O Juízo Investigativo na Bíblia - 7

 

“UMA VEZ POR TODAS”

Que YHWH te abençoe e te guarde...

Esta expressão corresponde à tradução de uma única palavra (advérbio) da Língua Grega: εΦάπαξ ephápax. Ela ocorre 05 (cinco) vezes em 03 (três) Epístolas. A primeira ocorrência dela no que se chama Novo Testamento é em Rom. 6:10. Nesta referência, a Versão Almeida Revista e Atualizada traduziu o advérbio pela expressão “de uma vez para sempre”. A segunda ocorre em 1Cor. 15:6. Aqui foi traduzida por: “de uma só vez”. As outras ocorrências: Heb. 7:27; 9:12 e 10:10, foram traduzidas por: “uma vez por todas”.

 

ROMANOS 6:10

Agora, analisando o contexto de cada verso, entendemos perfeitamente o sentido que foi dado pelo apóstolo Paulo em Romanos e na primeira Epístola aos coríntios; e pelo autor da Epístola aos hebreus. Em Romanos o apóstolo está falando da morte do Messias. Este é o preço que Ele pagou pelo pecado da raça humana – a morte eterna (Rom. 6:23a; 2Cor. 5:21). O Messias morreu para que todos os que crêem nEle, tivéssemos direito à vida eterna. Por isso o apóstolo disse: “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas quanto a viver, vive para Deus”. – (ARA). Mas no verso anterior, o apóstolo já havia afirmado o seguinte: “Sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele”. – (ARA).

Percebam que há um contexto claro para expressão: “de uma vez para sempre”. Depois dela o apóstolo escreveu a palavra: “morreu”. No entanto, após esta vem um complemento fundamental, para o sentido da expressão “de uma vez para sempre”, que é a expressão: “para o pecado”. É justamente esta expressão que nos faz entender o verdadeiro significado desta: “de uma vez para sempre”. E o apóstolo conclui: “mas quanto a viver, vive para Deus”. 

1 CORÍNTIOS 15:6

Nessa referência, a expressão utilizada na tradução foi: “de uma só vez”. Assim é o verso: “Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora”. – (ARA). Aqui, a palavra grega foi traduzida por outra expressão, nos dando um outro sentido. Neste verso você poderá perceber duas possibilidades de visualizá-lo, utilizando estas expressões: “de uma vez para sempre” e “de uma só vez”. Para primeira expressão, a ênfase que envolve a expressão: “por mais de quinhentos irmãos”, está no evento único. Porque nunca mais isso aconteceu. Os mesmos quinhentos irmãos reunidos para ver o Messias. Por isso, foi: “de uma vez para sempre”. Quanto à segunda expressão, a ênfase recai na quantidade de irmãos que contemplaram o Messias. Todos contemplaram “de uma só vez”; mas não ao mesmo tempo. Mas houve momentos que O contemplaram ao mesmo tempo.

HEBREUS 7:27

Aqui em Hebreus temos outra expressão, utilizada para traduzir o advérbio: εΦάπαξ ephápax. O verso onde a palavra encontra-se, após alguns comentários sobre o Messias como Sumo sacerdote, é o seguinte: “que não tem necessidade, como os sumo sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isso de uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu”. – (ARA).

Nesse verso percebemos as mesmas implicações apresentadas em Rom. 6:10. Lá o apóstolo foi claro na sua colocação: “de uma vez para sempre morreu para o pecado”. Mas além dela, que também é a principal neste verso (e no capítulo); também temos as comparações entre os sacerdotes e sumo sacerdotes da Casa de Arão e o Sumo sacerdote do Santuário celestial.

Os sacerdotes e sumo sacerdote da casa de Arão, tinham a necessidade (obrigação por Lei), “de oferecer todos os dias sacrifícios”. O autor da Epístola aos hebreus diz o porquê disso: “primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo”. Só que no capítulo dez, quanto aos sacrifícios realizados pelos ministros da Casa de Arão, ele afirma: “nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que ano após ano, perpetuamente, eles oferecem”; “porque é impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados”. – (Heb. 10:1 e 4 – ARA). E no verso onze, sobre os ministros ele declara: “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados”. (ARA).

