Análise Oficial: Os Adventistas e o Filme “A Paixão de Cristo”

February 24, 2004 Silver Spring, Maryland, United States .... [Mark A. Kellner/ANN]

“A Paixão de Cristo”, um filme de 30 milhões de dólares que retrata as 12 últimas horas da vida de Jesus de Nazaré, já tem provocado um debate mundial sobre esses eventos e sua significação. O filme, co-escrito e produzido, financiado e dirigido pelo ator Mel Gibson, será lançado na América do Norte em 25 de fevereiro, com lançamento na Grã-Bretanha um mês depois. Outros lançamentos ocorrerão a nível mundial em seguida.

A película já tem causado controvérsia pelo modo como descreve os líderes religiosos judaicos dos dias de Jesus, homens que se mobilizaram pela Sua crucifixão. Alguns têm acusado o filme de ser de teor anti-semita, enquanto outros, tal como o Rabino Daniel Lapin, crítico cinematográfico, Michael Medved e o próprio Gibson dizem que o filme não tem tal intenção.

Vários diretores adventistas de Ministério de Mídia, bem como este repórter, tiveram oportunidade de ver o filme durante uma exibição privada em 16 de fevereiro durante a Convenção Nacional de Difusores Religiosos em Charlotte, Carolina do Norte. Fizemos parte de uma audiência de quase 3.000 pessoas reunidas no salão de bailes do centro de convenções. Ao terminar a exibição do filme de duas horas perto da meia-noite, o silêncio dominava a multidão que se dirigia para a saída. Além de alguns que oravam silenciosamente em seus assentos, não havia conversas ou barulho de qualquer tipo. A natureza pungente e gráfica do filme e seu impacto impediu a conversação normal por vários minutos.

“Durante esta exibição privada de ‘A Paixão’ sentimo-nos dominados pelo impacto [e] não só sobre nós”, declarou o Pastor Lonnie Melashenko, diretor/orador de “A Voz da Profecia”, um ministério de rádio e TV sediado em Simi Valley, Califórnia, EUA.

“Foi uma exibição profundamente espiritual, impressionantemente precisa. Eu incentivaria vigorosamente os que estão envolvidos no projeto Semeando Um Bilhão a dirigirem-se aos cinemas e oferecerem os folhetos promovendo os estudos bíblicos da série “Descoberta da Bíblia” àqueles que estão saindo do cinema, disse ele.

Melashenko acrescentou: “Este filme propiciará muitas oportunidades para testemunho. É quase providencial que apareça durante o ‘Ano de Evangelismo’ para nossa igreja e a campanha do Semeando Um Bilhão”.

O Pastor John Lomacang, da Igreja Adventista de Thompsonville, em Illinois, também participou da convenção e da exibição particular. Ele disse que a mensagem subjacente ao filme foi o que mais o impressionou.

“O ponto mais forte para mim foi que Jesus foi esmagado por nossas transgressões”, ele disse na manhã após a exibição. “Se [Mel Gibson] estava visando a descrever com exatidão o sofrimento de Jesus, ele teve êxito”.

Conquanto desejasse ter visto maior ênfase dada sobre a ressurreição de Jesus, Lomacang, isso “poderia ter apagado de nossas mentes o sofrimento” do Nazareno.

Ele também notou que o efeito do filme sobre sua audiência: “Foi a mais silenciosa saída de um filme que já experimentei”.

Conquanto se espere que o efeito do filme sobre audiências propicie oportunidades para o evangelismo, devem os adventistas correr para os cinemas? Não sem considerar as origens do filme, declara o Dr. Angel Manuel Rodríguez, diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da denominação.

“Tenham em mente que esta é uma produção de Hollywood”, declarou o Dr. Rodríguez, que ainda não assistiu ao filme. “O produtor pode ser sincero, mas há outras questões. Também [Gibson] tem seus próprios pontos de vista teológicos”, aduziu.

Contudo, acrescentou: “não há nada errado em ir ver um filme sobre Jesus. Se for tão fiel ao relato do Evangelho, nada há de errado em vê-lo. Teremos que ver quão intenso é este filme, quão fiel ao texto bíblico”.

Conquanto Gibson, um católico romano “tradicionalista” que rejeita pessoalmente muitas das mudanças instituídas pelo Concílio Vaticano II, disse que extraiu a história dos relatos dos Evangelhos, ele também admite que as visões de duas freiras católicas, Anne Catherine Emmerich da França e Maria de Agreda, da Espanha, influenciaram seu script.

Numa entrevista com David Neff, editor-chefe da revista “Christianity Today”, Gibson declarou que “o filme é também mariano”, em seu tratamento de Maria, a mãe de Jesus.

Tais elementos podem ser estranhos a muitos que o virem. O Dr. Rodríguez declara que de um modo geral, o filme “porá a Jesus de volta na consciência social do mundo ocidental. De repente as pessoas estão falando sobre a morte de Jesus e o que representa”.

Dick Duerksen, diretor de desenvolvimento espiritual do Hospital Flórida, também viu o filme numa sessão privada. “Não creio que as pessoas devam ver o filme a menos que creiam que a cruz seja o ponto de contato com a eternidade”, disse Duerksen a ANN. “Vão perder totalmente o principal”.

“O que me impressionou mais sobre o filme é a reação da audiência; 10 minutos de filme e começa a choradeira, e assim pelo restante do filme, havia muitas pessoas chorando, gemendo, confessando os pecados, pedindo perdão e louvando a Deus por Sua graça” Duerksen acrescentou. “Foi realmente impressionante a maneira em que as pessoas reagiam”.

Prevendo que o filme se tornará “um tema de conversações” nas instalações do Hospital Florida, Duerksen disse que ingressos foram adquiridos para 50 de seus capelães, para prepará-los para discussões com pacientes e outros.

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Comentário: Paz não, mas uma espada sim

Por William Safire, do The New York Times :: 20:03 01/03

WASHINGTON - A palavra "paixão" tem raiz no equivalente latim para "sofrer". O filme de Mel Gibson sobre a tortura e agonia das horas finais de Jesus é o exemplo mais sangrento e brutal de sadismo sustentado já presente nas telas dos cinemas.    

Pelo fato de a projeção de alguém ferido do diretor encontrar uma desculpa em um propósito religioso - para mostrar quão terrivelmente Jesus sofreu pelos pecados da humanidade - a proibição contra a violência do filme foi radicalmente reduzida. A mutilação em filmes, há muito evitada pelos pais, encontrou seu espaço; agora, outros em Hollywood encontrarão meios de superar o arrasa-quarteirão de Gibson, de fornecer meios para os voyeurs da violência e, assim, de tornar um derramamento de sangue banal.

Quais são os propósitos dramáticos desta descrição de dor e crueldade? Primeiro, o choque; o público do qual fiz parte engasgou no primeiro corte da carne. Depois, a pena resultante de um sofrimento prolongado. E, finalmente, o horror: quem foi responsável por essa humilhação cruel? Que vilão merece ser punido?

Não Pôncio Pilatos, o romano encarregado; ele e sua mulher gentil são personagens simpáticos. Nem o rei Herod, mostrado como culpado.

O vilão ao qual se dirige a raiva do público são os atores que representam rabinos sedentos de sangue e seus radicais seguidores judeus. Esta é a essência da "peça apaixonada" medieval, preservada na Alemanha pré-Hitler em Oberammergau, uma fonte do ódio de todos os judeus como "assassinos de Cristo".

