NICOTRA X BULLÓN

Quem é o Dono do Dízimo?

"Se uma ou outra pessoa que dirige a igreja e que mexe com as finanças, usar mal ou indevidamente o dinheiro, não é meu problema. É um problema dela com Deus. Um dia, quando Jesus voltar, ela vai ter que prestar contas a Deus do que fez. Eu cumpri a minha parte ao devolver a Deus, através da Sua igreja, aquilo que é dEle, porque o dízimo não é meu..." Pr. Alejandro Bullón na Palestra "DÍZIMOS E OFERTAS, POR QUÊ?" do programa Está Escrito.

O conceito expresso pelo Pr. Bullón no parágrafo acima está fortemente arraigado à cultura e tradição adventista. Diante de inúmeras evidências da má utilização dos dízimos pela administração os questionamentos por parte dos leigos crescem a cada dia. Foi necessário elaborar argumentos fortes para manter o povo dizimando fielmente para a Associação: "Sua parte é devolver a Deus, se o dízimo é mal empregado o problema não é seu, é de quem o empregou de forma incorreta."

Mas será que esta argumentação tem base bíblica? Vamos fazer uma análise da declaração do pastor Bullón tentando responder a três perguntas:

  1. Se os administradores usam o dinheiro de forma incorreta isto é um problema só deles ou é um problema para a Igreja também?

  2. Os administradores deverão prestar contas com Deus, segundo o pastor Bullón, só "quando Jesus voltar" ou devem prestar contas para os contribuintes leigos?

  3. Quem é o legítimo representante para receber e decidir o destino do dízimo? Quem tem o direito sobre o dízimo?

"Não é Meu Problema"?

"Se uma ou outra pessoa que dirige a igreja e que mexe com as finanças, usar mal ou indevidamente o dinheiro, não é meu problema. É um problema dela com Deus." - Pr. Bullón

Sem dúvida nenhuma um administrador que desvia recursos sagrados para outros fins estará criando um problema para si perante Deus. Administradores que, reunidos em assembléias, votam regras (praxes) que permitem o desvio para fins diferentes dos especificados pelo Espírito de Profecia também estão criando um problema para si perante Deus. Concordamos com o pastor Bullón. Estas pessoas estão criando um grande problema para elas diante de Deus.

Mas a questão agora é outra: Será que o único problema que estes líderes criam são problemas para si mesmos ao empregar de forma incorreta o dízimo? Responder sim a esta pergunta é admitir que um motorista embriagado, ao dirigir seu automóvel de forma imprudente, pode causar problemas apenas para si mesmo. Não! Isto não é verdade!

Hoje a Igreja sofre quando o dinheiro é retirado das igrejas e consumido em despesas administrativas de Associações, Uniões e Divisões. A Igreja sofre quando tem que dividir um pastor com outras igrejas enquanto novas associações estão sendo criadas e mais cargos administrativos sendo ocupados por parentes e amigos de pastores influentes. Conseqüências: Falta de assistência pastoral, evangelismo deficiente, alto índice de apostasias, anciãos e líderes leigos sobrecarregados, pregação do evangelho retardada e atraso na volta de Cristo.

Como você pôde perceber, quando a administração utiliza os dízimos de forma diferente da especificada pela Bíblia e pelo Espírito de Profecia acabam gerando um grande problema para a igreja. Ao contrário do que tentou sugerir o Pr. Bullón, a má utilização dos dízimos por parte dos administradores não é um problema apenas da administração, é um problema da Igreja, pois gera um problema para a Igreja.

Prestação de Contas. Para Quem e Quando?

O Pr. Bullón continua argumentando:

"Um dia, quando Jesus voltar, ela [a pessoa que usou mal ou indevidamente o dinheiro] vai ter que prestar contas a Deus do que fez." – Pr. Bullón

Um membro da igreja que não envia o dízimo para a Associação tem sua elegibilidade para cargos impugnada pela comissão de nomeações. Os não-dizimistas mais cedo ou mais tarde são abordados e questionados pelo tesoureiro ou pelo pastor. Por que o Manual da Igreja não permite que o não-dizimista assuma cargos e preste contas do dízimo apenas com Deus?

Embora os membros leigos que não dizimam para a Associação acabem prestando contas aqui na terra, o Pr. Bullón sugere que os administradores prestarão contas apenas a Deus e isto só quando Jesus voltar. Certamente irão prestar contas a Deus. Mas fica subentendido que a administração não tem a obrigação de prestar contas a os membros, mas apenas com Deus. Ai está o perigo!

Em agosto de 1999, encaminhei uma solicitação de prestação de contas detalhadas à Associação Paulistana. Esta solicitação foi assinada por todos os anciãos do distrito do Ipiranga e por outros líderes de departamentos. Foi entregue nas mãos do presidente da Associação. Infelizmente nossa solicitação foi negada e o motivo alegado foi "confidencialidade das informações".

Sempre há argumentos para fazer o povo pensar que não tem direito de receber uma prestação de contas detalhada. Em geral, os argumentos que usam o nome de Deus são os mais convincentes. Neste caso, um dos argumentos é o seguinte: "Devemos prestar contas apenas ao dono. Deus é o dono do dízimo, portanto a administração da IASD deverá prestar contas apenas com Deus, não com os membros, pois os membros não são os donos do dízimo. Ou você se julga dono do dízimo? O seu dever como membro é devolver e não fiscalizar. Deus pede que você devolva, não que fiscalize."

