O Controle do Apetite no Dia da Expiação

"Faze-me um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Farás tudo conforme o modelo da habitação e o modelo da sua mobília que irei te mostrar." Êxodo 25:8. Essa foi a ordem divina fazer conforme foi mostrado na visão, assim na terra como no Céu. O culto que hoje realizamos é cópia e sombra das realidades celestes, de acordo com a instituição divina recebida por Moisés, a fim de construir a tenda. (Hebreus 8:5)

O objetivo de todo o ritual do santuário terrestre era ensinar a verdade relativa ao santuário celestial. "Tudo isso não é senão sombra do futuro, cuja realidade é Cristo." Colossenses 2:17

"O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus." - O Grande Conflito, pág. 488.

"A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé." Evangelismo, pág. 221.

O serviço no santuário terrestre dividia-se em duas partes:

(1) Os sacerdotes ministravam diariamente no lugar santo, ao passo que uma vez ao ano (2) o sumo sacerdote efetuava uma obra especial de expiação no lugar santíssimo, para a purificação do santuário.

Uma vez por ano, no grande dia da expiação, o sacerdote entrava no lugar santíssimo para a purificação do santuário. A obra ali efetuada completava o ciclo anual do ministério.

O décimo dia do sétimo mês era o Dia da expiação (Lv. 23:27). Era considerado mais sagrado que qualquer outro dia do ciclo anual de serviços. Consistia num Sábado cerimonial e dia de jejum (Levíco 23:30).

O serviço central do dia era a oferta dos bodes. Dois bodes eram trazidos à porta do santuário, e ali eram lançadas sortes sobre eles, uma para o Senhor e outra para o bode emissário, ou azazel (Levítico 16:8).

No símbolo, após o sumo sacerdote ter concluído a obra dentro do santuário no Dia da Expiação, saía levando sobre si os pecados de todo o Israel, e o transferia para a cabeça do bode (satanás) emissário. Esse bode não tinha parte alguma na reconciliação do povo de Deus.

A única incumbência do bode emissário era atuar como um portador dos pecados dos justos para a "terra solitária", terra de separação. (Salmo 7:16). Leia também Patriarcas e Profetas, pág. 355)

No dia da expiação o sumo sacerdote, havendo tomado uma oferta para a congregação, ia ao lugar santíssimo com o sangue e o aspergia sobre o propiciatório, em cima das tábuas da lei. Assim se satisfaziam os reclamos da lei, que exigia a vida do pecador. (Patriarcas e Profetas, pág. 355,356)

Enquanto os serviços do Dia da Expiação prosseguiam, aquele que se lembrasse de pecados não confessados poderia ainda trazer sua oferta pelo pecado, e ser perdoado (Números 29:7-11).

"Isto será para vós lei perpétua. No sétimo mês, no décimo dia do mês, jejuareis e não fareis trabalho algum, tanto o cidadão como o estrangeiro que habita no meio de vós. Por que nesse dia se fará o rito de expiação por vós, para vos purificar." (Levíticos 16:29-30.) "Mas o décimo dia do sétimo mês, é o dia das Expiações. Tereis santa assembléia. Jejuareis e apresentareis oferenda queimada a Iahweh. E toda pessoa que não jejuar nesse dia será eliminada do seu povo..." (Leia Levítico 23:26-30.)

O décimo dia do décimo mês era o Dia da Expiação. Era considerado mais sagrado que qualquer outro dia do ciclo anual de serviço. Consistia num Sábado cerimonial e dia de Jejum. O israelita que não afligisse sua alma nesse dia era eliminado da congregação. (Número 29:7.)

Deveres do Dia da Expiação

A palavra expiação significa reconciliação. É através de Jesus Cristo que o homem e reconciliado com Deus. É esse ministério que Jesus faz no santuário perante o Pai. Mas precisamos cumprir os deveres do dia da expiação que Deus nos pede.