Muito do ódio se baseia em uma linha do testamento de São Mateus, após o governador romano lavar suas mãos e se livrar da responsabilidade por ordenar a morte de Jesus, quando a multidão chora: "Que seu sangue esteja em nós, e em nossos filhos".

Embora não mencionada nos testamentos de Marcos, Lucas ou João, aquela linha em Mateus - abraçada com um júbilo furioso por anti-semitas através dos tempos - está bem aqui no Novo Testamento. Gibson e seu roteirista não inventaram isso, nem deturparam a responsabilidade do apóstolo pela aversão do governador romano à injustiça.

Mas os tempos bíblicos não são os tempos atuais. Essa linha inflamatória em Mateus - e os milênios de perseguição, bodes expiatórios e, no final das contas, o genocídio que correu parcialmente a partir de sua repetição maligna - foram finamente conduzidos pela Igreja Católica nas décadas após a derrota do nazismo.

No histórico Segundo Conselho do Vaticano de 1965, durante o papado de Paulo VI, a igreja decidiu que enquanto alguns líderes judeus e seus seguidores haviam pressionado a morte de Jesus, "ainda assim, o que aconteceu em sua paixão não pode ser uma acusação a todos os judeus vivos na época, indistintamente, nem contra todos os judeus de hoje".

Houve uma mudança de rumos na interpretação doutrinária dos testamentos, e o começo de um grande progresso entre crenças.

Contudo, um grupo de católicos rejeita isso e outras propriedades do Segundo Conselho do Vaticano. Segundo informações, Gibson está alinhado com esse clique reacionário (E seu pai também, um negador declarado do Holocausto; mas o filho alerta os entrevistadores a não irem lá. Eu concordo; a geração mais recente não deve ser responsabilizada pelos pecados dos pais).

Em uma propaganda habilidosa para o lançamento do filme, os agentes de Gibson declararam que ele concordou em remover essa maldição antiga do roteiro. Isso não está nas legendas que vi na outra noite, apesar de que ainda possam estar no áudio em aramaico, caso no qual certamente será traduzido nas versões estrangeiras.

E é aí que está o problema. Em um momento no qual uma onda de violência anti-semita está varrendo a Europa e o Oriente Médio, será que a religião está bem servida pela atualização das peças de paixão, de perseguição de judeus de Oberammergau em DVD? Será que a arte está sendo servida ao apresentar a antiga discórdia na mídia de sangue corrente para as maiores audiências da história do drama?

Em 10:34, Mateus cita Jesus falado a seus apóstolos de maneira não característica: "Não pensem que eu venho para enviar a paz sobre a Terra: eu vim não para mandar a paz, mas uma espada". Você não vê isso em cartões de Natal e isso não está neste filme, mas tais palavras podem ser reinterpretadas - leia hoje para entender que a paz interior vem somente após uma batalha moral.

A riqueza da Bíblia está em sua abertura à interpretação, respondendo às necessidades espirituais atuais da humanidade. É aí que a versão medieval de Gibson do sofrimento de Cristo, desvairando-se na selvageria para provocar horror e espalhar a culpa, reprova os cristãos e judeus de hoje.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1533015,00.html


"A Paixão de Cristo" domina bilheterias

Por Evelyn Nussenbaum :: 18:19 01/03

LOS ANGELES - "A Paixão de Cristo", novo filme de Mel Gibson sobre a Crucificação, continuou com o seu forte desempenho de bilheteria durante o fim de semana. O filme arrecadou cerca de US$ 76,2 milhões no período de sexta-feira a domingo, com um total de US$ 117,5 milhões desde que estreou na quarta-feira.    

Este é o segundo maior total de cinco dias para uma estréia de quarta-feira, atrás apenas de "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei", que ganhou US$ 124,1 milhões em seus cinco primeiros dias em dezembro. "A Paixão de Cristo" teve a maior venda de ingressos no dia de estréia de qualquer filme em fevereiro na história de Hollywood.

"Esses são números de como esse fosse um grande filme de verão", comentou Paul Dergarabedian, presidente da Exhibitor Relations, que acompanha a venda de ingressos. "Ele ultrapassa 'Harry Potter'. Está no rastro de 'Guerra nas Estrelas 2'". Nós nunca vimos nada como isso".

A equipe de Gibson foi reticente no despertar da controvérsia que o filme gerou por causa de sua violência gráfica e acusações de que ele elevaria o anti-semitismo. "As pessoas falaram; eles queriam isso", afirmou Bruce Davey, chefe executivo da Icon Productions, de Gibson e produtor do filme. Gibson em si não estava disponível para comentários. "A bilheteria fala por ele", acrescentou Davey.

"A Paixão de Cristo" derrotou todos os seus concorrentes do fim de semana. A comédia romântica da Sony, "50 First Dates", com Drew Barrymore e Adam Sandler, ficou em uma distante segundo lugar com US$ 12,6 milhões em vendas. O suspense da Paramount Pictures, "Twisted", arrecadou modestos US$ 9,1 milhões em seu fim de semana de estréia.

O contraste também ficou evidente nas chamadas vendas por-sala por fim de semana. "A Paixão de Cristo" foi exibida em 3.043 cinemas, que venderam uma média de US$ 25.041 em ingresso. "50 First Dates" também é considerado um sucesso. Mas três semanas após seu lançamento ele estava em exibição em 3.450 salas, com uma média de US$ 3.652 nas bilheterias.

O teste da manutenção do poder de "A Paixão de Cristo" será nas vendas de ingressos do próximo fim de semana. Não é incomum que filmes em exibição em tantas salas de cinema tenham uma queda de até 40% em seus rendimentos nas semanas seguintes à estréia.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1532879,00.html


Sex, 20 Fev - 18h03
Filme sobre Cristo pode mudar carreira de Mel Gibson

Por Arthur Spiegelman

LOS ANGELES (Reuters) - Um ano atrás, a idéia teria soado impensável em qualquer estúdio de Hollywood: um épico ensanguentado, legendado, sobre a morte de Jesus Cristo, dirigida por um homem que combatia demônios interiores próprios e enfrentava controvérsias a cada passo que dava.

Em lugar disso, "The Passion of the Christ", filme de 30 milhões de dólares que Mel Gibson dirigiu e pagou com seu dinheiro próprio, vai estrear na semana que vem em 2.800 salas nos EUA. Tudo indica que será um sucesso certeiro de bilheteria, graças à guerra cultural que explodiu em torno do filme e à discussão sobre se é ou não anti-semita e sobre a precisão histórica do retrato que faz de Jesus.

Como se não bastassem essas controvérsias, também se discutem acaloradamente o catolicismo ultraconservador de Gibson, o nível extremo de violência no filme e até mesmo se o diretor compartilha as opiniões de seu pai sobre o Holocausto. "É tudo ficção", disse Hutton Gibson, 85 anos, ao apresentador de TV Steve Feuerstein, em Nova York, esta semana. "Talvez não tudo, mas a maior parte."

Durante muito tempo, Mel Gibson foi um dos astros mais "bancáveis" de Hollywood: um herói de ação de primeira categoria, nascido nos EUA e criado na Austrália, que, graças aos papéis de sujeito afável que fez em filmes como "Mad Max" e a série "Máquina Mortífera", podia comandar 20 milhões de dólares por filme.

