Apostasia Ômega, o Desfecho do Mistério da Iniqüidade

Cedo na história da igreja o mistério da iniqüidade predito pelo apóstolo Paulo iniciou sua calamitosa obra; e quando os falsos ensinadores, a cujo respeito Pedro advertiu os crentes, exibiram suas heresias, muitos foram seduzidos pelas falsas doutrinas. Alguns tropeçaram sob as provas e foram tentados a abandonar a fé. Ao tempo em que foi dada esta revelação [de Apocalipse 2] a João, muitos haviam perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo de que fizessem segura obra para a eternidade. "Lembra-te pois donde caíste", apelou, "e arrepende-te, e pratica as primeiras obras." Apoc. 2:5. -- Atos dos Apóstolos, pág. 587.

A igreja precisa despertar para a compreensão dos poderes sutis dos instrumentos satânicos que importa enfrentar. Caso se conservem revestidos de toda a armadura, serão capazes de vencer todos os inimigos que encontrarem, alguns dos quais ainda não se desenvolveram.

Aumentarão em número e poder as confederações, à medida que nos aproximarmos do fim do tempo. Estas confederações suscitarão influências contrárias à verdade, formando novos grupos de professos crentes que viverão segundo suas enganadoras teorias. Aumentará a apostasia. "Apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios." I Tim. 4:1. Homens e mulheres se têm confederado para opor-se ao Senhor Deus do Céu, e a igreja não está senão meio desperta quanto à situação. Importa que haja muito mais oração, muito mais esforço fervoroso entre os crentes professos. Review and Herald, 5 de agosto de 1909. -- Evangelismo, págs. 362-363.

É nosso dever individual andar humildemente diante de Deus. Não devemos buscar nenhuma mensagem nova e estranha. Não devemos pensar que os escolhidos de Deus, os quais estão buscando andar na luz, compõem Babilônia. As igrejas das denominações caídas, são Babilônia. Babilônia tem fomentado doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro constitui-se de falsas doutrinas, como a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da preexistência de Cristo antes de Seu nascimento em Belém, e a defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santificado e santo dia de Deus. Estes e outros erros congêneres são apresentados ao mundo pelas várias igrejas. ...

Os anjos caídos formam na Terra confederações com os homens maus. Nesta época o anticristo aparecerá como o verdadeiro Cristo, e então a lei de Deus será inteiramente anulada nas nações de nosso mundo. A rebelião contra a santa lei de Deus amadurecerá plenamente. Mas o verdadeiro líder de toda essa rebelião é Satanás, vestido como anjo de luz.

Os homens serão enganados e exaltá-lo-ão ao lugar de Deus, e deificá-lo-ão. Review and Herald, 12 de setembro de 1893. -- Evangelismo, 365-366.

Espiritismo

Não nos devemos empenhar em examinar o Espiritismo. Deus já descobriu isso por nós e nos diz definitivamente que é uma classe que se levantará nos últimos dias, negando a Cristo, que os comprou com o Seu sangue. O caráter dos espíritas é descrito tão plenamente que não precisamos ser enganados por eles. Se obedecemos à prescrição divina, não deveremos ter simpatia pelos espíritas apesar de suas palavras suaves e favoráveis.

O amado João continua sua admoestação contra os sedutores: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho também não tem o Pai; e aquele que confessa o Filho tem também o Pai." I João 2:22 e 23.

Paulo, em sua Segunda Epístola aos Tessalonicenses, exorta a estarmos alerta e não nos afastarmos da fé. Ele está falando da vinda de Cristo como um evento que ocorrerá imediatamente após o trabalho de Satanás por intermédio do Espiritismo, nas seguintes palavras: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça." II Tess. 2:9-12.

Na Epístola de Paulo a Timóteo ele prediz o que se manifestará nos últimos dias. E esta admoestação foi dada em benefício daqueles que viverão quando estas coisas estiverem acontecendo. Deus revelou ao Seu servo os perigos da igreja nos últimos dias. Ele escreve: "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência." I Tim. 4:1 e 2.

O fiel Pedro fala dos perigos aos quais a Igreja Cristã seria exposta nos últimos dias, e descreve pormenorizadamente as heresias que se levantariam e os sedutores blasfemos que procurariam atrair as pessoas para eles. "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade." II Ped. 2:1 e 2.

