Bode Azazel: Símbolo de Satanás ou de Cristo? (Parte 10)

 

A partir do verso 20 (vinte), perceberemos claramente qual é a parte específica do bode Azazel no contexto do Yom Kippur. No verso 17 (dezessete) foi dito:

Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel”. (ARA).

VERSO 20:

Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar, então, fará chegar o bode vivo”. (ARA).

Nesse verso, claramente diz: “Havendo, pois, acabado de fazer expiação...”. Percebe-se, então, explicitamente que, o bode Azazel apenas é trazido após ser concluída a expiação. Contudo, o mesmo verso nos deixa implícito uma interrogação: Por que não está escrito, no verso 20 (vinte), que também foi realizada a expiação pela congregação dos filhos de Israel?

Essa pergunta, podemos respondê-la da seguinte forma: Assim como as “impurezas dos filhos de Israel”, “suas transgressões” e “todos os seus pecados”, contaminaram o “altar”, o “santuário” e a “tenda da congregação”, tornando-os impuros, e por isso, deveria ser purificado (santificado/justificado) uma vez por ano, com a morte de animais inocentes que simbolizavam a morte do Filho do Homem como “O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29 – ARA). Da mesma forma, “todas as iniqüidades dos filhos de Israel”, “todas as suas transgressões” e “e todos os seus pecados”, conforme o verso 21 (vinte e um), eram colocados no originador do pecado nos “filhos (congregação dos filhos) de Israel”, ou seja - no ser que introduziu o pecado no Universo.

VERSO 21:

Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem à disposição para isso”.

Até aqui, percebemos que tanto o “novilho” quanto o “bode para Yahweh”, ambos representando o Salvador, Aquele que morreu em nosso lugar e assumindo as nossas dívidas, para com a Lei do Eterno, a fim de nos purificar, santificar e justificar  de “todas as iniqüidades de todas as transgressões e detodos os pecados”. No entanto, “o bode Azazel”, no final da expiação, é conduzido para levar sobre si, ao deserto (abismo), a culpa final, como aquele que é identificado como sendo o originador (causador) do pecado no Universo.

VERSO 22:

 “Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles para terra solitária; e o homem soltará o bode no deserto”.

Então, quando o bode Azazel foi ou será conduzido ao deserto? Para esta pergunta, temos “duas possíveis” respostas, mas apenas uma caracteriza perfeitamente o ato final, após o processo da Grande Expiação ou Juízo Investigativo.

A primeira, que podemos entender, mas não aceitar plenamente, é a referência descrita pelos evangelistas, que narram a ida do Messias ao deserto, onde Ele foi tentado pelo Diabo. Contudo, porém, a segunda é a que perfeitamente responde à pergunta feita.

Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo”. Apoc. 20:1-3 – ARA).

Confira os comentários feitos sobre o verso 10: “... para fazer expiação contra ele e enviá-lo ao deserto como bode emissário”; “... para fazer expiação por causa dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário”; “... para fazer expiação sobre ele e enviá-lo ao deserto como bode emissário”.

Além do mais: “Sem derramamento de sangue não há remissão”. (Heb. 9:22 - AVR).

No entanto, segundo o Texto Sagrado de Levítico 16, as cerimônias do dia da expiação não termina com o bode Azazel sendo conduzido ao deserto. Portanto, conforme o que está descrito nos versos 23 a 28, a cerimônia do Yom Kippur, ainda continua após o bode ser conduzido ao deserto, principalmente com a cerimônia do “holocausto” que é oferecido pelo Sumo sacerdote: “Um carneiro, para holocausto”. (Lev. 16:3– ARA. Conferir verso 24). E com o “holocausto” pela congregação dos filhos de Israel: “Um carneiro, para holocausto”. (Lev. 16:5 – ARA. Conferir verso 24).

“... Então, sairá, e oferecerá o seu holocausto e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo”. (Lev. 16:24 - ARA).

Portanto, aqui, nesse verso, percebemos claramente que a expiação não termina com o bode Azazel sendo enviado ao deserto, mas com os carneiros que eram oferecidos em holocausto, pelo sumo sacerdote e pelo povo – verso 24.

Na próxima parte, faremos um estudo relacionado aos versos 23 a 28. – josielteli@hotmail.com

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