Presidente da UCB ensina técnica satânica da visualização na Revista Adventista
(Carta Aberta ao Pastor Tércio Sarli - Fevereiro de 2000)

Você deve se lembrar daquela história do alfaiate que enganou o rei com a história de uma roupa invisível. Ele disse ao monarca que ela só poderia ser vista por pessoas inteligentes. E o rei para não passar por burro fingia ver as vestes que o alfaiate fingia preparar. Ele as experimentou e disse que tinham ficado perfeitas, bem ajustadas ao corpo. Pagou uma fortuna pela roupa nova e até marcou um dia para desfilar com ela em sua carruagem! 

Todos os cidadãos do reino foram informados que num determinado dia sua alteza estaria desfilando com essa nova roupa, que só poderia ser vista pelos inteligentes do reino. Mas quando chegou o dia, enquanto ao longo da rua principal todos os adultos aplaudiam as lindas vestes de sua majestade, um menino gritava: "O rei está nu, o rei está nu..."

Tércio Sarli é o rei. E este texto, mais que uma denúncia é um apelo e desafio para que ele reavalie seus caminhos e admita estar nu, errando por administrar autoritariamente a igreja de Deus, distante dEle, adotando métodos e práticas meramente humanos, sem aceitar ser admoestado e desconsiderando as orientações do Espírito de Profecia. Alguém precisava lhe dizer isto, pastor. O senhor está indo longe demais, sob essa capa invisível de "ungido do Senhor". 

Pelo que escreveu na coluna "A Hora Tranqüila" da edição de fevereiro da Revista Adventista percebe-se que suas orações não devem estar produzindo os efeitos que gostaria e o senhor supôs que o problema estivesse na adoção de técnicas erradas. Então passou a estudar livros como os de Agnes Sanford, a quem denomina "escritora evangélica, autora de bons livros devocionais". Chega ao absurdo de compará-la com Ellen G. White!

Para o leitor superficial da Revista Adventista talvez esse nome tenha passado despercebido e tenha sobressaído apenas o que ela ensinaria "a respeito da oração 'eu vejo', isto é, a oração que fazemos na certeza da resposta de Deus, e por cuja resposta já podemos agradecer ao final da prece, independente de como ela virá da parte de Deus." Mas o senhor, com certeza, sabe quem foi Agnes Sanford, pastor Tércio, e sabe o risco que corre e expõe a igreja ao sugerir que beba em fontes envenenadas, de ciência com mistura do bem e do mal. 

Mãe da "Cura Divina Interior"

Agnes Sanford nasceu em 1897. Filha de presbiterianos, é vista como uma das mais preeminentes curandeiras deste século por parapsicólogos, pentecostais e católicos carismáticos. Seu primeiro livro The Healing Light garantiu-lhe um lugar como líder influente e poderosa "ministra da cura" entre os pentecostais. Nessa obra, a Sra. Sanford descreve suas experiências com o que chama "poder divino de cura". Ela compara o poder de Deus ao poder da eletricidade: "O universo todo está cheio dele, mas é somente uma parte que flui através de nós para operar maravilhas."

Falando sobre a técnica da oração de visualização - "eu vejo" - discípulos de Agnes Sanford ensinam hoje que: "Você cria a presença de Jesus com sua boca. Se você está falando sobre salvação, o Jesus Salvador aparece. Se você fala sobre cura divina, então Ele se manifestará como médico entre sua congregação. Se você fala sobre o miraculoso poder de Jesus Cristo, então Sua presença miraculosa se torna realidade. Ele é limitado por seus lábios e suas palavras. Ele depende de você."  

"A imaginação abre as portas da fé", dizem esses adeptos da técnica de oração visualizadora que o senhor, pastor Sarli, propôs na Revista Adventista. "Se nós podemos ver com os olhos de nossa mente um casamento fragmentado inteiro ou um enfermo já recuperado, só nos falta então acreditar e assim será." É o que ensinam. E não importa que tenha dito que devemos imaginar "segundo a vontade de Deus" porque o cristão quando ora sempre pede o que lhe parece ser bom e acredita ser também o desejo divino. Um movimento de reavivamento e oração nesse estilo pode muito rapidamente transformar nossos cultos e congregações em igrejas pentecostais. 

