CONHEÇA A PASTORLATRIA: Que Pecado é Esse?

 (Tradução automática, pode conter pequenos erros.)

"Pastor, preciso que ore por mim..." Como pastor, sei por experiência que essa é uma frase muito sincera, mas também sei que encerra um grave perigo porque reflete a idéia errônea de que os pastores, pelo mero fato de serem pastores, estão um degrauzinho mais acima do que os "irmãozinhos" da Igreja que até chegam a pensar que seja "lógico que os pastores estejam um pouquinho mais perto de Deus..." Mas entendo que isto já deixou de ser um perigo para converter-se numa manifestação moderna do velho pecado da idolatria. A "pastorlatria" é uma das piores formas daquele velho pecado e está trazendo vergonha ao nome do Senhor e desacreditando o Evangelho de Cristo.

"E o que você faz?" - Perguntará algum outro pastor: "Porque aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra…" Isto é o que faço: Quando alguém me pede: "Pastor, preciso que ore por mim", é óbvio que o faço; mas não deixo de dizer-lhe: "Irmão, você tem o mesmo Deus que eu, o mesmo Cristo que eu, o mesmo Espírito Santo que eu, a mesma Bíblia que eu, a mesma fé que eu. Assim que você tem tanto direito como qualquer pastor para chegar-se a Deus e reclamar suas promessas. Vou orar, mas você também deve fazê-lo porque conta com os mesmos recursos que eu tenho". E deixo expresso atestado de que não faço isto porque considere que eu estou fora da possibilidade de cair nesse pecado, senão porque preciso defender-me e defender a meus irmãos da "pastorlatria" que arruína tanto a pastores como a ovelhas…

Está-se dando aos pastores uma posição de preeminência que vai mais além da medida justa de respeito e autoridade que Deus lhe outorgou. Estou convencido que se deve demitificar a figura do pastor, e restituir a Cristo ao lugar de Senhorio que alguns parecem usurpar. Todo pastor verdadeiro tem que ser honesto e não se interpor jamais entre sua congregação e Deus. Nenhum homem pode substituir a Jesus e desempenhar o papel de "mediador" entre Deus e os homens.

Todos nós sabemos e ensinamos que somente há "um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Timóteo 2:5), mas alguns parecem a ponto de ceder (ou já cederam…) à tentação de pensar que são os Ungidos especiais do Senhor, homens quase únicos pelos quais necessariamente os "irmãozinhos" têm que passar se é que vão receber a bênção de Deus. É hora de levarmos em conta o exemplo de João Batista que, sem ser pastor mas sendo "o maior" entre os nascidos de mulher (Mateus 11:11), teve a grandeza suficiente para declarar frente a Cristo: "É necessário que Ele cresça, mas que eu diminua" (João 3:30).

A que se deve esta perversão que observamos em certa liderança da Igreja? Imagino que em parte se deve a que alguns não têm muito claro o seu papel, e confundem sua função pastoral com a função apostólica. Obviamente, os apóstolos foram homens dotados pelo Senhor com grande autoridade sobre as doenças, as forças Satânicas, e o mal em geral. Lembra-se do que aconteceu com Ananias e Safira, Atos 5:1-11?

Mas recordemos também que até os discípulos caíram em algum momento no erro de superestimar sua autoridade de maneira que Jesus teve que corrigi-los duramente: "Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus." (Lucas 10:17-20).

É inegável que a autoridade daqueles homens foi grande, mas também é inegável que não legaram sua autoridade às gerações posteriores. Não existe tal coisa como a "sucessão apostólica". Aquele foi um grupo pequeno e fechado, porque seu lugar no plano de Deus era puramente temporário. Efésios 2:20-22 o diz com toda clareza: "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito." Os apóstolos e os profetas cumpriram um ministério fundacional, deram início ao edifício espiritual que é a Igreja; e por que não se perpetuou seu ministério? Simplesmente porque este ministério agora não é necessário.

Não temos apóstolos porque, como em qualquer edifício, o fundamento é um e as paredes são outras. Eles foram o fundamento da Igreja e nós somos suas paredes. Se olhamos com cuidado esta passagem, observaremos que não é que os apóstolos e os profetas puseram o fundamento, eles são o fundamento! Nós somos pedras erigidas sobre aquele alicerce inimitável e inamovível, e a tarefa que nos corresponde não é a de pôr fundamento sobre o fundamento senão a de agregar pedras vivas ao edifício da Igreja.

Nenhum pastor hoje em dia possui a autoridade que os apóstolos tinham, simplesmente porque nenhum pastor (nem o melhor deles) forma parte do fundamento da Igreja; pode e deve ser uma pedra forte e destacada na Igreja, mas fundamento não pode ser. Pablo agrega um pouco de luz sobre este tema quando em 2 Corintios 12:12 diz: "Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos."

Os apóstolos tiveram que autenticar sua posição como tais por meio de obras poderosas, e o fizeram. O fundamento da Igreja foi posto e certificado com a autoridade e o poder necessários como para garantir a permanência da Igreja, mas hoje em dia não há nada que certificar nem autenticar. Os planos da Igreja foram certificados pelo Supremo Arquiteto, e Ele mesmo pôs o melhor fundamento: seus apóstolos e profetas!