Aqui Deus providenciou para nós as provas dessa classe mencionada. Eles recusaram o conhecimento de Cristo como Filho de Deus e não têm mais reverência pelo Pai eterno, do que por Seu Filho, Jesus Cristo. Não têm o Filho nem o Pai. E como seu grande líder, o chefe dos rebeldes, estão em rebelião contra a lei de Deus e menosprezam o sangue de Cristo. -- No Deserto da Tentação, págs 110-112.

Deuses pagãos

Ao nos aproximarmos do fim do tempo, haverá maiores e sempre maiores demonstrações externas do poder pagão; deuses pagãos revelarão seu assinalado poder e se exibirão diante das cidades do mundo. E este plano já começa a cumprir-se. Por uma variedade de imagens representou o Senhor Jesus a João o caráter ímpio e a influência sedutora dos que se têm distinguido por sua perseguição ao povo de Deus. Todos carecem de sabedoria para pesquisar cuidadosamente o mistério da iniqüidade que aparece tanto na finalização da história da Terra.

No próprio tempo em que vivemos, o Senhor chamou Seu povo e encarregou-o de proclamar uma mensagem. Chamou-o para expor a maldade do homem do pecado que fez da lei dominical um poder distintivo, que tem cuidado em mudar os tempos e a lei e em oprimir o povo de Deus que permanece firme para honrá-Lo pela observância do único sábado verdadeiro, o sábado da criação, como sendo santo ao Senhor. Testemunhos Para Ministros, págs. 117 e 118. -- Evangelismo, pág. 705.

Pouco a pouco, a princípio furtiva e silenciosamente, e depois mais às claras, à medida em que crescia em força e conquistava o domínio da mente das pessoas, o mistério da iniqüidade levou avante sua obra de engano e blasfêmia. Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século IV, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja. Progredia rapidamente a obra de corrupção. O paganismo, conquanto parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito dominava a igreja. Suas doutrinas, cerimônias e superstições incorporaram-se à fé e culto dos professos seguidores de Cristo. -- O Grande Conflito, págs. 50-51.

Não sancionem aqueles que possuem a verdade tal qual ela é em Jesus, sequer por seu silêncio, a obra do mistério da iniqüidade. Não cessem eles de fazer soar a nota de alarme. Sejam a educação e o preparo dos membros de nossas igrejas de molde a que as crianças e os jovens entre nós compreendam que não deve haver nenhuma concessão a esse poder, o homem do pecado. Ensinai-lhes que se bem que venha tempo em que só podemos travar a luta com risco de propriedade e liberdade, todavia o conflito deve ser enfrentado, no espírito e mansidão de Cristo; a verdade deve ser mantida e advogada tal como é em Jesus. Riqueza, honra, conforto, lar - tudo o mais - deve ser consideração secundária. A verdade não deve ser escondida, não deve ser negada ou disfarçada, mas plenamente confessada, e proclamada com ousadia.

O Senhor tem fiéis vigias nos muros de Sião para clamarem em alta voz e não pouparem, para erguerem sua voz como trombeta, e mostrar a Seu povo sua transgressão e à casa de Jacó os seus pecados. O Senhor permitiu ao inimigo da verdade fazer decidido esforço contra o sábado do quarto mandamento. É desígnio Seu despertar por esse meio interesse decidido naquela questão que é um teste para os últimos dias. Isto abrirá o caminho a que a terceira mensagem angélica seja proclamada com poder.

Ninguém que acredite na verdade, fique agora em silêncio. Ninguém deve ser agora descuidoso; insistam todos em suas petições junto ao trono da graça, pleiteando a promessa: "Tudo quanto pedirdes em Meu nome Eu o farei." João 14:13. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 369-370.

Enganos satânicos

Há apenas dois grupos. Satanás atua com o seu poder enganador e errado, e mediante grandes enganos apanha todos os que não se firmam na verdade, os que tiverem desviado os ouvidos de ouvi-las, e se têm voltado para as fábulas. Satanás mesmo não se firmou na verdade; ele é o mistério da iniqüidade. Pela sua sutileza dá ele aos seus erros destruidores da alma a aparência de verdade. Nisto está o seu poder de enganar.

