Lição 2 — Jesus, Nosso Rei — à Luz da Mensagem de 1888

 

E no manto e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores. – Apocalipse 19:16

 

Cristo Rei

A proclamação: "Aí vem o Esposo!" foi feita no verão de 1844. Desenvolveram-se então as duas classes representadas pelas virgens prudentes e as loucas: uma classe que aguardava com alegria o aparecimento do Senhor, e que se estivera diligentemente preparando para O encontrar; outra classe que, influenciada pelo medo, e agindo por um impulso de momento, se satisfizera com a teoria da verdade, mas estava destituída da graça de Deus. Na parábola, quando o Esposo veio, "as que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas". A vinda do Esposo, aqui referida, ocorre antes das bodas. O casamento representa a recepção do reino por parte de Cristo. A santa cidade, a Nova Jerusalém, que é a capital e representa o reino, é chamada "a esposa, a mulher do Cordeiro". Disse o anjo a João: "Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro." "E levou-me em espírito", diz o profeta, "e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do Céu." Apoc. 21:9 e 10.

Claramente, pois, a esposa representa a santa cidade, e as virgens que saem ao encontro do Esposo são símbolo da igreja. No Apocalipse é dito que o povo de Deus são os convidados à ceia das bodas (Apoc. 19:9). Se são convidados, não podem ser também representados pela esposa. Cristo, conforme foi declarado pelo profeta Daniel, receberá do Ancião de Dias, no Céu, o domínio, e a honra, e o reino"; receberá a Nova Jerusalém, a capital de Seu reino, "adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido". Dan. 7:14; Apoc. 21:2. Tendo recebido o reino, Ele virá em glória, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, para a redenção de Seu povo, que deve assentar-se "com Abraão, Isaque e Jacó", à Sua mesa, em Seu reino (Mat. 8:11; Luc. 22:30), a fim de participar da ceia das bodas do Cordeiro.

A proclamação: "Aí vem o Esposo!", feita no verão de 1844, levou milhares a esperar o imediato advento do Senhor. No tempo indicado o Esposo veio, não para a Terra, como o povo esperava, mas ao Ancião de Dias, no Céu, às bodas, à recepção de Seu reino. "As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se a porta." Elas não deveriam estar presentes, em pessoa, nas bodas; pois que estas ocorrem no Céu, ao passo que elas estão na Terra. Os seguidores de Cristo devem esperar "o seu Senhor, quando houver de voltar das bodas". Luc. 12:36. Mas devem compreender o trabalho de Cristo e segui-Lo, pela fé, ao ir Ele perante Deus. É neste sentido que se diz irem eles às bodas.

Na parábola, as que tinham óleo em seus vasos com as lâmpadas, foram as que entraram para as bodas. Os que, com conhecimento da verdade pelas Escrituras, tinham também o Espírito e graça de Deus, e que, na noite de sua amarga prova, esperavam pacientemente, examinando a Bíblia a fim de obterem mais clara luz - esses viram a verdade relativa ao santuário celestial e a mudança no ministério do Salvador, e pela fé O acompanharam em Sua obra naquele santuário. Todos os que, mediante o testemunho das Escrituras, aceitam as mesmas verdades, seguindo a Cristo pela fé, ao entrar Ele à presença de Deus para efetuar a última obra de mediação, e para, no final dela, receber o Seu reino - todos esses são representados como estando a ir às bodas.

A mesma figura do casamento é apresentada na parábola do capítulo 22 de Mateus, onde claramente se representa o juízo de investigação como ocorrendo antes das bodas. Previamente às bodas vem o rei para ver os convidados (Mat. 22:11), a fim de verificar se todos têm trajes nupciais, vestes imaculadas do caráter lavadas e embranquecidas no sangue do Cordeiro (Apoc. 7:14). O que é encontrado em falta, é lançado fora, mas todos os que, sendo examinados, se verificar terem vestes nupciais, são aceitos por Deus e considerados dignos de participar de Seu reino e assentar-se em Seu trono. Esta obra de exame do caráter, para determinar quem está preparado para o reino de Deus, é a do juízo de investigação, obra final do santuário do Céu.

Quando a obra de investigação se encerrar, examinados e decididos os casos dos que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo, então, e somente então, se encerrará o tempo da graça, fechando-se a porta da misericórdia. Assim, esta breve sentença - "As que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e fechou-se a porta" - nos conduz através do ministério final do Salvador, ao tempo em que se completará a grande obra para salvação do homem. – Cristo em Seu Santuário, págs. 100-101.

 

O Juízo de Deus

Quanto mais alguém se aproxima da cruz de Cristo, menos se preocupa com sua própria segurança de salvação. Em lugar disso, haverá um vivo interesse pela triunfante conclusão do grande conflito entre Cristo e Satanás. Waggoner participava desta mesma idéia:

“‘Para que sejas justificado em Tuas palavras, e venças quando [Tu] fores julgado’ [Romanos 3:4]. Satanás atualmente acusa a Deus de injustiça e indiferença, e inclusive de crueldade. Milhares de pessoas têm feito eco desta acusação. Mas o juízo irá declarar a justiça de Deus. Tanto o Seu caráter como o do homem, são postos à prova. No juízo, todo ato, tanto de Deus como do homem, realizados desde a criação, será visto por todos claramente, em seu verdadeiro significado. E quando tudo for visto nesta perfeita luz, Deus será absolvido de todo mal proceder, inclusive por Seus próprios inimigos” (Signs of the Times, 9 de janeiro de 1896).