Ao mesmo tempo em que seus filmes são repletos de cenas de violência, às vezes de sadismo, o que se comentava eram seu senso de humor e seu charme. A atriz Renee Russo o descreveu como "o melhor beijador de Hollywood".

No último ano, entretanto, o que vem sendo comentado é se a carreira de Gibson poderá sobreviver a "The Passion of the Christ". Poucas vezes um filme provocou tantas divergências antes mesmo de estrear e pareceu mais destinado ao fracasso, na medida em que é um épico falado em línguas mortas (latim e aramaico).

Entretanto, graças em parte à própria polêmica e ao fato de o filme ter sido exibido para platéias cristãs favoráveis em sessões fechadas, com seus potenciais adversários sendo barrados, tudo indica que ele pode virar um enorme sucesso de bilheteria.

Na loja de ingressos online Fandango.com, "The Passion" está sendo responsável por quase 70 por cento dos ingressos vendidos antecipadamente e é o filme No. 1 na lista dos vendidos -- uma semana antes de sua estréia, marcada para a Quarta-feira de Cinzas.

O vice-presidente do Congresso Judaico Mundial, Elan Steinberg, chegou a dizer que seus colegas deveriam ter mantido silêncio sobre o filme, porque suas reclamações acabaram por atiçar o interesse em torno dele.

UMA FORTUNA EM PORÕES DE IGREJAS

O crítico de cinema da revista Time, Richard Schickel, disse que tudo indica que o filme se pagará no primeiro fim de semana nos cinemas e que, mais tarde, "fará uma fortuna sendo exibido em porões de igrejas".

Alguns líderes judeus temem que o filme atice os sentimentos anti-semitas, já que não existe nas relações entre cristãos e judeus tema mais espinhoso do que o da responsabilidade pela crucifixão de Jesus.

Mel Gibson diz que, depois de pensar em cometer suicídio 12 anos atrás, seus problemas pessoais o conduziram de volta à religião de sua infância, uma seita católica tradicionalista que rejeita as reformas do Concílio Vaticano Segundo.

Ele disse que cortou do filme um trecho de diálogo citado em Mateus 27:25 e que vem sendo interpretado como uma maldição de sangue sobre os judeus pela morte de Cristo.

As palavras não vão aparecer nas legendas, conforme o inicialmente previsto, mas Gibson admite que elas ainda podem ser ouvidas no diálogo em aramaico.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040220/5/ifep.html 


Sex, 27 Fev - 10h10
Rabino pede que papa condene filme de Mel Gibson sobre Cristo

JERUSALÉM (Reuters) - Um dos principais rabinos de Israel, Yona Metzger, pediu ao papa João Paulo 2o. que se manifestasse contra o filme "A Paixão de Cristo" a fim de evitar danos às relações entre cristãos e judeus, disse o gabinete do rabino na sexta-feira.

Metzger escreveu ao papa mostrando-se preocupado com a possibilidade de o filme abalar os esforços de reconciliação entre judeus e cristãos iniciados em 1965, quando o Vaticano rejeitou a noção de que os judeus eram coletivamente responsáveis pela morte de Jesus.

"É lamentável que um filme tendencioso mine o progresso (da reconciliação) que conquistamos com tanto cuidado", escreveu o rabino em uma carta enviada ao papa.

Grupos judaicos afirmaram que o filme, dirigido por Mel Gibson e que arrecadou mais de 20 milhões de dólares desde seu lançamento, na quarta-feira, poderia fomentar ataques contra judeus por apresentar de forma violenta as torturas impostas a Cristo e a crucificação.

"Muitos espectadores podem ser levados a acreditar que os judeus são coletivamente responsáveis pela crucificação de Cristo. O filme, na verdade, pode provocar respostas anti-semitas indesejáveis no curto prazo e no longo prazo", observou o rabino.

Gibson, um católico tradicionalista que rejeita as reformas impostas pelo Vaticano em 1965, negou que o filme seja anti-semita.

A produção foi celebrada por muitos cristãos, segundo os quais ela os ajudou a reafirmar sua fé. Mas grupos judaicos e alguns críticos afirmaram que o filme demoniza os judeus, acusando-os de terem pressionado os romanos para que matassem Jesus.

Em uma tentativa de evitar que renasçam as tensões entre judeus e cristãos, bispos dos EUA publicaram um panfleto esclarecendo a postura do Vaticano na questão e reafirmando que a Igreja Católica não considerava os judeus coletivamente responsáveis pela crucificação de Jesus.

(Por Megan Goldin)

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040227/5/iije.html 


"A Paixão de Cristo" lota cinemas dos EUA

Por Laurie Goodstein :: 09:34 26/02

Alguns foram diretamente da missa para o cinema. Alguns foram como se aguardassem por um extremo teste espiritual. E alguns só foram por curiosidade, para saber o que poderia ter causado tanta agitação.   

Como em uma peregrinação, pessoas de todos os EUA lotaram os cinemas na última quarta-feira, para ver a estréia de "A Paixão de Cristo".

As exibições diurnas em Tulsa, Oklahoma, e Dallas, onde as igrejas haviam comprado blocos de ingressos, estavam lotadas, mas em Richmond, Virgínia, e Boston, os cinemas estavam com metade de sua lotação.

Com a estréia programa para coincidir com a quarta-feira de cinzas, muitos disseram que o filme é uma forma de renovar sua fé no início da quaresma.

"Não se tratava de uma experiência cinematográfica, mas de uma experiência de vida, e foi isso para mim", afirmou Tara Kelly, uma jovem sacerdotisa da Contact Church of Christ em Tulsa, ao sair de uma exibição no cinema local com um grupo de fiéis de sua igreja. "Eu nunca mais vou olhar o crucifixo da mesma forma".

Colleen Loiselle, 55 anos, uma católica de Tyngsboro, Massachusetts, disse ter rezado três rosários dentro do cinema. "Isso é o melhor que poderia ter acontecido com a humanidade, porque as pessoas vão se converter", disse Loiselle, que trabalha para o promotor norte-americano em Concord, New Hampshire. "As pessoas vão ver que a paixão de Cristo é viver e perdoar".

Líderes judaicos e cristãos disseram que o filme reviveria o preconceito contra os judeus, porque parece retratar os judeus exigindo a crucificação de Cristo sobre as objeções do governador romano, Pontius Pilate.

Esta semana, líderes cristãos emitiram comunicados que alertavam contra a renovação do anti-semitismo. Muitos críticos definiram o filme como emocionalmente vazio e desnecessariamente violento.

Entretanto, em conversas fora dos cinemas dos EUA, praticamente todos os entrevistados disseram que o filme representou um golpe emocional e aprofundou os conhecimentos da fé. Alguns disseram que o filme aumentou a admiração por seu diretor, Mel Gibson.

"Ele é um excelente cineasta", disse Carlos Amezcua, 50 anos, um locutor de TV, ao deixar uma sessão em Los Angeles. "Ele não é sangrento. Eu chorei quando Maria olhou para Jesus; era possível ver sua admiração. Há uma mensagem de perdão e amor no filme. Eu não vi nenhum fator negativo como disseram outras pessoas".

