A Atitude Independente de Ellen G. White Quanto ao Dízimo

Não ocorre na Bíblia, sobretudo no Novo Testamento, nenhuma lei absoluta de onde e como pagar o dízimo. De fato, nem mesmo uma obrigação legal de dizimar é estipulada de modo claro e indiscutível nesta parte da Bíblia que julgamos dizer-nos mais respeito. Tal como o vegetarianismo e a abstinência ao álcool, o dizimar pode ser uma boa prática. O bom senso e o Espírito, que é de ordem, não de confusão, indicará que normalmente uma entidade eclesiástica lide com a administração dos dízimos. Mas o cristão não está obrigado a seguir uma regra sem levar em conta as circunstâncias prevalecentes. Exemplo disso é o de Ellen G. White que soube como ignorar regras eclesiásticas estabelecidas quando circunstâncias o requeriam. Houve ocasiões em que ela não enviou seus dízimos por canais regulares, mas apropriou-os para outras causas, além de recomendar outros a fazerem o mesmo. Ela justifica tais atitudes declarando que "as circunstâncias alteram os casos". Eis o que declarou na Carta 267, de 1905 a G. F. Watson, presidente da Associação do Colorado (MS no. 109):

Alguns casos têm-me sido apresentados por anos, e tenho suprido as necessidades com o dízimo, como Deus instruiu-me a fazer. E se qualquer pessoa me disser, "Irmã White, poderia apropriar-se de meu dízimo para usá-lo onde sabe ser mais necessário?", eu lhe direi, "Sim, eu o farei"; e assim tenho feito. Elogio aquelas irmãs que têm dedicado o seu dízimo onde é mais necessário para ajudar a fazer uma obra que tem sido deixada por fazer.[Traduzido e adaptado de R. D. Brinsmead, Judged by the Gospel, pp. 241, 242).

Em certa série de artigos na Revista Adventista, pelo fim da década de 80, de autoria de Roger Coon, buscava o autor discutir esse problema, certamente como uma prevenção aos evidentes transtornos que tal prática histórica no seio da Igreja (incorrida pela sua grande figura, Ellen G. White) poderia representar, caso outros mais decidissem valer-se de tal exemplo. A série de Coon, porém, além de confirmar que tal prática prevaleceu de parte da Sra. Ellen G. White, consegue tão-só revelar que se ela assim agiu, fê-lo com a preocupação de não tornar isso do conhecimento do público em geral.

Mas se teve tal iniciativa e tinha esse direito, não teriam o mesmo direito qualquer de seus irmãos na fé, daquela época ou da nossa? Esta aí um tema que merece mais profunda reflexão... - Azenilto G. Brito, ex-redator da Casa Publicadora Brasileira

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