Bullón Propõe Adoração a Baal Através do Dízimo

Você tem dúvida de que o showman Alejandro Bullón seja capaz de usar imagens emocionantes como os olhos embaçados de lágrimas de uma menininha que ora, ou o abraço amoroso de um pai que recepciona um filho que havia abandonado a casa paterna, para desviar sua atenção da ausência de base bíblica de suas mensagens sobre a obrigatoriedade atual do pagamento de dízimos? 

Se não acredita que ele seria capaz disto, é porque ainda leu o Capítulo 14, de seu novo e pretensioso livro Passaporte para a Vida. O livro-revista reforça as já previsíveis histórias dramáticas do repertório de Bullón com imagens mais que ilustrativas. São fotos publicitárias, adquiridas de bancos de imagens ou artisticamente produzidas, com preferência para modelos jovens, elegantes, bem-vestidos e de pele clara. Não há lugar para negros e idosos nesse tipo de seleção, com apenas duas exceções: uma velha pintura da volta de Cristo, em que um negro grisalho aparece no canto inferior esquerdo; e uma outra foto produzida, onde um suposto pai estaria abraçando um filho que retorna para casa.

Coincidentemente essa última foto mencionada é uma das três que ilustram o capítulo sobre a teologia da prosperidade, a que estamos nos referindo. Aliás, é mais que teologia da prosperidade. É um evangelho sem Cristo, salvação pelo dízimo, aquilo que o astro adventista, Alejandro Bullón, ensina como "o segredo da prosperidade".

Começa com a história de um empresário que acreditava em Deus, mas andava sem muita sorte nos negócios e se afundara em dívidas. O tal Sr. Adolfo, muito provavelmente, não era adventista, porque atribuía sua má fase financeira a um trabalho de macumba feito pela ex-amante. Felizmente, conta o livro, Adolfo ouviu o evangelho da prosperidade de Bullón, converteu-se ao dízimo e seus problemas acabaram!

De forma mais concentrada e resumida, conforme denunciamos aqui, Bullón já havia desenvolvido idêntico raciocínio nas Meditações Matinais que escreveu para 1994.

No livro Passaporte para a Vida, Bullón primeiro descreve a criação e afirma que a prosperidade era o ideal de Deus para Seus filhos recém criados. Este é seu primeiro erro, porque o plano original de Deus para Adão e Eva era que vivessem uma vida de santidade, em comunhão com Ele. O conceito de prosperidade, que se contrapõe à miséria e ao sofrimento, só surgiu neste planeta após a opção pelo pecado, que é a desobediência a Deus. Antes, havia apenas a perfeita realidade edênica, em que tudo pertencia a todos. Nunca foi plano de Deus que uns fossem prósperos e outros não.

Mas o garoto-propaganda da IASD (Instituição Arrecadadora do Seu Dízimo), insiste em torcer as Escrituras para atrair novos doadores para o sistema de captação de recursos financeiros a que ele representa. Ele afirma à pág. 97:

Acontece que, na história bíblica, Adão e Eva não só tocaram a árvore que Deus tinha reservado para si, mas comeram do seu fruto e, desse modo, começou a desgraça dos seres humanos. Sua história, a partir desse instante, esteve cheia de lágrimas, dor e morte. O primeiro casal teve que abandonar o jardim e a bênção que significava morar naquele lar original. Daí por diante todos os seres humanos tiveram que enfrentar as conseqüências: "E ao homem declarou: 'Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual Eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará."

Exatamente neste ponto em que deveria falar do maravilhoso plano da redenção, através do nascimento, vida, morte, ressurreição e ministério de Jesus Cristo no santuário celestial, Bullón dá um salto de quatro mil anos na história bíblica e introduz sua heresia máxima, da salvação da miséria do pecado pelo pagamento do dízimo à igreja:

Então o homem está condenado a uma vida de pobreza, miséria e necessidade? A resposta é não, porque Deus estabeleceu outro pacto de fidelidade e prosperidade com o ser humano. O profeta Malaquias, inspirado por Deus, escreve: "'Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja ali­mento em Minha casa. Ponham-Me à prova', diz o Senhor do Exércitos, 'E vejam se não vou abrir as comportas dos Céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las."

A árvore do conhecimento do bem e do mal já não está mais na Terra. Se Adão e Eva tivessem sido fiéis, teriam sido prósperos para sempre. Hoje o dízimo [a devolução de uma décima parte de tudo que Deus nos dá, como reconhecimento de que Ele é o Criador e Mantenedor da vida] é uma prova de fidelidade. Através dele o Deus do Céu nos lembra que Ele continua sendo o dono de tudo e que a prosperidade depende de nossa fidelidade e obediência ao pacto que Ele estabeleceu com o ser humano.

Idêntico raciocínio desenvolveu Caim, que entendeu a expulsão de seus pais do Jardim do Éden como mero resultado do desrespeito ao direito de propriedade de Deus sobre os frutos da tal árvore. E quando a terra que ele cultivava produziu frutos levou o melhor deles à presença de Deus. Salvação pelo reconhecimento da divina propriedade, salvação pelo dízimo, mas Deus rejeitou sua oferta. 