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1528140,00.html


Painel religioso tem os mesmos temores sobre "A Paixão de Cristo"

Por Laurie Goodstein :: 19:20 25/02

CHICAGO - Um grupo de oito cristãos, judeus e agnósticos que se juntaram para assistir a "A Paixão de Cristo" na noite de segunda-feira admitiu que tinham expectativas muito diferentes para o filme. O sacerdote grego-ortodoxo disse que estava predisposto a gostar dele; o ministro metodista e o padre católico romano estavam curiosos, mas desconfiados de suas alegações de autenticidade religiosa; e os judeus estavam receosos de que ele inflamaria o anti-semitismo.   

Mas após a exibição, em uma discussão tarde da noite ao redor de uma mesa na Primeira Igreja Metodista Unida no Templo de Chicago, os membros do painel estavam em total acordo: eles estavam perturbados com o que viram. O filme, disseram eles, desviou por caminhos bizarros dos relatos do Novo Testamento, tombou emocionalmente e estava extremamente violento.

Os cristãos afirmaram estarem consternados em ver o inspirador profeta Jesus reduzido a uma mera vítima. Os judeus disseram estar horrorizados em ver os grandes sacerdotes judeus retratados como tramadores sedentos de sangue exigindo a morte de Jesus por causa dos protestos de um simpático Pontius Pilate, o governador romano.

"'O Último Samurai' me comoveu mais do que esse filme", comentou o reverendo Robert H. Oldershaw, pastor da Igreja Católica St. Nicholas em Evanston, Illinois, referindo-se ao filme de Tom Cruise. "Mel Gibson diz que esta é uma interpretação literal. Não é. É a interpretação de Mel Gibson".

O reverendo Philip L. Blackwell, pastor sênior da Primeira Igreja Metodista Unida, disse: "Eu me vi distanciado de Jesus por causa da violência. Eu não pude me identificar com ele". Ele e outros disseram que se viram olhando para os seus relógios durante a exibição, pois acharam o filme entediante.

Durante meses, Mel Gibson construiu uma audiência para o seu filme o mostrando para públicos simpáticos ao cristianismo. Muitos convidados eram evangélicos e alguns eram católicos, mas a maioria era de teólogos ou conservadores sociais que compartilhavam a percepção de Gibson de que Hollywood odeia os cristãos. Muitos desses primeiros expectadores apareceram chamando o filme de uma experiência espiritual transcendente, e prometeram fazer com que o público pensasse isso também.

Porém, com a estréia nacional do longa-metragem na quarta-feira, uma nova onda de norte-americanos religiosos que foram excluídos das exibições promocionais estão agora tendo uma nova visão, e a julgar pelo grupo aqui, suas reações podem não ser tão uniformemente positivas. Aqueles ao redor da mesa aqui, que se reuniram a pedido do The New York Times, não fingiram falar em nome de todos os norte-americanos religiosos, mas eles representam um grupo que estudou o Evangelho, devotos em suas próprias fés e preocupados com o futuro de suas relações inter-religiosas.

O diálogo de mesa redonda também foi um precursor de eventos similares que estão prestes a acontecer em todo o país, todos provocados pela controvérsia sobre o filme. As oito pessoas que se reuniram para discutir o filme aqui tinham acabado de comparecer a uma exibição organizada pelo escritório de Chicago do Comitê Judaico Americano em colaboração com algumas igrejas. Cerca de metade dos membros da platéia eram judeus, e a outra metade, de cristãos.

Diversos deles saíram durante a projeção. Uma, cristã, disse aos seus companheiros que ela não agüentava a violência.

Os líderes cristãos e judeus estão planejando diversos eventos com interfé para as próximas semanas, em igrejas, sinagogas e universidades. Eles estão usando o filme para reavaliar tópicos como a evidência histórica sobre a morte de Jesus, o papel da Paixão no ódio desenfreado dos judeus, e os ensinamentos do Vaticano da Igreja Católica que absolveu os judeus coletivamente da acusação de deicídio.

Após meses nos quais alguns importantes líderes judeus denunciaram o filme e rogaram que Gibson fizesse alterações, outros concluíram que a estratégia mais eficiente é usar o filme como uma ocasião para reafirmar o progresso nas relações entre fés durante os últimos 40 anos.

Em uma posição similar, os bispos católicos romanos dos Estados Unidos acabaram de lançar um novo livro, "A Bíblia, os Judeus e a Morte de Jesus: Uma Coleção de Documentos Católicos", que reúne trechos de ensinamentos teológicos de Judeus, peças da Paixão e anti-semitismo.

Na Igreja Metodista, após o filme, sobre pratos de biscoitos, Emily D. Soloff, diretora executiva da assembléia religiosa de Chicago do Comitê Judaico Americano, admitiu para as pessoas ao redor da mesa que a maneira como os judeus foram retratados no filme de Gibson "me fez contorcer".

Outros judeus e alguns cristãos na mesa concordaram. Eles disseram que estavam apavorados pelas cenas durante uma ingovernável multidão de judeus, sobre como os sacerdotes judeus pareciam como rabinos modernos com barbas longas, alguns nos mantos de orações listrados de azul ainda usados por judeus contemporâneos.

"Esse filme tem o potencial de minar o progresso que nós fizemos nas relações entre judeus e cristãos", afirmou Soloff. Ela disse que não receava como o filme afetaria os líderes cristãos e judeus que trabalharam na construção de pontes, mas com aqueles não trabalharam.

"Eu estou preocupada com o filme como um artefato da cultura popular. Quantas pessoas pensam em Charleton Heston como Deus? Este é um péssimo filme para se tornar sua imagem padrão dos judeus", acrescentou ela.

Com a crítica contra o filme crescendo nas últimas semanas, Gibson tentou suavizar os temores de alguns judeus removendo da edição final a declaração do grande sacerdote judeu Caifás, "Que seu sangue esteja sobre de nós e sobre nossas crianças". A fala é do Livro de Mateus e foi freqüentemente citada como a fonte definitiva para a acusação de deicídio contra os judeus.

Porém, Gibson retirou a fala somente das legendas, não do filme, afirmou o rabino David Sandmel, da Congregação KAM Isaiah Israel, em Hyde Park, e professor de estudos judaicos da União Teológica Católica. O diálogo do filme é em aramaico e latim, e para aqueles que sabem aramaico, ainda é possível ouvir a multidão judia gritando a maldição em curse aramaico, disse Sandmel.

"O que acontece quando isso aparecer na edição do diretor em DVD?", questionou ele, ou quando ele for traduzido para o lançamento em outros países. "Trata-se do verso clássico usado em séculos de peças da Paixão" considerado tão ofensivo que foi removida após consultas com judeus da mais famosa peça da Paixão, em Oberammergau, explicou ele.

Gibson descreveu seu filme como um verdadeiro relato das últimas 12 horas da vida de Jesus. Mas os sacerdotes cristãos e judaicos na mesa ficaram perturbados pelos enfeites que, segundo ele, não tinham base no Testamento.

Entre eles: Jesus é levado para o templo para ser condenado pelos padres. Um corvo arranca o olho do ladrão sendo crucificado na cruz ao lado de Jesus. E a esposa do governador romano Pilate traz uma pilha de lençóis limpos para que Maria limpe o sangue de Jesus do chão após ele ser brutalmente espancado e torturado pelos sádicos soldados romanos. A gesto ressalta o tratamento simpático do filme a um governador romano tão brutal, que depois foi deposto de seu cargo.

