Escola Adventista de Jundiaí, SP: Sinônimo de Insatisfação

A Realidade que o Dr. Humberto Rasi Não Conhece Acerca de Escolas Adventistas no Brasil

Jundiaí, 10 de junho de 2002.

A/C: Responsável Depto. Educacional de Jundiaí
Senhor Pastor,

Inicialmente, quero me identificar e apresentar minha família. Meu nome é Sweney, minha esposa chama-se Regina e temos 3 filhos matriculados na Escola Adventista de Jundiaí como segue: Samantha (Pré-primário); Enrico (3ª série) e Rafael (7ª série).

Minha mãe, D. Eva, é adventista há 20 anos e membro da igreja de Moema em São Paulo. Como todo adventista, e principalmente como mãe, ela vem através desses anos tentando passar a palavra de Deus e mostrar a verdade bíblica a mim e a minha esposa e sugerindo que tenhamos o estudo bíblico. Quanto aos meus filhos, acredito que ela já obteve sucesso, pois na verdade os dois maiores nos ensinam e tiram nossas dúvidas em várias ocasiões. Começamos o estudo bíblico no ano passado e estamos muito satisfeitos.

Moramos em Jundiaí há 3 meses, vindos de São Carlos-SP, onde meus filhos estudavam no Colégio Adventista local. Um ótimo colégio, do qual ficamos tristes de ter que transferir as crianças para outra escola e no qual percebemos o lamento dos funcionários quando souberam da transferência. Rose, Ângela, D. Lúcia, Isabel, etc...Todas manifestaram desencanto quando da saída deles da escola. Isso me faz sentir recompensado pois acredito estar acertando quando ensino aos meus filhos coisas como: não se deve agredir as pessoas, exceto sob legítima defesa; pessoas mais velhas merecem respeito, bem como os professores; por favor e obrigado sempre devem ser ditos e etc.

Entretanto, tivemos o dissabor de matriculá-los na escola em Jundiaí. Esclareço o porquê:

1) No primeiro dia de aula, quando minha esposa levou o Enrico e a Samantha para a escola, entrou com eles para acompanhá-los até a sala. Como ainda estava cedo, ficou observando o movimento e deparou com cenas que a estarreceram. No horário de entrada não há ninguém que fique observando as crianças no espaço interno, e dessa forma essas ficam sem limites. Meninos arrastavam meninas de dentro do banheiro pelas pernas, as quais tinham a parte superior puxadas por outras meninas na tentativa heróica de resgate; uma correria desenfreada pelas escadas; tênis eram arremessados para os lados completando um cenário convidativo a dar marcha à ré e não efetuar a matrícula. Sugeri à minha esposa que aguardássemos e questionássemos a coordenadora, Sra. Leonice. Assim fizemos, recebendo a explicação desta de que “realmente não fica ninguém lá em cima neste horário mas de vez em quando eu ou o diretor vamos dar uma olhada”. Acredito que há um sério risco de numa dessas “olhadas” ela constatar uma criança acidentada na escada...

2) Em um fim de tarde, quando estou no banheiro com a Samantha, observo uma mancha roxa em sua região lombar. Quando indagada, respondeu que um menino havia lha dado um chute por não ter tomado conta de sua mochila.

3) Em outro dia, quando vou buscar a Samantha, pergunto, já extremamente tenso pela resposta que poderá advir, se estava tudo bem e como tinha sido a aula. Resposta: “- Tudo. Só um menino que ficou cuspindo no meu rosto”. Na mesma hora procurei a Sra. Leonice e a informei, ouvindo, pasme, o seguinte: “-Samantha, você contou pra Prô (Professora)? Pois esse menino (Gabriel) realmente causa problemas, já veio até com faca pra escola”.

Obs.: a Samantha já havia contado para a professora em outro dia, quando havia levado outra cuspida.

4) Na outra semana, recebo outra notícia. O tal que vem armado para escola, no Pré, deu um soco no nariz do Darley que arrancou sangue, tendo o agredido chorado bastante. Perguntei o que a professora havia feito e fui informado que ela disse: “-Que feio, hein????!!” Crianças brigarem é natural e eu entendo que ocorra. Porém, nessa freqüência e intensidade é inadmissível. Fico imaginando se em escola estadual ou municipal não estaria sendo transmitido mais cristianismo nas crianças do que nessa escola. Sinto como se tivesse matriculado meus filhos em um reformatório e não em um ambiente cristão. Creio que lugar de reeducar menores transviados é no reformatório e não na Escola Adventista de Jundiaí.