Quando o autor da Epístola aos hebreus fala sobre o Messias – o Sumo sacerdote da ordem de “Melquisedeque”, comparando com os outros, ele diz que o tal Sumo sacerdote “não tem necessidade”, como os outros (sacerdotes e sumo sacerdote), de realizar os mesmos sacrifícios diariamente. Mas ele vai além, em sua afirmação, ao dizer o porquê dessa verdade absoluta: “porque fez isso de uma vez por todas”. E completa dizendo quando isso foi feito: “quando a si mesmo se ofereceu”.

No entanto, o ponto central do verso vinte e sete pode-se dizer que é: “sacrifícios” pelos “pecados”. Diante disso entende-se perfeitamente que o Messias realizou uma única vez, um único sacrifício pelos pecados. Quando morreu no Calvário.

Aqui, a ênfase da expressão: “uma vez por todas” está na morte do Messias como “o Cordeiro de” Elohym, “que tira o pecado do mundo” (João 1:29), que “de uma vez para sempre morreu para o pecado” (Rom. 6:10); e não no Ministério que o Sumo sacerdote realiza no Santuário celestial. Porque o Messias “pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”. – (Heb. 7:25 – ARA).

Portanto, o sacrifício foi realizado uma única vez; mas a intercessão do Messias é continua – “vivendo sempre para interceder por eles”. Em Romanos 8:34, o apóstolo Paulo diz: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está a direita de Deus” o qual “intercede por nós”. – (ARA).

Percebam que o apóstolo não disse: o qual intercedeu por nós. No entanto, era assim que deveria estar. Já que os defensores de uma interseção única, por meio de uma expiação única, baseados em Hebreus 9:12, advogam isso; em função desta expressão: “uma vez por todas”.

Será que o Sumo sacerdote da Casa de Arão, somente poderia interceder pelo povo, apenas no Santo dos Santos? Será que somente uma vez ao ano que, os sacerdotes e o sumo sacerdote intercediam pelo povo?

HEBREUS 9:12

Em Heb. 9:12, temos: “Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”. – (ARA).

Sobre o que realmente esse verso está tratando? Será que ele pode ser entendido isoladamente? Sem dúvida que o objetivo do verso é dizer que o Messias obteve uma “Eterna Redenção”. Mas esta foi conquistada/obtida, para toda a raça humana ou não? Será que todos já foram purificados, em função desta “Eterna Redenção”? Analisemos agora, os versos treze e quatorze, comparando-o com o verso doze.

“Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne”. – (ARA).

Quando as pessoas lêem: “sangue de bodes e de touros”, pensam logo no “Dia da Expiação”. Porém, não era apenas no “Dia da Expiação” que eles eram oferecidos como ofertas pelo pecado e/ou para holocausto. Lendo em Levítico, os capítulos 4-6:1-13 e 24-30, encontramos registros claros sobre isso.

Sabemos que o Messias não morreu no “Dia da Expiação”; mas no dia que Ele morreu foi o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, e neste dia era oferecido, para “holocausto”, pelo menos um “novilho”; além de “um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós”. – (Num. 28:19 e 22 – ARA – Leia também Num. 28:15, 30; 29:5, 11, 16, 19, 22, 25, 28, 31, 34 e 38).

Por outro lado, o que tem a ver “a cinza de uma novilha” com o “Dia da Expiação” e com a Festa dos Pães? E quanto ao que foi dito do sangue (de bodes e de touros) e da (cinza de uma novilha): “aspergidos sobre os contaminados”, o que tem ele a ver com o “Dia da Expiação”? Quanto à “novilha” leia Números 19:1-10. No entanto, sobre o que foi dito sobre o que acontecia: “os santificam, quanto à purificação da carne”, veja o que diz Êxodo 29:21:

Tomarás, então, ao sangue sobre o altar e do óleo da unção e os aspergirás sobre Arão e suas vestes e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos e as vestes de seus filhos”. – (ARA – leia também Lev. 8:30).