O reverendo Demetri C. Kantzavelos, chanceler da Diocese Grega Ortodoxa de Chicago, ficou perturbado pelos atores do filme falarem latim, e não grego, a língua franca. Imprecisões como essa, segundo ele, minam as alegações de Gibson de autenticidade.

"Eu vim predisposto a gostar. Eu realmente queria gostar do filme, e eu não gostei", comentou Kantzavelos.

Ele e outros membros do clérigo cristão concordaram que o filme é baseado em uma "teologia de expiação" familiar aos evangélicos - teologia essa que enfatiza o sofrimento e sacrifício de Jesus sobre sua ressurreição. Eles notaram que o filme começa com uma passagem de Isaías: "Com suas chicotadas nós somos curados".

Blackwell, o pastor metodista, afirmou: "se a sua teologia é sangue, e você foi purificado pelo sangue, então quanto mais sangue e sofrimento, tanto melhor porque mais salvação haverá nisso. Se esta é sua teologia, quanto mais chicotadas, tanto mais você é curado".

"Para mim, a questão é, a violência exagerada é redentora?", perguntou Blackwell. "O qeu aconteceu com a pregação reveladora de Jesus e seu amor?".

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1527707,00.html


Qui, 26 Fev - 18h05
Bispos dos EUA rebatem "Paixão de Cristo" com livro

Por Michael Conlon

CHICAGO (Reuters) - Enquanto "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, atraiu multidões aos cinemas norte-americanos, em meio a acusações de que revive sentimentos ancestrais de ódio aos judeus, a liderança da Igreja Católica norte-americana lançou um livro reafirmando sua posição contra o anti-semitismo.

O livro, cujo lançamento coincide com a estréia do filme de Gibson, lembra aos leitores a visão da Igreja Católica de que a culpa pela traição e a crucificação de Jesus Cristo, conforme descritas na Bíblia, não deve ser atribuída aos judeus.

"Nem todos os judeus da época, de maneira indiscriminada, nem os judeus de hoje podem ser acusados dos crimes cometidos durante a Paixão", diz o livro, numa declaração central feita pelo Segundo Concílio Vaticano há 40 anos.

A controvérsia que cerca o filme de Gibson representa uma nova oportunidade de instruir os fiéis e abrir discussões entre judeus e cristãos, disse a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, ao anunciar a publicação de "The Bible, the Jews and the Death of Jesus" (A Bíblia, os Judeus e a Morte de Jesus).

Os bispos não fizeram nenhuma menção ao filme de Mel Gibson, que retrata com violência explícita as últimas 12 horas da vida de Jesus, tampouco indicaram que o lançamento do livro intencionalmente coincidiu com a estréia do filme.

Mas William Ryan, porta-voz da Conferência dos Bispos, disse esta semana que é evidente que o livro foi lançado "porque tantas pessoas estão falando de anti-semitismo neste momento".

O livro também contém uma instrução difundida pelos bispos norte-americanos em 1988 sobre como avaliar as dramatizações da Paixão de Cristo. O documento diz que os judeus não devem ser retratados como "inimigos implacáveis de Cristo".

Os críticos do filme discordam quanto a seu possível caráter anti-semita, mas, segundo especialistas, não há dúvida de que, historicamente, as encenações da Paixão têm sido ligadas à violência contra judeus.

A professora de história Doris Bergen, da Universidade de Notre Dame, disse que os pogroms (massacres de judeus, especialmente na Europa oriental) com frequência ocorriam na época da Páscoa, justamente quando as peças da Paixão eram encenadas. Logo, parece ser amplamente aceita a existência de um vínculo entre as duas coisas.

Além disso, disse ela, é fato documentado que em 1934 o líder nazista Adolf Hitler assistiu à encenação da Paixão de Cristo em Oberammergau, uma tradição que se repete há quatro séculos, e a utilizou para justificar ainda mais seu anti-semitismo já claramente articulado, dizendo que a peça demonstrava "a imundície dos judeus".

Embora o Segundo Concílio Vaticano talvez seja lembrado hoje mais pelas modificações que promoveu na liturgia, sua posição sobre o anti-semitismo foi um fato de importância maior na época, de acordo com Lawrence Cunningham, diretor do departamento de teologia da Universidade de Notre Dame.

Cunningham disse que um documento do Concilio mostrou que "a igreja moderna tem consciência plena, especialmente na era pós-nazista, de como o anti-semitismo pode decorrer da maneira como podem ser apresentados os Evangelhos e a Paixão de Cristo".

Mais tarde, a igreja removeu das orações da Sexta-feira Santa uma que falava dos "judeus pérfidos", acrescentou Cunningham.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040226/5/ii62.html 


Qui, 26 Fev - 19h30
Padres franceses ajudaram Mel Gibson nas filmagens de ’A Paixão de Cristo’

Agência JB

PARIS - Dois sacerdotes franceses de trajetória atípica, os padres Michel Debourges e Jean Charles-Roux, assistiram espiritualmente o ator e diretor australiano Mel Gibson durante as filmagens na Itália de ’A Paixão de Cristo’, seu controvertido filme que fala das últimas horas de vida de Jesus.

O abade Michel Debourges, de 82 anos, sacerdote do Instituto do Cristo Rei Sumo Sacerdote, uma ’sociedade apostólica’ tradicionalista, celebrou todos os dias uma missa em latim para o diretor durante as filmagens das cenas externas em Matera (sul da Itália).

"Mel Gibson é um homem de profunda fé", disse à AFP o religioso, que foi ator e se ordenou sacerdote em 1995. Ele conta que, após cada tomada, Mel Gibson o chamava para que visse as imagens e desse sua opinião sobre a exatidão dos fatos.

Em forma de agradecimento, o diretor lhe deu de presente uma mala "de grande valor" com tudo o necessário para celebrar a Eucaristia, contou seu amigo Daniel Hamiche, autor do livro ’A Paixão de Mel Gibson de A a Z’.

O padre Jean-Charles-Roux, de 88 anos, substituiu o abade Debourges, durante as filmagens nos estúdios Cinecitta, em Roma. Morador da capital italiana e considerado "excêntrico" por quem o conhece, ele é irmão do escritor esquerdista francês Edmonde Charles-Roux. Seu padre, François Charles-Roux, foi embaixador da França no Vaticano nos anos 30.

O velho sacerdote também celebrava para Mel Gibson "a missa de sempre", em latim e segundo o rito anterior ao Vaticano II. O eclesiástico disse ter ficado impressionado pelo catolicismo do cineasta.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040226/6/ii97.html 


Qui, 26 Fev - 15h42
Judeus protestam e cardeal de NY se manifesta sobre "Paixão"

NOVA YORK (Reuters) - O novo e controverso filme de Mel Gibson, "A Paixão de Cristo", estreou nos cinemas norte-americanos nesta quarta-feira. Grupos judeus protestaram contra anti-semitismo enquanto o cardeal da Igreja Católica Romana em Nova York ressaltou que os judeus não mataram Jesus. Os cinemas de Manhattan abriram as portas cedo, recebendo o dia todo espectadores ávidos para assistir ao filme, que foi criticado duramente por alguns jornalistas antes de ser lançado em 3.006 salas de cinema --uma estréia normalmente reservada a blockbuster como a série "Máquina Mortífera".