Veja o que diz um autor verdadeiramente evangélico, embora não seja adventista, sobre a influência perniciosa de Agnes Sanford:

"Uma área onde a feiticaria traz maldição para a a igreja é a área da cura ou mais precisamente a 'cura divina interior' ou 'cura das lembranças'. Esse tipo de cura emocional tem suas raízes nos ensinos da anti-cristã, ocultista, Agnes Sanford. Mesmo anos depois de sua morte, suas terapias de cura através de orações mágicas tem se desenvolvido e florescido na igreja dos dias de hoje. Suas idéias são desdobramentos das teorias freudianas e junguianas e passam pelo ocultismo. Numa sessão de oração pela cura, o ministro que adota esse método sem perceber manipula princípios do ocultismo como imaginação orientada ou memória induzida, visualização, convocação de espíritos guias enquanto manipula também a mente da pessoa que está sendo curada." http://www.senet.com.au/~russshar/WCRAFT.html

Abusing MemoryNo livro Memória Agredida: A Teologia da Cura de Agnes Sanford, a Dra. Jane Gumprecht revela as raízes não-bíblicas desse tal "movimento de cura interior", que inclui ensinos ocultistas e teorias psicológicas de Freud, Jung, e outros, que criaram a "criança interior" e acreditam em um inconsciente que controla os pensamentos, sentimentos e ações conscientes. Esse é um importante livro para entender os sérios problemas com a chamada cura interior praticada em muitas igrejas protestantes.
(Fonte: http://www.psychoheresy-aware.org/abusmebk.html)

CapaEm português, existe o livro O Poder Curativo da Fé, do jornalista Will Oursler. Segundo a Editora Nova Era/Record, responsável pelo lançamento, o autor " baseou-se em investigações, entrevistas pessoais e fatos já documentados para escrever O Poder Curativo da Fé. ...Das práticas religiosas do passado até a psiquiatria moderna, o autor pesquisou vários tipos de cura e curadores. Da cura pela antiga prática de imposição das mãos, pela prece, pela afirmação, pela confissão e comunhão e todos os tipos de sacramentos aos líderes carismáticos - com um dom especial para curar - e pessoas que afirmam ser usadas por Deus como canais para conseguir debelar doenças.

"Oursler relata curas acontecidas em santuários católicos como Lourdes e St. Anne Beaupré, nos serviços de igrejas episcopais, e através dos paranormais Agnes Sanford, Ambrose Worral, Edgar Cayce, Harry Edward e Oral Roberts, entre outros.

"Para Will Oursler, a cura pela fé sempre foi praticada, mesmo antes de Cristo, mas foi acobertada pela superstição e pela bruxaria, e também pela disputa de poder entre a Igreja e a medicina..." (Fonte: http://www.record.com.br/novaera/releases/04513.htm)

É isso que pretende, pastor Sarli? Inaugurar uma nova era de sessões de auto-sugestão e manipulação mental nas igrejas adventistas? Cristo nosso máximo e singular modelo em todas as coisas jamais usou a técnica do "eu vejo" nas várias ocasiões em que os Evangelhos registram que tenha orado. A oração-modelo não inclui nem sugere essa técnica, pastor: "Pai nosso que eu vejo que está no Céu. Eu vejo que Seu nome está sendo santificado na terra como no Céu..." Isso é, no mínimo, auto-hipnose, auto-sugestão, quando utilizado na devoção pessoal. E se ocorre numa oração intercessória por alguém que está doente ou em dificuldade beira à bruxaria, igualando-nos aos hipnotizadores e curandeiros pentecostais ou, como alguns preferem dizer, "sensitivos" ou "paranormais".

Palavras Mágicas na Oração?

Agnes Sanford é a moderna médium de En-Dor a quem nosso rei procura e, de novo, como Saul, pergunta: "O que vês? E esta responde: "Eu vejo um deus que sobe da terra..." Se suas orações não têm mais hoje o poder de anos passados, não imagine, pastor, nem ensine que isto se deva ao uso de técnica errada. Não transforme a oração em encantamento ou feitiço produzido por palavras mágicas. 

A sede de poder e prestígio pode o estar cegando, pastor Tércio, embora diga "eu vejo". Não pretenda para si a autoridade, respeito e reverência que só a Deus pertencem. Não queira exercer o dom divino de cura ou qualquer outra manifestação miraculosa sem que o Espírito Santo lhe capacite. O senhor pode atrair a maldição do desagrado de Deus para todo o bom trabalho que alguns pastores realizam na UCB por insistir em chamar ao mal bem.

