Está na Hora de Nos Preocuparmos com a Honra Devida a Deus

 

Comentários adicionais da Lição 2: Cristo Nosso Rei

 

Da mesma maneira que [Cristo] não era sacerdote enquanto estava na Terra como profeta, agora tampouco é rei no céu ao mesmo tempo em que é sacerdote. É certo que reina, no sentido e no fato de que está sentado no trono do Pai, sendo assim o sacerdote real e o rei sacerdotal segundo a ordem de Melquisedeque, que além de ser sacerdote do Deus Altíssimo, também era rei de Salém, ou seja, rei de paz (Hebreus 7:1-2). Mas este não é o ofício de rei nem o trono ao qual a profecia e a promessa se referem e contemplam, quando mencionam a Sua função específica de rei.

A função específica de rei a que se referem a profecia e a promessa, é que Ele reinará sobre “o trono de Davi, Seu pai” [Lucas 1:31], perpetuando o reino de Deus sobre a Terra. Este ofício real é a restauração da perpetuidade do diadema, coroa e trono de Davi, através de Cristo. O diadema, coroa e trono de Davi foram interrompidos quando, devido à profanação e maldade do povo de Judá e Israel, foram levados cativos para a Babilônia, momento em que se declarou:

“E tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo da extrema iniqüidade, assim diz o Senhor Deus: Tira o diadema, e remove a coroa; esta não será a mesma; exalta ao humilde, e humilha ao soberbo. Ao revés, ao revés, ao revés porei aquela coroa, e ela não mais será, até que venha Aquele a quem pertence de direito; a Ele a darei.” Ezequiel 21:25-27.

Desta forma e neste tempo, o trono, coroa e diadema do reino de Davi ficaram interrompidos “até que venha Aquele a quem pertence de direito”, momento em que Lhe serão entregues. E Aquele que possui o direito não é outro senão Cristo, “o filho de Davi”. E este “até que venha” não é a Sua primeira vinda, em Sua humilhação, como “homem de dores, e experimentado nos trabalhos” [Isaías 53:3]; mas a Sua segunda vinda, quando vier em Sua glória como “Rei dos reis, e Senhor dos senhores” [Apocalipse 19:16], quando o Seu reino destruir e consumir todos os reinos da Terra, ocupando-a em sua totalidade e permanecendo para sempre.

É certo que quando o bebê de Belém nasceu no mundo, nos nasceu um rei, e foi e tem sido um rei para sempre, e por direito próprio. Mas é igualmente certo que este ofício real, diadema, coroa e trono da profecia e da promessa não foram tomados naquele momento, nem agora ainda os tomou, nem os tomará até que venha outra vez. Será então que tomará sobre Si mesmo o poder na Terra, e reinará plena e verdadeiramente em todo o esplendor da Sua glória e função como rei. Porque nas Escrituras se especifica que depois que “assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”, “eis que vinha... um como o Filho do homem; e dirigiu-Se ao Ancião de dias.” Somente depois “foi-Lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o Seu reino tal, que não será destruído” (Daniel 7:10, 13-14).

É então que possuirá verdadeiramente “o trono de Davi, Seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim” (Lucas 1:32-33). Por isso é evidente pela consideração da Escritura, de que a promessa e a profecia em relação com os Seus três ofícios de profeta, sacerdote e rei, que estes são ofícios sucessivos. Não são simultâneos, não ocorrem ao memso tempo. Nem sequer dois dos três. Primeiramente veio como profeta. Atualmente é o sacerdote. E será o rei quando regressar. Terminou a Sua obra como profeta antes de ser sacerdote, e terminará a Sua obra como sacerdote antes de vir como rei. E nós devemos considerá-Lo exatamente da forma em que foi, é e será.

Dito de outro modo: quando esteve no mundo era profeta, e assim é que o povo deveria considerá-Lo. Também é assim que nós devemos contemplá-Lo naquele período. O povo, neste momento, não podia considerá-Lo como sacerdote, nem tampouco nós podemos. Não como sacerdote durante aquele período, pela simples razão de que não era sacerdote enquanto esteve na Terra.