É por ser uma imitação da verdade que o espiritismo, o teosofismo e idênticos enganos alcançam tanto poder sobre o espírito dos homens. Nisto consiste a magistral operação de Satanás.

Pretende ele ser o salvador do homem, o benfeitor da humanidade, e assim com mais presteza engana suas vítimas atraindo-as para a perdição. Testemunhos Para Ministros, pág. 365. -- Mente, Caráter e Personalidade, Vol. 2, págs. 699-700.

Os perigos dos últimos dias estão sobre nós, e por nosso trabalho devemos advertir o povo do perigo em que está. Não deixeis que as cenas solenes que a profecia tem revelado sejam deixadas por tocar. Se nosso povo estivesse meio desperto, se reconhecesse a proximidade dos acontecimentos descritos no Apocalipse, realizar-se-ia uma reforma em nossas igrejas, e muitos mais creriam na mensagem. Não temos tempo a perder; Deus apela para que vigiemos pelas almas como aqueles que devem dar contas. Promovei novos princípios e entremeai a evidente verdade. Será como uma espada de dois gumes. -- Testemunho para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 118.

Apostasia Ômega

Não vos enganeis; muitos se afastarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios. Temos agora perante nós o alfa desse perigo. O ômega será de natureza mais assustadora.

Necessitamos estudar as palavras que Cristo proferiu na oração que fez imediatamente antes de Seu julgamento e crucifixão. "Jesus falou assim, e, levantando Seus olhos ao Céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que também o Teu Filho Te glorifique a Ti; assim como Lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe deste. E a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu glorifiquei-Te na Terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer. E agora glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o Teu nome aos homens que do mundo Me deste; eram Teus, e Tu Mos deste, e guardaram a Tua palavra." João 17:1-6. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 197-198. 

No livro Living Temple acha-se apresentado o alfa de heresias letais. Seguir-se-á o ômega, e será recebido por aqueles que não estiverem dispostos a atender à advertência dada por Deus. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág. 200.

Fui pelo mensageiro celeste instruída de que parte do raciocínio no livro Living Temple não é sadio, e que tal raciocínio desencaminhará o espírito dos que não estão completamente firmados nos princípios fundamentais da verdade presente. Ele introduz aquilo que não passa de especulação acerca da personalidade de Deus e do lugar de Sua presença. Ninguém na Terra tem o direito de especular quanto a esta questão. Quanto mais se discutirem teorias fantasiosas, tanto menos os homens saberão de Deus e da verdade que santifica a alma. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 201-202.

Um após outro têm vindo ter comigo, pedindo-me que explicasse as atitudes assumidas em Living Temple. Respondo: "Elas não são explicáveis." Os sentimentos expressos não comunicam o verdadeiro conhecimento de Deus. Através de todo o livro citam-se passagens da Escritura. Essas passagens são apresentadas de modo a fazerem o erro parecer verdade. Teorias errôneas são apresentadas de maneira tão aprazível que, a menos que tomem cuidado, muitos se desviarão.
Não precisamos do misticismo que há nesse livro. Os que entretêm esses sofismas logo se encontrarão numa posição em que o inimigo poderá falar com eles, afastando-os de Deus. É-me mostrado que o autor desse livro está em trilho falso. Perdeu ele de vista as verdades distintivas para este tempo. Não sabe para onde tendem os seus passos. A vereda da verdade acha-se muito perto da vereda do erro, e ambas as veredas podem parecer uma só, às mentes não dirigidas pelo Espírito Santo, e que, portanto, não são ligeiras em discernir a diferença entre a verdade e o erro. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág.202.

Afinal disse-me meu filho: "Mamãe, a senhora deve ler pelo menos alguns trechos do livro, para ver se estão em harmonia com a luz que o Senhor lhe deu." Assentou-se ao meu lado, e juntos lemos o prefácio, e a maior parte do primeiro capítulo, bem como alguns parágrafos de outros capítulos. Ao lermos, reconheci as próprias opiniões contra as quais me fora ordenado advertir, no princípio de meus trabalhos públicos. Quando pela primeira vez deixei o Estado do Maine, fi-lo com intenção de percorrer Vermont e Massachusetts, a fim de dar testemunho contra essas opiniões. Living Temple encerra o alfa dessas teorias. Eu sabia que o ômega seguiria dentro de pouco tempo; e tremi pelo nosso povo. Sabia eu que devia advertir nossos irmãos e irmãs a que não entrassem em controvérsia em relação à presença e personalidade de Deus. As afirmações feitas em Living Temple acerca deste ponto são incorretas. São mal aplicadas as passagens usadas em apoio da doutrina ali exposta. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág. 203.

