Logotipo Não é Nada. Nosso Problema é Falta de Identidade Mesmo

Não pude deixar de notar a discussão sobre ecumenismo na IASD. Dentre tantas opiniões, gostaria de expressar a minha sobre o assunto.

Lembro-me que antigamente (parece até saudosismo, como se tudo fosse ótimo antes, embora não seja verdade), que o adventista não gostava de ser identificado como "crente" ou "evangélico". Muitas vezes presenciei e mesmo tive a atitude de, ao ser chamado de "crente", retrucar: "Todos somos crentes, você é crente, se crê em Deus...". Não gostávamos de ser identificados no mesmo grupo justamente por conta de Babilônia, do ecumenismo, união das igrejas, etc.

O tempo passou, veio a ênfase de doutrinas como a Justificação pela Fé, segundo Bullón no Brasil ou Morris Venden nos EUA, que a princípio foi muito bem vinda pelo contexto libertador que proporcionava ao legalismo sem amor vigente na igreja. Porém, a médio prazo, a mesma se acompanhou da banalização das outras doutrinas características da igreja. Se alguém tem dúvida no assunto, leia o artigo do Pr. Alberto Timm para melhor esclarecimento. Junto com isto, movimentos nos Estados Unidos (como Celebration) adaptaram vários procedimentos das igrejas ditas Renovadas (termo em geral utilizado para definir igrejas que ficam intermediárias entre o Pentecostalismo e as igrejas Protestantes tradicionais), forçando, mesmo por influência econômica, uma tolerância perigosas por parte da organização central.

A década de 90 se caracterizou por uma aceleração deste contexto. A Missão Global, a meu ver em princípio um plano estratégico de alcance a locais não penetrados começou a ter características de tolerância multi-étnica, com várias contradições vigentes (a última que pode se sentir foi a posição da Conferência Geral em relação a divórcio e novo casamento, onde claramente uma posição rejeitada em uma votação foi posta em pauta de novo 24horas depois "goela abaixo" da igreja). Algumas muito perigosas onde sites de apoio ao homossexualismo são toleradas dentro de sites da igreja (como o da Andrews).

Hoje em dia, falar de esculturas na Conferência Geral, ou encontros de líderes luteranos é somente uma banalidade frente a verdadeira cultura do ecumenismo de se alastra como um câncer entre a igreja. Quem acha que não, veja por exemplo a música do último CD dos Arautos do Rei, Somos um. Ouça a mesma e tente localizar para que público a mesma se coloca. É uma mensagem explícita de ecumenismo. Ou quem sabe ao ver o pastor Ronaldo de Oliveira, na festa Brasil 500 anos, em Abril de 2000, de mãos dadas a um pai de santo, enquanto Ana Paula Arósio falava: "O Brasil tem muitos deuses... Tomara que todos eles se unam para fazer do Brasil um país melhor..."

Meus irmãos, mesmo a conversa com luteranos já vem há quase 10 anos e já era noticiada em revistas como Espaço Jovem, para os Diretores JA (que eu presenciei). Mesmo entre nossa liderança há apoio implícito e explícito a esse tipo de iniciativa. Uma vez falei com um líder de nossas instituições que estava apoiando uma iniciativa de se fazer evangelismo conjunto em uma área periférica juntamente com uma igreja evangélica e depois "dividir as ovelhas"... O que vocês acham disso?

Creio que tudo isto se baseia em um só problema: FALTA DE IDENTIDADE. Faça uma pesquisa dentro da igreja e você constatará que a maioria não sabe distinguir que nossa doutrina peculiar e única é a do Santuário Celestial. Que a maioria não sabe explicar ao menos uma profecia como a da estátua de Nabucodonosor, quanto mais a das 70 semanas, ou dos 2300 anos. Falta-nos identidade. Não sabemos quem somos, deste modo não sabemos se somos ou não parecidos com as outras religiões.

E por isso que outras questões que nem foram muito enfatizadas nesse site chegam banalizadas a nossas mesas. Ou acham normal se colocar café "descafeinizado" nas mesas com marca da Superbom (sendo que quem conhece o processo de descafeinização sabe que o mesmo é obtido por processo químico extremamente agressivo e contrário a nossa filosofia de saúde) ou mesmo brindar o Ano Novo à meia noite com um copo de Cidra sem-álcool Allegra (também da Superbom, o qual pelo menos tiveram a decência de retirar o selo da abelinha Superbom ou citar que a empresa é Adventista, como nos outros produtos). E note-se a aceitação dentro da igreja! Onde está o problema. É somente na Administração?

Acho que deve ser a nossa ênfase: Reafirmar nossos ideais e nosso objetivo de vida. E neste ínterim entro em uma sugestão. Por engraçada, ou trágica, ou coincidente que seja a análise do logotipo "Trade Mark" da IASD, observações sobre este ítem não conferem nenhuma credibilidade a esta discussão e dão aos outros razão de sobra para chacota ou desdenho sobre a finalidade de se alertar sobre os perigos do ecumenismo.

Espero que as pessoas deixem de ver o chifre na "cabeça do cavalo" e comecem a ver que o mesmo está doente de corpo inteiro, cheio de bicheira e de osteoporose... -- Adalberto L. Filho

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