Mas passado este tempo, Se fez sacerdote. É isto que Ele é agora. É tão certo que é sacerdote na atualidade, como foi profeta quando esteve na Terra. E em Seu ofício e obra de sacerdote devemos considerá-Lo tão certamente, de modo tão cuidadoso e contínuo como sacerdote, como deviam e devemos considerá-Lo em Seu ofício de profeta, enquanto esteve na Terra.

Quando voltar de novo em Sua glória e na majestade do Seu reino, sobre o trono de Davi Seu pai, então iremos considerá-Lo como rei, o que será com toda a justiça. Mas agora não podemos considerá-Lo verdadeiramente em Seu ofício como rei, no pleno sentido do que isto significa. ...

Neste preciso momento é essencial que consideremos a Cristo em Seu ofício de sacerdote a fim de estarmos capacitados para apreciá-Lo como rei, isto é, para poder estar ali com Ele, e reinar com Ele. A nosso respeito, se diz: “os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade”, e “reinarão para todo o sempre” (Daniel 7:18; Apocalipse 22:5). – Alonzo T. Jones, O Caminho Consagrado, págs. 2 e 3 (edição em PDF de Libros de 1888).

 

Deus prometeu que existirá um povo que obterá a vitória em Seu poder. A questão é: estamos dispostos a ser quebrantados e a dizer: ‘não eu, mas Cristo’?

A questão não é se estamos indo para o Céu ou não. A questão é que o mundo necessita desesperadamente ver Cristo em nós, a esperança da glória. Laodicéia precisa triunfar. O obstáculo é sua justiça própria. - Jack Sequeira, Laodicéia, pág. 167.

 

Hoje, a igreja remanescente [...]a maioria dos cristãos é composta por interesseiros, que estão preocupados em obter o prêmio, a sua fatia na torta. Poucos estão mais motivados pelo próprio Cristo do que por desfrutar em companhia de sua família as delícias da nova Jerusalém. Este é o motivo porque raras vezes tomam a sua cruz no serviço, para segui-Lo. Poucos sentem a preocupação pela honra e vindicação do Esposo. Cantamos “eu aqui no mundo não tenho riquezas, mas sei que na glória eu terei mansão” [Hinário Adventista, 551], mas raras vezes “seja Ele coroado, pelos séculos”. [...]

Amor por Cristo, interesse por Ele e por Sua glória. Será possível que algum dia de nossa vida cheguemos ao ponto em que isto transcenda a nossa preocupação pelo próprio eu e nossa salvação pessoal? Aprenderemos finalmente, nesta carne mortal, a apreciar “o perfeito amor [que] lança fora o temor” [I João 4:18]? A profecia responde que sim. Lemos em Zacarias 12:10 que chegará o momento em que o povo de Deus irá tirar a sua atenção de seus próprios problemas e preocupação por sua própria segurança e se preocupará por Jesus: “Olharão para Mim, a quem traspassaram; e pranteá-Lo-ão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito”. A razão pela qual a igreja é “morna” [Apocalipse 3:16] é porque a preocupação egocêntrica nos domina. Mas existe uma motivação superior: “O amor de Cristo nos constrange” (II Coríntios 5:14). [...]

Quando aprendermos a estar preocupados por Ele e por Sua glória, veremos uma nova dimensão no conhecido texto: “Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque é vinda a hora do Seu juízo” (Apocalipse 14:7). Visto que “o mundo está envolto pelas trevas da falsa concepção de Deus”, “a última mensagem... é uma revelação de Seu caráter de amor”, na “vida e caráter” de Seus discípulos, que dirão ao mundo: “Eis o vosso Deus!” (Parábolas de Jesus, pág. 342). Assim darão glória a Deus na hora do Seu juízo (Apocalipse 14:7). – Robert J. Wieland, Introdução à Mensagem de 1888, págs. 51 e 52 (edição em PDF de Libros de 1888).

