Nove Adventistas Entre os Mortos pelo
Tsunami na Índia
Centenas perderam casa, propriedades e meios de sobrevivência
Pelo menos seis mulheres adventistas e três
crianças de vilarejos da região de Andhra Pradesh, na costa da Índia, estão
entre as vítimas do tsunami que varreu a Ásia, segundo o presidente da Divisão
do Sudeste Asiático, Ron Watts. Centenas de membros da igreja na Índia também
sofreram danos e perdas em suas casas, propriedades e meios de sobrevivência.
Famílias de pescadores adventistas também estão
entre as mais prejudicadas. Trinta famílias perderam seus barcos e redes em
Tamil Nadu. Dez outras famílias no vilarejo de Idinthakarai também perderam
barcos de pesca e apetrechos de trabalho. Houve perda também de residências e
pequenos comércios, além de plantações de arroz.
Sessenta e cinco famílias adventistas estão
desabrigadas na Baía de Bengala, próximo de Ongole. Os barcos e redes de pesca
de 40 famílias adventistas dessa região também foram destruídos. Obreiros da
Divisão do Sudeste Asiático, incluindo pastores e funcionários de hospital e
escola, além de aposentados, deverão doar pelo menos um dia de seu salário para
ajudar as vítimas do tsunami.
Fonte:
http://www.adventistreview.org/2005-1501/news.html#2
Olhando o Tsunami por uma
Perspectiva Bíblica: Obra de Deus ou do Diabo?
Samuele Bacchiocchi, Ph. D., Professor
aposentado de Teologia e História da Igreja na Andrews University
De uma perspectiva
bíblica, a tragédia do Tsunami é puramente um ato de Deus, porque não há nenhum fator humano para se responsabilizar. Não
há nenhum lenheiro para
se culpado por destruir
florestas, nenhum
engenheiro por
ter falhado
em um
projeto ou
construção lastimável,
nenhum autor
de projeto
governamental
que seja responsabilizado por ter permitido o desenvolvimento
urbano em
áreas de risco.
O deslizamento das
placas
tectônicas no
leito
oceânico de Sumatra, não pode ser responsabilizado por
causar o efeito
estufa ou
pela falta
de meios de
prevenção
adequados. O que aconteceu está além da capacidade
humana de influência
ou controle.
Alguns
cristãos
desejam responsabilizar Satanás
por
tais desastres
naturais, mas
em nenhum
lugar a Bíblia
atribui a ele o poder
sobre os ventos,
fenômenos
naturais
ou eventos
desastrosos. Satanás é, algumas vezes, chamado de príncipe
deste mundo (II
Cor
4:4, João 12:31, 14:30, Efés. 6:12), mas seu poder parece estar limitado à tentação e ao engano.
Para
os cristãos que
crêem em Deus
como Criador
e Mantenedor deste
mundo, há apenas a
difícil
conclusão de que
a responsabilidade pelo
desastre do Tsunami repousa diretamente em Deus. As Escrituras
nos dizem que
Deus controla a
chuva
(Deut. 11:14-17, 28:12, Jó 5:10, Mat. 5:45, Tiago
5:17-18), o relâmpago (Sal.
97:4), os trovões, a neve, os furacões,
as inundações, as
nuvens
“para fazerem tudo
o que lhes
ordena sobre a
redondeza
da terra. E tudo
isso faz ele
vir para disciplina, se convém à terra,
ou para exercer a sua misericórdia” (Jó 37:12-13; cf. Jó 28:10-11, Sal. 107:25, 29, Naum 1:3-4).
Deus
causa os terremotos
(Jó 9:5, 28:9; Sal.
18:7, 77:16-18, 97:3-5; Isa. 2:19, 24:20, 29:6; Jer. 10:10; Naum 1:5; Heb.
12:26), e os montes
serão
deitados abaixo, os
precipícios
se desfarão (Ezeq. 38:20). As forças da natureza nunca
giram
fora do controle
de Deus. Elas
são controladas
por
Deus que
“move a terra para fora do seu lugar, cujas colunas
estremecem” (Jó 9:6). Deus “com só olhar para a
terra,
ele a faz tremer;
toca as montanhas,
e elas fumegam” (Sal.
104:32).
Quais
são as
Implicações
do Desastre do Tsunami?