Judeus e outros grupos religiosos protestaram durante a tarde. Uma dezena de manifestantes judeus vestindo uniformes de campos de concentração reuniu-se do lado de fora de um cinema no Upper West Side, carregando cartazes onde lia-se "Paixão de Mel Gibson é cruci-ficção".

Eles tentavam ligar o retrato de Jesus feito pelo filme ao tipo de ódio que levou ao Holocausto. Porém, havia mais repórteres do que manifestantes.

Em Whicita, no Kansas, uma mulher de meia-idade morreu, aparentemente vítima de ataque cardíaco, enquanto assistia à climática cena da crucificação.

O cardeal de Nova York, Edward Egan, escreveu aos párocos para ressaltar que os judeus não são responsáveis pela crucificação de Jesus.

"Ele deu a vida por nós", escreveu Egan numa coluna que será publicada na edição de março do Catholic New York. "Ninguém tirou (a vida) Dele. Essa é, e sempre foi, a doutrina católica."

O diretor nacional da Anti-Defamation League, Abraham Foxman, afirmou estar preocupado com a reivindicação, por parte de Gibson, de exatidão histórica do filme.

"Ele fez sua escolha", afirmou Foxman após assistir ao filme. "E ela é culpar os judeus." Ele disse temer a reação ao filme fora dos EUA, principalmente no Oriente Médio.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040226/5/ihzt.html 


Qui, 26 Fev - 12h12
Vaticano diz que não há anti-semitismo no filme de Gibson

Agência JB

CIDADE DO VATICANO - Para o Vaticano não há elementos anti-semitas no filme ’A Paixão de Cristo’, do ator e diretor australiano Mel Gibson, explicou à AFP o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, o arcebispo John Foley.

"O filme não é anti-semita. Para mim, trata-se de uma meditação sobre as responsabilidades que temos como pessoas e como grupo na paixão que Cristo sofreu. Quanto aos judeus, não se deve esquecer que Jesus, a Virgem e os apóstolos eram judeus", disse.

O prelado americano, junto com o embaixador dos Estados Unidos junto à Santa Sé, James Nicholson, assistiram recentemente a uma sessão especial do filme, organizada em Roma.

O arcebispo "não teve a impressão" de que o filme poderia suscitar críticas sobre a forma como trata os judeus e, ao contrário, considera que causa "sentimentos anti-romanos".

O papa João Paulo II, que assistiu ao filme em janeiro passado, não quis fazer comentários, segundo o Vaticano. "Normalmente, o Santo Padre não faz julgamentos públicos sobre obras artísticas, já que estes dependem de várias apreciações de caráter estético", informou o escritório de imprensa da Santa Sé.

Mel Gibson, que rodou todo o filme na Itália, conta no longa as últimas 12 horas de vida de Jesus de Nazaré. O ator e diretor, de 48 anos, famoso por filmes de ação como ’Mad Max’ e ’Máquina Mortífera’, é um católico fervoroso e conservador. Em 1995, dirigiu um filme pela primeira vez, ’Coração Valente’ (Braveheart), que ganhou cinco Oscars.

O segundo filme de Gibson, que estreou nesta quarta-feira nos Estados Unidos, tem sido alvo de polêmica desde sua estréia, pois algumas organizações judaicas e críticos de cinema denunciaram o conteúdo do filme por atribuir aos judeus a responsabilidade pela morte de Cristo.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040226/6/ihtq.html 


Tradicionalistas são minoria da Igreja Católica

Por Tom Heneghan

PARIS (Reuters) - Missas em latim aos domingos, peixe na sexta-feira, muito incenso e nada de meninas como coroinhas -- os católicos tradicionalistas adoram o modo como a Igreja costumava ser.

Limitados a um papel discreto na Igreja de hoje, esses adversários das inovações encontraram um improvável defensor de sua causa no ator Mel Gibson, cujo filme "The Passion of the Christ" (A Paixão de Cristo) estreou na quarta-feira nos cinemas norte-americanos provocando polêmica.

Cenas brutais de tortura e da crucifixão lembram a forma medieval de retratar os últimos momentos da vida de Cristo. Diálogos em línguas antigas, entre as quais o latim, fazem renascer a linguagem usada pela Igreja para celebrar missas por mais de 1.500 anos até a década de 60, quando as línguas modernas tomaram seu lugar.

O filme parece muito diferente dos sucessos de bilheteria anteriores de Gibson -- comédias românticas ou filmes de ação apimentados com generosas doses de sexo.

Mas, apesar de toda a atenção despertada pela produção, os tradicionalistas continuam a ser uma minoria diminuta, com pequenas chances de assumir um papel de maior destaque dentro da Igreja Católica.

"O número de tradicionalistas nos EUA é minúsculo em relação aos mais de 68 milhões de católicos", afirmou William Dinges, da Universidade Católica da América, em Washington.

Segundo o estudioso, havia 320 locais de culto para tradicionalistas nos EUA.

O maior movimento do tipo, a Sociedade do Santo Pio X, com sede na Suíça, pode ter algumas centenas de milhares de seguidores em todo o mundo, uma gota no oceano quando comparada com os 1 bilhão de fiéis da maior igreja da Terra.

O papa João Paulo 2o., cujas idéias tradicionais e meios de comunicação modernos cativam os católicos conservadores, tentou em vão conduzir os rebeldes de volta ao Vaticano.

Mas, comentando os 25 anos de papado do atual líder católico, o chefe da Pio X, bispo Bernard Fellay, disse neste mês que as negociações com o Vaticano estavam paralisadas e que a abertura do papa para outras religiões havia "subvertido a ordem desejada por Deus".

POUCOS, MAS FERVOROSOS

O que falta aos tradicionalistas em números, sobra-lhes em fervor. Todos se opõem às reformas impostas pelo Segundo Concílio Vaticano (1962-65) para adaptar a Igreja à era moderna.

Eles insistem na preservação da Missa Tridentina, a liturgia antiga realizada em latim, e consideram o diálogo dos católicos com outras religiões uma negação da auto-imagem tradicional da Igreja como o único caminho da salvação.

Vários fundaram suas próprias igrejas. A Pio X possui 454 padres e quatro bispos, todos excomungados pelo Vaticano. Mas não há uma organização central e eles discordam a respeito de alguns detalhes.

"Há gradações de envolvimento", disse Dinges à Reuters.

Situados em uma das pontas desse espectro, os sedevacantistas (do latim, "cadeira vazia") "representam os tradicionalistas mais radicalizados", afirmou o estudioso. Eles acreditam que todos os papas depois de João 23 (1958-63) são usurpadores porque suas reformas violaram as leis da Igreja.

Hutton Gibson, pai do ator, foi criticado por defender essa vertente do movimento e por dar declarações sobre o Holocausto consideradas por alguns como anti-semitas.

Mel Gibson não se manifesta tão abertamente como o pai sobre sua fé e negou veementemente que seu filme seja anti-semita, tendo chamado o anti-semitismo de um pecado.

"Sou apenas um católico apostólico romano, do modo como eles eram até a metade dos anos 60", afirmou na semana passada.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040226/5/ihz9.html 


Qui, 26 Fev - 16h00
"A paixão" estréia bem e mulher morre no cinema

Agência Estado

A Paixão de Cristo colhe os frutos da polêmica que levantou antes mesmo de estrear. A estimativa de bilheteria do filme nos Estados Unidos, onde estreou ontem, ficou entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões. E a onda de anti-semitismo que lideranças judaicas temiam que ocorresse por causa da visão de Mel Gibson sobre a paixão de Cristo não deu sinal de vida.

