Idéias para "Tumultuar" (no Bom Sentido!) a Lição da Escola Sabatina deste Sábado

O objetivo é levar o professor e outros membros da classe à reflexão. Afinal, o mês de janeiro, quando as igrejas ficam livres da presença autoritária de boa parte dos pastores, é o melhor período do ano para a igreja se libertar da formatação de pensamento imposta pela edição mundial da Lição da Escola Sabatina, que procura desestimular a pesquisa e o estudo individual das Escrituras...

 

Idéia nº 1: Logo na introdução da Lição, você pode pedir ao professor que lhe ajude a localizar na Bíblia a expressão "Deus Filho", referente a Jesus Cristo. Diga-lhe que há algum problema também com a expressão "Deus unigênito" de João 1:18, pois não são todas as versões da Bíblia que a trazem!

Os adeptos da doutrina da trindade invertem a expressão "Filho de Deus" para identificar a Jesus Cristo como o "Deus Filho", que teria "Deus Pai" e "Deus Espírito" como colegas de Divindade. Supõem que eles três formariam a trindade. Mas a expressão "Deus Filho" não equivale a Filho de Deus nem existe na Bíblia.

Uma expressão bíblica que geralmente citam, é: "Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou." João 1:18 (Versão Ameida Revista e Atualizada.)

Confira, porém, esta outras traduções para ver o que dizem:

"Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer." João 1:18 (Versão Almeida Revista e Corrigida.)

"Ninguém jamais viu a Deus: o Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o deu a conhecer." João 1:18 (A Bíblia de Jerusalém.)

Aliás, a Bíblia de Jerusalém apresenta a seguinte nota de rodapé para esse versículo, à pág. 1844:

"Na Bíblia, a expressão 'filho de Deus' não tinha sentido transcendente, e podia designar: os membros do povo de Deus (Os 2,1), ou seu rei (Sl 2,7; 2Sm 7,14), ou o justo perseguido que espera o socorro de Deus (Sb 2,16-18; Mt 4,3+). João o admite também (10,32-36) e é por isso que ele adota a expressão 'Unigênito' (1,14.18; 3,16.18; I Jo 4,9), que não oferece nenhum equívoco (cf. Pr 8,24). -- Var.: 'um Deus Unigênito'."

Atenção, observe que a variação existente em alguns manuscritos fala de Jesus como "um Deus unigênito"!

 

Idéia nº 2: Você pode mencionar também que uma consulta aos outros Evangelhos revela que o próprio Deus, o Pai, os discípulos e até os demônios referiam-se a Jesus Cristo como "o Filho de Deus" e não, como "Deus Filho".

Mateus 3:17: "E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo."

Mateus 4:3 e 6: "Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. ...e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra."

Mateus 16:16-17: "Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus."

Mateus 17:5: "Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi."

Marcos 3:10: "Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!"

Lucas 4:41: "Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser ele o Cristo."

2 Pedro 1:17: "Pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo."

Conviria relembrar também o propósito pelo qual o Evangelho de João foi escrito:

João 20:3--31: "Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome."

Para encerrar, mais um pensamento expresso pelo próprio apóstolo João:

I João 4:15: "Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus."

 

Idéia nº 3: Se o professor argumentar que "Deus Filho" e "Filho de Deus" são expressões intercambiáveis, do tipo que tanto faz uma ou outra, explique que a primeira implica em igualdade de natureza e de autoridade, enquanto a segunda admite a igualdade de natureza mas evidencia submissão e inferioridade hierárquica.

E como prova da submissão de Jesus Cristo aos planos de Seu Pai celestial, você pode mencionar o fato de Ele não aceitar a interferência de Maria em Seu ministério e subordinar-Se unicamente a Deus, que estabelecera datas e horários para Suas ações.

Quando disse a Maria que Sua hora ainda não havia chegado, Jesus deixou claro que estava aqui para cumprir apenas às ordens de Seu Pai.

E mesmo após Sua ressurreição e iminente retorno ao Céu, Jesus Cristo foi muito explícito ao afirmar que há datas às quais o Pai reservou "para Sua exclusiva autoridade". Por isso, ainda hoje, por exemplo, "...a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai." Mateus 24:36.

Ellen G. White, no livro O Desejado de Todas as Nações, à pág. 147, comenta: "As palavras: 'Ainda não é chegada a Minha hora', indicam que todo ato da vida de Cristo na Terra era cumprimento do plano que existira desde os dias da eternidade. Antes de vir à Terra, o plano jazia perante Ele, perfeito em todos os seus detalhes. Ao andar entre os homens, porém, era guiado passo a passo pela vontade do Pai. Não hesitava em agir no tempo designado. Com a mesma submissão, esperava até que houvesse chegado a oportunidade." Esse parágrafo não é citado na Lição!