Se
Deus está no controle, então,
quais são
as implicações do
desastre
do Tsunami? Deus optou por ferir o sudeste asiático porque Ele
observou os hindus da
Índia, os muçulmanos da
Indonésia
e os budistas da Tailândia como especialmente
merecedores do castigo
divino? Mas, então, quanto
aos furacões que
devastaram várias costas do litoral na Flórida?
Os habitantes da
Flórida
são mais
merecedores do castigo
divino do que
o restante dos americanos?
O
esforço em explicar desastres naturais
como castigo
divino sobre pecadores merecedores, ignora
que, às vezes, muitas
vítimas
são crianças
inocentes, como
no caso do
desastre
do Tsunami. E mesmo
entre
os adultos há
pessoas
bondosas que vivem de acordo com os princípios morais
implantados em
suas
consciências. Uma
senhora
em uma vila
devastada no sudoeste da Índia, Tamil Nadu declara, chorando: “Por que Deus fez isto conosco? O que
fizemos para perturbá-Lo?”
A
resposta da Bíblia é que quem sofre ou
morre por causa
de desastres
naturais
NÃO são
necessariamente escolhidos por Deus como
merecedores especiais de punição. Jesus refutou este
raciocínio
enganoso
explicando que aquelas dezoito pessoas que
morreram
pelo desabamento
da torre de Siloé,
não
eram mais culpadas
que
todos os outros
habitantes de Jerusalém (Luc. 13:4). Essa
tragédia, contudo, trouxe
uma importante lição de casa
“se
não vos
arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Luc. 13:5). “Estas impressionantes calamidades”,
escreve Ellen White, “foram determinadas para
levá-los a humilharem seus corações e arrependerem-se de
seus
pecados” (Christ's Object Lessons,
p. 213).
A
Bíblia sugere três razões principais para destruições
causadas por
desastres
naturais como
o Tsunami:
Um
Chamado ao Arrependimento
Primeiro,
desastres
servem como um
despertar chamando a
humanidade
ao arrependimento.
Desastres
podem ter um
efeito equilibrado
sobre
a mente humana.
Quando uma guerra
irrompe, ou um
terremoto destrói inúmeras
vidas
e propriedades,
ou
o clima árido
queima a colheita
e seca o suprimento de água, ou uma doença epidêmica mata milhões de indivíduos,
muitas pessoas recorrem a Deus para amaldiçoá-lo ou orar. C. S. Lewis
escreveu que “a
dor
é o megafone de Deus
para um mundo surdo”.
Foi
um terremoto que levou o
carcereiro em
Filipo a exclamar: “Senhores,
que devo fazer
para que seja
salvo?” (Atos
16:30). Foi a fome
que
levou o rei Acabe a
procurar
pelo profeta
Elias em todo
lugar (I Reis
18:10). Foi uma praga que fez o Faraó
a se ajoelhar, confessando
diante
de Moisés: “Pequei contra o Senhor, vosso Deus, e contra vós outros. Agora, pois, peço-vos que me perdoeis
o pecado esta vez
ainda e que
oreis ao Senhor, vosso
Deus, que
tire de mim esta morte”
(Êxo. 10:16-17).
Em
Seu
Discurso no Olivete Jesus predisse que certas calamidades ocorreriam antes
de Seu Regresso.
Por causa de sua natureza e função, podemos chamar
essas calamidades de “sinais do juízo
divino”. Jesus disse especificamente: “E, certamente, ouvireis falar
de guerras e
rumores
de guerras; vede,
não
vos assusteis,
porque
é necessário assim
acontecer, mas
ainda não
é o fim.
Porquanto
se levantará nação
contra
nação, reino
contra reino,
e haverá fomes e
terremotos
em vários
lugares; porém
tudo isto
é o princípio das
dores” (Mat. 24:6-8; cf. Mar.
13:7-8). Lucas acrescenta “epidemias” a
serem listadas nessas calamidades (Luc.
21:11)
A manifestação do juízo
divino, por meio das calamidades,
pretende levar as pessoas
ao arrependimento. O profeta Joel, por
exemplo, descreve uma seca terrível e
fogo que
destruíram a colheita, as
pastagens
e as árvores e secaram as águas do rio (Joel 1:11-12,
19-20). No contexto dessa calamidade, o profeta
chama o povo
ao arrependimento: “Ébrios,
despertai-vos e chorai; uivai, todos os que bebeis vinho,
... Promulgai um
santo
jejum, convocai uma
assembléia
solene, congregai os anciãos, todos
os moradores desta terra, para
a Casa do Senhor,
vosso Deus,
e clamai ao Senhor” (Joel 1:5, 14).
