Lição 2 do 1º Trimestre de 2003 à Luz de 1888

Pensamentos sobre "Iniciação ao concerto"
(Lição 2, para 11 de janeiro de 2003)

Porque isto é o Meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. (Mat. 26: 28). ["O grego diathéke não significa um concerto com outro (seria synthéke), mas feito mediante (diá) algo. Só Deus é o pactuante, só o homem é o beneficiário, e o concerto se formaliza mediante o sangue da vítima (Gên. 15:8-18)." Nota marginal a Mat. 26:28 no Novo Testamento Interlineal Griego-Espanhol, Fco. Lacueva].

Em Gálatas 3:15 a 18 se vê claramente que o prometido, e a soma de todas as promessas, é uma herança. Diz o versículo 16 que a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois que a promessa fosse dada e confirmada, não pode anular a esta última. "Se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão". Pode saber-se qual é a promessa, ao relacionar o versículo precedente com este outro: "Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé" (Rom. 4:13). Embora "os céus e a terra que agora existem ... se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios", neste dia em que " os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão"; no entanto, nós, ", segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (II Ped. 3:7, 12 e 13). É a pátria celestial que esperaram também Abraão, Isaque e Jacó.

Uma herança livre de maldição - "Cristo nos redimiu da maldição... de forma que pela fé recebemos a promessa do Espírito”. Temos visto que aquela promessa do Espírito é a possessão da terra renovada, ou seja, redimida da maldição. Porque “a mesma criação será livrada da escravidão da corrupção, participando da liberdade gloriosa dos filhos de Deus” (Rom. 8:21). A terra, recém saída das mãos do Criador, nova, fresca e perfeita em todos os aspectos, foi dada ao homem em possessão (Gên. 1:27, 28 e 31). O homem pecou, trazendo deste modo a maldição. Cristo assumiu sobre si toda a maldição, tanto do homem como de toda a criação. Redime a terra da maldição, de forma que possa ser a eterna possessão que Deus planejara originalmente que fosse; e também redime o homem da maldição a fim de capacitá-lo a possuir tal herança. Esse é o resumo do evangelho. “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rom. 6:23). Esse dom da vida eterna está incluído na promessa da herança, uma vez que Deus prometeu a Abraão e sua semente, a terra “em herança eterna” (Gên. 17:8). Se trata de uma herança de justiça, já que a promessa de que Abraão seria o herdeiro do mundo foi por meio da justiça que vem pela fé. A justiça, a vida eterna, e um lugar onde viver eternamente, estão, os três, incluídos na promessa, e constituem tudo o que nos cabe desejar ou receber. Redimir o homem, sem lhe dar um lugar onde viver, seria uma obra inconclusa. As duas ações são partes de um todo. O poder pelo qual somos redimidos é o poder da criação que renovará os céus e a terra. Quando tudo se cumprir, “já não haverá nenhuma maldição” (Apoc. 22:3).

(E. J. Waggoner, As Boas Novas, Gálatas versículo a versículo, págs. 84 e 85).

 

Os concertos da promessa

O novo concerto é a promessa unidirecional que Deus faz, de escrever Sua lei em nossos corações, e de nos dar salvação eterna como um dom gratuito "em Cristo". O antigo concerto é a promessa vã de obedecer, feita por parte do povo, "gerando filhos para a servidão" (Gál. 4:24). Os fracassos espirituais de muitas pessoas sinceras são o resultado de ter sido educados nos conceitos do antigo concerto, sobretudo na infância e juventude. A verdade do novo concerto foi um elemento essencial da mensagem de 1888, e hoje liberta ainda da carga opressiva de dúvida e desespero que aflige a muitos corações.

O ensino bíblico

(a) O velho concerto gera "filhos para a servidão" (Gál. 4:24).
(b) Consiste na experiência espiritual de estar "sob a lei", sob a motivação imposta pelo temor (4:21).
(c) Foi estabelecido no Sinai, quando o Israel prometeu em vão: "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos" (Éxo. 19:8). Deus não lhes pediu que fizessem essa promessa. Muito em breve a quebrantaram.
(d) A promessa de Pedro de não negar jamais ao Senhor foi uma manifestação do espírito do velho concerto (Mar. 14:29-31).
(e) Deus fez sete grandes promessas a Abraão, mas não pediu a ele que Lhe prometesse nada em troca (Gên. 12:1-3). Posteriormente, Deus as repetiu e ampliou, mas tampouco então pediu a Abraão que fizesse promessa alguma (13:14-17; 15:4 e 5). Gênesis 15:9 a 17 mostra que o concerto é uma promessa de Deus ao homem.
(f) Deus não nos pede nunca que Lhe façamos promessas. Pede que creiamos nas promessas que Ele nos faz (Gên. 15:6).
(g) Abraão é "pai de todos os que crêem", portanto, é exemplo de genuína justiça pela fé (Rom. 4:1, 11-13, 16-18). A lei, dada 430 anos mais tarde, foi nosso "aio" (ou "tutor"), para nos levar através de um grande rodeio, de volta à experiência de Abraão, a ser "justificados pela fé" (Gál. 3:23-26). (R. Wieland, Dez grandes verdades do evangelho que tornam única a mensagem de 1888, pág. 16).