O fato mais marcante da estréia de A Paixão de Cristo foi uma morte em pleno cinema. Uma mulher de 57 anos foi assistir o filme em Wichita, cidade do Kansas, e desmaiou durante as cenas finais, que mostram a cucificação com o uso de muito sangue artificial. Peggy Law Scott foi levada para o hospital onde acabou morrendo. A sessão em Wichita foi cancelada.

As perspectivas comerciais para o filme de Mel Gibson são mesmo boas. O resultado de bilheteria do primeiro dia impressiona por se tratar de um filme com temática religiosa e falado em latim e aramaico, com legendas em inglês. O número de salas exibindo A Paixão de Cristo nos EUA chega a mais de 3 mil, o que vai ajudar a produção a consolidar um resultado que pode ser acima das expectativas.


"Paixão de Cristo" arrecada US$ 23,6 milhões na estréia

LOS ANGELES (Reuters) - Abençoado pela grande atenção da mídia e a maciça audiência cristã, o controverso novo filme de Mel Gibson, "A Paixão de Cristo" arrecadou mais de 20 milhões de dólares em sua estréia nos cinemas, afirmaram os distribuidores.

Lançado em 3.006 salas de cinema na América do Norte na quarta-feira de cinzas, a dramatização das últimas 12 horas da vida de Jesus gerou 26,6 milhões de dólares em negócios segundo Bob Berney, presidente da Newmarket Films.

Mas o serviço de contagem de bilheterias Exhibitor Relations Co. afirmou que o número da Newmarket inclui 3 milhões de dólares provenientes das pré-estréias de segunda e terça-feira.

Por esse cálculo, os 23,6 milhões de dólares arrecadados oficialmente no primeiro dia de exibição colocam o filme em 5o lugar entre as estréias mais lucrativas numa quarta-feira, afirmou o Exhibitor Relations.

O recorde, 34,4 milhões de dólares, é de "O Senhor dos Anéis -- O Retorno do Rei", seguido por "Guerra nas Estrelas -- Episódio 1 -- A Ameaça Fantasma"(28,5 milhões de dólares), "O Senhor dos Anéis -- As Duas Torres" (26,2 milhões de dólares) e "Matrix Revolutions" (24,3 milhões de dólares).

De qualquer forma, "Paixão" quase já rendeu os 30 milhões de dólares que Gibson investiu pessoalmente na produção, um feito impressionante para um filme falado em hebraico, latim e aramaico, com legendas em inglês.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040227/5/iiq8.html 


Qua, 25 Fev - 11h34
Polêmico filme de Mel Gibson estréia nos EUA

BR Press

(BR Press) - Estréia nesta quarta-feira (25/02), nos Estados Unidos, o filme A Paixão de Cristo, dirigido por Mel Gibson, que há semanas vem despertando polêmica do Vaticano ao pouco católico território norte-americano, reacendendo discussões seculares sobre o anti-semitismo por parte de cristãos. Gibson, que é católico tradicionalista, refuta todas estas acusações, reforçadas por declarações bombásticas de seu pai, de que o "holocausto nunca existiu".

A ONG de defesa judaica Liga Antidifamação acusou o filme de colocar a culpa pela morte de Cristo exclusivamente nos judeus. Gibson tenta obter o aval da Igreja parta o filme, que trata Jesus antes de sua crucificação, é falado em aramaico e tem legendas em inglês. Quanto à violência mostrada no filme, Gibson prefere dizer que é " uma maneira realista as últimas horas de Jesus". Jim Caviezel faz o papel de Cristo.

Lideranças protestantes dos EUA apóiam Gibson e seu filme. "Assisti ao filme à convite de Mel Gibson e ele é um retrato poderoso, convincente e fielmente histórico sobre as últimas 12 horas da vida de Jesus," disse o teólogo Robert Hodgson, reitor interino da Associação Bíblica Americana, à BBC Brasil "O filme será um grande evento cultural e espiritual nos Estados Unidos."

Como polêmica pouca é bobagem, o lançamento – que Gibson já disse temer que fosse levá-lo à bancarrota, pois custou US$ 25 milhões, e "arruinar sua carreira" – deve ser um campeão de bilheteria. Mesmo antes da estréia, dezenas de milhares de ingressos já foram vendidos nos EUA. No Brasil, o filme de Mel Gibson tem lançamento previsto para o dia 26/03.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040225/11/ih6n.html 


Seg, 16 Fev - 14h33
Mel Gibson nega que seu filme sobre Jesus seja anti-semita

LOS ANGELES (Reuters) - O ator e diretor premiado com o Oscar Mel Gibson, em entrevista à rede ABC que irá ao ar nesta segunda-feira, negou que ele ou seu filme polêmico "The Passion of the Christ" sejam anti-semitas, como alguns críticos vêm afirmando na fase acalorada que antecede a estréia.

Em entrevista a Diane Sawyer que será exibida numa edição especial do programa "Primetime", na noite de segunda, Gibson defende a violência extrema do filme que fez sobre as últimas 12 horas de vida de Cristo, dizendo que achou necessário promover uma comoção no público para que ele pudesse sentir a enormidade do sacrifício que Cristo fez.

"The Passion of the Christ", que vai estrear nos EUA no próximo 25 de fevereiro (Quarta-feira de Cinzas), vem despertando controvérsias acirradas há meses.

Muitos críticos especulam sobre as razões que teriam levado Gibson a fazê-lo. O diretor é membro de uma seita católica tradicionalista que se opõe a algumas reformas recentes do Vaticano, inclusive defendendo que a missa continue a ser rezada em latim.

Enquanto muitos líderes judaicos temem que "The Passion" possa reacender a discussão sobre se os judeus foram ou não os culpados pela morte de Cristo, a entrevistadora perguntou a Mel Gibson: "Quem matou Cristo?"

Gibson respondeu: "A grande resposta é que fomos todos nós. Eu sou o primeiro a me considerar culpado."

Indagado se é anti-semita, o diretor respondeu: "Não, é claro que não. E há outra coisa. Para mim, qualquer forma de racismo é contrária a minha fé. Ser anti-semita é um pecado. Já foi condenado por um Concílio papal após outro. Existem encíclicas sobre isso, sabe. Ser anti-semita é ser anticristão, e eu não o sou."

O HOLOCAUSTO

Indagado sobre como vê o Holocausto, Gibson, que tinha sido criticado por compará-lo a outras atrocidades de guerra numa entrevista anterior, respondeu:

"Você quer saber se eu acredito que houve campos de concentração em que judeus indefesos e inocentes morreram de maneira cruel, sob o regime nazista? É claro que acredito. Foi uma atrocidade de proporções monumentais."

Diane Sawyer perguntou: "O Holocausto seria um tipo especial de mal?"

Gibson respondeu: "Sim. O que é o mal especial? Por que você precisa que eu lhe diga? É óbvio. Eles foram mortos por causa de quem e o quê eram. Isso não é mal suficiente?"

O diretor afirmou que seu filme "não quer apontar culpados. É um filme sobre a fé, a esperança, o amor e o perdão. Isso é a realidade para mim. Acredito nisso. Eu preciso acreditar, para que eu possa ter esperança, para que eu possa viver."