Um Anúncio do Juízo Final
Segundo,
os desastres
são usados por
Deus não
apenas para chamar o povo ao arrependimento, mas
também para anunciar Seu juízo final, o qual está associado
com o Dia
do Senhor no Antigo
Testamento e com
o Dia da Volta
de Cristo no Novo
Testamento. Por
exemplo, Joel vê
a histórica fome
descrita acima
como
um sinal
que “o Dia
do Senhor está perto
e vem como assolação do Todo-Poderoso” (Joel 1:15).
Numa
perspectiva
profética, desastres tais como guerras, terremotos
e fomes
não apenas
revelam o imediato
juízo
de Deus sob
homens ímpios
e perversos (Rom. 1:18), mas são também arautos
do juízo final
que vem. Eles
constantemente fazem com que a humanidade se lembre que
o Juiz está às
portas
(Tiago 5:9). “Toda
notícia de
calamidade
em mar
ou terra”
declara Ellen White, “é um testemunho de que
o fim de todas as
coisas
está próximo” (Evangelismo,
p. 219).
Uma
Promessa da
Certeza do Fim
Um
terceiro
aspecto notável
das calamidades é
que
elas apontam para
uma certeza da
aproximação
do Fim. Jesus falou de guerras, terremotos,
fomes e epidemias
como desastres
a ocorrerem não
exclusivamente
no extremo fim,
mas durante
todo o tempo
que precede Seu
retorno. Este
ponto está implícito
na admoestação não para
alarmar pela ocorrência desses sinais
“porque é necessário
assim acontecer,
mas ainda
não
é o fim” (Mat. 24:6; Mar. 13:7; Luc. 21:9). De fato,
estes sinais
são ditos
representantes “porém
tudo
isto é o
princípio
das dores” (Mat. 24:8; Mar. 13:8).
A última
expressão usada no
judaísmo, de forma
técnica,
para descrever o período de sofrimento (“as dores
de parto do Messias”) que poderia preceder o estabelecimento
do reino messiânico. Possivelmente, Jesus
fez uso deste
conceito
familiar para
caracterizar as condições
que precederiam
Seu
Retorno. A
ocorrência
de guerras,
terremotos,
fomes e epidemias
não são
o centro, mas
apontam para a aproximação
do Fim. Eles
constituem uma promessa de
que
o Fim certamente
virá.
Dizer
que
guerras,
terremotos,
fomes e epidemias
são “o princípio
das dores” (Mat. 24:8; Mar. 13:8), Cristo
claramente indicou
que
eles se intensificarão como a aproximação do Fim. “Porém tudo isto é o princípio” pressupõe que
haverá mais e
piores
desastres ainda
porvir. Estes
causarão tão “grande
tribulação” que,
Jesus disse, “Não tivessem aqueles dias
sido abreviados, ninguém seria salvo” (Mat. 24:22; cf. Mar..
13:20).
A predição
de Cristo da intensificação
de calamidades
antes
do Fim encontra
apoio nos livros proféticos do Antigo
e Novo Testamentos.
Estes livros,
como mostrei em
The Advent Hope for Human Hopelessness, (A
Esperança do Advento para Alguém Sem Esperança), prediz uma
intensificação
de guerras e
desastres
anteriores à
Volta
do Senhor.
Tanto
os desastres naturais
quanto os praticados
pelo
homem estão aumentando hoje em diferentes partes
do
mundo. Através
dos cataclismos
naturais
e crises ambientais cometidos pelo homem, Deus está anunciando Seu
juízo iminente
sobre a rebelião
humana e está chamando as pessoas ao arrependimento
antes que
seja tarde demais.
O cumprimento sem
precedentes, em
nosso
tempo, dos sinas
de juízo
preditos por Cristo é um anúncio claro
do iminente juízo
final que
Cristo executará
em
breve sobre
a humanidade em
Sua Segunda
Vinda. Por
meio de desastres
naturais como
o Tsunami, Deus está chamando os incrédulos ao arrependimento
e os crentes a viverem vidas santas e piedosas
enquanto
“esperam e apressam a vinda do Dia de Deus” (II
Ped. 3:11-12). Levemos no coração as implicações
proféticas do Tsunami.
Fonte:
http://www.biblicalperspectives.com/endtimeissues/et_124.htm
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