 

Waggoner expôs o conceito bíblico

O concerto e a promessa de Deus são uma e a mesma coisa... Os concertos de Deus com o homem não podem ser outra coisa que promessas feitas ao homem...

Depois do dilúvio, Deus fez um concerto contudo ser vivente da terra: aves, animais, e toda besta. Nenhum deles prometeu nada em troca (Gên. 9:9-16). Simplesmente receberam o favor das mãos de Deus. Isto é tudo que podemos fazer: receber. Deus nos promete tudo aquilo que necessitamos, e mais do que podemos pedir ou imaginar, como um dom. Damos tudo a Ele, ou seja,, não Lhe damos nada. Ele nos dá a Si mesmo, ou seja, dá-nos isso tudo. O que complica o assunto é que, embora o homem esteja disposto a reconhecer ao Senhor em tudo, empenha-se em negociar com Ele. Quer elevar-se até um plano de semelhança com Deus, e efetuar um transação de igual a igual com Ele. (Waggoner, As Boas Novas. Gálatas, versículo a versículo, págs. 85 e 86)

O evangelho foi tão pleno e completo nos dias de Abraão, como sempre o tenha sido, ou possa chegar a sê-lo. Depois do juramento de Deus a Abraão, não é possível fazer adição ou mudança algum a suas provisões ou condições. Não é possível lhe subtrair nada à forma em que então existia, e nada pode ser requerido de homem algum, que não fosse igualmente do Abraão. (Idem, pág. 88)

Hoje existem esses dois concertos. Não são questão de tempo, mas sim de condição. Que ninguém se gabe de sua impossibilidade de estar sob o antigo concerto, confiando em que se passou o tempo de este. Efetivamente, o tempo passou, mas só no sentido de que ‘é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias’ (I Ped. 4:3)" (Idem, pág. 124)

Os preceitos de Deus são promessas. Não pode ser de outra maneira, pois Ele sabe que não temos poder algum. O Senhor dá tudo aquilo que requer! Quando diz ‘não farás...’ podemos Ter como a certeza que Ele nos dá de que se crermos, irá guardar-nos do pecado contra o que adverte nesse preceito. (Idem, pág. 93)

Jones, em perfeita harmonia

Não são voc~es os que têm que efetuar aquilo que [o Senhor] quer; mas: ‘a Minha palavra... fará o que Me apraz’ (Isa. 55:11). Não se espera que leiam ou ouçam a Palavra de Deus, e Lhe digam, –tenho que cumpri-la; farei isto. Abram seus corações à Palavra, a fim de que possa cumprir a vontade de Deus em vós... A própria palavra de Deus o fará, e devem permitir-lhe. ‘A palavra de Cristo habite em vós abundantemente’ (Col. 3:16). (Jones, RH 20 outubro 1896)

Ellen White proclamou essas mesmas boas novas

Sois faltos de poder moral, escravos da dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. Não podeis dominar os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar [isso é o que significam as palavras de Paulo a respeito de que o velho concerto ‘gera filhos para a servidão’]... O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele. (Caminho a Cristo, pág. 47).

Os Dez Mandamentos, com suas ordens e proibições, são dez promessas que nos são dadas se prestarmos obediência à lei que governa o universo... Não há nada negativo naquela lei embora pareça assim. É faze, e viverás. (E. G. W., Comentário Bíblico Adventista, vol. 1, pág. 1119).

As condições do "velho concerto" eram: Obedece e vive... O "novo concerto" foi estabelecido com melhores promessas: promessas do perdão dos pecados, e da graça de Deus para renovar o coração, e levá-lo à harmonia com os princípios da lei de Deus. (Patriarcas e Profetas, pág. 389) -- (Seleção, F.C./Tradução, Matheus)

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