Então, sendo o verso treze uma conclusão do verso 12, percebe-se que este não trata exclusivamente do que era realizado no “Dia da Expiação”.

Vejamos agora o que diz o verso quatorze: “Muito mais o sangue de Cristo, quepor um espíritoeterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”. – (ARA).

Aqui, pode-se dizer que o autor da Epístola aos hebreus, fechou a comparação entre os sacerdotes e sumo sacerdotes da Casa de Arão, em relação ao Messias; bem como entre os animais que eram oferecidos em sacrifícios e holocaustos, apontando para morte do Messias – “O Cordeiro de Elohym, que tira o pecado do mundo”. – (João 1:29).

O verso quatorze conclui dizendo: “purificará a nossa consciência de obras mortas, para” “que possamos servir” (Nova Versão Internacional - NVI) “ao Deus vivo!”. Em relação ao verso doze, percebam os dois verbos do verso quatorze: o primeiro verbo está no Modo Indicativo, Tempo Futuro; mas o segundo está no Infinitivo, Tempo Presente.

Mas o que significa “eterna redenção” (9:12) e “espírito eterno” (9:14)? É claro que, essas duas expressões só têm sentido, relacionando-as com a morte do Messias no Calvário. Em João 17:2-3, o Messias afirmou, falando do Pai:

Assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro. E a Jesus Cristo, a quem enviaste”. – (ARA).

E na primeira Epístola, o apóstolo João declarou: “... Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”. – (ARA).

Então, “espírito eterno” (Heb. 9:14) ou “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb. 12:23) são aquelas pessoas que receberão a vida eterna. Porque “o que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”. E “aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele”. – (João 3:6; e 1Cor. 6:17 – ARA).

Portanto, qual o verdadeiro significado da expressão: “uma vez por todas”? Será que ela foi dita em relação ao entrar no Santo dos Santos ou está referindo aos vários tipos de sacrifícios que apontavam para morte doCordeiro de Elohym, que tira o pecado do mundo”?

É óbvio que a expressão está se referindo aos vários tipos de sacrifícios/holocaustos/ofertas pelo pecado e para expiação.  

QUANDO O MESSIAS ENTROU A 1ª VEZ NO SANTO DOS SANTOS?

Para quem acredita que o Céu é o Santuário e que o Eterno é o Santo dos Santos, veja alguns versos. Os primeiros tratam do dia da ressurreição do Messias e de uma afirmação dEle para Maria Madalena: 

JOÃO E A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS

Mas antes, vejamos a primeira visita de Maria madalena ao sepulcro: “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida. Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram”. (João 20:1-2 – ARA).

Depois, quando ela voltou ao sepulcro novamente com Pedro e João, e após estar sozinha, o Messias apareceu pra ela.

Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Então saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas”. – (João 20:1-18 - ARA).

Este “não me detenhas” está próximo de não toque em Mim. O Messias precisa cumprir o simbolismo para o qual apontava a Festa das Primícias. Não sendo Ele Sumo sacerdote da Casa de Arão, para se apresentar, como Primícias (1Cor. 15:20 e 23) no Santuário terrestre; Então, Ele deveria subir ao Santuário celestial e apresentar-se ao Pai. Foi por isso que Ele afirmou: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai”. Além do mais, Ele também nesse mesmo dia cumpriu Lev. 16:17 que diz:

Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer expiação no santuário, até que ele saia depois de feita à expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. – (ARA).

O Messias foi ao Santos dos Santos, no Céu, falar com o Pai, e ter a certeza que Ele de fato foi o sacrifício/oferta perfeito e sem mácula pelos pecados da raça humana.

Os santos que “ressuscitaram” (Mat. 27:52 - ARA), e que saíram “dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus” (Mat. 27:53 – ARA), não foram ao Céu com o Messias neste dia. Este verso ainda diz: “entraram na cidade santa e apareceram a muitos”. (ARA – Leia Atos 1:3). Será que dentre as “muitas provas incontestáveis” (Atos 1:3 – ARA), não se encontram esses santos que foram ressuscitados? Estes só subiram com o Messias após os “quarenta dias” (ARA) mencionados neste verso, quando o Messias ascendeu ao Céu visivelmente, na presença dos apóstolos (Atos 1:9-11 e Lucas 24:50-53). 