Esta é a mensagem do primeiro anjo [Apocalipse 14:6-7, “dai-Lhe glória... adorai Aquele”]. A honra de Deus está verdadeiramente em jogo no caráter de Seu povo. E nenhuma motivação que não seja a preocupação por Sua honra e a integridade de Seu trono pode fazer que o Seu povo vença o egoísmo e o pecado. A fé do Novo Testamento não reconhece outra motivação além daquela expressa pelo poderoso primeiro anjo. – Robert J. Wieland, Introdução à Mensagem de 1888, págs. 156 e 157.

 

Purificação do Santuário = Apagamento de Pecados

A preparação para a vinda de Cristo inclui aprender a conhecê-Lo tão intimamente que o engano não seja possível. Isto nos sugere a intimidade matrimonial, e o amor que torna possível uma relação assim. As citações abaixo são pensamentos expressos por Alonzo T. Jones entre 1890 e 1900. Mesmo que publicados pela primeira vez como artigos da Review and Herald nos últimos anos da década, representam as convicções que sustentou desde muito antes. Fizeram parte da mensagem de 1888:

“Quando Cristo vier será para levar Seu povo consigo. É para apresentar a Si mesmo a Sua igreja gloriosa, não tendo ‘mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível’ [Efésios 5:27]. É para ver-Se refletido perfeitamente em todos os Seus santos.

E antes que Ele venha, o Seu povo deve estar nesta condição. Antes que Ele venha devemos ter sido levados a este estado de perfeição à completa imagem de Jesus. Efésios 4:7, 8, 11-13. E este estado de perfeição, este desenvolvimento em todo crente da completa imagem de Jesus, isto é a consumação do ‘mistério de Deus’ [Apocalipse 10:7], que é ‘Cristo em vós, a esperança da glória’ [Colossenses 1:17]. Esta consumação ocorre durante a purificação do santuário...

[A última geração de cristãos será composta por aqueles em cuja “boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis” (Apocalipse 14:5). “O remanescente de Israel [espiritual] não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa” (Sofonias 3:13).]

E esta purificação do santuário é exatamente o apagamento dos pecados; é ‘cessar a transgressão’ em nossas vidas; é ‘dar fim aos pecados’ em nosso caráter; é ‘trazer a justiça eterna’, a própria justiça de Deus que vem somente pela fé em Jesus Cristo [Daniel 9:24]...

Portanto agora, como nunca antes, devemos nos arrepender e ser convertidos, para que os nossos pecados possa ser apagados, para que se possa colocar um ponto final para sempre no pecado em nossas vidas” (O Caminho Consagrado, pág. 89).

Vejamos estes conceitos nos sermões de Jones pronunciados na assembléia de 1893, sermões que Ellen White disse que deveriam ser publicados outras vezes (Carta 230, 1908):

“ ‘Aqueles que resistirem a todas as provas têm ouvido o testemunho da Testemunha fiel e verdadeira, e receberão a chuva serôdia a fim de poder ser trasladados’ [referência a Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 66]. Irmãos, vocês não encontram grande ânimo no pensamento de que isto seja assim; que a chuva serôdia irá preparar-nos para a trasladação?... E quando Deus vem e fala a você e a mim, é porque deseja trasladar-nos, mas não pode trasladar o pecado, compreendem? Portanto o único objetivo que tem ao mostrar-nos a profundidade e a amplitude do pecado, é para poder salvar-nos dele e nos trasladar” (General Conference Bulletin, 1893, pág. 205).

“Ultimamente muitos me têm perguntado se é intencionalmente que as palavras estão expressas deste modo: que o mistério de Deus deve ser consumado [assim a Bíblia em inglês traduz Apocalipse 10:7] em lugar de simplesmente será consumado. Diz isto porque já deveria ter sido consumado faz tempo... Em que consiste isto? Em ‘Cristo em vós, a esperança da glória’” (Idem, pág. 150).

 

Vivemos em Uma Época Solene

“Se estamos de alguma forma conectados a este mundo em espírito, em mente, em pensamento, em gostos, em inclinações,... ainda pela espessura de um fio de cabelo, uma conecção com o mundo tão insignificante como esta, nos privará do poder que deve acompanhar o chamado com que o mundo será advertido contra este maligno poder mundano [a besta e a sua imagem], de maneira que possam ser totalmente separados dele” (Idem, pág. 123).

“Irmãos, Deus é uma gloriosa salvação para aqueles que estão livres da iniqüidade. Permitamos a Ele que nos limpe da iniqüidade agora, a fim de que quando a Sua glória aparecer não sejamos consumidos, mas transformados segundo a Sua própria imagem gloriosa. Isto é o que Ele deseja para nós” (Idem, pág. 115).

“Irmãos, estamos vivendo no tempo mais glorioso que este mundo já viu. Oh, nos consagremos a Deus como convém para aqueles que vivem no mais sublime de todos os momentos!... Digo-lhes, irmãos, o poder de Deus irá atuar em breve. Oh, que possamos entregar tudo a Ele para que possa realizar o Seu plano!” (Idem, págs. 111 e 112).

“Esta é uma situação solene. Leva-nos a ponto de uma consagração tal como jamais imaginamos anteriormente. Uma consagração tal, e uma devoção que nos permita suster-nos na presença de Deus, com o solene pensamento de que ‘já é tempo de operares, ó Senhor, pois eles têm quebrantado a Tua lei’ [Salmo 119:126]...

“Irmãos, temos também uma tremenda advertência que abala todo pensamento, e que nos chegou da Austrália [carta de Ellen White?]... ‘Algo grande e decisivo irá ser produzido, e rapidamente. Se houver o mínimo atraso, o caráter de Deus e o Seu trono serão comprometidos. Irmãos, através de nossa atitude indiferente e descuidada, estamos trazendo vexame ao trono de Deus” (Idem, págs. 154-156). -- E-mail do colaborador: EvangelhoEterno@aol.com.

Leia também:

Retornar

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com