Não tente substituir o ausente poder de Deus por métodos humanos. A pregação do Evangelho não será concluída por transmissões via satélite e televisores no púlpito, mas pelo derramamento do Espírito de Deus, cujo sinal nenhuma parabólica capta. Só corações humildes e contritos. 

O que há por trás dessa exclusividade com a Tecsat, pastor Sarli? Ela não é a operadora de tevê a cabo com maior abrangência no país. Como pode dizer que a mensagem adventista vai chegar a todo o Brasil por esse meio e exigir que as igrejas adquiram esse equipamento todo só para assistir às teleconferências de seu irmão? O número de assinantes de tevê paga no Brasil, incluindo os das maiores (Direct TV e Net) não chega a cinco milhões. Basta, pastor Sarli. Não substitua nossos pastores por aparelhos de televisão.

Perseguição, calúnia, mentiras e processos judiciais também não são métodos divinos de lidar com os problemas da igreja, pastor. Não estaria na hora de abortar tudo isso, mandar parar, pedir perdão e iniciar uma outra fase na história da igreja na União Central Brasileira?

Como vai ficar o recente episódio do plano Esperança 2000, que previa mudanças inaceitáveis inclusive na Santa Ceia? Nenhuma explicação será dada? O texto será simplesmente renegado e atribuído a um hacker? Como explicar que o site da União Nordeste o mantém no ar, em duas versões? Por que não dizer a verdade? Por que não admitir nossos erros? Por que não permitir que Jesus Cristo, de fato, nos cure para que então possamos dizer: "Eu era cego e agora vejo!"? - Robson Ramos


Sites úteis para melhor informação sobre Agnes Sanford (em inglês):


Caro Robson Ramos,

Através de vários estudos de livros do espírito de profecia, cheguei a uma conclusão pelo que E.G.W. diz a respeito do "eu vejo". Segundo o dicionário Aurélio, a expressão "eu vejo" (verbo ver) pode ser entendida como: Conhecer ou perceber pela visão; olhar para; contemplar ou alcançar com a vista; enxergar; divisar; distinguir, avistar ou reconhecer, compreender ou imaginar, fantasiar... Grande fantasia, isto é o que ele está vendo! Porém, quando lemos o que EGW escreveu, vemos: "O EU ACHO LEVARÁ TODOS A PERDIÇÃO". Mas, ao voltarmos ao mesmo verbete no dicionário Aurélio, que diz também: Examinar, investigar, chegamos a conclusão simples de que o líder da UCB, ao invés de estar "examinando as escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna", está vivendo "grande fantasia" ao invés da realidade.

A partir do momento que buscamos algo diferente do que Jesus nos ensinou sobre como devemos orar, no exemplo do conhecido Pai Nosso, estamos buscando o "EU ACHO" ou em outra palavras. A "GRANDE FANTASIA" de agarrar-se ao que eu vejo ao invés do que "está escrito". Por falar nisso, não é essa nossa regra de fé? Sola Scriptura? A Escritura e ela somente como regra de fé? E o que E.G.W. diz sobre a mistura de erro e verdade? Sobre procurar o conhecimento onde sabemos estar presente o erro? Qual é a necessidade lançar mão de conhecimentos mundanos quando estamos repletos de princípios reais? Será que estamos sendo como Daniel na Babilônia, fiel ao aprendizado? Ou estamos comendo aquilo que Deus nos proibiu de comer? Estamos dando pérolas aos porcos ou comendo comida dos porcos e as distribuindo como pérolas? O que estamos fazendo?

Espero que estas palavras publicadas produzam maior leitura sobre o assunto nas Escrituras e nos escritos do espírito de profecia.

Não devemos condenar o pastor Tercio, mas exortá-lo a buscar a verdade, pois todos nós "somos ricos e abastados e de nada temos falta", enquanto "o mundo" e o "povo perecem por falta de conhecimento", o que para nós é simples como respirar. Por que vamos além dos limites pelo conhecimento mundano, se temos todos os conhecimento revelados por Deus as nossas mãos?

Um abraço a todos vocês, 

Um estudante da palavra de Deus.

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