MATEUS E A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS

Nesse mesmo dia, após voltar do Céu, ele se apresentou a algumas mulheres:

E retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos”. – (Mat. 28:8 - ARA). Entre esse verso e o nove há um intervalo de tempo de algumas horas. Veja o que diz os versos nove e dez:

E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Então, Jesus lhes disse: Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão”.

Comparem esta ordem a essas mulheres com as que foram dadas à Maria Madalena: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”.

Em uma Ele está dizendo que quer encontrar-se com seus discípulos na Galiléia. Na outra Ele diz que está subindo (ao Céu), para falar com o Pai. Contudo, o encontro marcado para a Galiléia não aconteceu no mesmo dia da ressurreição do Messias (Mat. 28:16-18). 

MARCOS E A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS

Agora, vejamos o que disse Marcos, sobre o dia da ressurreição do Messias. “Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios. E, partindo ela, foi anuncia-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram”. – (Marcos 16:9-11- ARA).

Percebam que Marcos afirma que foi Maria Madalena que primeiro viu o Messias. Então, depois dela, as outras mulheres, conforme está em Mateus 28:9-10.

LUCAS E A RESSURREIÇÃO DO MESSIAS

Relatando o mesmo fato, falando das mulheres que haviam falado com os “dois varões” no “sepulcro” (Luc. 24:2 e 4), Lucas escreveu: “Então, se lembraram das suas palavras. E, voltando do túmulo, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os mais que com eles estavam. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apóstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditavam nelas”.

Dentre as “tais palavras lhes pareciam um como delírio”, com certeza estavam estas: “Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela”; “E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram”.

Depois Lucas escreveu: “Pedro, porém, levantando-se correu ao sepulcro. E, abaixando-se, nada mais viu, senão os lençóis de linho; e retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido”. – (Luc. 24:12 - ARA).

Essa ida de Pedro ao sepulcro, deslocada da ordem apresentada por João (20:3-10); pode não ser a mesma. Em Lucas é mencionado que Pedro foi sozinho. Em João, ele foi com João e Maria Madalena. Além do mais, há o relato do apóstolo Paulo: “E apareceu a Cefas e, depois aos doze”. – (1Cor. 15:5 – ARA). 

NO SEGUNDO DIA DA SEMANA

Marcos também relatou o seguinte: “Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo. E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram crédito”. – (Marcos 16:12-13 – ARA – Leia Lucas 24:13-35).

A seguir, Marcos relata: “Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado”. – (16:14 – ARA). Esta aparição do Messias aos apóstolos, é a mesma que está relatada em Lucas 24:36-43; e em João 20:19-23.

Portanto, depois de aparecer às mulheres, o Messias apareceu primeiro a Pedro e depois aos demais apóstolos (1Cor. 15:5). E essa aparição para o apóstolo Pedro não ocorreu no segundo dia da semana. Ela ocorreu ainda no primeiro dia, depois que o Messias voltou do Céu; e, conseqüentemente, após aparecer às outras mulheres (Mat. 28:9-10; Luc. 24:10-11); e após ter falado com os dois discípulos no caminho de Emaús.

O que eu tenho a dizer, depois de apresentar todos esses versos, é que a expressão: “uma vez por todas”, não está se referindo à expressão: “entrou no Santo dos Santos”; mas sim aos vários tipos de sacrifícios que (eram realizados diariamente e anualmente pelos sacerdotes e sumo sacerdote da Casa de Arão) apontavam para morte do Messias. Então, o autor da Epístola aos hebreus afirma que o sacrifício do Messias como “o Cordeiro de Elohym, que tira o pecado do mundo” (João 1:29), foi realizado de “uma vez por todas”.

Porque se a referência fosse ao “entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas”, o Messias não mais deveria sair do “Santo dos Santos”. Porque somente assim Ele não entraria outra vez no “Santo dos Santos”. (Depois estudaremos esta expressão “Santo dos Santos”, em Hebreus 9:12). 