 

1888 previsto em Cantares

As palavras de Jesus dirigidas à igreja de Laodicéia “Eis que estou à porta, e bato” (Apocalipse 3:20), são retiradas da versão grega do Antigo Testamento que era usada no início do cristianismo. Elas aparecem em Cantares 5:2: “Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado, que está batendo”. No original, aparece em ambos os textos a expressão “epi ten thuran”, “à porta”. Fazendo-se um paralelismo, este chamado foi feito de maneira especial em 1888, quando Jesus desejou buscar a Sua noiva, a igreja. Porém, em Cantares 5:3 e 4, a noiva não atende à solicitação do seu amado, o que também ocorreu em 1888.

Antes do encontro entre a “esposa” e o “esposo” relatada no capítulo 6, vemos uma longa apreciação em que a noiva descreve as qualidades do seu amado. Isto sugere que a igreja remanescente, antes da segunda vinda, necessita compreender melhor os “incomparáveis encantos de Cristo”. Entre outras coisas, ela afirma: “O meu amado é alvo e rosado, o mais distinguido entre dez mil. ... Os seus lábios são lírios que gotejam mirra preciosa... O seu falar é muitíssimo doce; sim, ele é totalmente desejável. ... Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (cap. 5:10, 14 e 16; 6:2, Revista e Atualizada).

Somente quando aprendermos a apreciar o Salvador pela beleza do Seu caráter e for removida toda motivação egocêntrica, chegará o dia da vitória final. Antes disso, porém, iremos, se repetirão com maior intensidade o reavivamento ocorrido em alguns lugares, na era de 1888. A respeito disso, Ellen White declara: “A vida cristã, que antes lhes parecia [aos jovens] indesejável e cheia de dificuldades, apareceu agora em sua verdadeira luz, em destacada simetria e beleza. Aquele antes lhes havia parecido como raiz de terra seca, sem ‘beleza nem formosura’ [Isaías 53:2], Se tornou agora ‘o mais distinguido entre dez mil’ [Cantares 5:10] e ‘totalmente desejável’ [verso 16].” (Review and Herald, 12 de fevereiro de 1889).

 

Mais textos bíblicos e conclusão

Os seguintes versículos enfatizam a honra e a vindicação de Deus, que deve ser o nosso principal objetivo neste tempo de juízo:

“Sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em Tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Romanos 3:4.

“O Senhor dos Exércitos será exaltado em juízo.” Isaías 5:16.

“Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque é vinda a hora do Seu juízo.” Apocalipse 14:7.

“Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos.” Apocalipse 16:7.

Justo és Tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas.” Apocalipse 16:5.

Nos comentários da lição 2, destacamos que a honra, a coroação e a recompensa devidas a Deus e a Cristo devem ser a nossa preocupação, e não a nossa salvação pessoal. Porém, não devemos pensar que Deus seja egoísta ou que o Seu objetivo principal é receber glória, independentemente da condição de Suas criaturas. O “ágape” (amor) de Deus é o nosso maior exemplo, pois Ele não preocupa-Se consigo, antes deseja a salvação de todos.

“Cristo não agradou a Si mesmo” (Romanos 15:3), mas esteve disposto a sofrer a morte eterna em favor dos Seus amados. Da mesma forma, o propósito do Pai é “que todos venham a arrepender-se” (II Pedro 3:9). O amor incondicional e abnegado é a lei que rege todo o universo, e é a maior característica de Deus.

Podemos dizer que o “primeiro e grande mandamento”: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração” (Mateus 22:37-38) é obedecido somente pelas criaturas, não pelo Criador. Paulo afirma que devemos ter os outros em maior estima que a nós próprios (Filipenses 2:3-4). Para ilustrar isto, afirma que este foi o pensamento que houve na mente de Cristo antes de Sua vinda à Terra; e aconselha: “Haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (verso 5).

No juízo investigativo, o propósito de Deus será terminar com o sofrimento e perseguição de Seu povo, enquanto que para as criaturas será a honra e a glória de Deus (Daniel 7). -- E-mail do colaborador: EvangelhoEterno@aol.com.

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