Poucos discernem o resultado de sustentarem os sofismas defendidos por alguns, atualmente. O Senhor, porém, correu a cortina mostrando-me o resultado que se seguiria. As teorias espiritualistas acerca da personalidade de Deus, levadas a sua conclusão lógica, derribam toda a ordem cristã. Estimam como nada a luz que Cristo veio do Céu para dar a João, a fim de que ele a transmitisse ao Seu povo. Ensinam que as cenas que estão justamente à nossa frente não são de importância suficiente para que se lhes dê atenção especial. Tornam de nenhum efeito a verdade de origem celestial e roubam ao povo de Deus sua experiência passada, oferecendo-lhes, em lugar, uma ciência falsa. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 203-204.

O inimigo das almas tem procurado introduzir a suposição de que uma grande reforma devia efetuar-se entre os adventistas do sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renunciar às doutrinas que se erguem como pilares de nossa fé, e empenhar-se num processo de reorganização. Se tal reforma se efetuasse, qual seria o resultado? Seriam rejeitados os princípios da verdade, que Deus em Sua sabedoria concedeu à igreja remanescente. Nossa religião seria alterada. Os princípios fundamentais que têm sustido a obra neste últimos cinqüenta anos, seriam tidos na conta de erros. Estabelecer-se-ia uma nova organização. Escrever-se-iam livros de ordem diferente. Introduzir-se-ia um sistema de filosofia intelectual. Os fundadores deste sistema iriam às cidades, realizando uma obra maravilhosa. O sábado seria, naturalmente, menosprezado, como também o Deus que o criou. Coisa alguma se permitiria opor-se ao novo movimento. Ensinariam os líderes ser a virtude melhor do que o vício, mas, removido Deus, colocariam sua confiança no poder humano, o qual, sem Deus, nada vale. Seus alicerces se fundariam na areia, e os vendavais e tempestades derribariam a estrutura.

Quem tem autoridade para iniciar semelhante movimento? Possuímos a Bíblia. Temos nossa experiência, com o atestado da milagrosa operação do Espírito Santo. Temos uma verdade que não admite contemporização alguma. Não devemos repudiar tudo que não esteja em harmonia com esta verdade? -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 204-205.

Um Iceberg! "Enfrentai-o!"

Pouco tempo depois de enviar os testemunhos acerca dos esforços do inimigo para solapar os alicerces de nossa fé mediante a disseminação de teorias sedutoras, lera eu um incidente acerca de um navio envolto em cerração, tendo à frente um iceberg. Por várias noites pouco dormi. Tinha a impressão de estar arcando sob um fardo, como um carro carregado de molhos. Uma noite foi-me apresentada claramente uma cena. Achava-se sobre as águas um navio, envolto em densa cerração. Súbito o vigia bradou: "Iceberg à frente!" Ali, elevando-se muito mais alto que o navio, estava um gigantesco iceberg. Uma voz autorizada exclamou: "Enfrentai-o!" Não houve um momento de hesitação. Urgia ação rápida. O maquinista pôs todo o vapor, e o timoneiro dirigiu o navio diretamente para cima do iceberg. Com um estrondo o navio deu contra o gelo. Houve tremendo choque e o iceberg se desfez em muitos pedaços, despencando sobre o convés, com um ruído de trovão. Os passageiros foram sacudidos violentamente pela força da colisão, nenhuma vida se perdeu. O navio sofreu avaria, mas não irreparável. Refez-se da colisão, tremendo de proa a popa, qual criatura viva. E seguiu então seu caminho.

Bem sabia eu o significado dessa representação. Eu tinha minhas ordens. Ouvira as palavras, como uma voz que viesse de nosso Comandante: "Enfrentai-o!" Sabia qual meu dever, e que não havia um momento a perder. Chegara o tempo para ação decidida. Eu devia, sem tardança, obedecer à ordem: "Enfrentai-o!"