O santuário terrestre era purificado no décimo dia do sétimo mês de cada ano. O santuário celestial será purificado uma vez por todas. Essa obra começou em 1844, no fim do período profético dos 2.300 dias (Daniel 8:14). No serviço simbólico, o Senhor entrava no santo dos santos no Dia da Expiação, pois Ele prometera que Sua presença ali se manifestaria. (Levítico 16:2) Leia Daniel 8:14,17,26 7:9,10,13.

Deus esperava que Seu antigo povo O servisse fielmente cada dia do ano, e aceitava seus serviços. Mas, vindo o Dia da Expiação, requisitos especiais eram impostos sobre eles durante aquele dia. Se deixassem de cumprir, eram eliminados do povo de Israel.

O trono de Deus é uma estrutura móvel. Como, no símbolo, Sua presença visível era manifesta no primeiro compartimento do santuário terrestre, no Céu o trono de Deus estava no primeiro compartimento quando Cristo ascendeu e assentou-Se à destra do Pai. Porém, Daniel viu não somente Deus e Cristo mudarem de lugar, mas também a posição dos tronos sendo mudada, quando "assentou-se o tribunal, e abriram-se os livros". O símbolo encontrou seu cumprimento.

No templo celestial, morada de Deus, acha-se o Seu trono, estabelecido em justiça e juízo. No lugar santíssimo está a Sua lei, a grande regra da justiça, pela qual a humanidade toda é provada. O Grande Conflito, pág. 415.

"Eu continuei olhando", diz o profeta Daniel, "até que foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias Se assentou; o Seu vestido era branco como a neve, e o cabelo de Sua cabeça como a limpa lã; o Seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dEle; milhares de milhares O serviam, e milhões de milhões estavam diante dEle; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros." Daniel 7:9,10.

O Ancião de Dias é Deus, o Pai. Diz o salmista: "Antes que os montes nascessem, ou que Tu formasses a terra e o mundo, sim de eternidade a eternidade, Tu és Deus." Salmos 90:2.

"E eis que vinha nas nuvens do Céu Um como o Filho do homem; e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará." Daniel 7:13,14. A vinda de Cristo aqui descrita não é a Sua Segunda vinda à terra.

"Ele vem ao Ancião de Dias, no Céu, para receber o domínio, a honra, e o reino, os quais Lhe serão dados no final de Sua obra de mediador." O Grande Conflito pág. 479-480.

Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de Se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma. (G. Conflito pág. 479,480)

No cerimonial do santuário terrestre, que, conforme vimos, é uma figura do serviço no santuário celestial, quando o sumo sacerdote no dia da expiação entrava no lugar santíssimo, cessava o ministério no primeiro compartimento. (G. Conflito pág. 428)

É esse ministério que Jesus faz no santuário perante o Pai. Mas precisamos cumprir os deveres do dia da expiação que Deus nos pede.

Deus tem aceito o serviço de Seu povo através dos séculos. Ao chegar, porém, o dia antitípico da expiação, tendo-se iniciado o juízo investigativo no santuário celestial, Deus requer da congregação antitípica sobre a terra o cumprimento de sua parte do antítipo tão fielmente como Cristo, nosso Sumo Sacerdote, cumpre Sua parte no Céu.

Aquele que, durante o dia antitípico da expiação ou juízo investigativo pensar que Cristo intercederá por seu caso enquanto ele mesmo ignora a obra que Deus prescreveu para ser cumprida pela antitípica congregação, verificará finalmente que seu nome será apagado do livro da vida. Somos salvos pela fé em nosso Sumo Sacerdote, mas fé sem obras é morta (Tiago 2:17).

Se possuirmos uma fé viva, alegremente cumpriremos o que o Senhor ordena. A Cruz e Sua Sombra, págs. 227-228.)