O que estão esperando acontecer? Uma tragédia com uma criança sendo cegada pela faca de um devasso o qual o pai não é convidado a retirar o filho da escola?

5) Aula de informática: Perguntei aos meus filhos o que estão aprendendo e eles me disseram que já há algumas aulas nada é passado. Fui me informar com o professor Juliano, muito atencioso e prestativo, e descobri que os computadores estão quebrados. Conforme sua previsão, dali a uma semana seria possível dar aula prática, ainda sim com até 3 alunos por computador. Quando pergunto a meu filho se teve aula, tenho a resposta que o professor havia sorteado duplas para terem aula prática e quem não foi sorteado iria copiar textos na biblioteca. Ora, tanto tempo sem aula e quando há deve-se encarar um sorteio???!!! Então muito bem, quero sorteio para ver quem vai pagar a mensalidade deste mês, e naturalmente não quero ser contemplado, pois meu filho não teve a aula...

6) Aulas (?) de geografia e história: A professora, Sra. Marta, simplesmente não dá aula. A digníssima é paga para lecionar e se presta ao ridículo papel de fazer menos do que um monitor faria. Adentra a sala da 7ª série todos os dias da semana e diz, dia após dia: “- Façam os exercícios da página tal do livro de exercícios.” Após isso, a classe vai ao delírio naquela bagunça e gritaria desmedida (se é que há medida para bagunça em sala de aula) até o fim da “aula”.  Quis saber se toda aula era assim. O Rafael disse que era. Perguntei novamente para ter certeza e ele disse “SIM”. Será possível uma professora nunca dar aula? Nunca se prestar a fazer uma exposição sobre determinado assunto? Como esperar que com esse ensino, ou melhor, sem ensino, um aluno vá ser admitido em boas faculdades? Será que a Sra. Marta não tem problemas quando põe a cabeça em seu travesseiro?

7) Furtos: Temos notícias de furtos que são feitos dentro da escola, tais como: mouse do computador, bolinhas do mouse e fitas cassetes. Quando minha esposa comentou o fato com o diretor, este mencionou: “-Há, não é isso. Eles tiram as bolinhas do mouse para brincar com elas..”. Ora, ainda sim é um furto!!!! E não se apurar o fato é no mínimo omissão. Ademais, isso também vem prejudicar a aula de informática e ensejar sorteios. Agressões e furtos revelam um ambiente de nível baixo. Má qualidade de ensino também. E não adianta a Sra. Coordenadora sentir-se atingida quando digo isso (já disse a ela), pois o que falta é autoridade e vontade de disciplinar e ensinar.

8) Aula de Ciências: o Rafael tinha como sua matéria predileta esta. Não tem mais. O primordial, s.m.j., é atrair a atenção e o interesse pela matéria. Como um aluno vai se interessar se a professora exige um trabalho sobre “A importância da Imunidade” na segunda-feira de manhã, para ser apresentado no dia seguinte? Que motivação vai ter o aluno nessas condições? Pois se não levar o trabalho não terá o objetivo alcançado. Para dificultar um pouco mais, a biblioteca para a 7ª série só fica disponível às tardes de quarta-feira. Não seria a biblioteca um local para ser bastante e livremente freqüentado? Deve-se motivar o aluno a se interessar pela pesquisa e não restringir o uso da biblioteca, a qual, aliás, deveria contar com uma bibliotecária de verdade, e não com a professora de história e geografia. A propósito, começo a entender a razão do mau humor da Sra. Marta, afinal quem acumula tantas funções tem como conseqüência natural o estresse.

9) Tenho informação de que há pais que já tiraram os filhos da escola por conta de insatisfação. Um exemplo: um gerente de um supermercado de rede na cidade. É, estou certo de que não estou só nessa insatisfação. Conheço um casal que também se encontra por demais descontente e que afirmou que há outros pais dessa forma. Se todos resolverem não questionar e exigir que direção e coordenação cumpram seu papel mais alunos vão sair da escola.