Nessa noite estive acordada à uma hora, escrevendo tão depressa quanto minha mão podia deslizar sobre o papel. Nos próximos dias, trabalhei diuturnamente, preparando para nosso povo as instruções que me foram dadas acerca dos erros que se insinuavam em nosso meio.

Tive a esperança de que houvesse uma reforma cabal, e de que fossem mantidos os princípios pelos quais nos batemos nos dias primitivos, e que foram apresentados no poder do Espírito Santo.

O Firme Alicerce de Nossa Fé

Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pastor José Bates, o Pai Pierce, o Pastor [Hiran] Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros, achavam-se entre os que, expirado o tempo em 1844, buscavam a verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles, e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniram para estudar a Bíblia, a fim de que conhecessem seu sentido e estivessem preparados para ensiná-la com poder. Quando, em seu estudo, chegavam a ponto de dizerem: "Nada mais podemos fazer", o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos estudando, com instruções quanto à maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma cadeia de verdades que se estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera.

Durante todo o tempo eu não podia compreender o arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por assim dizer fechada, não podia compreender o sentido das passagens que estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida. Fiquei neste estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus. Os irmãos sabiam que, quando não em visão, eu não compreendia esses assuntos, e aceitaram como luz direta do Céu as revelações dadas.

Por dois ou três anos minha mente continuou cerrada ao entendimento das Escrituras. No decorrer de nossos trabalhos, meu marido e eu visitamos o Pai Andrews, que sofria intensamente de reumatismo inflamatório. Oramos por ele. Impus as mãos sobre sua cabeça, e disse: "Pai Andrews, o Senhor Jesus te dá saúde." Foi curado instantaneamente. Levantou-se e andou pelo aposento, louvando a Deus e dizendo: "Nunca dantes vi isto. Anjos de Deus estão neste aposento." Revelou-se a glória do Senhor. Toda a casa parecia resplandecer de luz, e um anjo pôs-me a mão sobre a cabeça. Desse tempo em diante tenho sido capaz de compreender a Palavra de Deus.

Que influência essa, que desejaria levar os homens, neste período de nossa história, a trabalhar de modo enganador e poderoso, para solapar os alicerces de nossa fé - alicerces que foram lançados no princípio de nossa obra mediante devoto estudo da Palavra e pela revelação? Sobre esses alicerces temos estado a construir, nos últimos cinqüenta anos. Admirai-vos de que, quando vejo o princípio de uma obra que pretende remover alguns dos pilares de nossa fé, tenha algo a dizer? Tenho de obedecer à ordem: "Enfrentai-o!" ...

Tenho de proclamar as mensagens de advertência que Deus me dá para divulgar, e então deixar com o Senhor os resultados. Tenho de agora apresentar o assunto em todos os seus aspectos, pois o povo de Deus não deve ser despojado.

Somos o povo de Deus, observador dos mandamentos. Nos passados cinqüenta anos tem-se feito pressão sobre nós com toda sorte de heresias, a fim de embotar-nos o espírito em relação aos ensinos da Palavra - especialmente quanto ao ministério de Cristo no santuário celestial e à mensagem do Céu para estes últimos dias, como foi dada pelos anjos do décimo quarto capítulo do Apocalipse. Mensagens de toda espécie e feitio têm feito pressão sobre os adventistas do sétimo dia, pretendendo substituir a verdade que, ponto por ponto, tem sido buscada com estudo e oração, e atestada pelo poder milagroso do Senhor. Mas os marcos que nos tornaram o que somos, devem ser preservados, e sê-lo-ão, conforme Deus o mostrou mediante Sua Palavra e o testemunho de Seu Espírito. Ele nos conclama a nos apegarmos firmemente, com a mão da fé, aos princípios fundamentais baseados em autoridade inquestionável. -- Mensagens Escolhidas, Vol. 2, págs. 205-208.

[Compilação preparada a partir do CD-Rom das obras de Ellen G. White em Português, 1.0, tendo como palavras chave para busca os termos: anticristo, ministério da iniqüidade, apostasia ômega, etc. -- Robson Ramos.]

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