Quem é o Legítimo Proprietário do Dízimo?

O Pr. Bullón conclui o parágrafo da seguinte forma:

"Eu cumpri a minha parte ao devolver a Deus, através da Sua igreja, aquilo que é dEle, porque o dízimo não é meu..." – Pr. Alejandro Bullón.

De quem é o dízimo?

"Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, pertencem ao Senhor; santos são ao Senhor." Levítico 27:30

Não há dúvidas de que o legítimo proprietário do dízimo é o Senhor. Mas como Deus não recebe diretamente os dízimos, Ele nomeou sacerdotes para que fossem os legítimos receptores do dinheiro sagrado.

O dízimo está vinculado ao sacerdócio e não ao templo como alguns imaginam. Antes mesmo de existir um templo, Abraão pagou o dízimo ao sacerdote Melquisedeque, que era também rei de Salém.

Após a libertação do povo de Israel do domínio egípcio Deus instituiu a ordem sacerdotal "araônica". Os descendentes de Arão pertencentes à tribo de Levi não receberam herança na nova terra pois sua herança seria o Senhor. Os sacerdotes da tribo de Levi deveriam sobreviver com o mantimento proveniente dos dízimos e das ofertas do povo.

"Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" – Números 18:21.

Note que o dízimo era dado pelo serviço que prestavam.

Cristo, através de sua morte, pôs fim ao sistema sacerdotal levítico ou araônico. Uma nova ordem foi estabelecida: O sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. Cristo é o sumo sacerdote desta ordem, mas quem são os sacerdotes? Seriam os pastores-administradores? Seriam os pastores- distritais os verdadeiros sacerdotes? Seriam os pastores- administradores mais os distritais mais os anciãos?

"Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo… Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" I Pedro 2:5 e 9.

Hoje todos nós somos sacerdotes, somos representantes de Cristo num mundo escuro. A lei do dízimo mudou, pois o sacerdócio mudou. Hoje o dízimo não pertence mais a um grupo restrito de pastores-administradores. Hoje o dízimo pertence ao corpo de Cristo, pertence à sua Igreja. Note como Paulo descreve o método antigo com relação aos direitos sobre a propriedade do dízimo:

"E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos" Hebreus 7:5.

Paulo, em Hebreus 7, discorrendo sobre a mudança de ordem sacerdotal não poderia deixar o assunto "dízimo" de fora. Note o que ele diz sobre a lei do dízimo:

"Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei." Hebreus 7:12.

O que mudou na lei do dízimo? Será que o dízimo foi abolido? Não. O dízimo é parte integrante do sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. Se assim não fosse, Abraão não teria devolvido seus dízimos ao sacerdote-rei Melquisedeque. A mudança na lei do dízimo se dá justamente no fato de "quem é agora o proprietário legal do dízimo?". Como todos nós somos sacerdotes, podemos dizer que todos somos proprietários do dízimo. A Igreja, como um corpo, é a proprietária dos dízimos.

E a administração da IASD onde fica nesta história toda? Os administradores são apenas mordomos da Igreja. Recebem o dinheiro que não pertence apenas a eles, mas que pertence à toda a Igreja. Têm o dever de utilizá-lo para o benefício da Igreja e não para o próprio benefício. O dízimo ainda pertence aos sacerdotes. Mas se não é dado aos sacerdotes-leigos o direito de decidir como empregar o dízimo, que lhes seja dado pelo menos o direito de saber com detalhes como o dízimo tem sido empregado pelos sacerdotes- administradores.

Graças à ignorância do povo, os conceitos na Igreja Adventista sobre o dízimo se desvirtuaram de tal modo que quando se pergunta quem são os sacerdotes modernos, todos respondem: "São os pastores da IASD" e quando ser pergunta quem é o legítimo proprietário do dízimo, todos respondem: "É a Associação", mesmo não havendo nenhum trecho na Bíblia ou no Espírito de Profecia que indique ser este o único canal possível de devolução. - Ricardo Nicotra, webmaster do www.movanews.net. Email: mova@movanews.net

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Como fazer doações para o Ministério dos Obreiros Voluntários Adventistas

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"Há várias formas de colaborar com o MOVA. A primeira delas é orando pelos nossos obreiros e pelos interessados. Outra forma é através de doações. Você pode doar material evangelístico como Bíblias, Revistas Paz na Tempestade, Folhetos e outros materiais úteis para o evangelismo. Neste caso entre em contato com mova@movanews.net para obter maiores informações sobre como proceder a doação.

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"Eu vou estar orando para que Deus multiplique, muitas, infinitas vezes mais, a pequena oferta que você der. E você tornar-se-á uma espécie de sócio espiritual deste ministério. Doe três, ou cinco, ou dez reais por mês, mas faça isso cada mês." - Pastor Alejandro Bullón

Fonte: 
http://www.sisac.org.br/ee/doacoes.htm

NOTA DO EDITOR: Se os dízimos fossem destinados exclusivamente ao evangelismo e à nutrição espiritual da Igreja, haveria necessidade de o pastor Bullón solicitar doações diretas ao seu ministério? Por que essas ofertas não precisam passar pela contabilidade da Associação/União/Divisão?

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