Diga-se de passagem, ainda que aqueles homens foram muito mais eminentes do que alguns dos "grandes servos" de hoje em dia, nenhum deles teve a idéia louca de apelidar à Igreja com seu próprio nome. Não existiu tal coisa como "a Igreja de Paulo… o distrito de Apolo… a Igreja de Pedro…", ainda que a tentação, sim, existiu. Os Coríntios tinham caído nesse tipo de tolice: "Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo." (1 Coríntios 1:12).

O apóstolo teve que reprendê-los duramente e deixar esclarecido este tema a todas as gerações vindouras em 1 Corintios 3:4-8: "Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 8 Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho." À luz do versículo 7 o que rega e o que planta são uma mesma coisa, são nada! Seria muito saudável que nós, pastores, não deixássemos de relacionar esta passagem com o exemplo de João Batista…

Ninguém pode demonstrar que a autoridade apostólica passou à Igreja de todos os tempos, simplesmente porque a tarefa que lhes tocou cumprir aos apóstolos (e aos profetas) terminou-se quando o fundamento da Igreja foi posto.

Frente ao fato de que atualmente não há apóstolos, a pergunta lógica é onde está hoje a autoridade espiritual? Após aquela época a autoridade espiritual não residiu nem reside em nenhum homem senão na palavra apostólica, nas Escrituras. Aquele pastor que é "poderoso nas Escrituras" poderá ter um ministério poderoso e autêntico. O que se rege por outros parâmetros poderá quiçá reunir muita gente, fazer "grandes coisas", ter "sucesso", mas o seu ministério não será outra coisa que um movimento meramente humano e carnal, sem transcendência eterna.

Jesus previu que alguns pastores tratariam de desenvolver seus ministérios sobre uma base equivocada, e fez esta advertência: "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha." (Mateus 7:22-24).

Hoje em dia a autoridade espiritual está depositada na palavra apostólica, nas Escrituras. Ela e sua autoridade é a que faz nascer de novo à vida espiritual (1 Pedro 1:23-24), gera fé no coração (Romanos 10:17), edifica a vida espiritual (Atos 20:20), santifica aos crentes (João 17:17), penetra como espada do Espírito no duro coração do homem (Efésios 6:17, Hebreus 4:12), etc, etc. Os homens, pastores ou não, podem ter um ministério poderoso e frutífero na medida que entendem, crêem, obedecem e compartilham a Palavra de Deus.

Entende agora por que eu disse a princípio que era necessário demitificar a figura do pastor? Nunca houve nem haverá super-pastores ou super-servos de Dios, Não existem os "super-servos" de Deus! Deus não atende exclusivamente no escritório de nenhum pastor, Deus não está ao serviço de nenhum pastor. Quando alguns fazem alarde do tamanho de sua Igreja e da magnitude de suas "milagres" ou minimizam seus erros (ou pecados) à luz da assistência a suas reuniões ou das obras que realizam, estão demonstrando sua mediocridade pessoal e o longe que estão do coração de Cristo quem "não veio para ser servido senão para servir, e para dar sua vida por muitos" (Marcos 10:45).

Pastores, revisemos nossa vida a fundo. Abramos a Bíblia, mas não como o fazemos habitualmente (para pregar a outros…), senão para checar, avaliar, sob sua luz o ministério que Deus nos deu, o tempo e os dons que nos deu. Se é necessário arrependamo-nos da "pastorlatría" naquele ponto em que tenhamos caído, sejamos francos com nossos "irmãozinhos" (diminutivo que aborreço porque sugere que na Igreja de Cristo há "irmanzarrões"…) e edifiquemo-los para que sejam crentes Cristo-dependentes e não pastor-dependentes. Cumpramos dignamente com o papel que Efésios 4 nos aponta, o de " aperfeiçoar aos santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo… ", coisa que alguns pastores não fazem porque parece que têm medo de que seus "irmãozinhos" cresçam e os desloquem de seu lugar.

Uma palavra final aos membros de Igreja que estão lendo estas palavras. Este artigo não tem o propósito de gerar rebeliões ou revoluções na Igreja, porque a Bíblia ensina que os pastores receberam autoridade de parte de Deus e os membros da Igreja devem obedecer-lhes e sujeitar-se a eles (Hebreus 13:7, 17; 1 Timóteo 5:17-18; etc.). Mas a Bíblia também diz que se um ancião ("ancião" aqui não se refere a um homem de idade madura, senão a um pastor) persiste em pecar deve ser repreendido publicamente (1 Timóteo 5:19-20). Por quê? Porque a autoridade dos pastores permanece vigente enquanto ele não cai em erros de doutrina ou de conduta. O pecado e o ensino falso tiram tanto a bênção de Deus como a autoridade espiritual.

Termino com as memoráveis palavras do apóstolo Pedro: "Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória." (1 Pedro 5:1-4).

"...E estamos no Verdadeiro, em seu Filho Jesucristo.  Este é o Verdadeiro Deus, e a vida eterna. (1ra. Juan 5:20)". -- EC.

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