, repetindo, os dois grandes significados apresentados foram: “indica uma postura de oração e intercessão” e a outra está relacionada “as partes em litígio” que “‘se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias’ (cf. Jr 7.10). Tal apresentação era para julgamento”. (Deut. 19:17). É nesse contexto que deveremos entender Isaías 43:26. Contexto de intercessão e julgamento.

Retomando o que já foi dito sobre as ocorrências da expressão: (ץק־תע – ‘ēt־qēts - “Tempo do Fim” - Dan. 8:17; 11:35, 40; 12:4 e 9), no livro do profeta Daniel. Em função do que foi dito sobre o levantar” de “Miguel”, tendo por base os dois significados que destacados: “intercessão” e “julgamento”; eu pergunto: há alguma referência no referido livro, que trata de justiça; justificar; julgamento; juízo e/ou tribunal?

Caso alguém não saiba a resposta, vou dar uma ajuda. Leia Dan. 7:10, 22 e 26 e 8:14 (בתי אניד – dînā’ ‘etib) – assentou-se o Juízo ou assentou-se o Tribunal. – (אניד – Juízo; Tribunal).

Diante disso, este “levantar” “de Miguel”, segundo o Texto Hebraico, e os comentários, citados acima, tem o sentido de alguém que estar intercedendo. Uma função de Mediador. Uma função Sacerdotal.

Agora, vejamos, na Língua Portuguesa, alguns significados, para o verbo levantar. Segundo o Dicionário Aurélio, são vários os significados; dentre ele temos:

“... 17. Remover, afastar; 18. Tornar sem efeito, abolir, revogar; 19. Fazer cessar; encerrar; ... 24. Arrolar, inventariar, após um trabalho de pesquisa ou investigação; fazer a investigação de ...”5

Assim podemos entender Dan. 12:1: Então, naquele tempo, o mesmo, Miguel levantar-se-á, “o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro”.

Portanto, podemos entender, também, a expressão “Miguel levantar-se-á”, como englobando tanto “o início do tempo do fim” quanto o seu final, ou seja “o início do Juízo Investigativo bem como a sua conclusão”. Contudo, além da expressão: Então, naquele tempo, o mesmo, Miguel levantar-se-á... Há outro tempo. Um (‘ēt tsārâ) – “Tempo de angústia”.

Então, naquele tempo, o mesmo, Miguel levantar-se-á, “o grande Príncipe” (BJ), “o defensor dos filhos do teu povo” (ARA); e haverá tempo de angústia (‘ēt tsārâ), qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo (‘ēt); mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro”. (ARA). Na próxima parte analisaremos os tribunais de Dan. 7:10, 22 e 26. – josielteli@hotmail.com

Que YHWH faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti...

BIBLIOGRAFIA

1HARRIS, R. Laird, ARCHER, Gleason L. Jr., WALTKE e Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do ANTIGO TESTAMENTO. 1ª ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo – SP, 1998. p. 342.

2PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. FUNDAMENTOS PARA EXEGESSE DO ANTIGO TESTAMENTO – Manual de Sintaxe hebraica. São Paulo – SP, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1998. p. 32.

3SCHÖKEL, Luis Alonso, o autor do DICIONÁRIO BÍBLICO HEBRAICO PORTUGUES. 1ª ed. São Paulo – SP, Editora PAULUS, 1997. p. 503.

4HARRIS, R. Laird, ARCHER, Gleason L. Jr., WALTKE e Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do ANTIGO TESTAMENTO. 1ª ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo – SP, 1998. pp. 1128-1129.

5FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. NOVO DICIONÁRIO – AURÉLIO. 2ª ed. [44ª impressão] Revista e Aumentada, Rio de Janeiro – RJ, Editora Nova Fronteira, 1986. p. 1025.

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