Quatro coisas eram exigidas de cada exigidas de cada indivíduo do antigo Israel no Dia da Expiação -- o período de 24 horas no qual a obra simbólica da expiação era realizada, e que era "figura e sombra" do serviço real:

1. "Aos dez deste mês será o Dia da Expiação: tereis santa convocação." Aquele dia devia ser uma santa convocação. O povo devia congregar-se para o culto religioso. (Leia Hebreus 10:21-25)

2. "Trareis oferta queimada ao Senhor." No antitípico, não oferecemos ofertas queimadas de carneiros ou ovelhas. Mas Deus espera que cumpramos o antitípico das ofertas consumidas sobre o altar.

Deseja que "espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (I Tessalonicenses 5:23)

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Romanos 12:1)

3. "Nesse mesmo dia nenhuma obra fareis" (Levítico 23:27e28)

O Dia da Expiação era reverenciado pela antiga congregação como um Sábado cerimonial (Lv. 23:31). Eis o terceiro requisito: Todo trabalho era posto de lado, e a força do pensamento concentrada em buscar a Deus e servi-Lo. A obra divina ocupava o pensamento durante o dia todo. Assim era o símbolo. Mas isso não significa que no dia antitípico da expiação ninguém deve atender aos seus negócios, pois Deus nunca intentou que Seu povo fosse remisso em suas atividades profissionais (Rm. 12:11). Ele prometeu abençoá-los nas coisas temporais se cumprissem o antitípico conferido à Sua obra e serviço o primeiro lugar, e aos seus interesses temporais o segundo (Mateus 6:31-33). Isso foi ensinado  pelas palavras do Senhor: "Acautelai-vos por vós mesmo, para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem sobrecarregados com as preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente." (Lucas 21:34) Mateus 19:29

4. "Afligireis a vossa alma." Cada indivíduo devia "afligir" sua alma examinar seu coração e remover cada pecado, passando muito tempo em oração. Com isso estava ligado o quarto requisito: abstinência de alimento.

Controle do Apetite

Essa determinação foi tão poderosamente inculcada nas mentes do antigo Israel que, mesmo no tempo presente, os judeus jejuam do décimo dia do sétimo mês. O dia antitípico da expiação abrange um período de anos. No símbolo, exigia-se um jejum de 24 horas. Durante esse dia requeria-se um completo controle do apetite. Isso era um símbolo da abstinência que deve ser praticada durante o antitípico período de anos. Deus designou que Seu povo controla-se o apetite e o mantenha subjugado (1° Coríntios 9:27).

A temperança, ou reforma de saúde, foi nos mostrado claramente que é o verdadeiro jejum que Deus requer de Seu povo. Este jejum, é a abstinência de alimentos que ocasionam enfermidades físicas, acarretando o cérebro, e obstruindo o meio de santificação.(Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 188,189)

Deus convida Seu povo a não torna-se escravo do apetite, mas sim mantê-lo sob controle, a fim de que possam ter mentes mais claras para compreender verdades divinas e acompanhar a obra de seu Sumo Sacerdote no santuário celestial.

A advertência é contra "orgia" -- "comer demais e embriaguez", comer alimento prejudiciais. Em outras palavras, o Salvador quer que Seu povo, durante o antitípico Dia da Expiação, considere tanto a quantidade como a qualidade de seu alimento. (Leia Provérbio 23:20e21; 24:13; 25:16; 25:27; Isaías 7:14-15)

Satanás se regozija em obscurecer a mente e destruir a saúde. Aqueles que desejam cumprir o antitípico terão domínio sobre seu apetite, para que possam estar preparados para o encontro com o Salvador, quando Ele vier à terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Quem conservará sua mente clara através do controle do apetite, e o coração purificado pela oração e profundo exame introspectivo?

Quem consagrará todo o seu interesse sobre o altar do Senhor, a fim de ser um instrumento para Sua glória, nunca permitindo que os "cuidados desta vida" debilitem a obra divina ou tragam negligência para com o estudo das Sagradas Escrituras? Destes, nosso Sumo Sacerdote dirá: "O justo continue na pratica da justiça, e o santo continue a santificar-se." (Leia A Cruz e Sua Sombra e Apocalipse 12:11.) - Heron Duarte, diretor de igreja na Bahia.


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