Ele disse que "The Passion" "é minha versão do que aconteceu, de acordo com os Evangelhos e do que eu queria mostrar, os aspectos que eu quis destacar."

Gibson acrescentou que o filme "é muito violento. Se você não gostar disso, não vá vê-lo, sabe? É isso. Se você quiser sair na metade do filme, saia. Não há nada que lhe obrigue a ficar.

"Eu quis que o filme fosse chocante, e também que fosse radical. Eu quis que ele provocasse uma comoção no público. E ele faz isso mesmo. Assim as pessoas vêem a enormidade do sacrifício, vêem que alguém pôde suportar tudo isso e ainda voltar oferecendo amor e perdão, mesmo depois de passar por dor e sofrimento extremos, de ser objeto de zombaria extrema."

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040216/5/ic9a.html 


Sex, 13 Fev - 17h09
Cristão compra 6 mil ingressos para divulgar filme de Mel Gibson

Por Emily Kaiser

CHICAGO (Reuters) - Arch Bonnema ficou tão comovido com o polêmico filme "The Passion of the Christ", de Mel Gibson, que gastou 42 mil dólares em ingressos para que mais pessoas possam vê-lo.

"O filme teve um impacto profundo sobre minha vida", disse Bonnema, que é batista e viu o filme em sessão prévia especial. Ele deu 6.000 ingressos para a estréia de "Passion", marcada para o dia 25 de fevereiro, a Quarta-feira de Cinzas, nos Estados Unidos.

Uma mistura poderosa de religião e dinheiro parece prestes a fazer de "Passion" um grande sucesso de bilheteria, apesar dos temores de que o filme possa alimentar o anti-semitismo.

Gibson, que gastou 25 milhões de seu dinheiro próprio para fazer o longa-metragem, está confiando nas igrejas evangélicas para fazer sua divulgação, e a estratégia parece estar funcionando às mil maravilhas.

Exceto pela direção de Mel Gibson, "Passion" está longe de ser um blockbuster típico de Hollywood. É um filme feito com baixo orçamento, sem atores famosos e falado em latim e aramaico.

A estréia norte-americana acontecerá em cerca de 2.000 salas, um número semelhante ao que teria um filme lançado por um grande estúdio. É algo inusitado em se tratando de um trabalho que, na realidade, é independente.

Em lugar dos outdoors e anúncios na TV de costume, Gibson convidou milhares de líderes religiosos para assistir a sessões especiais do filme e fazer sua divulgação boca a boca.

Os críticos dizem que o filme, que mostra as últimas 12 horas na vida de Jesus, exagera ao atribuir a culpa pela morte de Cristo aos judeus. Mel Gibson, que integra uma ala ultraconservadora da Igreja Católica, diz que se surpreendeu com a comoção provocada.

MAIOR DO QUE HARRY POTTER?

O trabalho parece ter cativado a comunidade evangélica americana, que tem milhões de membros e poder aquisitivo de bilhões de dólares.

É um grupo capaz de virar eleições presidenciais, transformar livros desconhecidos em best-sellers e, possivelmente, fazer de "The Passion of the Christ" um blockbuster.

Centenas de igrejas estão vendendo ingressos antecipadamente e promovendo o filme desde o púlpito. Cinemas do Texas ao Montana já têm os ingressos para o primeiro dia esgotados.

"Nunca antes vimos nada como isso", disse um representante da rede de cinemas AMC Entertainment, observando que nem mesmo mega-sucessos como "O Senhor dos Anéis" e "Harry Potter" tiveram uma demanda antecipada tão grande.

"The Passion of the Christ" está sendo divulgado até mesmo no capô de um carro que vai correr no Daytona 500, da NASCAR, neste domingo. A corrida atrai uma audiência de cerca de 11 milhões de telespectadores.

Resta a ver se a demanda por ingressos vai continuar depois do primeiro fim de semana do filme em cartaz.

A julgar pelos amigos de Arch Bonnema, a resposta é sim. Bonnema enviou emails a alguns amigos para ver se eles sabiam de alguém que quisesse alguns de seus 6.000 ingressos. "Em três dias, recebi pedidos de 23 mil ingressos", ele contou.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040213/5/ib26.html 


Seg, 02 Fev - 20h18
Líder católico conservador critica ecumenismo do papa

Por Philip Pullella

ROMA (Reuters) - O líder de uma facção conservadora católica disse na segunda-feira que o papa João Paulo 2o deixará um triste legado, por causa de sua abertura a outras religiões, o que deixou a Igreja "como um barco com um furo".

O bispo suíço Bernard Fellay, dirigente de um grupo que reúne 1 milhão de católicos e não reconhece as reformas do Concílio Vaticano Segundo (1962-65), disse também que considera impossível uma reconciliação entre sua facção e o Vaticano. "A Igreja Católica não é um barco em uma tempestade, é um barco com um furo", afirmou Fellay, um dos quatro bispos excomungados em 1998, quando foram nomeados, sem o aval pontifício, pelo falecido arcebispo Marcel Lefebvre.

Os tradicionalistas, reunidos sob a Irmandade de São Pio 10o, se opõem à modernização do catolicismo tal qual proposta pelo Concílio Vaticano Segundo, que promoveu o diálogo inter-religioso e substitui a missa em latim pelas línguas vernáculas.

Fellay, sucessor de Lefebvre, fez suas declarações em uma entrevista coletiva em um hotel perto do Vaticano, para apresentar um documento de 50 páginas em que os conservadores analisam os 25 anos de pontificado de João Paulo 2o. O livreto diz que o ecumenismo (cooperação entre as várias igrejas cristãs) "transformou a Santa Sé, que é a Igreja, em uma cidade em ruínas".

O texto acusa o papa de ter "modificado a ordem desejada por Deus" quando se aproximou de outros cultos cristãos. Os tradicionalistas dizem que a modernização da Igreja é a fonte de vários problemas, como o afastamento de muitos fiéis.

Um dos tradicionalistas católicos mais conhecidos é o ator Mel Gibson, mas não se sabe se ele é membro da Irmandade de São Pio 10o. "Nós não provocamos o desastre na Igreja, estamos tentando consertá-lo", disse Fellay. Ele acusou o Vaticano de agir "de forma tirânica" contra aqueles que tentam retomar os valores tradicionais. Ele também lançou farpas contra o cardeal Walter Kasper, chefe do Departamento da Unidade Cristã do Vaticano. "A Igreja está mais interessada na unidade cristã do que na sua salvação", disse Fellay.

Embora esses tradicionalistas sejam uma gota no oceano de mais de 1 bilhão de católicos, o papa manteve o diálogo com eles, na esperança de trazê-los de volta ao seu rebanho antes de morrer. Mas Fellay disse a jornalistas que as negociações com o Vaticano estão "efetivamente paradas".

O papa ainda permite o uso limitado da chamada Missa Tridentina, que deve seu nome ao Concílio de Trento (século 16). Mas, para isso, a Santa Sé exige a autorização das dioceses locais.

No ano passado, o papa (na qualidade de bispo de Roma) autorizou pela primeira que um cardeal do Vaticano oficiasse a missa em latim para conservadores na basílica de São Pedro, uma medida vista como mais um aceno de paz para a facção rebelde.

Fonte: http://br.news.yahoo.com/040202/5/i3b2.html

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