A Edição de Professor da Lição da Escola Sabatina, menciona apenas à pág. 29: "Havia risco de Maria olhar a suas relações com Jesus como lhe dando sobre Ele especial direito, bem como o de, até certo ponto, O dirigir em Sua missão. [Frase omitida na lição: Ele lhe fora por trinta anos Filho obediente e amoroso, e Seu amor não mudara; agora, porém, Lhe cumpria tratar da obra do Pai.] ...O Filho do Altíssimo, e Salvador do mundo, laço algum terrestre O deve afastar de Sua missão, ou influenciar-Lhe o procedimento. Deve estar livre para fazer a vontade de Deus. ...Os direitos de Deus são superiores mesmo aos laços das relações humanas." -- Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 147.

Peça ao professor para lhe explicar o significado da palavra "Altíssimo", quando usada como uma referência a Deus. Se o professor for sincero, dirá com honestidade que se trata de um superlativo que faz de Deus o Ser que ocupa a mais elevada de todas as posições no Universo. Não há nem pode haver nenhum outro acima ou mesmo ao lado dEle, a não ser o Seu próprio Filho.

Jesus Cristo, porém, assenta-Se hoje à direita de Deus, por concessão de Seu Pai que O elevou temporariamente a essa condição. Virá, porém, o tempo em que novamente apenas o Pai será o Altíssimo. Demonstre isto para a classe, lendo em voz alta Apocalipse 3:21 e I Coríntios 15:24-28.

 

Idéia nº 4: Se o professor quiser encerrar o debate com a citação de Deuteronômio 29:2: "As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei", responda-lhe com Jeremias 33:3: "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes."

 

Idéia nº 5: Compareça à Escola Sabatina com o livro O Desejado de Todas as Nações e leia estes comentários referentes à purificação do templo, nos quais a Sra. White afirma que é Jesus (e não uma uma outra pessoa divina!) quem habita em nosso interior, por Seu próprio Espírito, conforme Sua promessa de estar conosco todos os dias:

"Purificando o templo dos compradores e vendilhões mundanos, Jesus anunciou Sua missão de limpar a alma da contaminação do pecado - dos desejos terrenos, das ambições egoístas, dos maus hábitos que a corrompem.

"'De repente virá ao Seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? porque Ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata'. Mal. 3:1-3.

"'Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo'. I Cor. 3:16 e 17.

"Homem algum pode de si mesmo expulsar a turba má que tomou posse do coração. Unicamente Cristo pode purificar o templo da alma. Não forçará, porém, a entrada. Não vem ao templo do coração como ao de outrora; mas diz: 'Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa'. Apoc. 3:20. Ele virá, não somente por um dia; pois diz: 'Neles habitarei, e entre eles andarei: ... e eles serão o Meu povo'. II Cor. 6:16.

"'Subjugará as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar'. Miq. 7:19. Sua presença purificará e santificará a alma, de maneira que ela seja um santo templo para o Senhor, e uma 'morada de Deus em Espírito'. Efés. 2:21 e 22. -- O Desejado de todas as Nações, págs. 161-162.

"Conquanto o serviço houvesse de ser transferido do templo terrestre ao celestial; embora o santuário e nosso grande Sumo Sacerdote fossem invisíveis aos olhos humanos, todavia os discípulos não sofreriam com isso nenhum detrimento. Não experimentariam nenhuma falha em sua comunhão, nem enfraquecimento de poder devido à ausência do Salvador. Enquanto Cristo ministra no santuário em cima, continua a ser, por meio de Seu Espírito, o ministro da igreja na Terra. Ausente de nossos olhos, cumpre-se, entretanto, a promessa que nos deu ao partir: 'Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos'. Mat. 28:20. -- O Desejado de todas as Nações, pág. 166.

 

Idéia nº 6: Comente a parábola da videira verdadeira, encontrada em João 15.

Quantas pessoas divinas são mencionadas nessa comparação tão freqüentemente citada? Apenas duas: Deus, o Pai, é o agricultor. Jesus, o Filho de Deus, é a videira verdadeira. Existe uma relação hierárquica entre o agricultor e a videira? Obviamente, sim. Quem está logo abaixo da videira nessa relação? Os ramos (nós!). E o que pode acontecer-nos? Se não produzirmos frutos, não glorificaremos o Pai e seremos desprezados por Ele. Como produziremos esses frutos? Apegando-nos a Cristo, recebendo dEle força e nutrição, através do poder que nos comunica (Seu espírito!) e das palavras que nos diz, através da Bíblia! Nada podemos fazer sem Cristo. Ele é o nosso único elo de ligação com Deus. É o Caminho e ninguém vai ao Pai senão por Ele! -- Robson Ramos

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