Individualidade Submissa Exclusivamente a Deus:
O Primeiro de Todos os Mandamentos

O governo existe na própria natureza da existência de criaturas inteligentes. Pois o próprio termo "criatura" implica o Criador; e tão certamente quanto qualquer criatura inteligente é, ela deve ao Criador tudo quanto é. E, em reconhecimento desse fato, deve ao Criador honra e devoção suprema. Isso, por seu turno, e na natureza das coisas, implica sujeição e obediência da parte da criatura; e este é o princípio do governo.

Cada criatura inteligente deve ao Criador tudo que é. Nesse aspecto, o primeiro princípio do governo é: "Amarás o SENHOR teu DEUS de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento".

Isso é pronunciado pelo SENHOR para ser o primeiro de todos os mandamentos. Não é o primeiro de todos os mandamentos porque foi o primeiro jamais dado; mas simplesmente porque existe na própria natureza e existência de toda criatura inteligente, e assim é parte integrante da natureza das coisas tão logo uma simples criatura inteligente exista.

É, portanto, o primeiro de todos os mandamentos, simplesmente porque é a expressão da obrigação inerente no primeiro relacionamento que pode possivelmente existir entre criatura e Criador. É o primeiro na natureza, circunstâncias e existência de inteligências criadas.

É o primeiro de todos os mandamentos no sentido supremo e mais absoluto. Integra a natureza e relacionamento da primeira criatura inteligente, e se apresenta tão completo no caso de cada um na sucessão de futuros milhões como no caso da primeira criatura inteligente, ao figurar absolutamente só no universo. Nenhuma expansão, nenhuma multiplicação do número de criaturas além da original pode jamais, em qualquer sentido limitar o escopo ou sentido desse primeiro de todos os mandamentos. Ele se apresenta absolutamente só e eternamente completo como a primeira obrigação de toda criatura inteligente que jamais possa existir. E essa eterna verdade distingue a individualidade como um eterno princípio.

Contudo, tão logo uma segunda criatura inteligente recebe a existência, um relacionamento adicional existe. Há agora não somente o relacionamento primário e original de cada um para com o Criador, pois ambos devem igualmente sua existência ao Criador, mas também um relacionamento adicional e secundário de uns com os outros.

Esse relacionamento secundário é de absoluta igualdade. E na sujeição e devoção de cada um para com o Criador, no primeiro de todos os relacionamentos possíveis, cada um desses honra o outro. Portanto, na natureza das coisas, na existência de duas criaturas inteligentes, há inerentemente o segundo princípio governamental, mutualidade de todos os súditos como iguais.

E este princípio é expresso no segundo de todos os mandamentos: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Este é o segundo de todos os mandamentos, pela idêntica razão de que o primeiro é o primeiro de todos os mandamentos; ele existe e integra a natureza das coisas e das inteligências tão logo existe uma segunda criatura inteligente. E também, à semelhança do primeiro, é completo e absoluto no momento em que as duas criaturas inteligentes passam a existir, e nunca pode ser expandido nem pode ser modificado pela existência do universo cheio de outras criaturas inteligentes.

Cada um por si mesmo, sozinho, em sua própria individualidade está inteiramente sujeito e dedicado primeiro de tudo ao Criador; porque a ele tudo deve. E nessa sujeição e devoção primeiro que tudo  cada um honra todas as demais criaturas inteligentes como sua igual; tão igualmente consigo mesmo ocupando o seu lugar no desígnio do Criador e responsável individualmente e somente ao Criador para o cumprimento desse desígnio. Portanto, por respeito ao Criador, a seu semelhante, a si próprio, ele ama a seu semelhante como a si mesmo. E essa segunda eterna verdade, igualmente com a primeira, distingue-se individualmente como um princípio eterno.

Esse é o governo original. É também o governo derradeiro; porque essas são primeiramente princípios completos e absolutos; e porque eles eternamente integram a natureza e relacionamento de criaturas inteligentes. E esse governo, que é imediatamente original e por fim simplesmente autogoverno--autogoverno em racionalidade e em DEUS. Pois é somente o mais claro, mais simples ditame da racionalidade que a criatura inteligente deva reconhecer que deve tudo ao Criador; e que, portanto, a sujeição e honra são deveres razoáveis da parte dela como criatura. É, igualmente, um simples ditame da razão que, uma vez que seu semelhante igualmente deva a si mesmo tudo ao Criador, seu semelhante deve ser respeitado e honrado em tudo isso como ele próprio desejaria ser respeitado e honrado nele.