O PAI É O SANTO DOS SANTOS?

Para quem acredita que o Pai é o Santo dos Santos, o “entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas”, é um problema. Porque o Messias jamais voltaria a apresentar-se, pelos pecadores, diante do Pai. “Uma vez salvo, salvo para sempre”. No entanto, a Escritura Sagrada apresenta o Messias dirigindo-se ao Seu Pai (João 20:17-18); apresenta também o Messias junto ao Pai, como Advogado (1João 2:1-2). Apresenta o Messias como intercessor (Rom. 8:34). Apresenta o Messias andando no Lugar Santo (Apoc. 1:12-20). Apresenta também o Messias como Anjo ministrando diante do Altar de Incenso (Apoc. 8:3-5). Citarei alguns versos que apresentam cenas do Messias sobre as nuvens, fora do Santuário celestial:

Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada”. – (Apoc. 14:14 – ARA). Agora, veja Apoc. 14:17: “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada”. – (ARA). Sobre “uma nuvem” leia Mateus 24:30 e Apoc. 1:7.

Veja, agora, esta cena descrita pelo profeta Daniel: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele”. – (Dan. 7:13 – ARA). 

O FILHO É O LUGAR SANTO E/OU SANTUÁRIO DO CÉU? 

Diante disso, nem para quem crer que o Pai é o “Santo dos Santos’”; não há como ver o Messias indo apenas uma única vez ao Pai – “uma vez por todas”. E para quem crer que o Santuário do Céu é o próprio Filho, também fica incoerente, porque apenas no Calvário (para que o Filho pudesse morrer), que houve uma separação entre o Pai e o Filho: “Eli, Eli, lama sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46; e Marcos 15:34), que durou até a Sua ressurreição. Porque “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”. – (2Cor. 5:19 – ARA).

Não resta dúvida que o Messias é um “santuário”; mas Ele não é o Santuário celestial, do qual Ele é ministro (Hebreus 8:2). Porque assim fica incoerente os Textos Sagrados. Primeiro porque não há uma separação entre: “o Santo dos Santos” e o “Lugar Santo”.

“... Credes nas obras; para que possais saber que o e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai”. – (ARA). Depois João escreveu: “Disse-lhe Jesus: Felipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tendes conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”. – (João 14:9-11 – ARA).

No entanto, a declaração do Messias: “Quem me vê a mim vê o Pai” (leia Col. 1:15). Foi uma declaração figurada, porque Depois Ele disse: “Estas coisas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei mais por meio de comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai”. – João 16:25 – ARA).

Concluindo essa explicação, nos versos 28 e 29 João escreveu: “Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai”. Então, “Disseram os seus discípulos: Agora é que falas claramente e não empregas nenhuma figura”. – (ARA).

Portanto, depois desses versos, fica impossível ver o Messias como sendo o Santuário Celestial e/ou o Lugar Santo, e o Pai como sendo o Santo dos Santos. Medite de novo neste verso: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”.

Percebam que eu não disse que o Messias não é um Santuário; também não disse que o Pai não seja um Santuário. Porque o apóstolo João, falando da Nova Jerusalém, assim escreveu: “Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro”. – (ARA).

O CÉU É O SANTUÁRIO?

Para quem crê que o Santuário é o próprio Céu, geralmente toma por base este verso: “Porque Cristo não entrou em um santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora por nós, diante de Deus”. – (Hebreus 9:24 – ARA).

O problema nesse verso é simples de ser resolvido, porque trata de interpretação. O erro está na aplicação. As pessoas que interpretam que o Santuário é o Céu; estão interpretando erroneamente esta expressão: “porém no mesmo céu”. Eles entendem que ela é uma explicação para o termo: “santuário”. No entanto, não é. Porque a expressão: “no mesmo céu”, refere-se ao verso anterior (Hebreus 9:23), que diz: “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores ”. – (ARA).