10) Há um inspetor de alunos, Sr. Ivanildo, o qual não tem tato, experiência ou tino nenhum para estar na função. Segundo fui informado, o mesmo era metalúrgico e foi “encaixado” na escola não sei sob que pretexto. Ocorre que esse senhor julga ser algo na escola, por vezes até mais que o diretor. Cabe aceitar que o inspetor proíba alunos de, no fim das aulas, jogar bola na quadra enquanto esperam mais de meia hora os pais virem buscar? Já que não pode bola, a molecada encontrou uma saída. Amassa-se latinhas e vamos ao gol, e com autorização do diretor. Apresenta-se, então, Sua Excelência, o nobre e majestoso Sr. Ivanildo, esbravejando: “--Podem parar com isso. Todo mundo já lá para cima!”. Pergunto: há necessidade de tanta grosseria? Coisa maravilhosa é podermos guardar ótimas lembranças da escola como eu as guardo. Colégio Arquidiocesano de São Paulo com seus profissionais competentes e atenciosos. Havia a disciplina e o respeito à infância e adolescência, pois quando não estávamos em aula as quadras de esporte eram de uso livre. Nada mais lógico, afinal meus pais pagavam por isso!”. É difícil aceitar que ninguém perceba essa situação e advirta esse senhor. Na verdade, o que se espera é alguém com preparo na função.

11) Difícil acreditar na fama de organização da qual desfruta a igreja adventista. Começa a ficar claro para mim agora entender o que quiseram dizer alguns casais adventistas, em um encontro de casais da igreja de Moema, ao justificarem que seus filhos “não estão na escola adventista pois o ensino está muito fraco”. Já ouvi, em dois cultos, pregação de pastores ligados à escola, propagando a idéia de que os pais deveriam matricular sues filhos na escola adventista, pois blá, blá, blá... Um deles foi em Jundiaí. Com essa qualidade de ensino? A tendência é perda de alunos.

12)  Professor de Educação Física: os alunos receberam ordem para não chutar a bola, enquanto aguardariam orientação do professor para a brincadeira em duplas. Dois meninos chutaram a bola antes da hora. O professor ficou nervoso de tal forma que atacou: "MERDA, eu já disse para não pegar a bola. Se a criança está cansada a mãe não faz mais que a obrigação de deixá-la em casa e não mandar pra cá pra me encher o saco”. Após isso ninguém mais teve aula de educação física naquele dia. O professor brigou tanto com a classe toda que motivou até o choro de uma menina. E tratou as crianças, por alguns minutos, tal qual débeis mentais, pois mandou que se fizesse um círculo e passassem a bola com a mão, um para o outro. Cabe na cabeça de algum educador um professor fazer isso com crianças de 8 anos?

13)  Devo ressaltar, não obstante, as qualidades de alguns professores: o de matemática é muito elogiado pelo Rafael e outro colega de classe, e a Professora Nice, da 3ª série, é um exemplo de dedicação, respeito e competência.

Essa escola está precisando de alguém que faça uma limpeza e que comece tudo de novo, com gente preparada. Conforme declarou em entrevista o Sr. Humberto Rasi, líder mundial de educação da igreja adventista, para a edição de maio/2002 da Revista Adventista, “tem havido crescente desproporção entre o número de membros que ingressa na igreja  e o número de alunos que se registra nas instituições educacionais. E isso representa um perigo para o futuro da igreja em sua totalidade”. Ainda segundo o entrevistado, “está nas mãos dos administradores de nossas escolas e dos professores transformar isso (os não-adventistas apenas como clientes que pagam e nada mais) em um perigo ou numa tremenda oportunidade de batismos”.

Na página 25 da citada revista, o Sr. Humberto Rasi afirma que há uma carência de educadores qualificados. Parabéns ao Dr. Humberto Rasi! Que tal agora os administradores de plantão agirem, sempre com vistas a propagar a palavra de Deus?

Confiamos tanto no ensino e no ambiente adventista e recebemos tudo isso que expus por conta da inércia de alguns? Devo dizer, pastor, estou muito triste e decepcionado com essa situação. Espero que o princípio religioso e a boa índole preponderem e sérias providências sejam tomadas. Acima de tudo, espero que não haja represálias contra meus filhos, pois eles não fizeram absolutamente nada de errado. Somente relataram-me o que presenciam quando são indagados por mim. E olha, eu pergunto todo dia sobre tudo o que se passa na escola. E fico triste em ouvir de minha esposa que o Rafael entra no carro totalmente “pra baixo”, “de baixo astral”, todo dia quando ela vai buscá-lo na escola.

Quero agradecer antecipadamente pois tenho certeza de que o senhor levará a efeito a investigação que se faz necessária.

Atenciosamente,

Sweney A. Ferla e Regina M. Marques.

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