É também o simples ditame da racionalidade que uma vez que esses foram todos criados, e em sua existência devem tudo ao Criador, essa existência com tudo que a acompanha no exercício de habilidades e faculdades deve ser sempre mantida estritamente de acordo com a vontade e desígnio do Criador. Porque é ainda mais o simples ditame da razão que o Criador nunca tivesse determinado que a existência, as faculdades, ou os poderes de qualquer criatura devessem ser exercidos contrariamente a Sua vontade ou fora de Seu desígnio, portanto, é o mais simples e claro ditame da racionalidade que este governo original e derradeiro, que é o autogoverno, é o autogoverno sob a direção de DEUS, com DEUS, e em DEUS. Isso é verdadeiramente o único genuíno autogoverno.

DEUS criou todas as inteligências absolutamente livres. Ele fez o homem igualmente com outras inteligências, para ser moral. A liberdade de escolha é essencial à moral. Ter criado uma inteligência incapaz de escolher teria sido torná-la incapaz de liberdade. Portanto, Ele fez o homem, igualmente com outras inteligências, livre para decidir, e sempre respeita aquilo de que é o Autor, a liberdade de escolha.

Quando, no exercício dessa liberdade de escolha, uma inteligência decide que sua existência, com suas conseqüentes faculdades e poderes, deve ser gasta estritamente sujeita à vontade e dentro do desígnio do Criador, e assim, na verdade, com o Criador e no Criador, este é no sentido mais verdadeiro estrita e verdadeiramente au­togoverno.

E quando o culto, a adoração, e a aliança, de cada inteligência deve ser submetida inteiramente a sua própria livre escolha, isso revela da parte de DEUS, o Supremo e verdadeiro Governante, o princípio do governo com o consentimento do governado.

Assim, o governo divino, no que se relaciona tanto com o governante quanto com o governado, o Cria­dor e a criatura, é demonstrado igualmente como relevado pelo governo de perfeita liberdade; e de perfeita liber­dade devido a perfeita individualidade.

Mediante o pecado o homem perdeu sua liberdade e, portanto, sua individualidade. Mas no dom de CRISTO tudo foi restaurado. "Enviou-me para proclamar libertação aos cativos". "CRISTO sofreu pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de que pudesse nos trazer para DEUS".

CRISTO JESUS, portanto, veio do céu para o mundo a fim de levar o homem de volta, e para trazer o homem de volta àquilo que ele havia perdido. Individualidade foi o supremo dom do Criador. Na queda, foi perdida. No dom de CRISTO o dia em que o homem pecou, o dom da individualidade foi restaurado ao homem.

Nas longas eras de pecado e despotismo imperial desde Caim até Tibério César, os homens haviam estado tão contínua e sistematicamente oprimidos que foram roubados de todo vestígio de individualidade. Então CRISTO veio ao mundo em carne humana como homem, e mediante toda fase da experiência humana estabeleceu a individualidade do homem sobre sua própria base original e eterna. Mateus 25:15. Portanto, sem o cristianismo em sua pureza original e nativa, não pode haver verdadeira individualidade.

Mas no interesse do despotismo o próprio nome do cristianismo foi pervertido. E através das longas eras de tirania eclesiástica imperialista os homens foram outra vez sistematicamente roubados de cada vestígio de individualidade. Na Reforma, DEUS novamente restaurou os homens ao cristianismo e à individualidade. Mas o protestantismo endureceu-se em formas e credos; e toda forma e denominação de protestantes têm negado e feito tudo quanto pode para destruir a liberdade cristã e a individualidade. E agora, mediante federação e confederação denominacional, nacional, internacional e mundial em religião e de religiões, novamente o despotismo eclesiástico imperialista operará com todos os poderes mundiais, sinais enganadores e mentirosas maravilhas, sistematicamente para destituir o homem finalmente de todo vestígio de individualidade.

Mas o cristianismo em seu supremo dom de individualidade, como sempre antes, irá agora e finalmente triunfar sobre todos. Apocalipse 15:2,3. E o cristianismo triunfando mediante a individualidade, na natureza do caso, fá-lo agora como sempre antes somente em e mediante o abençoado indivíduo; o indivíduo sob a direção de DEUS e com DEUS, o indivíduo mantendo em perfeita sinceridade o divino direito de individualidade em religião, e completa liberdade religiosa, individualidade, tenham sempre em mente--não individualismo -- pois é distinta e eternamente um ade, nunca um "ismo".

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