Então, no Santuário do Céu estão “as próprias coisas celestiais”; mas no Santuário da terra estavam as “figuras das coisas que se acham nos céus”. Portanto, a expressão: “no mesmo céu”, não é uma explicação nem um complemento ao termo “santuário”. O que devemos entender é que o Santuário no qual o Messias entrou, tem também as suas “próprias coisas”, e que não são “figuras das coisas que se acham” nele. E principalmente, que este Santuário encontra-se no Céu, e, portanto, não é o próprio Céu (Apoc. 11:19 e 15:5). 

 

HEBREUS 10:10 

Em Hebreus 10:10, o autor da Epístola aos hebreus diz: “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”. – (ARA).

Esta é a última das cinco vezes que aparece o termo: εΦάπαξ - ephápax, no que se chama Novo Testamento. Com exceção de 1Cr. 15:6 que nada tem a ver com a morte do Messias, as outras ocorrências tratam diretamente da morte do Messias, como oferta pelo pecado. E das três ocorrências em Hebreus: 7:27; 9:12 e 10:10. Apenas  em Hebreus 9:12 é que as pessoas são levadas a entender que a expressão: “uma vez por todas”, refere-se ao fato do Messias entrar no “Santo dos Santos” (como já disse anteriormente – depois estudaremos à expressão Grega, da qual esta é a tradução), e não ao Seu sacrifício no Calvário.

Aqui, em Hebreus 10:10, o Texto não poderia ser mais explicito: “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”.

O verso também diz: “temos sido santificados”. Será que a expressão “uma vez por todas’”, também se aplica ao “temos sido santificados”? E se aplicar-se, será que uma pessoa que já foi santificado ainda pode estar sendo santificada? Por outro lado, uma pessoa que já foi santificada ou está sendo santificada, poderá deixar de ser santificada?

Vejamos o que diz Hebreus 10:12 e 14, em contraste/paralelo com Heb. 10:11: “Mas quando este” (NVI), “tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se a destra de Deus”. – (ARA). A expressão “para sempre’”, é a tradução da expressão Grega: eis to dienekès - εις το δηνεκες. O termo δηνεκες, também significa: contínuo.

O verso 14 diz: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. – (ARA). Aqui, o autor da Epístola aos Hebreus deixa claro que, embora tenha aperfeiçoado (por “uma única oferta”, “para sempre”), as pessoas estão sendo santificadas.

E concluindo, sobre a “santificação” ainda no mesmo capítulo ele diz: “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” (Heb. 10:29 – ARA).. E no penúltimo da Epístola ele adverte: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. – (12:14 – ARA).

Então, entendemos que, todos os que um dia aceitaram o Messias como Salvador, e àqueles que estão sendo “criados em Cristo Jesus para boas obras” (Efésios 2:10) e que fazem a vontade do Pai e do Filho, sem que tenham aceitado e/ou conhecido publicamente aos olhos humanos o Filho do Eterno, “estão sendo santificados”. Mas se deixar de fazer a vontade do Pai e de ser “criados em Cristo Jesus”, também deixará de ser santificado. Porque não existe: “uma vez santificado, santificado para sempre”.

Por isso, entendemos que Hebreus 9:12 trata do sacrifício do Messias que foi realizado “uma vez por todas”; não de uma única interseção do Messias no “Santo dos Santos”, pelo Seu povo., nem que Ele tenha entrado uma única vez no “Santo dos Santos”, e lá permanecido até a Sua segunda vinda. Quando o apóstolo Paulo foi convertido, o próprio Messias veio a terra para ter um encontro com ele.

Com estes intuitos, parti para Damasco, levando autorização dos principais sacerdotes e por eles comissionado. Ao meio-dia, ó rei, indo eu, caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os agrilhoes. Então, eu perguntei: Quem és tu Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. – (Atos 26:12-15 - ARA).

Portanto, é em função de um único sacrifício que o Messias intercede por aqueles que hão de herdar a salvação. O Texto de forma alguma trata de uma única intercessão, nem apresenta o Messias como alguém que estará eternamente, diante do Pai (literalmente falando – embora alguns possam pensar assim – Heb. 7:25), intercedendo sem que desta posição saia nem sequer uma vez (9:28). – josielteli@hotmail.com

Que YHWH faça resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti...

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