O resto da história todos nós conhecemos, mas o "pastor" Bullón finge esquecer, separando a salvação material da salvação espiritual. Para ele, Cristo salva o coração e o dízimo, o bolso e a conta bancária. Em seu relato da queda, nem o diabo participa. Adão e Eva simplesmente comem do fruto de uma árvore que Deus reservara para si e aí "começou a desgraça dos seres humanos".

O deus-proprietário, dono da terra, senhor da agricultura, que retém chuvas e amaldiçoa a lavoura quando está irado e cujo favor se obtém através de ofertas e sacrifícios, não é o Eterno, Deus de Israel. É Baal, deus cananita, representação mitológica do próprio diabo, que se imagina senhor e proprietário deste mundo.

Como estava predito:

"Haverá, mesmo entre nós, mercenários e lobos disfarçados em ovelhas que persuadirão [alguns do] rebanho de Deus a sacrificar a outros deuses diante do Senhor. ... Jovens que não se acham estabelecidos, arraigados e firmados na verdade serão corrompidos e desencaminhados pelos condutores cegos dos cegos; e os ímpios, os desdenhadores que duvidam e perecem, que desprezam a soberania do Ancião de Dias e colocam um falso deus sobre o trono, um ser de sua própria invenção, um ser completamente tal qual eles mesmos - estes instrumentos estarão nas mãos de Satanás para corromper a fé dos incautos." Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 398.

Está Escrito

A proposta de prosperidade em troca da adoração foi uma das tentações que o diabo usou contra Jesus no deserto. Para vencê-lo, como fez Cristo, apeguemo-nos à Palavra do Senhor.

1. Se a prosperidade resulta da fidelidade a Deus, como ensina o "pastor" Bullón, é de se imaginar que Jesus teria sido o homem mais rico do planeta. Mas foi isto o que, de fato aconteceu? Era Cristo pobre ou rico? Mateus 8:20.

Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.

 



      

2. Jesus confirmou a idéia de que Deus trata o dizimista de modo diferente, especial? Mateus 5:45.

...para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.

 



      

3. Como reagiu Jesus à mistura de religião e negócio em seu tempo? João 2:14-16.

E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.

 



      
 



      

4. Na comparação feita por Cristo entre um dizimista e um não-dizimista, quem foi aceito e jutificado por Deus? Lucas 18:10-14.

Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.

 



      

5. Que recomendação e promessa fez Jesus aos que se preocupavam com a prosperidade em Seus dias? Mateus 6:24-33.

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

 



      

6. Era a prosperidade uma característica dos seguidores de Jesus? Lucas 6:20-25.

Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas. Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar.

 



      

7. Que disse Jesus a um moço rico que se dispunha segui-lo? Mateus 19:21-22.

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.
 



      

8. Quer dizer que é impossível que um rico seja salvo? Lucas 18:24-26.

E Jesus, vendo-o assim triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.

 



      

9. A que Jesus comparou a fascinação que as riquezas exercem sobre a mente humana? Marcos 4:18-19.

Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera.

 



      

10. Como respondeu Jesus a um homem que lhe pediu para resolver um problema financeiro pendente com o imão dele? Lucas 12:13-21.

"Nesse ponto, um homem que estava no meio da multidão lhe falou: Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas Jesus lhe respondeu: Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus."

 



      

11. Como deve o ser humano agir para não entesourar para si mesmo e ser rico para com Deus? Mateus 6:19-21:

Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

 



      

12. E para ajuntar tesouros no céu, como devemos lidar com o dinheiro e nossas posses? Lucas 12:33-34.

Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

 



      

13. Esse tipo de fidelidade a Deus no uso de nossos recursos financeiros, será recompensado quando, agora (com mais prosperidade) ou no futuro? Mateus 23:34-40.

Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

 



      

14. E quanto ao sustento da Obra missionária, que recomendação fez Jesus aos apóstolos? Disse-lhes para cobrar dízimo dos interessados e conversos? Mateus 10:8-10.

Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.

 



      

15. Depois da ascenção de Cristo aos Céus, encheram os apóstolos os bolsos de dízimo? Atos 3:6.

Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!

 



      

16. Que palavras de Cristo foram citadas pelo apóstolo Paulo para mostrar que o próprio pastor/pregador pode garantir seu sustento e ainda ajudar aos pobres? Atos 20:35.

Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.

 



      
17. Diante do que diz a Bíblia sobre a prosperidade, especialmente nos Evangelhos, onde ocorre a revelação máxima do caráter de Deus, que decisão irá você tomar: Aceitará o "evangelho do dízimo", que prega a prosperidade através do pagamento de 10% da renda ao "dono de tudo", ou confiará unicamente em Jesus Cristo para sua salvação? I Reis 18:21.
Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.
 



(Preparado por Robson Ramos.)

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